Nesta quarta-feira, entre os 33 grupos temáticos distribuídos, na parte da manhã, pelas faculdades do campus central da UFRGS, destacou-se o proposto pela entidade Fórum de ONG AIDS RS, que, na sala 25 da Faculdade de Economia, reuniu cerca de 20 representantes de ONGs de todo o Brasil – vinculadas a problemática da Saúde e, em especial, a AIDS – em torno do tema O paradoxo das relações entre as ONGs e os governos populares.
Em duas horas de exposições e debates, os representantes se posicionaram sobre a necessidade de um diálogo franco e aberto com o Ministério da Saúde e demais órgãos governamentais da área, para definir e implementar políticas públicas, sobretudo em relação a AIDS. Urge, segundo eles, a necessidade de uma mobilização nacional para a fixação de um marco regulatório coerente com aquilo que se espera ser uma política de saúde publica num governo popular.
Para Gérson Guimarães, do Instituto de Tecnologia Social de São Paulo, o paradoxo é que “após, em nível federal, três governos ditos populares, as políticas de prevenção a AIDS – a começar pela simples distribuição de camisinhas – estão muito tímidas. O atendimento ambulatorial, que passou a ser efetuado pelo SUS, caiu drasticamente”.
Segundo Guimarães, as ONGs precisam ter acesso aos canais governamentais de financiamento, pois prestam um trabalho essencial a população, principalmente aos que estão em situação de rua, e que, geralmente, não tem cartão do SUS: “as ONGs não burocratizam o atendimento. Além da prevenção – no caso da distribuição de camisinhas e da orientação para a prática de sexo seguro –, distribuem medicamentos, encaminhamentos ambulatoriais e, em casos extremos, hospitalização”.
Por Francisco Ribeiro
Tag: ongs
Fórum espera dez mil no acampamento da juventude
Estão abertas as inscrições para quem quer participar, realizar atividades ou simplesmente instalar uma barraca no Acampamento Intercontinental da Juventude, que está sendo organizado em Novo Hamburgo. A expectativa é que dez mil jovens do mundo todo, especialmente da América Latina, venham para acompanhar a décima edição do Forum Social Mundial, entre 23 e 29 de janeiro.
A sede do acampamento é na Sociedade Gaúcha Lomba Grande, uma área pública situada na rua Albano Germano Konrath, 1305, no bairro Lomba Grande, que divide as zonas urbana e rural de NH. O local é conhecido por manter atividades de agricultura familiar orgânica, além de abrigar muitos jovens defensores da agroecologia, fatores que deverão facilitar a integração entre o campo e a cidade, um dos objetivos do FSM 2010.
Com o tema central “Os Movimentos em Movimento”, o acampamento desenvolverá três eixos temáticos específicos: Educação, Saúde e Participação Social; Desenvolvimento Sustentável e Democracia Participativa; e Agricultura Familiar e Orgânica. Eles serão distribuídos em sete espaços temáticos dentro do parque e outros quatro Espaços de Livre Ocupação (ELOs), que serão montados nos bairros Santo Afonso/Liberdade, Boa Saúde, Canudos, Kephas/Roselândia, em NH.
De acordo com a arquiteta e responsável pelo GT de Infraestrutura, Gabriela Gluitz, o foco principal é propiciar práticas e vivências alternativas, relacionadas aos jovens. “Também pretendemos fortalecer a integração entre o campo e a cidade, acabando com o preconceito e o estereótipo de quem vive fora da zona urbana”,explica Gabriela.
O acampamento é parte integrante da programação descentralizada do Fórum Social Mundial (FSM) 2010, que prevê ações em toda a Região Metropolitana de Porto Alegre.
As inscrições para o encontro devem ser efetuadas no menu “Acampar” no site http://acampamentofsm.org.br . Os participantes também podem se inscrever em atividades autogestionárias dentro da grade de programação. Mais informações pelo telefone (51) 3036-2162.
Novo Hamburgo
Novo Hamburgo fica no Vale do Rio dos Sinos a cerca de quarenta quilômetros da capital Porto Alegre. Possui perto de 256 mil habitantes, descendentes de 51 etnias.
Quem estiver no acampamento da juventude terá à disposição ônibus de 15 em 15 minutos e com preços especiais. O Trensurb, que liga Porto Alegre a São Leopoldo, cidade vizinha de Novo Hamburgo, também será adaptados às necessidades do FSM. Linhas de ônibus farão o percurso entre Lomba Grande e os demais bairros de Novo Hamburgo, bem como com outras cidades.
Bagé prepara atividades
do Fórum Social Mundial
O Acampamento Bi-Nacional da Juventude Brasil-Uruguai,em Bagé, é um dos eixos do Fórum Social Mundial, nos dias 22, 23 e 24 de janeiro de 2010.
De acordo com o coordenador de mobilização do FSM, Alexandre Bello, os debates servem para reverter valores individuais. “Quando você participa de uma oficina sobre Meio Ambiente, por exemplo, não irá sair e continuar jogando papel no chão”, exemplifica.
Fórum espera dez mil no acampamento da juventude
Estão abertas as inscrições para quem quer participar, realizar atividades ou simplesmente instalar uma barraca no Acampamento Intercontinental da Juventude, que está sendo organizado em Novo Hamburgo. A expectativa é que dez mil jovens do mundo todo, especialmente da América Latina, venham para acompanhar a décima edição do Forum Social Mundial, entre 23 e 29 de janeiro.
A sede do acampamento é na Sociedade Gaúcha Lomba Grande, uma área pública situada na rua Albano Germano Konrath, 1305, no bairro Lomba Grande, que divide as zonas urbana e rural de NH. O local é conhecido por manter atividades de agricultura familiar orgânica, além de abrigar muitos jovens defensores da agroecologia, fatores que deverão facilitar a integração entre o campo e a cidade, um dos objetivos do FSM 2010.
Com o tema central “Os Movimentos em Movimento”, o acampamento desenvolverá três eixos temáticos específicos: Educação, Saúde e Participação Social; Desenvolvimento Sustentável e Democracia Participativa; e Agricultura Familiar e Orgânica. Eles serão distribuídos em sete espaços temáticos dentro do parque e outros quatro Espaços de Livre Ocupação (ELOs), que serão montados nos bairros Santo Afonso/Liberdade, Boa Saúde, Canudos, Kephas/Roselândia, em NH.
De acordo com a arquiteta e responsável pelo GT de Infraestrutura, Gabriela Gluitz, o foco principal é propiciar práticas e vivências alternativas, relacionadas aos jovens. “Também pretendemos fortalecer a integração entre o campo e a cidade, acabando com o preconceito e o estereótipo de quem vive fora da zona urbana”,explica Gabriela.
O acampamento é parte integrante da programação descentralizada do Fórum Social Mundial (FSM) 2010, que prevê ações em toda a Região Metropolitana de Porto Alegre.
As inscrições para o encontro devem ser efetuadas no menu “Acampar” no site http://acampamentofsm.org.br . Os participantes também podem se inscrever em atividades autogestionárias dentro da grade de programação. Mais informações pelo telefone (51) 3036-2162.
Novo Hamburgo
Novo Hamburgo fica no Vale do Rio dos Sinos a cerca de quarenta quilômetros da capital Porto Alegre. Possui perto de 256 mil habitantes, descendentes de 51 etnias.
Quem estiver no acampamento da juventude terá à disposição ônibus de 15 em 15 minutos e com preços especiais. O Trensurb, que liga Porto Alegre a São Leopoldo, cidade vizinha de Novo Hamburgo, também será adaptados às necessidades do FSM. Linhas de ônibus farão o percurso entre Lomba Grande e os demais bairros de Novo Hamburgo, bem como com outras cidades.
Bagé prepara atividades
do Fórum Social Mundial
O Acampamento Bi-Nacional da Juventude Brasil-Uruguai,em Bagé, é um dos eixos do Fórum Social Mundial, nos dias 22, 23 e 24 de janeiro de 2010.
De acordo com o coordenador de mobilização do FSM, Alexandre Bello, os debates servem para reverter valores individuais. “Quando você participa de uma oficina sobre Meio Ambiente, por exemplo, não irá sair e continuar jogando papel no chão”, exemplifica.
Entidades pedem posse de diretor eleito há oito meses
Oito meses depois de iniciado o processo para eleger o diretor técnico da Fundação Estadual de Proteção ao Meio Ambiente (Fepam), o eleito para o cargo, Flávio Wiegand, ainda não foi empossado.
A demora levou à Assembléia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente do RS (APEDeMA) a enviar ofício à Fepam, exigindo o comprimento da nomeação, de acordo com a lei.
A APEDeMA entende que “a eleição autônoma do diretor técnico pelos servidores é uma das principais conquistas democráticas da Política Ambiental em nosso Estado. O processo garante que o licenciamento ambiental e demais atividades da Fundação procedam de forma independente aos interesses políticos do governo, ao contrário do que vem ocorrendo na hipótese de ser ele indicado pela governadora. Por esses motivos, as entidades ambientais requerem a pronta nomeação de Flávio Wiegand”.
Lugar de xixi é no chuveiro
Por Carlos Matsubara
Uma campanha nacional, promovida pela ONG SOS Mata Atlântica, está em curso para divulgar a importância de economizar água nas residências.
O objetivo desta vez será o de mostrar às pessoas que uma descarga evitada por dia pode resultar na economia de 4.380 litros de água potável por ano.
De acordo com o diretor de Mobilização da SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, a campanha “Xixi no Banho”, propõe levar para o público em geral, de maneira mais descontraída, como um simples ato pode contribuir com a preservação do meio ambiente, ou seja, economizando água.
“O meio ambiente agradece a quantidade de água poupada em cada descarga, que chega a 12 litros. Uma descarga por dia corresponde a 4.380 litros de água por ano”, ressalta o ambientalista.
Somente em São Paulo poderia ser economizado mais de 1.500 litros de água por segundo. Uma informação importante para aqueles que têm dúvida se é uma prática higiênica: o xixi é composto 95% de água e 5% de outras substâncias como uréia e sal.
“Xixi no Banho” será um dos destaques durante a semana Viva a Mata 2009, que acontece no Parque Ibirapuera na capital paulista o entre os dias 22 e 24 de maio.
O Viva a Mata tem como objetivo comemorar o Dia Nacional da Mata Atlântica (27 de maio), promover a troca de informações e experiências entre os que lutam pela conservação deste Bioma, realimentar o movimento ambientalista e informar e conscientizar a sociedade. Na edição passada, o evento reuniu mais de 100 projetos e recebeu mais de 75 mil pessoas interessadas em conhecer o que está sendo feito no País pelo Bioma e aprender sobre como melhorar sua relação com o meio ambiente.
Assista o vídeo produzido pela F/Nazca Saatchi & Saatchi clicando xixi no banho
Estudo relata impactos da monocultura do eucalipto sobre mulheres do Rio Grande do Sul
Por Carlos Matsubara, Ambiente JÁ
A ONG Amigos da Terra Brasil (NAT) apresentou no dia 19 na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul um estudo que apontou possíveis impactos da monocultura de eucalipto sobre as mulheres.
Entre outros impactos, o estudo de autoria da bióloga e mestre em Educação Ambiental, Cíntia Barenho, relata situação de violência e assédio sexual. Foi relatado que a chegada de trabalhadores incitou formas de assédio sexual, atitudes machistas e sexitas.
“A Aracruz geralmente não contrata funcionário do município, então, os que vêm de fora mexem com as mulheres, não se tem caso de abuso, mas de assédio sexual sim, ficam chamando as mulheres de ‘gostosas’, inclusive no interior, quando as mulheres vão fazer caminhadas, isso acontece cotidianamente,” disse uma agricultora não identificada pelo estudo.
Para Cíntia, esta forma de migração pendular que ocorre, cria uma situação favorável (comunidade “desconhecida”, família não está presente) a tais fatos. As mulheres relataram a bióloga que a presença destes trabalhadores desconhecidos promove medo e insegurança por parte das mulheres e suas famílias. “Anteriormente, se ocorresse qualquer eventualidade era possível contatar algum empregado da estância ou propriedade, porém agora devido aos maciços de eucaliptos, dificilmente encontra-se alguém que possa ajudar”, diz, ao fazer a ressalva que não há casos conhecidos de prostituição.
O estudo que foi feito em parceria com a Friends of the Earth e Movimiento Mundial por los Bosques Tropicales (WRM), traz ainda relatos como assaltos a propriedades rurais. Conta uma agricultura, que uma prima sua teve a casa assaltada, coincidentemente depois de ter negado vender suas terras para uma empresa de celulose e papel. “Após o assalto ela se sentiu coagida, com medo e resolveu pela venda”, diz Cíntia.
Também em Encruzilhada do Sul, uma residência cercada pelos eucaliptos teria sido assaltada. A família ficou com receio de permanecer por lá e mudou-se para a casa os pais da esposa. Para uma das mulheres entrevistadas, além da presença de homens desconhecidos, também as estradas têm facilitado os roubos (devido a melhoramentos realizados).
Contaminação da terra
Ainda entre os impactos relacionados pelas mulheres, o estudo de caso mostra dificuldades com relação às condições sociais e de sobrevivência diária, como a contaminação do ambiente e de animais devido a utilização de grande quantidade de agroquímicos nas lavouras de eucalipto; a precária situação das estradas rurais devido ao tráfego de veículos pesados; escassez de água; degradação da terra e condições de trabalho são precárias. “Como conseqüência a reforma agrária está neutralizada e o abandono do campo tem se intensificado”, destaca a bióloga.
O estudo contou com a participação de vinte mulheres de movimentos sociais do campo e da cidade que relataram diferentes impactos da silvicultura em suas vidas. As participantes moram em Rio Grande, Hulha Negra, Piratini, Encruzilhada do Sul, Barra do Ribeiro, São José do Norte, Santana do Livramento, Herval e Porto Alegre.
O “desempoderamento” das mulheres
O trabalho de Cíntia faz parte de um projeto desenvolvido pelas ONGs intitulado “A função da União Européia no desempoderamento das mulheres no Sul através da conversão dos ecossistemas locais em plantações de árvores”.
“É uma importante ferramenta não só para a luta contra a expansão dos megaprojetos de celulose e papel dos movimentos sociais e ambientalistas, mas também para todos os setores da sociedade porque mostra a realidade de mulheres que pouco ou quase nada têm sido divulgado pela mídia,” afirma a bióloga. Conforme ela, a situação destas mulheres ainda é de invisibilidade social, apesar de elas já estarem protagonizando lutas de resistência.