Biodiversidade em palestra

Hoje, 21/7, das 18h as 19h30, acontece a primeira palestra do ciclo O Uso Sustentável da Biodiversidade, no Museu da UFRGS (Av Osvaldo Aranha, 277), com entrada franca.
A promoção é do Instituto Curicara (curicara.org.br), do Museu e do Centro de Ecologia da UFRGS. Mais informações pelos telefones 3308-3390 ou 3308-4022.

Walmart apresenta primeiro resultado do Pacto de Sustentabilidade

(A Walmart Brasil anunciou nesta terça-feira, 19, em São Paulo, o primeiro resultado do Pacto de Sustentabilidade que firmou em junho do ano passado com 20 dos seus maiores fornecedores, para reduzir o impacto ambiental em todas as etapas de fabricação dos produtos vendidos em suas lojas.
Dez produtos, todos de grupos multinacionais, foram apresentados. Eles foram analisados em todo o ciclo de fabricação – da matéria prima à embalagem – e alterados visando melhor aproveitamento dos recursos naturais e redução dos efeitos no meio ambiente.
Matte Leão Orgânico (fabricado pela Coca-Cola), Band Aid (Johnson&Johnson), Amaciante Comfort Concentrado (Unilever), Água Pureza (Nestlé), Toddy Orgânico ( Pepsico), Pampers Confort (fraldas descartáveis da Procter&Gamble), Esponja de Banho Curauá (3M), Óleo Liza (Cargill), Pinho Sol (Colgate-Palmolive) e Sabão Top Max (marca própria do Walmart) são os produtos que vão chegar às gôndolas nas próxima semanas, com o selo do projeto inédito “Sustentabilidade de Ponta a Ponta”.
Não foi divulgado o total do investimento na melhoria dos produtos do ponto de vista ambiental, nem o impacto que a mudança terá sobre os preços. Em princípio, num primeiro momento não deve haver alteração no custo para o consumidor e em alguns casos poderá haver até redução do preço final. “Precisamos aguardar a receptividade junto ao consumidor, para definir melhor a escala e os ganhos efetivos”, disse o presidente do Walmart Brasil na entrevista coletiva em que o projeto foi apresentado.
Para o próximo ano, já estão definidos pelo menos outros 14 artigos que passarão pelo mesmo processo. Por enquanto apenas multinacionais aderiram ao pacto proposto pela rede de varejo. Na lista dos dez artigos apresentados agora, apenas um fabricante nacional- a indústria gaúcha Bertolini, que fabrica o sabão Top Max para o Walmart.
“Já tivemos algumas conversas com fornecedores nacionais, mas eles pediram tempo”, disse Hector Nuñez ao JÁ. O projeto é inédito no mercado brasileiro e no próprio grupo Walmart em todo o mundo. A Walmart, presente em mais de 100 países, está investindo pesado no Brasil. Foram R$ 5 bilhões nos últimos cinco anos. Só em 2010 serão R$ 2,2 bilhões para abertura de mais de 100 novas lojas, que vão representar 10 mil novos empregos.

Gigantes da indústria assinam "pacto pela sustentabilidade"

Empresários firmam pacto pela sustentabilidade
Empresários firmam pacto pela sustentabilidade
Elmar Bones, de São Paulo
Não tem precedente no Brasil o “Pacto pela Sustentabilidade” que o Wal Mart firmou esta semana com 18 dos seus maiores fornecedores – gigantes como a Ambev, Unilever, Golgate/Palmolive, Coca-Cola, Nestlé – que no conjunto representam quase 15% do PIB brasileiro.
Pela primeira vez no país, os maiores grupos industriais, sob a liderança de uma cadeia de varejo, uma das três maiores, se comprometem com metas de longo prazo para redução dos impactos ambientais ao longo da cadeia de seus produtos.
O compromisso implica também não adquirir produtos de áreas de desmatamento ilegal ou que envolvam trabalho escravo.
“Isso é o que todas as empresas deviam fazer”, disse o ministro Carlos Minc, do Meio Ambiente, no evento que lançou o pacto, terça, 23, em São Paulo.
O diretor-geral do Greenpeace no Brasil, Marcelo Furtado, lembrou a atitude das três maiores redes do varejo – Wal Mart, Pão de Açúcar e Carrefour – que suspenderam as compras de carne de fazendas em áreas de desmatamento ilegal, medidas também sem precedentes. “Estamos diante de uma mudança de padrão”, disse.
Era a primeira vez também que um representante do Greenpeace falava numa reunião de grandes empresários.
Hector Nunez, presidente do Walt Mart Brasil, disse que “estamos diante de uma nova economia, precisamos reinventar a maneira de fazer negócios. Os impactos ambientais não podem mais ser ignorados”.
“Onda Verde para veio ficar”
Andrew Winston, professor de Yale e consultor de empresas, é co-autor de “Green to Gold”, traduzido no Brasil por “O Verde que Vale Ouro”, livro que anuncia uma “nova era” na maneira como as grandes empresas estão encarando as questões ambientais.
Junto com Daniel Esty, também de Yale, Winston pesquisou e entrevistou centenas de grandes executivos e diz ter percebido uma “onda verde” se expandindo no ambiente das grandes corporações.
A Walt Mart é uma das primeiras e está na vanguarda, segundo Winston. Mas não está sozinha. “Incorporar a sustentabilidade é estratégia dos negócios e é uma necessidade que todos estão percebendo”, diz ele.
A ideia convencional de que preservação significa custo, segundo Winston, foi superada pela emergência dos desafios ambientais.
Um marco nesse processo foi o furacão Katrina que arrasou arrasou New Orleans, em 2004. Naquele momento se aguçou a percepçao sobre as mudancas climáticas e as consequências da devastação ambiental.
Confrontadas com a gravidade da situação, as empresas estão agindo e descobrindo que “o verde não é incompatível com o lucro”.
Ao contrário, a busca da sustentabilidade, via inovação e criatividade, pode representar uma “ecovantagem” para as empresas que saírem na frente.
A Wal Mart foi uma das primeiras. Desde 2005 passou a incluir a sustentabilidade na sua estratégia de negócios nos Estados Unidos.
Agora está expandindo essas práticas para os outros países onde atua. Na China, já reuniu mil fornecedores em outubro do ano passado, em Beijin, para dar inicio a um programa de sustentabilidade. No Brasil, construiu em outubro também o seu primeiro supermercado ecoeficiente, no Rio De Janeiro.
A possibilidade de que a adesão ao verde seja apenas uma fachada, um lance de marketing, esbarra, segundo Winston, no comportamento dos consumidores que estão cada vez mais conscientes e mais atentos.
Fazer um discurso verde e continuar com as práticas antigas seria um risco muito grande para uma empresa e Winston cita, em seu livro, vários casos de grandes prejuízos sofridos por companhias que descuidaram das boas práticas ambientais e sociais.
Não só os consumidores, os próprios funcionários das empresas estão a exigir e fiscalizar, mas também os acionistas, as ongs e as organizações comunitárias. “Isso é o que está mudando as empresas.”
O livro foi lançado em 2006 nos Estados Unidos e chegou ao Brasil no ano passado.
Principais metas definidas no pacto
Os signatários do Pacto pela Sustentabilidade se comprometem em reduzir os impactos em todas as etapas da produção – fontes de matéria-prima, embalagens, emissões de gases no transporte – para formar uma cadeia de suprimentos sustentável.
O compromisso inclui também não comprar produtos com vícios de origem, vindos de áreas de desmatamento, envolvendo trabalho escravo, ou empresas irregulares.
Metas definidas:
– Reduzir em 70% o fosfato nos detergentes para lavanderia e cozinha até 2013;
– Oferecer produtos de lavanderia no mínimo duas vezes mais concentrados até 2012;
– Oferecer pelo menos um produto orgânico por categoria de alimentos ate 2012;
– Estimular as vendas de produtos com diferencial em sustentabilidade;
– Apoiar e estimular o desenvolvimento de produtos de ciclo fechado.
Redução de Resíduos (lixo zero)
– Reduzir embalagens em ate 5% ate 2013;
– Implantar o Packaging Scorecard ate 2009;
– Reduzir o consumo de sacolas plásticas em 50% ate 2013.
Campanha para reduzir sacolas plásticas
No final do ano passado, o Wal Mart lancou um programa inédito no varejo brasileiro, dando ao cliente o credito de R$ 0,03 por sacola plástica não utilizada.
A meta da companhia é reduzir em 50% o uso de sacolas plásticas até 2013.
Em vigor em todas as lojas do Nordeste e do Sul (mais de 260 unidades), o programa já recolheu mais de 3 milhões de sacolas e concedeu mais de R$ 100 mil em descontos para os clientes.
Por outro lado, a rede estimula o uso de sacola retornável, oferecendo um modelo a R$ 2,50, feita em algodão cru com capacidade para até 35 quilos. Desde o lançamento, hÁ um ano, já foram vendidas mais de 2 milhões de sacolas.
* * *
A WM está há 14 anos no Brasil. Tem 348 unidades em 18 Estados, sendo 95 no Rio Grande do Sul, o que tem maior número de lojas. No ano passado faturou R$ 17 bilhões, crescendo 13% em relação ao ano anterior. Investiu R$ 1,2 bilhão, quantia que este ano vai se elevar para 1,6 bilhão, o maior investimento da empresa desde que chegou ao país, que vai resultar em dez mil novos empregos.
No mundo, a rede tem 7.900 unidades, sendo 4.258 nos Estados Unidos, 1.197 no México e 243 na China. Está em 15 países.
Tem 2 milhões de funcionários, 100 mil fornecedores e 200 milhões de clientes.

Greenpeace e empresas trocam aplausos em evento pela sustentabilidade

Elmar Bones, de São Paulo
O orador mais aplaudido no lançamento do “Pacto pela Sustentabilidade” promovido pela Walt Mart, em São Paulo, foi o diretor geral do Greenpeace no Brasil, Marcelo Furtado.
Ele não escondeu a surpresa e agradeceu a oportunidade de falar num evento como aquele.
Na platéia, a maioria representada por seus presidentes, estavam 300 empresas – Coca Cola, Ambev, Unilever, Cargill, Bung, Colgate, Friboi – e outras 200 ongs.
No palco, onde pela manhã passara o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, estavam os presidentes da Fundação Akatu e do Instituto Ethos.
Furtado saudou os empresários pela apoio ao relatório “A Farra do Boi” que o Greenpeace divulgou no inicio de junho, denunciando a pecuária predatória na Amazonia.
Disse que a decisão da Associação Brasileira de Supermercados de recomendar o corte dos fornecedores denunciados representa “uma mudança de padrão”.
No final, para demonstrar que o Greenpeace não é mais só “chute na canela”, disse que faria “uma coisa que vocês acham que a gente não sabe fazer”, e encerrou batendo palmas. O auditorio retribuiu com entusiasmo.
O Pacto de Sustentabilidade que os 20 maiores fornecedores do Wal Mart, gigantes de todos os setores, assinaram, é um compromisso com metas de “ecoeficiência” (redução de resíduos, menor consumo de energia, embalagens menores, substituição de sacolas de plástico) e uma condenação a “práticas degradantes” como o desmatamento ilegal e o trabalho escravo. (continua)