No dia 15 de novembro, a Feira do Livro de Porto Alegre recebe Rafael Guimaraens, Elmar Bones, José Antônio Vieira da Cunha, Edgar Vasques e Ayrton Centeno para falar da obra ‘Coojornal, um jornal de jornalistas sob regime militar’. O debate acontece às 18h na Sala Oeste do Santander Cultural.
Em seguida, Guiamaraens, Bones e Centeno estarão na Praça de Autógrafos, a partir das 19h30min. A Feira do Livro acontece na Praça da Alfândega, no Centro da Capital.
O LIVRO
O livro tem 272 páginas. O livro reproduz algumas das principais reportagens, cerca de 30, transcritas na íntegra, envolvendo nomes como Leonel Brizola, Chico Buarque de Hollanda, Henfil, Elis Regina, José Lutzenberger, Golbery do Couto e Silva, Dom Vicente Scherer, entre outros. Acompanha um DVD com documentário de uma hora de duração. Alem de um breve histórico do mensário, traz ainda charges, ilustrações e fotos originais da época.
A SELEÇÃO
Ao longo de sete anos, foram produzidas 78 edições do Coojornal, mais duas especiais e duas de humor. As reportagens no livro foram escolhidas pelos jornalistas Elmar Bones, Ayrton Centeno e Rafael Guimaraens, após várias consultas junto a integrantes da Cooperativa.
As matérias estão apresentadas na forma em que foram publicadas originalmente e transcritas de acordo com a nova ortografia.
OPOSIÇÃO
O Coojornal representou um caso bem sucedido de trabalho cooperativado, onde trabalhadores associados conseguiram sustentar, por anos e com autonomia, um jornal crítico da ideologia dominante, tendo sido a única cooperativa importante de jornalistas a explorar a fundo e de forma consciente o ideal cooperativo.
“A principal função ideológica do Coojornal, ao longo de sua história, foi o fortalecimento da oposição ao regime ditatorial”, explica um dos autores, Rafael Guimaraens..
A publicação apoiou direta ou indiretamente partidos políticos e movimentos sociais de oposição, apresentando matérias críticas sobre questões nacionais e internacionais (especialmente latino americanas) de política, economia e cultura. Tratou de ditaduras latino americanas dos anos 1960 e 1970 e suas práticas repressivas (Brasil em especial); Operação Condor; conservadorismo de setores da Igreja Católica; greves, sindicalismo, cooperativismo e lutas dos trabalhadores; grande imprensa; guerrilha; imperialismo; corrupção; violência contra mulheres e crianças; dentre outros temas.
O Coojornal atingiu seu ápice financeiro em meados de 1977, possuindo 260 pontos de venda em Porto Alegre. No final dos anos 1970, uma matéria sobre a quantidade de cidadãos cassados durante a ditadura militar (4.682 até então) afastaria grande parte da publicidade e marcaria o início de sua derrocada. Entre os autores das matérias figuram Caco Barcellos, André Pereira, Eduardo Bueno e Luis Claudio Cunha.