Conflito em São Paulo pode detonar bomba da habitação popular no país

A violência, que tumultuou o centro de São Paulo, ontem, começou com a remoção de 600 sem teto que ocupavam um hotel, abandonado havia dez anos, na Avenida São João.
Os ocupantes estavam lá há seis meses e resistiram à ordem judicial.
Foram quase 12 horas de conflito. Um ônibus foi incendiado, lojas foram saqueadas, 90 pessoas foram presas e a Polícia Militar identificou pelo menos dez integrantes do movimento dos black blocs entre os manifestantes.
Pode ser um fato isolado.  Mas se a fagulha da questão habitacional se espalhar pode detonar um barril de pólvora, cuja explosão atingirá todas as grandes cidades, como ocorreu com as manifestações de junho de 2013, que começaram como protesto contra o aumento das tarifas de ônibus.
O problema da habitação popular, como a alta tarifa e o serviço precário do transporte público, é uma doença crônica da vida nacional.
Porto Alegre, por exemplo, tem neste momento 24 ocupações em áreas privadas e duas em áreas públicas em processo de reintegração de posse.
Vivendo precariamente em vilas irregulares, há mais de 200 mil pessoas em Porto Alegre.(E.B.)

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  1. Um lembrete para refrescar a memória dos mais jovens: o déficit habitacional do Brasil é estimado em 7 milhões de casas, o mesmo número de 50 anos atrás, quando o governo criou o Banco Nacional de Habitação. Nesse tempo a população cresceu de 70 milhões para 200 milhões de pessoas. O déficit caiu de 10% para 3,3%, diria um otimista, mas não deixa de ser vergonhoso. Com a extinção do BNH, a missão habitacional passou para a Caixa, que parece mais preocupada em financiar a indústria da construção civil do que em prover casa para os pingentes do trem da economia.

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