Pesquisa: poucos foram às ruas, 89% aprovaram

Pesquisa CNI-Ibope divulgada hoje constatou que 89% da população é a favor dos protestos nas ruas. Metade dos entrevistados disseram apoiar, outros 39% fizeram espontaneamente a ressalva: desde que sem vandalismo.
Apesar do apoio às manifestações, 84% não participaram, nem ninguém da sua casa. Só 6% disseram ter participado, outros 6% disseram que alguém da sua casa participou, e apenas 3% disseram ter participado com mais alguém de casa.
A avaliação das pessoas sobre as respostas dadas pelos Poderes Executivo e Legislativo foi negativa. As medidas tomadas pela presidenta Dilma Rousseff foram totalmente desaprovadas por 31% dos entrevistados. No caso dos governos estaduais e municipais, a desaprovação total foi 32% e 31% respectivamente.
Apesar da criação de uma agenda para votar projetos relacionados à saúde, educação, ao transporte e à segurança, a pior avaliação foi a do Congresso Nacional, com 37% dos entrevistados dizendo que desaprovam totalmente as medidas tomadas pelo Senado e 39% fazendo avaliação das medidas tomadas pela Câmara dos Deputados.
Quando perguntados sobre o principal motivo que os faria participar de novas manifestações, 43% dos entrevistados disseram que iriam às ruas por mais investimentos em saúde. O combate à corrupção e a falta de segurança foram apontados por 35% e 20% dos entrevistados respectivamente. A redução da inflação e melhorias nos serviços públicos em geral seriam fatores de motivação para 16% e 14% dos entrevistados na pesquisa.
A Pesquisa CNI-Ibope foi realizada entre os dias 9 e 12 de julho com eleitores a partir dos 16 anos e tem margem de erro de 2% para mais ou para menos. Foram feitas 2 mil entrevistas com amostragem nacional e mais 5.686 em 11 estados.
(Com informações da Agência Brasil)

Manifestantes realizam “velório” de Yeda

Cerca de 1,5 mil pessoas se encontraram às 19 horas dessa quinta-feira em frente à sede do CPERS para, através de um velório simbólico, pedir a renúncia da governadora do Estado, Yeda Crusius. O protesto foi organizado pelo Fórum dos Servidores Públicos Estaduais (FSPE) e marca os “860 dias de agonia para o Rio Grande do Sul que representa o governo Yeda”.
Sob gritos de “fora Yeda”, refrão que já ganhou às ruas e os muros da cidade, os manifestantes caminharam da rua Alberto Bins até o Palácio Piratini levando velas e faixas com palavras de ordem. Para Antônio, aluno de letras na UFRGS, o protesto teve um ar de mea culpa. “Essa vela aqui é também de vergonha, porque votei na Yeda nas últimas eleições”.
A marcha, formada principalmente por estudantes, militantes e funcionários públicos, foi puxada por uma corrente de sindicalistas e avançava rápida ao ritmo de instrumentos de percussão. Em meio à multidão, além de bandeiras do PSOL e do PSTU, havia até mesmo vendedores de pipoca e sorvete. Durante todo a trajeto, a procissão foi acompanhada pela Brigada Militar, que bloqueou as vias transversais.
Estudantes cantavam “não tem dinheiro pra educação, mas tem dinheiro pra comprar uma mansão”, referência ao negócio da casa da governadora, investigado pelo Ministério Público. Alguns reivindicavam que Yeda “voltasse para São Paulo”, outros gritavam “um dois três, Yeda no xadrez”.
Ao fim do percurso, os manifestantes colocaram suas velas no chão formando a palavra impeachment. Para as entidades que fazem parte do FSPE, o governo Yeda não tem mais legitimidade para continuar, muito menos encaminhar projetos que retirem direitos dos servidores públicos.

Manifestantes pedem impeachment de Yeda

Por Paula Bianca Bianchi
A chuva atrapalhou, mas não impediu a realização de um ato pelo impeachment da governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, hoje pela manhã em Porto Alegre. Coordenada pelo CPERS, a manifestação reuniu cerca de 1,5 mil pessoas e foi motivada pelas recentes denúncias publicadas contra Yeda na revista Veja.
Armados de guarda-chuvas os manifestantes, em sua maioria professores, servidores públicos e estudantes, subiram a Borges de Medeiros em direção ao Palácio do Piratini gritando as palavras de ordem, “ai, ai, ai. Empurra Yeda que ela cai!”. Eles pediam a investigação das denúncias de corrupção e o impeachment imediato da governadora.
“Uma governadora sob suspeita não tem legitimidade para continuar no cargo”, afirmou a presidente do CPERS, Rejane de Oliveira. O sindicato argumenta que a saída de Yeda é necessária para dar lisura à investigação.
A manifestação, que começou às 10h30 e durou cerca de uma hora e meia, resultou também em um “calendário de jornadas”, como explica a estudante Ana Paula Madruga, do DCE da UFRGS. “Essa é uma forma de evitar que a investigação seja deixada de lado”, lembra Ana Paula. A idéia é que uma série de ações contra a governadora sejam realizadas na cidade nas próximas semanas.
Yeda e integrantes de seu governo são acusados de desvio de dinheiro no Detran-RS, fraude em licitações, além de caixa dois na campanha eleitoral de 2006. O governo não se posicionou sobre a manifestação.
Ao final do ato, os estudantes ocuparam a Assembléia Legislativa e foram recebidos pelo presidente da casa, Ivan Pavan (PT). Ele prometeu pressionar o governo pela abertura de uma CPI para investigar o caso. Até o momento o PT conseguiu dez, das 19 assinaturas necessárias para dar início a comissão.