Em 1942, quando ainda não se falava em La Niña, o geólogo Mariano Sobrinho, professor da UFRGS e técnico do governo estadual, coordenou um grupo de pesquisa que avaliou e propôs soluções para as secas periódicas que atingem algumas regiões do Rio Grande do Sul, principalmente na Fronteira Oeste.
Com base em dados meteorológicos e estatísticas econômicas, os pesquisadores constataram que o fenômeno aparece desde os primeiros registros, cerca de 100 anos antes.
Em períodos de seis ou sete anos, a estiagem se manifesta com mais intensidade, causando enormes danos econômicos e incômodos às populações.
As soluções então propostas são praticamente as mesmas de agora: pequenos açudes, poços artesianos, pequenas obras de irrigação.
Nao resolveriam o problema, mas atenuariam em muito seus piores efeitos. Em quase 80 anos, o governo do Estado ainda não fez o que seus técnicos recomendaram – e que, como se vê agora, estavam certos.
Hoje não se encontra sequer cópia do estudo do professor Mariano Sena Sobrinho na biblioteca do Departamento de Produção Mineral. Mineiro, formado em Ouro Preto, ele foi um dos fundadores da geologia no Rio Grande do Sul.