Atos contra a corrupção no dia da criança

A segunda onda de protestos popularizada como Marcha Contra a Corrupção conseguiu mobilizar, novamente, milhares de manifestantes em várias capitais.
Novos atos já estão programados para o feriado do dia 15 de novembro. É  com mais organização os manifestantes pretendem acompanhar de perto a  decisão do Supremo em relação à ficha limpa, que pode ser julgada ainda  este ano.
Protestos foram convocados em ao menos 25 cidades de 18 estados em todas as regiões do país, principalmente articulados nas redes sociais e blogs.
Organizadores já planejam uma ONG para nacionalizar o movimento. O aviso é da turismóloga Lucianna Kallil, uma das fundadoras do Movimento Contra a Corrupção www.movimentocontraacorrupcao.org.br, com sede em Brasília, e que levou cerca de 20 mil pessoas a marcharem contra a corrupção na Praça dos Três Poderes.
A caminhada teve a participação de pessoas de todas as idades, que a pé, de bicicleta e alguns até levando seu animal de estimação, se manifestavam, por meio de vassouras e faixas com frases contra a corrupção.
Luciana explica que a intenção da nova marcha foi sensibilizar os ministros do STF de que o povo brasileiro deseja a aplicação da Ficha Limpa nas eleições municipais de 2012.
Lucianna Kallil conta que grupos como o Nas Ruas www.facebook.com/nasruas e Basta www.facebook.com/diadobasta serviram de referência para que ela, sua irmã, a publicitária Daniella Kallil, e o amigo Walter Magalhães resolvessem se organizar e fundar a ONG.
O movimento conta com o apoio de 51 entidades de representação nacional, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), entre outras. Além da ficha limpa, os atos de ruas pedem o fim do voto secreto no Congresso e a inclusão da corrupção como crime hediondo.
Novos atos já estão programados para o feriado do dia 15 de novembro. É com mais organização os manifestantes pretendem acompanhar de perto a decisão do Supremo em relação à ficha limpa, que pode ser julgada ainda este ano.
Porto Alegre teve protesto na Redenção
Em Porto Alegre, o clima pouco convidativo desta quarta-feira, 12 de outubro, afastou muitos manifestantes do protesto ocorrido no Parque Farroupilha. Cerca de 100 pessoas participaram do encontro.
Foi o protesto mais tímido que ocorreu na capital gaúcha desde a primeira convocação através das redes sociais. Nos dois desfiles cívico-militares de setembro (no dia 7, o da Independência do Brasil, e no dia 20, a revolução Farroupilha), foram centenas de manifestantes.
Algumas pessoas participaram pela primeira vez, como o empresário Guimarães Jr.
– Eu só reclamava dos problemas que via. Até achava bacana quando lia no jornal que tinham feito uma passeata, mas não ia. Eu era um acomodado, mas quero começar a mudança por mim mesmo, disse.
Já para Bruno Benfica, analista de sistema, que soube do protesto pela rede social, falta à manifestação fatos concretos contra o que protestar. “Está se cobrando contra a corrupção, mas ninguém sabe do que se está falando exatamente. Político corrupto virou uma generalização, mas o pessoal não se interessa por política efetivamente. Falta a juventude se aprofundar um pouco mais para saber exatamente o que está acontecendo”, concluiu.