Até o presidente Lula acha que o Fórum Social Mundial tem que ir além da crítica ao neoliberalismo e definir uma lista mínima de propostas concretas para tornar um novo mundo possível.
“Não adianta sair daqui com uma pilha de papéis que depois ninguém vai ler”, disse Lula no discurso que fez nesta terça-feira, 26, no ginásio Gigantinho.
Embora sem usar a expressão, ele sugeriu uma “agenda mínima” que possa resultar numa ação unificada de todos os movimentos que compõem o Fórum.
Lula deu, inclusive, uma sugestão aos organizadores do FSM: promover uma campanha em todos os continentes para ajudar a reconstruir o Haiti.
A idéia de uma pauta de iniciativas que possam dar unidade às ações dos movimentos de todos os continentes que integram o FSM tem sido sugerida pelos principais participantes dos debates que se realizam em Porto Alegre e as cidades da região metropolitana.
Inclusive alguns dos idealizadores do fórum, como o jornalista francês Bernard Cassen, do Le Monde Diplomatique, tem insistido nessa postura “mais propositiva” para dar mais consistência ao movimento.
Ainda há, no entanto, resistência, entre muitos dos conferencistas mais influentes, que acham a idéia de “agenda mínima” uma prática da antiga esquerda, que poderá engessar o movimento e tirar uma de suas características mais fortes, que é a autonomia das entidades que integram o FSM.
É de se prever que este será o tema central no seminário de encerramento, quando se fará um relatório das discussões, na tentativa de definir os rumos do movimento que comemora os seus 10 anos em 2010.