A operação policial de desocupação da área do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP). Definida pela presidenta da República Dilma Rousseff como barbárie, na opinião do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, foi uma questão de método. “O método democrático busca ouvir, dialogar com a Justiça e os entes federados.
Os governos de São Paulo e de São José dos Campos optaram pelo enfrentamento armado, sem levar conta a necessidade de respeitar a dignidade das pessoas”. Carvalho esteve em Porto Alegre participando do Fórum Social Temático.
A operação policial de desocupação da área do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP). Definida pela presidenta da República Dilma Rousseff como barbárie, na opinião do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, foi uma questão de método.
“O método democrático busca ouvir, dialogar com a Justiça e os entes federados. Os governos de São Paulo e de São José dos Campos optaram pelo enfrentamento armado, sem levar conta a necessidade de respeitar a dignidade das pessoas”. Carvalho esteve em Porto Alegre participando do Fórum Social Temático.
Segundo ele, o Ministério das Cidades há mais de ano vinha propondo ao prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury, do PSDB, uma alternativa. “Infelizmente, ele preferiu a opção militar e deu no que deu. Não se trata de contestar a decisão da Justiça, mas de dialogar com a Justiça que todos sabem é sensível a soluções negociadas que respeitem as pessoas.”
Dignidade
Para o Ministro, a questão central é se o ser humano é respeitado ou não. “As famílias carentes envolvidas na desocupação precisavam ser tratadas com mesma dignidade dadas àquelas que ocupam terras devolutas do estado e não são removidas”, afirmou.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que também esteve em Porto Alegre durante o Fórum Social Temático afirmou que vai pedir ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) uma análise sobre o que chamou de “iniciativa desastrada de reintegração de posse do Pinheirinho”. Para o senador, não havia motivo para uma ação violenta “quando todos os caminhos indicavam a possibilidade de um melhor entendimento”.
A Polícia Militar cumpriu mandado de desocupação do Pinheirinho no domingo, 23 de janeiro, desabrigando um número de pessoas, que varia conforme a fonte da informação de seis mil a nove mil, no terreno que pertenceria à massa falida da empresa Selecta, do grupo do empresário Naji Nahas. Um efetivo de aproximadamente dois mil militares enfrentou os moradores. No dia 20 de janeiro, o Tribunal Regional Federal (TRF) havia suspendido a ordem de reintegração de posse do terreno, mas a Justiça estadual determinou a continuidade da ação.