(A Walmart Brasil anunciou nesta terça-feira, 19, em São Paulo, o primeiro resultado do Pacto de Sustentabilidade que firmou em junho do ano passado com 20 dos seus maiores fornecedores, para reduzir o impacto ambiental em todas as etapas de fabricação dos produtos vendidos em suas lojas.
Dez produtos, todos de grupos multinacionais, foram apresentados. Eles foram analisados em todo o ciclo de fabricação – da matéria prima à embalagem – e alterados visando melhor aproveitamento dos recursos naturais e redução dos efeitos no meio ambiente.
Matte Leão Orgânico (fabricado pela Coca-Cola), Band Aid (Johnson&Johnson), Amaciante Comfort Concentrado (Unilever), Água Pureza (Nestlé), Toddy Orgânico ( Pepsico), Pampers Confort (fraldas descartáveis da Procter&Gamble), Esponja de Banho Curauá (3M), Óleo Liza (Cargill), Pinho Sol (Colgate-Palmolive) e Sabão Top Max (marca própria do Walmart) são os produtos que vão chegar às gôndolas nas próxima semanas, com o selo do projeto inédito “Sustentabilidade de Ponta a Ponta”.
Não foi divulgado o total do investimento na melhoria dos produtos do ponto de vista ambiental, nem o impacto que a mudança terá sobre os preços. Em princípio, num primeiro momento não deve haver alteração no custo para o consumidor e em alguns casos poderá haver até redução do preço final. “Precisamos aguardar a receptividade junto ao consumidor, para definir melhor a escala e os ganhos efetivos”, disse o presidente do Walmart Brasil na entrevista coletiva em que o projeto foi apresentado.
Para o próximo ano, já estão definidos pelo menos outros 14 artigos que passarão pelo mesmo processo. Por enquanto apenas multinacionais aderiram ao pacto proposto pela rede de varejo. Na lista dos dez artigos apresentados agora, apenas um fabricante nacional- a indústria gaúcha Bertolini, que fabrica o sabão Top Max para o Walmart.
“Já tivemos algumas conversas com fornecedores nacionais, mas eles pediram tempo”, disse Hector Nuñez ao JÁ. O projeto é inédito no mercado brasileiro e no próprio grupo Walmart em todo o mundo. A Walmart, presente em mais de 100 países, está investindo pesado no Brasil. Foram R$ 5 bilhões nos últimos cinco anos. Só em 2010 serão R$ 2,2 bilhões para abertura de mais de 100 novas lojas, que vão representar 10 mil novos empregos.
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Greenpeace e empresas trocam aplausos em evento pela sustentabilidade
Elmar Bones, de São Paulo
O orador mais aplaudido no lançamento do “Pacto pela Sustentabilidade” promovido pela Walt Mart, em São Paulo, foi o diretor geral do Greenpeace no Brasil, Marcelo Furtado.
Ele não escondeu a surpresa e agradeceu a oportunidade de falar num evento como aquele.
Na platéia, a maioria representada por seus presidentes, estavam 300 empresas – Coca Cola, Ambev, Unilever, Cargill, Bung, Colgate, Friboi – e outras 200 ongs.
No palco, onde pela manhã passara o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, estavam os presidentes da Fundação Akatu e do Instituto Ethos.
Furtado saudou os empresários pela apoio ao relatório “A Farra do Boi” que o Greenpeace divulgou no inicio de junho, denunciando a pecuária predatória na Amazonia.
Disse que a decisão da Associação Brasileira de Supermercados de recomendar o corte dos fornecedores denunciados representa “uma mudança de padrão”.
No final, para demonstrar que o Greenpeace não é mais só “chute na canela”, disse que faria “uma coisa que vocês acham que a gente não sabe fazer”, e encerrou batendo palmas. O auditorio retribuiu com entusiasmo.
O Pacto de Sustentabilidade que os 20 maiores fornecedores do Wal Mart, gigantes de todos os setores, assinaram, é um compromisso com metas de “ecoeficiência” (redução de resíduos, menor consumo de energia, embalagens menores, substituição de sacolas de plástico) e uma condenação a “práticas degradantes” como o desmatamento ilegal e o trabalho escravo. (continua)