O debate da Record confirmou o que os outros quatro promovidos por emissoras de televisão já haviam deixado claro: ainda não se encontrou um formato que permita um verdadeiro confronto de idéias e propostas entre diversos candidados que disputam o primeiro turno.
A preocupação em dar oportunidades iguais a todos e o medo de infringir as rígidas regras eleitorais, acabam por restringir os embates entre candidatos. O resultado é uma repetição cansativa dos discursos já repetidos à exaustão no horário eleitoral.
Neste domingo, os poucos momentos de tensão capazes de impedir o telespectador de cochilar diante da tevê, foram patrocinados por Luciana Genro, candidata do Psol, e por Onyx Lorenzoni, do Dem.
Luciana, embalada pelo crescimento nas últimas pesquisas, ampliou seus ataques principalmente à candidata petista Maria do Rosário, sua colega na Câmara Federal.
Onyx, com a campanha em dificuldades financeiras, procurou desgastar Fogaça e lançar pontes em direção à Manuela D´Avila, preparando terreno para um eventual acordo no segundo turno.
Luciana Genro, que cresceu três pontos nas últimas pesquisas demonstrou estar acreditando que pode ser “a zebra da vez”, a candidata sem chance que acaba no segundo turno pelo “voto útil”, como aconteceu nas duas últimas eleições estaduais. Partiu para o ataque.
Ela igualou acusou o PT, PMDB e PCdoB de estarem mais preocupados com o loteamento de cargos e lembrou que estes partidos estão disputando votos em Porto Alegre, mas estão aliados em Brasília na sustentação ao governo Lula.
Os ataques mais fortes e diretos, no entanto, foram dirigidos à Maria do Rosário, a quem acusou de ter se aliado ao ex-ministro José Dirceu, “o mentor do mensalão” para derrotar as principais lideranças do PT gaúcho na prévia que a indicou como candidata do partido.
Onyx visou o prefeito Fogaça, candidato à reeleição, líder absoluto nas pesquisas. Mostrou recortes de jornais da campanha passada para provar que Fogaça fez várias promessas que não cumpriu, como a passagem única para o transporte coletivo.
Rosário reagiu acusando Luciana de se tornar, com sua postura, em “linha auxiliar da direita, ao atacar os candidatos de esquerda” e lembrou que o pai dela, Tarso Genro, “um homem honrado” está engajado na campanha petista. Luciana lembrou que na prévia, Rosário não teve o apoio de Tarso.
Fogaça ante os ataques de Onyx procurou manter-se olímpico e não alterou a postura nem quando o adversário mostrou recordes de jornal com as declarações do prefeito, prometendo a passagem única caso vencesse a eleição.
Luciana também desfechou uma pesada denúncia contra Fogaça, acusando-o de entregar o camelódromo a uma empresa privada que, sem ônus vai cobrar 570 reais por mes de cada camelô e ainda vai explorar o estacionamento no local. Fogaça pediu direito de resposta, mas a produção não concedeu.
O debate durou duas horas.
Tag: debates
Ação inusitada no Fronteiras do Pensamento Copesul Braskem
Estúdio Nômade prepara intervenção artística para palestra de Philip Glass
Na segunda-feira, 1º de setembro, noite em que os alunos do curso de altos estudos Fronteiras do Pensamento Copesul Braskem recebem o músico norte-americano Philip Glass, o Estúdio Nômade apresenta uma ação denominada Mínimas Fronteiras. De acordo com os artistas visuais que participaram da criação – Rômmulo Conceição e Tina Felice e os músicos Gustavo Telles e Diego Silveira –, Mínimas Fronteiras ilustra o encontro com Philip Glass na fusão entre a estética visual e a sonora.
A função, que será apresentada após a conferência, busca uma ação, um olhar para o minimalismo, um modo de intensificar a compreensão, uma releitura minimalista de um movimento instaurado. Não são respostas, mas sim possibilidade de novas perguntas. Convergindo a música em suporte e a atenção dos espectadores em discussão, ou simplesmente proporcionando um momento artístico integrado, o Estúdio Nômade promete algo inusitado para o décimo encontro do Fronteiras. “O projeto desafiou cada artista, obrigando-os a invadir o espaço do outro, transgredindo as mínimas fronteiras”, diz Rômmulo Conceição.
Para a concepção das fotografias conceituais do projeto, a mesma linha de criação da obra foi utilizada: a fusão de linguagens artísticas e a intervenção em espaços. Além da performance, o Mínimas Fronteiras entregará um livreto aos participantes e um site entrará no ar a partir do dia 1º de setembro