Conselho do Plano Diretor analisa Cais Mauá e Pontal do Estaleiro

 
Naira Hofmeister
A próxima reunião do Conselho do Plano Diretor de Porto Alegre (CMDUA) promete ser quente. Na pauta do encontro dessa terça-feira, 11 de outubro, estão previstas a apresentação do Estudo de Viabilidade Urbanística (EVU) do Parque do Pontal – o antigo Pontal do Estaleiro, complexo comercial a ser construído na beira do Guaíba, entre o Museu Iberê Camargo e o BarraShopping Sul – e o voto do relator sobre o EVU do Cais Mauá.
Ambos projetos já foram aprovados pela Prefeitura Municipal em um pacotão que incluiu outras intervenções nas margens do Guaíba, como o projeto Gigante para Sempre, que prevê a construção de hotel e shopping na área do Beira-Rio e as fases de revitalização da Orla – uma delas entre o Gasômetro e a Rótula das Cuias, já em execução.
Embora tenha até 15 dias para concluir sua análise, o relator do EVU do Cais Mauá, o representante do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado (Sinduscon-RS), Sérgio Korem, acredita que será possível emitir o parecer já na reunião desta semana. “Trabalhei bastante no final de semana e deixei livre a manhã de terça para uma última revisão. Tenho a pretensão de apresentá-lo, sim”, revela.
O conselheiro, entretanto, admite que só revelará sua conclusão se houver “vencido todos os temas que possam suscitar perguntas” do colegiado. Ele preferiu não antecipar nenhuma de suas conclusões: “O que posso afirmar, preliminarmente, é que a nossa ideia é a de crescimento da cidade”.
Embora interessado diretamente na aprovação do projeto do Cais Mauá – na semana passada, o empreendedor revelou que teve reunião com o Sinduscon para garantir que todas as empresas contratadas para a execução do empreendimento serão do Rio Grande do Sul –, Korem não vê nenhum impedimento na sua relatoria.
“De maneira nenhuma me sinto em uma saia justa. Temos uma lista de entidades do Conselho que vão se sucedendo na análise dos processos e casualmente esse caiu para o nosso sindicato. Faremos uma análise correta, defendendo os interesses da cidade, cumprindo nosso papel de cidadãos”, assegura.
A relatoria dos processos, conforme salientado pelo conselheiro, segue uma ordem pré-estabelecida de rodízio entre os representantes com assento no colegiado.
Renovação da polêmica
Enquanto o projeto do Cais Mauá mobiliza coletivos de cidadãos contrários à iniciativa nos moldes como está sendo proposta desde o ano passado, o Parque do Pontal, novo nome do Pontal do Estaleiro, foi a principal polêmica na cidade entre 2008 e 2010.
Foi tanta pressão popular para que a obra não fosse executada – ela prevê, assim como no Cais Mauá, a construção de edifícios altos nas margens do Guaíba, o que povoca críticas desse setor da sociedade – que o então prefeito, José Fogaça, convocou um plebiscito sobre a intervenção em 2009.
Entretanto, ao contrário do que ocorre com o Cais Mauá, o assunto vinha tramitando na Prefeitura silenciosamente. No ano passado foram realizadas duas audiências públicas para análise do Estudo de Impacto Ambiental e de seu respectivo relatório (EIA-Rima), mas após esses eventos, muito tumultuados, nada mais se soube do projeto.
Nesta próxima terça, o próprio empreendedor estará presente na reunião do CMDUA para fazer a intrução à analise do EVU, que será relatado pelo representante da Região 8 do Planejamento.
Para o relator do processo do Cais Mauá, Sérgio Korem, do Sinduscon, a análise das duas propostas na mesma reunião pode ser positiva. “É difícil analisarmos em conjunto, cada assunto tem um processo separado. Mas se o Conselho decidir por um debate mais amplo, isso pode ser interessante”, acredita.
O conselheiro ainda salienta que o encontro de ambos projetos no CMDUA não o surpreende. “Estávamos com uma pauta muito trancada, nossa atividade estava quase parando porque havia muita demora na liberação dos processos. Então me parece natural que agora que estejam destravando a tramitação, recebemos muitos grandes empreendimentos para análise”, concluiu.
A reunião do CMDUA inicia às 18h e pode ser acompanhada livremente pelo público. Na semana passada, em razão da apresentação do EVU do Cais Mauá, houve muitos interessados presentes e a Secretaria de Urbanismo (Smurb) barrou a entrada de quem chegou após às 18h30. A justificativa era que a sala estava com lotação máxima, embora houvesse algumas cadeiras disponíveis e muito público em pé.

Cais Mauá: projeto de restauro dos armazéns está pronto desde 2013

Naira Hofmeister
Plantas e desenhos ilustrativos de como ficarão os armazéns tombados do cais do porto caso o projeto de revitalização do Cais Mauá realmente saia do papel foram apresentados pela primeira vez em público na última terça-feira, 4 de outubro, durante reunião do Conselho do Plano Diretor de Porto Alegre.
O projeto está pronto desde 2013, porém, segundo o diretor de Operações do consórcio vencedor da licitação de exploração da área, Sergio José de Lima, não havia sido tornado público ainda por questões estratégicas. “Apresentamos nossos materiais à medida que consideramos interessante. Neste momento, estamos mostrando para os conselheiros esta parte do projeto. Mas a totalidade ainda não foi tornada pública, temos estudos mais atualizados”, revelou.
De acordo com o projeto, a área dos armazéns, que outrora serviam como depósito para cargas e descargas feitas no porto da Capital, será transformada em um centro comercial horizontal.
Tratando-se de patrimônio tombado, foi preciso especial cuidado na adequação do espaço. “O grande desafio foi pensar a infraestrutura: instalar redes de luz, água, esgoto, condicionamento térmico sem intervir na construção”, observou o arquiteto Rodrigo Poltosi, que trabalha para o escritório de Jaime Lerner, criador do projeto.
O conjunto atual é composto por 12 armazéns. Dois são protegidos pela União (A e B, que ladeiam o Pórtico Central) e serão restaurados e entregues à prefeitura de Porto Alegre para que desenvolva no local atividades culturais e artísticas. Outros nove são reconhecidos como patrimônio no âmbito municipal, e após as obras serão ocupados por atividades comerciais como lojas, bares, restaurantes e quiosques.
O Armazém A7, que não é tombado, deve ser derrubado para permitir a construção do shopping center que se estenderá até a lateral da Usina do Gasômetro. Um projeto de lei que tramita na Câmara de Vereadores quer estender a proteção também a este imóvel, que embora seja bem mais recente que o restante do conjunto, contribuiu para a formação da paisagem emblemática da cidade.
Lojas de um lado, praça de alimentação do outro
Excluindo os armazéns centrais e o A7 que pode deixar de existir, serão ocupados pelo comércio nove conjuntos de galpões: seis em direção à Usina (A1 a A6) e os outros três (B1, B2 e B3), até a altura do Mercado Público.
Embora semelhantes, os armazéns não são exatamente iguais internamente e, por isso, serão destinados a atividades que valorizem seu desenho interno. “Procuramos deixar a estrutura aparente, tendo cuidado de não intervir no patrimônio histórico. A única construção nova será um bloco solto, no meio de cada armazém, onde serão instalados banheiros e uma área de apoio”, explicou o arquiteto Rodrigo Poltosi.
Como já possuem corredores internos junto aos portões de metal em ambos os lados, os armazéns da linha “A” abrigarão lojas voltadas para a rua – tanto para o lado do Guaíba como do muro da Mauá.
Os corredores serão mantidos e servirão de passeio para proteger pedestres das intempéries do tempo e as lojas terão fachadas internas voltadas para estes espaços de cirulação e visíveis desde a rua.
Já os armazéns B1 e B2 receberão praças de alimentação e pequenas lojas ou quiosques de serviços como lotérias, agência dos Correios ou chaveiros, por exemplo. Ao contrario dos armazéns “A”, os do tipo “B” serão voltados para dentro, com circulação central e não periférica como no caso anterior. O armazém B3 deverá permanecer como terminal hidroviário, onde hoje opera o Catamarã.
Na área externa, 10 praças ou largos para lazer
A área externa aos armazéns também será reformada. Os paralelepípedos, que integram o conjunto histórico protegido, serão totalmente retirados durante a obra. “Será preciso corrigir as imperfeições que há no piso, para drenar a água e facilitar a caminhada”, justificou Poltosi.
Eles voltarão ao seu lugar original, mas haverá nova pavimentação também: por um lado, será criada uma faixa com piso liso para garantir a circulação de cadeirantes na área entre os armazéns e o Guaíba e mesmo o piso histórico sofrerá intervenção paisagística. Os paralelepípedos serão mesclados com grama em um “degradê” que termina em uma faixa verde rente às construções, onde arbustos e pequenos jardins servirão “para amenizar a ambiência industrial do porto”, segundo o arquiteto.
O espaço junto ao muro da Mauá será destinado a estacionamento de automóveis – parte das mais de 5 mil vagas para carros prevista no empreendimento.
Entre os conjuntos de armazéns serão criadas 10 praças destinadas à contemplação da natureza e à prática de esportes. A maior delas receberá o nome do poeta Mario Quintana e terá cerca de 100 m² de espaço livre. Grande parte desses largos poderá ser vista desde o centro da cidade, já que serão abertas novas comportas no muro da Mauá para ampliar o contato visual com o rio mesmo para quem estiver fora do complexo.
O muro da Mauá realmente será coberto por uma cortina d’água cuja preocupação dos arquitetos é que tenha “um efeito de cascata e não de chuveirinho”. Para projetar o sistema, foi contratada uma empresa portuguesa que, segundo Poltosi, é “expert mundial em fontes”.
Licença para obras já foi emitida
A restauração dos armazéns é a única parte do complexo Cais Mauá que já possui detalhamento arquitetônico e inclusive projeto executivo. Os estudos foram feitos em 2013 e permitiram ao consórcio obter licença para demolição de alguns edifícios dentro do Cais – os chamados puxadinhos, construções recentes que abrigavam refeitório, pequenas oficinas e estações de energia interna, por exemplo – e uma licença para início das obras de restauro.
“Só estamos esperando o licenciamento ambiental para começar”, explicou aos conselheiros do Plano Diretor a arquiteta do consórcio Cais Mauá, Marina Manfro.
Mas na Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Smam), não há certeza se será preciso licenciar essa etapa da revitalização do Cais da mesma maneira que as demais, uma vez que os armazéns já estão instalados, e não envolvem novas construções.
A Smam emite três tipos de licença: a prévia (LP), de instalação (LI) e de operação (LO). A LP é consequência imediata da aprovação do Estudo de Viabilidade Urbanística (EVU), fase em que se encontra atualmente o projeto de revitalização do Cais Mauá. A LP não permite ao empreendedor iniciar as obras.
A prefeitura já aprovou o EVU do Cais Mauá em um pacotão que incluiu também o Pontal do Estaleiro e até os edifícios do complexo Beira-Rio, às vésperas do primeiro turno das eleições municipais.
Esses EVUs precisam agora ser homologados pelo Conselho do Plano Diretor. O do Cais Mauá já ganhou relator, é o representante do Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon), que prometeu o parecer para a reunião da próxima semana. O conselheiro da RP1 (Região do Planejamento que inclui o centro histórico da cidade), Daniel Nichele, já avisou que pedirá vistas: “Vamos debater com todos os delegados da região esse projeto, em uma ou até duas reuniões”, esclareceu.
De toda forma, um acordo sugere que não se extrapole o período de quatro semanas nessa tramitação, ou seja, o EVU do Cais Mauá poderá estar aprovado antes do fim do mês.
Patrimônio restaurado antes de 2019
O passo seguinte é aprovar os projetos executivos, condição fundamental para receber a Licença de Instalação (LI) – essa sim, permitiria o início das obras no local. Entretanto, há um entendimento dos técnicos da Secretaria de Urbanismo (Smurb), de que é preciso uma análise mais aprofundada das novas construções previstas no projeto (shopping center e três torres comerciais); por enquanto, só foram apresentados desenhos conceituais das edificações, o que é considerado insuficiente.
Ou seja, há um acordo de que a aprovação do EVU em questão tem como objetivo acelerar o início das obras nos armazéns. O shopping e os espigões passarão por todo o processo novamente, e serão analisados com lupa. Dessa forma, as LIs serão dadas separadamente por área para a região do Gasômetro e das Docas.
Caso tudo saia como planejado e o EVU do Cais seja mesmo aprovado nas próximas semanas, o consórcio poderia dar início ao restauro dos armazéns ainda este ano.Como a previsão dos arquitetos é que as obras desta primeira fase do empreendimento demorem de 18 a 24 meses, Porto Alegre poderia ter um dos seus principais cartões postais renovados para o início de 2019.

Projeto do Cais Mauá sofre mudanças na área do Gasômetro

Naira Hofmeister
Dois pontos que vinham sendo criticados por movimentos contrários ao modelo de revitalização proposto para o Cais Mauá, em Porto Alegre, foram modificados no projeto arquitetônico do complexo e revelados em apresentação do Estudo de Viabilidade Urbanística (EVU) ao Conselho do Plano Diretor da cidade.
O mais relevante é um recorte feito no segundo pavimento do shopping center que será erguido ao lado da Usina do Gasômetro: na área mais próxima ao monumento, o empreendedor vai abrir um terraço, com 3 mil m², reduzindo a altura da edificação neste segmento e desobstruindo a visão que se tem do prédio histórico desde o Rio Guaíba. “Depois de algumas conversas com as secretarias, alteramos o projeto, diminuindo a ocupação de lojas e liberando a vista”, revelou o arquiteto Rodrigo Poltosi, porto-alegrense que trabalha com o escritório do curitibano Jaime Lerner, que assina o projeto.
A outra mudança é na forma de acesso a esta parte do empreendimento. Originalmente estava previsto o rebaixamento da avenida João Goulart no trecho, sobre a qual se estenderia uma grande esplanada verde. A obra, entretanto, foi excluída do projeto.
Segundo o diretor de operações da Cais Mauá do Brasil, Sergio José de Lima, que apresentou alguns pontos do empreendimento, a decisão foi da Prefeitura e não do empreendedor. “O rebaixamento não foi retirado do projeto por nós. Foi decisão da Prefeitura, em razão de uma série de intervenções que serão feitas na avenida”, justificou.
Para substituir essa intervenção, foi então idealizada uma passarela de pedestres, entre a praça Brigadeiro Sampaio e o shopping – mas esta obra tampouco será executada. Neste caso, pesou a avaliação de que a estrutura interferiria demais na paisagem. “Também teríamos que suprimir algumas árvores na praça”, complementou Lima.
A solução encontrada para o acesso de pedestres ao Cais Mauá neste ponto será simular a continuidade da Rua da Praia (Andradas) através de um piso especial. A intenção é sinalizar aos automóveis, através do pavimento diferenciado, que a prioridade no trecho é dos pedestres. Ao cruzar a avenida a pé, será possível chegar até a beira do Guaíba por um pequeno boulevard que separa o Cais Mauá do Gasômetro, que ganhará ambiência especial.
Demandas da Prefeitura esbarram na dificuldade de execução
A ideia de criar uma passarela de pedestres ligando o empreendimento ao Camelódromo, sugerida pela Secretaria de Urbanismo (Smurb) como forma de integrar melhor o empreendimento ao centro da cidade, também deu com os burros n’água. “Seria preciso elevar muito a passarela, mais até do que o próprio edifício do Camelódromo, em razão dos cabeamentos e do trem, que passam bem em frente”, observou o diretor de Operações do consórcio.
Entretanto, a passagem subterrânea na altura do mercado – que já existe – será totalmente reformada e ganhará elevadores nas duas pontas para facilitar o acesso. “Também terá policiamento pago pela empresa, para dar segurança aos transeuntes”, completou.
Por outro lado, a demanda de que houvesse transporte interno no complexo para que os visitantes pudessem circular de uma ponta a outra foi atendida: serão disponibilizadas bicicletas, carrinhos elétricos e ônibus jardineiras.
Contrapartidas seguem indefinidas
Lima reiterou que serão feitas alterações na circulação de automóveis na Avenida Mauá, realocação de paradas de ônibus e semáforos para facilitar o acesso de pedestres. Entretanto, sublinhou que as contrapartidas da obra ainda não foram definidas.
Esse é um dos pontos em que há desacordo entre a Prefeitura e o empreendedor, que se queixa há anos dos valores exigidos para compensação. Em 2014, foram anunciadas obras de R$ 45 milhões, valor reduzido no ano seguinte para R$ 36 milhões.
Uma das críticas que movimentos cidadãos fazem ao projeto é o fato de que a obra de maior vulto financeiro do consórcio para a cidade – o prolongamento da rua Ramiro Barcelos – beneficiará mais ao empreendimento do que à população da Capital, uma vez que será por esta via, rebaixada sob a Avenida da Legalidade, que entrarão os veículos na área das docas do Cais Mauá, onde serão erguidos os espigões com hotel e escritórios. Em valores de 2015, essa intervenção custaria ao empreendedor R$ 24,3 milhões.
“Este é o acesso mais sensível ao empreendimento, vai ser feito com uma comporta no dique”, admitiu, na reunião com o Conselho do Plano Diretor, o arquiteto Rodrigo Poltosi, porto-alegrense que trabalha para o escritório de Jaime Lerner, que assina o projeto.
Torres terão 100, 90 e 52 metros de altura
A apresentação do projeto esclareceu ainda alguns pontos que permaneciam obscuros, como a altura das torres, que terão 100, 90 e 52 metros.
Embora o Plano Diretor de Porto Alegre estabeleça 52 metros como limite máximo de altura para construções na cidade, o arquiteto Rodrigo Poltosi acredita que as conStruções não serão destoantes do “sky line” da cidade.
“As duas torres maiores são só um pouco mais altas que os edifícios da Mauá. Mas considerando a topografia da cidade, que se eleva, elas ficarão totalmente integradas na paisagem”, argumentou.
 

MPC confirma irregularidades no contrato do Cais Mauá

Naira Hofmeister
Um parecer do Ministério Público de Contas (MPC) sobre a revitalização no Cais Mauá, emitido na semana passada, derruba a tese de que não há irregularidades no cumprimento do contrato de concessão da área à iniciativa privada.
Segundo o procurador do MPC, Geraldo da Costa Da Camino “não há comprovação de que tenham sido aportados ou garantidos recursos suficientes para a execução das obras, o que resulta na conclusão do descumprimento de cláusula contratual”.
Foi a primeira manifestação de um órgão de controle reiterando que o consórcio Cais Mauá do Brasil S.A não cumpre o determinado pelo contrato, depois que um grupo de trabalho (GT) integrado pelo Governo do Estado e Prefeitura Municipal concluiu, em março deste ano, que o consórcio estava em dia com suas obrigações.
O relatório do GT – que levou mais de um ano para ser elaborado – era uma resposta a uma inspeção especial promovida pelo Tribunal de Contas do Estado a pedido do MPC, que concluíra que havia sim motivos para pedir o rompimento de contrato.
A intenção era colocar fim aos questionamentos, que abriam caminho para uma eventual rescisão do contrato. O MPC, entretanto, não acatou as conclusões do trabalho.
“Em que pese o referido grupo estar contribuindo para dirimir os principais entraves relativos ao contrato de arrendamento, verifica-se que decorridos mais de cinco anos da assinatura do contrato, permanecem sem resolução questões com significativo potencial para comprometer a viabilidade do empreendimento”, alerta Da Camino em seu parecer.
O procurador salienta ainda que o recente pedido de tombamento do armazém A7, protocolado na Câmara Municipal pela vereadora Sofia Cavedon (PT), pode interferir no planejamento financeiro do negócio. Segundo um estudo da Faculdade de Administração da PUC-RS, encomendado pelo consórcio, o shopping que seria construído sobre o terreno do A7 – e que iria até a lateral da Usina do Gasômetro – seria responsável pela metade das receitas do complexo, quase R$ 500 milhões ao ano, de um total de quase R$ 1 bilhão.
Cláusula visa garantir a execução da obra
Com seu parecer, o MPC voltou a polemizar a cláusula 13º do contrato de arrendamento, que trata da exigência de assinatura de um contrato de financiamento entre o consórcio e uma instituição financeira para garantir as obras no Cais Mauá. O patrimônio líquido desse agente financiador deveria somar, pelo menos, R$ 400 milhões.
Levantada por moradores da cidade organizados em coletivos – que defendem um modelo alternativo para a exploração do espaço, sem shopping, estacionamentos e espigões – e encampada por parlamentares que pedem ao Estado o rompimento contratual por irregularidades, a ideia foi rechaçada pelos representantes das administrações municipal e estadual no GT.
A interpretação dos governos era de que a cláusula tem uma redação dúbia, que pode ser interpretada não como uma obrigação, mas como algo facultativo. “Este dispositivo se mostra inócuo, vez que sua redação remete à liberalidade da arrendatária (em acordar ou não um financiamento para a obra)”, expressa o relatório do GT.
Em seu recente parecer, entretanto, Da Camino rebate essa afirmação, salientando que independente da forma como foi escrita, o que importa é a intenção da norma, que é garantir a efetiva realização das reformas prometidas.
“Nesses casos, as cláusulas devem ser interpretadas como um todo e não individualmente, colocando-as em harmonia. Isso nos remete à ideia de que a intenção do Estado do Rio Grande do Sul, quando decidido pela revitalização do Cais Mauá, considerando a complexidade da obra e sua importância econômica e social, era a de assegurar que a licitante vencedora apresentasse as garantias financeiras imprescindíveis à concretização do projeto”, sublinha Da Camino, mencionando um parecer anterior dos auditores do TCE.
Nova mudança acionária pode ser pulo do gato
O procurador solicitou ao TCE uma medida cautelar que impeça a execução de qualquer obra no terreno enquanto a dúvida sobre as garantias financeiras à obra não for dirimida. A iniciativa ainda precisa ser validada pelo conselheiro Alexandre Postal, que era líder do governo Sartori na Assembleia Legislativa até julho, quando foi nomeado para o cargo no órgão de controle.
Caso seja aceita pelo agora conselheiro do TCE, a cautelar não modifica de imediato o atual cenário envolvendo o Cais Mauá porque a prefeitura ainda não emitiu as licenças necessárias para dar início a revitalização – sem a qual, não é possível fazer qualquer intervenção no terreno.
Porém, coloca mais um entrave à concretização da obra. Às vésperas da aprovação do Estudo de Viabilidade Urbanística (EVU), o último passo antes da emissão das licenças, a Cais Mauá do Brasil S.A já tem protocolado pedido de informação sobre como proceder para registrar uma nova mudança acionária na composição do consórcio.
A venda do controle acionário do consórcio pode ter sido a saída encontrada pelo consórcio para levar adiante a revitalização, uma vez que o grupo atual está sem recursos, como revelou em primeira mão o Jornal JÁ em maio: o consórcio acumula dívidas não pagas a prestadores de serviços terceirizados que cobram o calote na Justiça.
Na ocasião o Cais Mauá do Brasil S.A suspendeu inclusive os contratos com empresas de vigilância que guardavam a área, que é pública e tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional. Em nota, a empresa admitiu as dificuldades financeiras: “A Cais Mauá do Brasil (CMB) atravessa um momento de aperto de liquidez e restrição orçamentária”.
A situação preocupa o procurador do MPC: “Dentro do contexto geral traçado, que evidencia a inércia na execução do projeto, suscita-se a insuficiência financeira como uma de suas possíveis causas determinantes, o que eleva o apontamento em nível de criticidade e relevância”.
Procurador também questiona validade dos índices construtivos
Geraldo Da Camino também toca em outro ponto polêmico, fruto de outro embate entre os movimentos contrários ao modelo de revitalização proposto e a administração pública: os índices construtivos que permitem que o consórcio construa torres de até 100 metros de altura na área das docas (que ficam entre o edifício da Federasul e a Rodoviária) e um shopping center de até 32 metros de altura ao lado do Gasômetro – o equivalente a aproximadamente 33 e 11 andares, respectivamente.
A autorização para que a iniciativa privada densificasse a área e erguesse novas edificações foi aprovada na Câmara Municipal em 2010, mas estava condicionada à ratificação, pelo mesmo legislativo, no primeiro trimestre de 2013, o que não ocorreu.
O Gabinete de Desenvolvimento e Assuntos Especiais da Prefeitura de Porto Alegre garante que há um parecer jurídico que mantém os índices válidos apesar do não cumprimento dos prazos, embora esse documento nunca tenha sido foi trazido à público.
“Esclarecer o regime urbanístico aplicável à área é aspecto fundamental para determinar a viabilidade do empreendimento”, conclui o procurador.

Cais Mauá: MP pede que Justiça suspenda "qualquer intervenção"

O Ministério Público de Contas voltou a cobrar esclarecimentos sobre o negócio envolvendo o Cais Mauá. Desta vez, pede ao Tribunal de Contas que suspenda, por medida cautelar, a autorização para qualquer intervenção na área, uma vez que o caso torna-se a cada dia mais nebuloso e os esclarecimentos pedidos há mais de um ano não foram dados.
O MPC já se manifestou a respeito em julho e dezembro de 2014 e novamente em julho do ano passado, quando apontou diversas questões pendentes e defendeu que “a autoridade competente promovesse a integral apuração das ocorrências contratuais e adotasse as medidas correspondentes”.
Agora, a promoção 166/2016, divulgada quarta-feira (14), destaca que a determinação do conselheiro-relator para que fossem adotadas as providências recomendadas em 2015 foi respondida com o mero envio do relatório do Grupo de Trabalho criado sob coordenação da Secretaria Estadual dos Transportes e Mobilidade.
“Todavia, referido grupo não tem caráter executivo ou deliberativo, constituindo-se, tão somente, em instrumento de apoio às decisões da Superintendência de Portos e Hidrovias – SPH, sendo que não se tem notícia nos autos de quaisquer providências posteriores.”
Mais de cinco anos depois da assinatura do contrato, “permanecem sem resolução questões com significativo potencial para comprometer a viabilidade do empreendimento”.
“Até o presente momento, não há comprovação de que tenham sido aportados ou garantidos recursos suficientes para a execução das obras, seja por financiamento, seja por qualquer outra forma”, o que é exigido no contrato. O conselheiro relator Alexandre Postal nota que é “duvidosa a capacidade financeira da arrendatária em executar o projeto”.
A Prefeitura também está em falta. O projeto está inserido em Área de Interesse Cultural – AIC, segundo consta do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre – PDDUA. A Prefeitura deveria ter encaminha à Câmara Municipal, em 2013, o regime urbanístico atualmente aplicável à área, o que ainda não aconteceu.
Além disso, se aprovado o projeto de lei que tramita na Câmara para tombamento do Armazém 7 do cais, situado na área prevista para a construção do centro comercial, alterará necessariamente os planos do empreendimento.
Na condição de arrendante, compete à SPH apurar as “ocorrências contratuais”, e adotar as respectivas medidas administrativas necessárias para a regularização.
Em 17/07/2015 o MPC já alertava: “em que pesem os consistentes elementos indicativos de enquadramento que poderiam resultar na rescisão do contrato firmado, pronuncia-se a necessidade de, em nome dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade – antes de se cogitar da adoção da medida extrema de fixação de prazo para a adoção de medidas voltadas à rescisão contratual –, o Tribunal oportunizar ao Gestor que providencie a verificação e os ajustes necessários quanto ao adimplemento contratual, mantendo-se o acompanhamento quanto aos desdobramentos”.
Se a situação não mudar, “há de se cogitar de retomar a alternativa manifestada pelas Áreas Técnicas, de rescisão contratual“.
 
 
 
 
 
 

Prefeitura restringe informações sobre projeto Cais Mauá

Naira Hofmeister
Uma notinha sem fonte, na coluna de Tulio Milman, na ZH desta terça, 23, informa que a qualquer momento a prefeitura de Porto Alegre pode dar sinal verde para o início das obras do Cais Mauá.
A tramitação do Estudo de Viabilidade Urbanística (EVU), último passo antes da emissão das licenças, está na fase final.
Há mais de um mês o Jornal JÁ está em contato diário com as pastas responsáveis pelo licenciamento: a Secretaria Municipal de Urbanismo (Smurb) e o Gabinete de Desenvolvimento e Assuntos Especiais (Gades) para atualizar o processo. Não tem obtido sucesso.
A Smurb argumenta que, embora tenha concluído a sua parte na análise do EVU, não pode se manifestar porque faltam os pareceres de outras áreas do Executivo municipal, como a Secretaria de Meio Ambiente (Smam), o Departamento Municipal de Águas e Esgotos (Dmae) e Empresa Pública de Transportes e Circulação (EPTC).
Ao Gades, o JÁ solicitou uma entrevista com o secretário Edemar Tutikian, que apenas hoje pediu que fossem enviadas perguntas por e-mail.
A reportagem tampouco obteve retorno aos sucessivos pedidos para acessar um parecer da Procuradoria Geral do Município (PGM) validando os índices construtivos que caducariam, segundo a legislação, em dezembro de 2012.
Projeto entra na pauta da Cauge
Uma reunião nesta tarde, na sede do EdificaPOA, pode acelerar o processo. É o encontro semanal da Comissão de Análise Urbanística e Gerenciamento (Cauge), que poderá colocar o projeto em pauta.
Desde que entregou o Estudo de Impacto Ambiental, nos últimos dias letivos de 2015, o consórcio Cais Mauá do Brasil aguarda a autorização para o início das obras. Na ocasião, o grupo acreditava poder iniciar os trabalhos na área histórica em março deste ano.
Mas já na primeira análise do projeto na Smurb, os técnicos apontaram a necessidade de alterações importantes para adequá-lo à ideia original, ampliando o espaço para o transporte coletivo e os pedestres e qualificando a relação das novas construções com o entorno do Centro Histórico e do Quarto Distrito.
Os arquitetos do empreendimento trabalharam nessas sugestões e já devolveram o projeto à Prefeitura, que agora avalia se pode ou não conceder as licenças ao consórcio. Como o projeto já passou no Conselho do Plano Diretor, essa deve ser a última etapa a ser vencida.
Empreendedores preveem nova alteração societária
Ao Governo do Estado, o consórcio Cais Mauá solicitou recentemente informações sobre como proceder para registrar uma nova alteração no controle acionário. Segundo o diretor geral da Secretaria Estadual de Transportes, Vanderlan Frank Carvalho, trata-se apenas de uma consulta preventiva: “Eles não chegaram a pedir a alteração societária, mas sim qual procedimento deve ser adotado quando essa alteração ocorrer”.
A atual formação do consórcio está sem recursos em caixa – os empreendedores não tem dinheiro sequer para pagar fornecedores, que estão cobrando as dívidas na Justiça. Porém, com a licença para obras em mãos, são aguardados novos investidores e o controle do grupo pode ser modificado novamente.
Um dos problemas mais graves da descapitalização do consórcio foi a suspensão do pagamento da vigilância da área, que é tombada pelo patrimônio público, o que levou as empresas a interromperem o serviço. O Estado precisou assumir essa responsabilidade, mas segundo Frank essa situação durou menos de um mês. “Notificamos o empreendedor e eles retomaram o controle da área”, assegura.

Nova licitação para o Cais Mauá é defendida por 14 deputados

A maior parte da Assembleia Legislativa ignorou o pedido. Era só responder se é contra ou a favor de uma nova licitação para a revitalização do Cais Mauá.
Quem solicitou o posicionamento dos parlamentares foi a Rede Minha Porto Alegre, iniciativa local de uma rede nacional que tenta, via internet, conectar demandas urbanas com o poder público.
O cais está fechado há dois anos. O simples passeio até a beira do Guaíba, para ver o pôr-do-sol do cartão-postal, tornou-se impossível. O investidor está descapitalizado e, mesmo que o projeto não fosse polêmico, o negócio parou.
A Rede Minha Porto Alegre acolheu a pauta do coletivo Cais Mauá de Todos, que defende um projeto para o cais sem arranha-céus, e criou, numa  plataforma chamada Panela de Pressão, um canal para cobrar do Parlamento uma posição.
Foram 690 e-mails pedindo uma nova licitação. Depois, telefonemas para todos os 55 parlamentares, e abordagens pessoais, pedindo que se posicionassem até a sexta-feira, 15/7, último dia de expediente antes do recesso parlamentar de inverno.
Apenas quatorze deputados responderam, justamente os que são favoráveis: Pedro Ruas, do PSol, Manuela d’Ávila e Juliano Roso, do PCdoB, e os petistas Adão Villaverde, Edegar Pretto, Jeferson Fernandes, Stela Farias, Luiz Fernando Mainardi, Valdeci Oliveira, Tarcisio Zimmermann, Zé Nunes, Nelsinho Metalúrgico, Miriam Marroni e Altemir Tortelli.
 
 

Professores da Ufrgs criam comitê para “dissecar” projeto do Cais Mauá

Os docentes se opõem ao modelo licitado pelo Governo do Estado e endossado pela prefeitura da Capital, que relaciona a restauração dos armazéns tombados pelo patrimônio público à viabilidade financeira de um empreendimento, composto por um shopping center, torres de escritórios e estacionamento com mais de cinco mil vagas.
“A defesa do Cais Mauá público e a necessidade de se opor ao plano de mercantilização da área em curso é uma causa altamente meritória.O conhecimento produzido na universidade precisa estar conectado com a realidade social e com a defesa do interesse público, por isso, estamos programados para oferecer estudos que dissecam o conjunto de erros constantes do projeto licitado”, revela um dos idealizadores do comitê, o sociólogo e pesquisador do Observatório das Metrópole, Luciano Fedozzi.
Os professores vem se reunindo desde outubro de 2015. Em janeiro deste ano, promoveram um painel durante o Fórum Social Temático (FST) e em maio, lançaram um manifesto no qual condenam “a ocupação fomentadora de segregação e de elitização” do atual projeto, fato que “contraria o princípio da função social da cidade inscrito no Estatuto da Cidade” sem uma justificativa razoável do poder público para tal decisão.
“Não encontrando explicação tecnopolítica, entendemos que tal empreendimento retrógrado só pode ser explicado pelos interesses escusos de mercantilização de um espaço público de alto valor imobiliário”, conclui o manifesto.
Os professores também somaram esforços junto da Frente Parlamentar e Social em Defesa do Cais Mauá e estão integrados nas atividades do coletivo A Cidade que Queremos – “inclusive participando da discussão sobre ações judiciais”, revela Fedozzi.
A intenção é, de agora em diante, agenda debates sobre pontos do projeto atual como meio ambiente e sustentabilidade, modelo econômico, mobilidade urbana e até a saúde pública. “O que temos não é um projeto para o Cais, mas sim um plano de negócios que tenta reproduzir o que já aconteceu com a mercantilização e a financeirização de outras áreas portuárias e outros espaços públicos degradados ou em desuso em várias cidades do mundo”, lamenta Fedozzi, cujos estudos no Observatório das Metrópoles se debruçam sobre este tema.
O sociólogo salienta que o caso do Cais Mauá não é único no Brasil. “Nesse momento, está ocorrendo o mesmo processo no Cais José Estelita, em Recife, e no Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. É uma concepção atrasada que tenta se fazer passar como “modernização” do espaço urbano. No caso de Recife já houve uma decisão liminar da justiça suspendendo o processo. Lá ocorreu grande mobilização da população e com participação de professores”, observa.
Alunos serão bem-vindos
Por enquanto, o grupo é composto apenas por professores e pesquisadores da Ufrgs. “Até pela urgência dos fatos, já que nosso ingresso coletivo foi um pouco tardio, reunimos primeiro o corpo docente”, avalia Luciano Fedozzi.
Entretanto, o sociólogo acredita que há interesse não apenas de alunos da instituição, mas também de servidores de carreira em participar do debate. “Há pessoas que já participam a mais tempo das atividades e de movimentos como o Ocupa Cais Mauá e do Movimento em Defesa Pública da Alegria. Então é provável que esse comitê da Ufrgs venha a ser ampliado”, espera.
Ele esclarece que o grupo não representa a universidade “como instituição”: “Não haveria condições para essa tomada de posição da Reitoria porque isso exigiria consenso total entre a comunidade de docentes”.
“O que temos é um grupo que já soma, hoje, 115 professores, que está contribuindo, por um lado, para fortalecer o campo de setores sociais que vem lutando para exigir a rescisão do contrato e a abertura de diálogo com a cidade sobre o destino a ser dado para o Cais Mauá”, conclui.
 

Manifesto de Professores da UFRGS em defesa do Cais Mauá

Nós, grupo de professores e pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, cumprindo a função obrigatória de colaboração com a sociedade e as políticas públicas do país, vimos a público manifestar nossa posição contrária ao empreendimento previsto para a reocupação do Cais Mauá, berço da cidade de Porto Alegre e patrimônio histórico, cultural e paisagístico da capital do Rio Grande do Sul. Somos totalmente favoráveis a que seja viabilizado um novo uso a esse espaço público de crucial importância para a história da cidade, mas não nos moldes preconizados pela administração municipal.
O empreendimento previsto para a área pública do Cais Mauá expressa uma concepção anacrônica em termos urbanísticos, sociais, ambientais e políticos. Fundamenta-se em um paradigma urbanístico já superado há pelo menos duas décadas, como demonstra a literatura e os casos exitosos de reformas que vêm sendo implementadas países centrais e da América Latina. Tomando como referência o princípio técnico consagrado de que um bom lugar é aquele com animação e o que a gera é a diversidade, entendemos que áreas especializadas devem ser evitadas ou enfrentadas por meio de políticas públicas visando à diversidade. Construir prédios monofuncionais, como são os shopping-centers ou edifícios-garagem, prédios comerciais por excelência, não tornará o Cais Mauá um bom lugar para a convivência dos porto-alegrenses.
Da mesma forma, é um contrassenso que a Prefeitura de Porto Alegre realize um empreendimento que prevê a atração de milhares de veículos privados em uma área já congestionada. O transporte público de qualidade associado a outros modais não poluentes, como as bicicletas, são meios que expressam não somente a democratização do espaço – limitando o “carrocentrismo” – mas, também, o enfrentamento dos problemas ambientais. Porto Alegre é a metrópole do país com o segundo pior índice de poluição do ar.
Ainda, a preservação da paisagem urbana e do patrimônio histórico e cultural é um ativo fundamental para a atração de pessoas e afirmação da identidade dos lugares. Nossa cidade tem o privilégio de ter uma imagem clara e estabelecida, mas no lugar de aperfeiçoá-la permitindo usos públicos para recreação, lazer e turismo, propõe-se sua descaracterização. O desenho do empreendimento desvaloriza o caráter singular, natural e histórico do lugar.
Por princípio, espaços públicos qualificados atraem pessoas, gerando recursos, polarizando atividades econômicas complementares e compatíveis com atividades culturais, recreativas e de lazer, valorizando o entorno e diminuindo a insegurança. O empreendimento previsto trará uma ocupação fomentadora de segregação e de elitização. Contraria, portanto, o princípio da função social da cidade inscrito no Estatuto da Cidade.
Não encontrando explicação tecnopolítica, entendemos que tal empreendimento retrógrado só pode ser explicado pelos interesses escusos de mercantilização de um espaço público de alto valor imobiliário. A esse respeito, o argumento da necessidade imperiosa de parceria público-privada para a reocupação do Cais Mauá é descabido e soa falacioso. O custo previsto para a recuperação dos armazéns do Cais é de cerca de R$ 43 milhões. Ora, a obra que está sendo realizada na orla do Guaíba com recursos oriundos de financiamento obtidos pela Prefeitura (entre a Usina do Gasômetro e a rótula das Cuias) está estimada em R$ 62 milhões. Um simples cálculo demonstra que os armazéns do Cais Mauá poderiam ser restaurados realisticamente com recursos mobilizados pelo município.
Justamente a capital que se destacou no mundo pela prática da democracia participativa, é lamentável que uma decisão de tamanha importância, para a identidade da cidade, não tenha tido qualquer abertura para o debate com a sociedade. Em vez de chamada pública para o concurso de projetos urbanísticos, prática que permite a pluralidade de ideias e concepções, o que se viu foi uma prática de cima para baixo e o rechaço aos apelos para uma verdadeira abertura do debate público sobre a reocupação do Cais Mauá.
Pelas razões expostas, nos somamos aos movimentos sociais e instituições profissionais, apelando para que a atual gestão da Administração Municipal rescinda o contrato com o consórcio Cais Mauá S.A., e abra ampla discussão com a sociedade porto-alegrense sobre o destino a ser dado para o importantíssimo espaço público do Cais Mauá.

  • Adriana Dorfman. Doutora em Geografia. Departamento e Programa de Pós-Graduação em Geografia. Instituto de Geociências
  • Adriana Schmidt Dias. Doutora em Arqueologia. Departamento de História.
  • Alessander Kerber. Doutor em História. Departamento de História e Programa de Pós-Graduação em História
  • Alexandre Virgínio. Doutor em Sociologia. Departamento de Sociologia.
  • Álvaro Krüger Ramos. Doutor em Matemática. Instituto de Matemática e Estatística
  • Anderson Zalewski Vargas. Doutor em História. Departamento e Programa de Pós-Graduação em História
  • Aragon Erico Dasso Junior. Doutor em Direito. Departamento de Ciências Administrativas
  • Álvaro Luiz Heidrich – Doutor em Geografia. Departamento de Geografia e Programa de Pós Graduação em Geografia.
  • Alzira Maria Baptista Lewgoy. Doutora em Serviço Social. Departamento de Serviço Social
  • Antonio David Cattani. Professor Titular do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia
  • Arlei Sander Damo – Doutor em Antropologia. Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social
  • Bernardo Lewgoy. Doutor em Antropologia. Departamento e Programa de Pós Graduação em Antropologia Social
  • Caleb Faria Alves. Doutor em Antropologia. Departamento de Antropologia Social.
  • Carla Brandalise. Doutora em História. Departamento de História
  • Carlos Alberto Saraiva Gonçalves. Doutor em Bioquímica. Departamento de Bioquímica
  • Carlos Schmidt. Doutor em Socioeconomia do Desenvolvimento. Docente aposentado do Departamento de Economia.
  • Cássio da Silva Calvete. Doutor em Economia Aplicada. Faculdade de Ciências Econômicas
  • Cláudia Zanatta. Doutora em Arte Público y Poéticas Visuais. Departamento e Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais. Instituto Artes
  • Cinara Rosenfield. Doutora em Sociologia. Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia.
  • Cornelia Eckert. Doutora em Antropologia. Departamento e Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social
  • Darci Campani – Mestre em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental. Departamento de Engenharia Mecânica
  • Débora da Silva Soares. Departamento de Matemática Pura e Aplicada
  • Demetrio Luis Guadagnin. Departamento de Ecologia.
  • Denise Zancan. Departamento de Fisiologia. ICBS
  • Domingos Sávio Dresch da Silveira. Mestre em Direito. Faculdade de Direito.
  • Eber Marzulo. Doutor em Planejamento Urbano e Regional. Departamento de Urbanismo e do Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional.
  • Eglê Kohlrausch. Doutora em Enfermagem. Departamento de Assistência e Orientação Profissional. Escola de Enfermagem.
  • Eduardo Filipi. Doutor em Economia. Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Economia
  • Elisabete Zardo Búrigo  – Instituto de Matemática e Estatística..
  • Emerson Giumbelli. Doutor em Antropologia. Departamento e Programa de Pós Graduação em Antropologia
  • Enio Passiani. Doutor em Sociologia. Departamento de Sociologia
  • Eunice Kindel. Doutora em Educação. Ensino de Ciências da Faculdade de Educação
  • Fabio Meira – Doutor em Administração. Escola de Administração e do Programa de Pós-Graduação em Administração.
  • Felipe Gonçalves Silva. Doutor em Filosofia. Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Filosofia
  • Fernando Coutinho Cotanda. Doutor em Sociologia. Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia
  • Fransciso Marshall. Doutor em História. Departamento e do Programa de Pós-Graduação em História
  • Francisco Egger Moellwald. Doutor em Educação. Departamento de Ensino e Currículo da Faculdade de Educação da UFRGS.
  • Gisele Secco. Doutora em Filosofia. Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Filosofia
  • Gislei Domingas Romanzini Lazzarotto. Doutora em Psicologia. Instituto de Psicologia.
  • Glaucia Campregher. Doutorado em Ciências Econômicas. Faculdade de Ciências Econômicas
  • Glenda Pereira da Gruz. Doutora em História Ibero-Americana. Professora aponsentada do Departamento de Arquitetura. Faculdade de Arquitetura
  • Guilherme Dornelas Camara. Doutor em Administração. Escola de Administração
  • Gustavo Grohmann. Doutor em Ciência Política. Departamento de Ciência Política.
  • Helen Osório. Doutora em História. Departamento de História.
  • Helena Maria Cabeda Petrucci. Faculdade de Arquitetura
  • Heleniza Ávila Campos. Doutora em Geografia. Departamento de Urbanismo e do Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional.
  • Hélio Custódio Fervenza. Doutor em Artes Plásticas. Departamento de Artes Visuais e do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais do Instituto de Artes.
  • Icleia Borsa Cattani – Doutora em história da arte. Professora aposentada do Instituto de Artes
  • Jalcione Almeida. Doutor em Sociologia. Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia
  • Joacir T N Medeiros. Instituto de Física
  • João André Jarenkow. Departamento de Botânica – UFRGS
  • João Farias Rovati. Doutor em Arquitetura e Urbanismo. Departamento de Arquitetura e Urbanismo e do Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional
  • João Werner Falk. Doutor em Medicina. Departamento de Medicina Social. Faculdade de Medicina
  • Jônadas Techio. Doutor em Filosofia. Departamento de Filosofia
  • José Carlos Baracat Junior. Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas. Instituto de Letras
  • Júlio Celso Borello Vargas. Doutor em Sistemas de Transporte. Faculdade de Arquitetura
  • Karl Monsma. Doutor em Sociologia. Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia
  • Lorena Fleury. Doutora em Sociologia. Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia
  • Lorena Holzmann. Doutora em Sociologia. Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Dociologia
  • Luciana Lima. Doutora em Ciencias Sociais. Curso de Políticas Públicas e Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas
  • Luciana Neves Nunes. Doutora em Matemática. Instituto de Matemática e Estatística
  • Luciano Fedozzi. Doutor em Sociologia. Departamento e Programa de Pós-Graduação em Sociologia
  • Luiz Augusto E. Faria. Doutor em Economia. Departamento de Economia e Relações Internacionais e Programa de Pós-Graduação em Estudos Estratégicos Internacionais
  • Luis Artur Costa. Doutor em Informática na Educação. Departamento de Psicologia Social e Institucional e do Programa de Pós-graduação em Psicologia Social e Institucional
  • Luis Felipe Nascimento. Doutor em Economia e Meio Ambiente. Escola de Administração
  • Maíra Baumgarten. Doutora em Sociologia. Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia
  • Maíra Rossato. Doutora em geografia. Colégio Aplicação
  • Marcelo Kunrath da Silva. Doutor em Sociologia. Departamento e Programa de Pós-Graduação em Sociologia
  • Marco Paulo Stigger. Doutor em Educação Física. Escola Superior de Educação Física e do Programa de Pós-Graduação em Educação Física
  • Marcelo Milan. Doutorado em Economia. Departamento de Economia e Relações Internacionais
  • Mariana Baldi. Doutora em Administração e Departamento e Programa de Pós-Graduação em Administração
  • Maria Ceci Araujo Misoczky. Doutora em Administração. Departamento e Programa de Pós-Graduação em Administração
  • Maria Eunice Maciel. Doutora em Antropologia. Departamento e Programa de Pós Graduação em Antropologia
  • Maria Ines Azambuja. Doutora em Medicina. Faculdade de Medicina Saúde Urbana.
  • Maria Ivone dos Santos. Doutora em Artes. Departamento de Artes Visuais e Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais do Instituto de Artes.
  • Maria Tereza Flores Pereira. Doutora em Administração. Escola de Administração
  • Marilis Lemos Almeida Doutor em Sociologia. Departamento e Programa de Pós-Graduação em Sociologia
  • Mathias Seibel Luce. Doutor em História. Departamento de História e Programa de Pós-Graduação em História.
  • Melissa Pimenta. Doutora em Sociologia. Departamento de Sociologia.
  • Miriam Telichevesky. Doutora em Matemática. Instituto de Matemática e Estatística
  • Mônica Torres Bonatto. Doutora em Educação. Colégio de Aplicação/UFRGS
  • Nelson Luiz Sambaqui Gruber. Doutor em Geociências. Departamento de Geografia
  • Nina Simone Vilaverde Moura.  Doutora em Geografia. Departamento Geografia e Programa de Pós Graduação em Geografia
  • Paulo Abdala. Doutor em Administração. Escola de Administração.
  • Paulo Francisco Slomp. Doutor em Educação. Faculdade de Educação.
  • Paulo Roberto Rodrigues Soares. Doutor em Geografia. Departamento Geografia e do Programa de Pós Graduação em Geografia
  • Pedrinho Arcides Guareschi. Doutor em Psicologia Social. Departamento de Psicologia Social e Institucional
  • Pedro Costa. Doutor em Administração. Escola de Administração
  • Rafael Kruter Flores. Doutor em Administração. Departamento e Programa de Pós-Graduação em Administração
  • Raphael Zillig. Doutor em Filosofia. Departamento de Filosofia
  • Raquel Weiss. Doutora em Sociologia. Departamento e Programa de Pós-Graduação em Sociologia
  • Regina Celia Lima Xavier. Doutora em História. Departamento e Pós-Graduação em Historia
  • Regina Weber. Doutora em Historia. Departamento de História.
  • Renato Paulo Saul. Doutor em Sociologia. Professor Titular aposentado Departamento de Sociologia
  • Rita Sobreira Lopes – Doutora em Psicologia. Instituto de Psicologia.
  • Robert Ponge. Doutor em Letras. Professor Titular aposentado do Instituto de Letras e docente convidado permanente do PPG em Letras.
  • Roberto Verdum. Doutor em Geografia. Departamento Geografia e Programa de Pós Graduação em Geografia
  • Robinson Achutti. Doutor em Antropologia Visual. Departamento e Programa de Pós-Graduação do Instituto de Artes
  • Ronaldo Herrlein Jr. Departamento de Economia e Relações Internacionais. Faculdade de Ciências Econômicas.
  • Rosa Angela Chieza- Departamento de Economia e Relações Internacionais. Faculdade de Ciências Econômicas.
  • Rosimeri Carvalho da Silva. Doutora em Administração. Escola de Administração e Programa de Pós-Gradução em Administração
  • Rúbia Vogt. Mestre em Filosofia. Colégio de Aplicação.
  • Sheila Borba. Doutora em Sociologia. Departamento de Sociologia
  • Simone Mainieri Paulon. Doutora em Psicologia. Instituto de Psicologia
  • Sílvia Altmann. Doutora em Filosofia. Departamento e Programa de Pós-Graduação de Filosofia da UFRGS
  • Silvia Regina Ferraz Petersen. Doutora em História. Departamento de História
  • Suzi Camey. Doutora em Epidemiologia. Departamento de Estatística. Diretora do Instituto de Matemática e Estatística.
  • Sueli Goulart. Doutora em Administração. Escola de Administração
  • Taís C. E. Frizzo. Colégio de Aplicação
  • Takeyoshi Imasato. Doutor em Administração. Departamento e Programa de Pós-Graduação em Administração
  • Vanessa Marx. Doutora em Ciência Política. Departamento de Sociologia
  • Vera Lima. Doutora em Química Farmacêutica Medicinal. Faculdade de Farmácia e Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas
  • Virgínia Maria Rodrigues. Doutora em Matemática. Instituto de Matemática. Departamento de Matemática Pura e Aplicada.
  • Zita Possamai. Doutora em História. Coordenadora da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação. Programa de Pós-Graduação em Educação.
  • Walter Nique. Doutor em Marketing. Departamento e Programa de Pós-Graduação em Administração

Audiência Pública do Cais Mauá é aprovada na Assembleia

A Comissão para Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa aprovou na manhã desta terça-feira a realização de uma audiência pública para debater as perspectivas de efetivação do projeto de revitalização do Cais Mauá. O requerimento foi proposto pelo deputado estadual Tarcísio Zimmermann (PT). A data e o local da atividade ainda não estão definidas.
Recentemente o Jornal JÁ noticiou que o consórcio responsável pelo projeto admitiu que está em dificuldades financeiras, com várias dívidas e sem condições de pagar até mesmo pela segurança da área.
“Vimos que sequer conseguem manter a segurança de um espaço tão nobre como é o Cais do Porto. Isso é preocupante. Se algo acontecer com os armazéns? Por isso solicitamos a audiência para esclarecer os fatos”, destacou Zimmermann.
A audiência vem ao encontro dos trabalhos da Frente Parlamentar e Social por um Cais Mauá de Todos, formada recentemente por deputados, vereadores e diversos movimentos sociais e entidades que têm uma visão alternativa ao futuro do Cais Mauá.
Serão convidados para participar da audiência pública representantes da Secretaria de Portos e Hidrovias do Estado (SPH), do Consórcio Cais Mauá do Brasil, do Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul (TCE/RS), da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Rio Grande do Sul (IPHAE), do Ministério Público Estadual, dos integrantes da Frente Parlamentar e Social por um Cais Mauá de Todos e demais interessados na atividade.

Cais Mauá de Todos: "éramos 120 no abraço do último sábado"

O coletivo Cais Mauá de Todos enviou uma correspondência ao JÁ corrigindo os números publicados na cobertura do abraço ao Cais Mauá, ocorrido no último sábado (7), diante do pórtico central.
“Prezados da redação do Jornal Já,
Recebemos com alegria a matéria sobre o evento que promovemos no último sábado dia 7 de maio, porém, pedimos que reavaliem o número divulgado de público.
Pela nossa contagem estavam presentes cerca de 120 pessoas às 17 horas, como pode ser visto no vídeo captado pelo Conexões Globais, do Marcelo Branco. Nesta hora o Abraço se estendeu do pórtico até a parada de ônibus da avenida Mauá.
Já à noite na festa fizemos outro abraço com o pessoal da Marcha da Maconha, e a extensão foi do pórtico até a sinaleira. Estamos também com um vídeo em nossa página do facebook.
Juntando os públicos tivemos então uma dobradinha de uns 120 pela tarde e mais 90 pela noite.
Números são importantes, a presença de pessoas, pela sua representatividade cidadã e política também; tudo importa na sala midiática em que vivemos.
O Jornal Já tem se destacado em aprofundar o tema do Cais Mauá com o Dossiê, vem ocupado um papel importante na imprensa, e sendo um contraponto importante em Porto Alegre e servindo a pauta para o jornal do Arroio Dilúvio.
Parabenizamos e agradecemos a cobertura, mas também solicitamos que avaliem nossas ponderações do número de participantes.
Atenciosamente,
Comunicação Cais Mauá de Todos”