A impossível unificação das polícias

A falência da segurança pública do país exige a tomada de novos rumos, mas as utopias devem ser evitadas.
Em todos os congressos, seminários e eventos assemelhados de estudiosos ou profissionais da segurança pública, invariavelmente, figura na pauta de discussões a unificação das organizações policiais – que é impossível – e o ciclo completo do poder de polícia para as policias civis e militares estaduais – ora em pleno processo de maturação e que, em alguns casos, está sendo implantado na marra, especialmente no Rio Grande do Sul. Isso não foi diferente no 2º Congresso Nacional de Oficiais Militares Estaduais, realizado em Brasília, na semana que passou. Sigam-me
Atraso
O titular da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública), professor Ricardo Brisolla Balestreri, ao descartar de forma absoluta as probabilidades de unificar as organizações policiais, aponta o ciclo completo (da investigação a lavratura de flagrante) para as policias militares e civis como um avanço inevitável. Mais do que defender este processo, Balestreri entende que esta é uma das principais, se não a principal providência para tirar a segurança pública do país do estado de falência em que se encontra. A estereotipada divisão das atribuições das organizações policiais, se não for quebrada agora, ontem, provocará um atraso de, pelo menos, 30 anos na evolução do sistema de segurança do país, segundo o entendimento de Balestreri. A gravidade do tema, fará com que eu volte a ele durante alguns dias.
Ensaio
Pareceu-me inédito o ensaio e/ou treinamento realizado pela Brigada Militar, que mobilizou centenas de PMs, no parque Saint-Hilaire, muito utilizado para atividades de escoteiros, precedendo uma mega operação detonada ontem em Porto Alegre. Com certeza, num primeiro plano, a preservação do parque foi garantida.
Assalto
Dois caminhões roubados do depósito de uma rede de farmácias de Canoas foram encontrados vazios, na manhã de ontem, em Campo Bom, no Vale dos Sinos. O assalto ocorreu no fim da noite de terça-feira. Um grupo fortemente armado invadiu empresa, no bairro Matias Velho e levou uma carga avaliada em mais de 1 milhão de reais.
Assassinatos
Um jovem de 20 anos foi encontrado morto, na madrugada de ontem, no bairro Mathias Velho em Canoas. Ronilson Francisco Paula de Lima, baleado na cabeça, estava caído na rua do Sindicato esquina com a rua Zumbi. Em Novo Hamburgo, na vila Quefas, Paulo Cesar Meri Meneses, de 25 anos, foi morto com dois tiros. Em Bagé, o presidiário João Carlos Faria da Silva, 46 anos, matou a sua companheira, Rosane Godói Costa, de 18 anos, no bairro Floresta. Segundo a Brigada Militar, o apenado cumpria pena no regime semi-aberto. Ele matou a vítima com três tiros nas costas. A mulher estava com o filho de um ano e seis meses no colo. João entregou a criança para a mãe da vítima e fugiu. Em Cruz Alta, a polícia apura o assassinato de mãe e filha, ocorrido na manhã de ontem, no bairro São Francisco. Dalva Martins da Silva, e a filha adolescente, Camila Tomás da Silva, foram mortas a tiros. Celso, também filho de Dalva, sofreu um fe-rimento superficial a bala.
Moleza
A Polícia Civil de Esteio liberou um homem que fora preso por PMS ao praticar um assalto contra um posto de combustível. O crime, ocorrido terça-feira, foi registrado pelas câmeras de segurança, mas o delegado Paulo Florentino Machado avaliou que assaltante deveria ser libertado por considerar pequena a quantia de dinheiro roubada, que não passava de R$ 300,00 e providenciou apenas na abertura do inquérito. O ladrão, que saiu caminhando da delegacia de Esteio, segundo os brigadianos, estava em liberdade provisória e possui antecedentes por homicídio.
Fazedor de leis
A criação do manifestódomo, proposto pelo comandante-geral da Brigada Militar, o indormido coronel Paulo Roberto Mendes, trouxe à tona mais um dos talentos desse homem que, pela sua ubiqüidade, provoca sonhos e pesadelos na socie-dade gaúcha. Ele se mostra um legislador, ainda que à moda antiga, mas um legislador. É preocupante isso, pois Mendes é o coronel que desponta como principal candidato a cadeira de juiz da Justiça Militar do Estado que se encontra vazia naquela corte. Com a toga, através de jurisprudências, Mendes poderá tentar desenvolver seu talento de fazedor de leis antigas.
Wander.cs@terra.com.br

2 comentários em “A impossível unificação das polícias”

  1. meu camarada vc não entende nada de segurança publica,esse sistema falido de segurança que temos não era mais pra existir,temos duas polícias que não se entendem e que brigam entre si,temos uma polícia militarizada que só busca mais poder pra quem comanda,já que vc gosta desse modelo atual então deveria voltar a ditadura militar,temos que unificar as polícias e desmilitariza-las aí sim vai começar a funcionar.

  2. Meu amigo, você não sabe de nada mesmo. Se vê claramente que as polícias não se entendem nem numa ocorrência policial, pois aí começa a diferença. Por que vocês não implantam uma delegacia militar para ocorrências de polícias militares? Aí iria funcionar o que você fala que funciona. Sou um policial e sei como é…

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