Psicanalista diz que suicídio não foi "golpe de mestre" de Vargas

Ao suicidar-se, na manhã do dia 24 de agosto de 1954, o presidente Getúlio Vargas deu um “golpe de mestre” nos inimigos que queriam tomar-lhe o poder, deixando-os desorientados.
Esta é a conclusão da maioria dos historiadores e analistas políticos a respeito do episódio que 56 anos depois permanece como o maior enigma da política brasileira.
Pois essa tese está sendo contestada pelo psicanalista João Gomes Mariante, no livro “Três no Divâ” lançado recentemente, em que o autor traça um perfil psicológico de Vargas e de seus dois companheiros da Revolução de 30, Osvaldo Aranha e Flores da Cunha.
Para Mariante, especialista em profilaxia do suicídio, que conheceu Getulio pessoalmente, o ex-presidente desde cedo revelara fortes tendências suicidas e ao recorrer ao “gesto extremo”, levado por impulsos doentios, cometeu um grande erro que macula a sua fama de mestre do xadrez político.
Aos 92 anos, em plena atividade, o dr. João Mariante diz que Vargas ao dar o tiro no coração fez exatamente o que seus inimigos queriam. “Se alguém tivesse dito isso a ele, provávelmente ele não teria se matado”. Perturbado, ele se deu o tiro pensando que estava matando em si mesmo seus inimigos.