Foto: Ricardo Stricher / PMPA
O trecho da Cristóvão Colombo, entre a Alberto Bins e Ramiro Barcellos está recebendo asfalto novo a partir de hoje. As obras fazem parte de um programa da SMOV que pretende revitalizar os corredores de ônibus da capital. Os trabalhos de recapamento na Cristóvão devem ser concluídos no sábado.
A idéia é recapar todos os locais aonde o pavimento não resistiu ao tráfego pesado dos ônibus e afundou, formando uma trilha. Receberam serviço de fresagem, também, trechos dos corredores da João Pessoa, Protásio Alves e Osvaldo Aranha. Estima-se que serão utilizadas 250 toneladas de asfalto para a regularização de todos os corredores da cidade.
Iniciada em junho de 2008, a segunda etapa do programa recuperou, até o momento, cerca 34,6 quilômetros de vias em locais de grande circulação, como Ipiranga, Assis Brasil, Edgar Pires de Castro, Vicente Monteggia, A. J. Renner, Sertório e Cristóvão Colombo. No total, foram aplicadas 51 mil toneladas de asfalto.
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Comerciantes reagem a obras do conduto na Cristóvão
Adesivos nas vitrines mostram a preocupação dos lojistas (Fotos: Carla Ruas/JÁ)
Carla Ruas
Desde que os moradores da rua Marquês do Pombal conseguiram alterar a rota do Conduto Àlvaro Chaves-Goethe para salvar as árvores que formam o “túnel verde”, os comerciantes da avenida Cristóvão Colombo, entre Dr. Timóteo e Félix da Cunha, começam a se organizar com o mesmo objetivo.
Os lojistas temem que o bloqueio da pista e as escavações na rua afastem a clientela. “Se a minha calçada ficar esburacada durante o segundo semestre vou ter que fechar” avisa o proprietário da loja Raízes Livraria e Diskeria, Edison Freitas. Ele é um dos organizadores do movimento composto por cerca de 20 pessoas empresários da regiãio.
O grupo está se reunindo uma vez semana para planejar ações, já iniciou um abaixo assinado, e expôs faixas e adesivos nas vitrines e nas fachadas, com os dizeres: “Sim ao comércio da Cristóvão. Não ao conduto”. A idéia´é entregar o manifesto ao prefeito nos próximos dias.
Apesar do protesto, Freitas diz que é a favor do projeto. “Sou porto-alegrense, sei que vai ser bom para a cidade, que vai diminuir os alagamentos. Mas temos que pensar primeiro nas pessoas, nos seus empregos. Se o movimento despencar, as demissões serão inevitáveis”. A solução proposta pelo movimento é que a Prefeitura espere até janeiro para começar a obra. “No verão, nosso movimento cai 50%”.
Apesar da pressão, o Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) divulgou nota oficial informando que não existe a possibilidade de alterar novamente o trajeto ou atrasar o cronograma da empreitada. No projeto original, esse trecho da Cristóvão Colombo, entre Dr. Timóteo e Félix da Cunha, já estava na lista das vias que sofreriam a intervenção.
Freitas mostra o abaixo-assinado que será entregue ao prefeito
A única diferença causada pelo desvio da Marquês do Pombal é a maior profundidade dos buracos. “O tempo do trabalho será o mesmo, o encanamento segue com 1,20 metro de diâmetro. A novidade é construção de galerias pluviais”, explica o diretor-geral do DEP, Ernesto Teixeira. A previsão é o trabalho demore 60 a 70 dias. Nesse período, uma pista da avenida será bloqueada.
O DEP enfatiza que é essencial a passagem do conduto pela Cristóvão Colombo, o que permite que a água seja levada ao Lago Guaíba por pressão. Para esclarecer o caso para os moradores, empresários e trabalhadores da região, uma reunião está marcada para a quarta-feira 21 de junho, às 19h30, na Associação Cristóvão Colombo (Rua Câncio Gomes, 786).
O conduto é a maior obra de drenagem urbana dos últimos 30 anos em Porto Alegre. Teve início em 2 de maio de 2005. O objetivo é controlar os alagamentos em pontos críticos de nove bairros da Capital, como a avenida Goethe. Com investimento de R$ 43,1 milhões, tem financiamento de 66% do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e 34% de contrapartida da Prefeitura. O trabalho deve durar 24 meses para ser concluído.
Moinhos de Ventos no buraco
Graças às obras do Conduto Álvaro-Chaves Goethe, “canteiro de obras” é a expressão que melhor resume a condição atual das principais vias do Moinhos de Vento e oito bairros dos arredores. Atualmente, a Cristóvão Colombo e a Coronel Bordini estão com trechos interrompidos que não serão liberados antes de novembro e dezembro, respectivamente.
O trânsito, especialmente na Marquês do Pombal – utilizada como desafogo da Cristóvão –, está caótico. Buzinas e o motor das máquinas acabam com a tranqüilidade do bairro. Além da poeira acumulada e da dificuldade de acesso a determinadas áreas cujos retornos são longos. Os pedestres são prejudicados pela redução das calçadas – que constantemente são utilizadas como “via alternativa” por motoboys apressados.
A construção começou em 2005 e a previsão inicial para conclusão era julho deste ano, mas um desvio na Marquês do Pombal – que evitou a derrubada do recém declarado Túnel Verde – provocou um adiamento.
O diretor de obras do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), Sérgio Zimmermann, assegura que estará pronto até o fim do ano. “A Cristóvão vai estar concluída este mês, depois, é a vez da Bordini”.
Mas não recebe muito crédito de moradores e comerciantes da região, cansados dos transtornos que duram dois anos. Ainda assim, a maioria admite a importância da obra que deve terminar com as inundações causadas pela insuficiência da rede pluvial.
Interrupção do trânsito e das vendas
O uruguaio Eduardo Anqueres é o dono da pastelaria El Cuervo, inaugurada há seis meses na Cel. Bordini, e nunca recebeu clientes vindos de carro. A rua está fechada desde que a casa abriu e o uruguaio contabiliza 40% de prejuízo. “Os comerciantes e a sociedade estão reféns da incompetência da Prefeitura e da empreiteira”, ataca.
Empreendedores da Cristóvão temem uma repetição dos transtornos do final de 2006, quando promoveram uma campanha para evitar as obras na época do Natal. Amanda, gerente da loja da Boticário da galeria Esplanada Center, conta que muitos comerciantes deixaram o empreendimento por conta da dificuldade de acesso, barulho e poeira que todos os dias afastam os clientes.
Buraco na Bordini completou um ano em agosto
Uma cratera e uma tela laranja é o que Humberto Carvalho enxerga a cada vez que sai de seu prédio, na Cel. Bordini. A obra parou ali para não trancar a Marquês do Pombal enquanto a Cristóvão não fica pronta. A demora gerou um protesto em agosto, quando o buraco completou um ano.
A principal reclamação é a retirada da calçada, que custou caro aos moradores. “Quero ver se vão botar de volta ou se só vão jogar cimento”, explica.
Com a chegada do calor, a preocupação deve aumentar porque a água acumulada no buraco pode causar a proliferação da dengue.
O diretor do DEP explica que todas as calçadas serão arrumadas, mas que as que eram feitas de pedras específicas serão refeitas com basalto, como determina a Legislação de Porto Alegre. (Reportagem de Alexandre Haubrich)