Quem derrubou Orlando Silva

O ministro Orlando Silva é ou não é ladrão? Que informações e que razões políticas levaram a presidente Dilma a demití-lo?
Estas serão as perguntas e elas levarão a uma discussão sobre o que é secundário, o que na verdade já não tem mais importância diante do que realmente aconteceu. E o que aconteceu foi o julgamento e a condenação de um ministro sem qualquer prova! Não é a primeira vez que isso acontece, mas agora temos um caso limite.
A presidente parece ter seguido seu saudável princípio de que ministro suspeito é ex-ministro, mas no caso de Orlando Silva há uma situação muito peculiar – o que existe contra ele é a denúncia de um ex-policial, que esteve preso exatamente por ter desviado dinheiro dos programas do Ministério do Esporte. Só isso.
“Reportagem investigativa”
O que deu consistência a essa denúncia foi a sua publicação, como “reportagem investigativa” pela revista Veja, e sua total aceitação e difusão pelos demais veículos de comunicação filiados à ANJ. O que se acrescentou foi supérfluo.
Um aluno do primeiro ano do curso de jornalismo aprende que não se pode publicar uma denúncia, ainda mais de uma fonte interessada, sem primeiro checar todas as informações recebidas.
A Veja apostou que o ex-policial João Dias tinha as provas. Deu capa, repercussão nacional. Uma semana depois, quando ele disse que não as tinha, o que aconteceu? Como naquela piada do gaúcho, a mídia “bancou o peido da moça”.
No Jornal Nacional daquela noite, o destaque foi o senador Magalhães Neto, num discurso estudado, batendo em Orlando Silva. “O senhor envergonha a nação, a população quer ver o senhor fora do ministério!”. Na Zero Hora do dia seguinte, a manchete decretava: “STF EMPAREDA ORLANDO SILVA”.
Quem emparedou Orlando Silva foi a mídia. Sem informações, só com o troar de seus canhões. Nunca é demais lembrar que essa mídia, que na época se chamava imprensa, foi uma engrenagem decisiva na gênese e na vitória do golpe militar de 1964. Para prestar esse serviço, distorceu fato e omitiu informações.
O nome disso que praticaram e estão praticando agora não é jornalismo. É lacerdismo. A pergunta que fica é a seguinte: a serviço de quem eles estão agora?

As relações ambíguas do governo com a mídia

Artigo do jornalista Gilberto Maringoni traz visão lúcida e bem informada sobre as relações entre a mídia e o governo.
Enquanto seus apoiadores acusam a mídia de ser golpista, governo prestigia e destina farta publicidade aos grandes meios de comunicação. Uma única edição de Veja recebe cerca de R$ 1,5 milhão em anúncios oficiais. É preciso regular e democratizar as comunicações. Mas também é necessário deixar mais claro os interesses de cada setor nessa disputa.

Enquanto seus apoiadores acusam a mídia de ser golpista, governo prestigia e destina farta publicidade aos grandes meios de comunicação. Uma única edição de Veja recebe cerca de R$ 1,5 milhão em anúncios oficiais. É preciso regular e democratizar as comunicações. Mas também é necessário deixar mais claro os interesses de cada setor nessa disputa.
Nesta semana, a revista Veja fez mais uma denúncia de corrupção contra um Ministro de Estado. É difícil saber o que há de verdade ali, pois a reportagem vale-se apenas do depoimento de uma testemunha. A matéria pautou os principais veículos de comunicação, com destaque para o Jornal Nacional, da Rede Globo.
O Ministro, por sua vez, sai atirando. Responde ao acusador no mesmo calibre. “Bandido” é a palavra que ricocheteia em todas as páginas e telas. O caso é nebuloso. A relação promíscua do Estado com ONGs e “entidades sem fins lucrativos” precisa sempre ser examinada com lupa potente. É um dos legados da privatização esperta dos anos 1990, feita através de terceirizações de serviços que deveriam ser públicos.
Aliados do governo tentam desqualificar não apenas a denúncia, mas o veiculo que a difunde. Volta o debate de que estaríamos diante de uma imprensa golpista, que não se conforma com a mudança de rumos operada no país desde 2003, que quer inviabilizar o governo etc. etc. A grande imprensa, por sua vez viciou-se em acusar todos os que discordam de seus métodos de clamarem pela volta da censura. Há muita fumaça e pouco fogo nisso tudo, mas faz parte do show. Disputa política é assim mesmo.
Maniqueísmo
É preciso colocar racionalidade no debate sobre os meios de comunicação no país, para que não deslizemos para maniqueísmos estéreis. Vamos antes enunciar um pressuposto.
A grande imprensa brasileira está concentrada em poucas mãos. Oito empresas – Globo, Bandeirantes, Record, SBT, Abril, Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e Rede Brasil Sul (RBS) – produzem e distribuem a maior parte da informação consumida no Brasil. O espectro vai se abrir um pouco nos próximos anos, para que as gigantes da telefonia mundial se incorporem ao time, através da produção de conteúdos para a TV a cabo. Mas o conjunto seguirá como um dos clubes mais fechados do mundo.
As empresas existentes há cinco décadas – Globo, Estado, Folha e Abril – apoiaram abertamente o golpe de 1964. Até hoje não explicaram à sociedade brasileira como realizam a proeza de falar em democracia tendo este feito em sua história.
Entre todos os meios, a revista Veja se sobressai como o produto mais truculento e parcial da imprensa brasileira.
Sobre golpismo, é bom ser claro. As classes dominantes brasileiras não se pautam pelas boas maneiras na defesa de seus interesses. Sempre que precisaram, acabaram com o regime democrático. Usaram para isso, à farta, seus meios de comunicação.
A imprensa é golpista?
No entanto, até agora não se sabe ao certo porque esta mídia daria um golpe nos dias que correm. O sistema financeiro colhe aqui lucros exorbitantes. A reforma agrária emperrou. Grandes empresários têm assento em postos proeminentes do Estado – caso de Jorge Gerdau Johannpeter – ou têm seus interesses mantidos intocados.
Algumas peças não se encaixam na acusação de golpismo da mídia. Voltemos à revista Veja. Os apoiadores do governo precisam explicar porque a administração pública forra a publicação com vultosas verbas publicitárias, além de sempre prestigiarem suas iniciativas. Vamos conferir, pois está tudo na internet.
Veja tem uma tiragem de 1.198.884 exemplares (http://www.publiabril.com.br/tabelas-gerais/revistas/circulacao-geral), auditados pelo IVC. Alega ter um total de 8.669.000 leitores. Por conta disso, os preços de seus espaços publicitários são os mais altos entre a imprensa escrita. Veicular um reclame em uma página determinada sai por R$ 330.460. Já em uma página indeterminada, a dolorosa fica por R$ 242.200 (http://www.publiabril.com.br/marcas/veja/revista/precos).
Quem anuncia em Veja? Bancos, a indústria automobilística, gigantes da informática, monopólios do varejo e… o governo federal. Peguemos um exemplar recente para verificar isso.
Na edição de 12 de outubro – que noticiou a morte de Steve Jobs – havia cinco inserções do governo federal. Os anúncios eram do Banco do Brasil (página dupla), do BNDES, do Ministério da Justiça, da Agência Nacional de Saúde e da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Supondo-se que as propagandas não foram destinadas a páginas determinadas, teremos, de acordo com a tabela, um total de R$ 1.525.200.
Exato: em uma semana apenas, o governo federal destinou R$ 1,5 milhão ao semanário dos Civita, a quem seus aliados chamam de “golpista”.
Prestígio político
Há também o prestígio político que o governo confere ao informativo. Prova disso foi o comparecimento maciço de ministros de Estado e parlamentares governistas à festa de quarenta anos de Veja, em setembro de 2008. Nas comemorações, estiveram presentes o então vice-presidente da República, José Alencar, o ex-presidente do BC, Henrique Meirelles, o presidente do BNDES,
Luciano Coutinho, a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o ex-ministro do meio ambiente, Carlos Minc, o ex-ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, o ministro da Educação, Fernando Haddad e a senadora Marta Suplicy (confiram em http://veja.abril.com.br/veja_40anos/40anos.html).
E entre julho de 2010 e julho de 2011, nada menos que seis integrantes dos altos escalões governamentais concederam entrevista às páginas amarelas da revista. São eles: Dilma Rousseff, Aldo Rebelo, Cândido Vaccarezza, Antonio Patriota, General Enzo Petri e Luciano Coutinho.
Nenhum demonstrou o desprendimento e a sensatez do assessor especial da presidência, Marco Aurélio Garcia (então presidente interino do PT). Ao ser convidado para conceder uma entrevista a Diogo Mainardi, em novembro de 2006, deu a seguinte resposta: “Sr. Diogo Mainardi, há alguns anos – da data não me lembro – o senhor dedicou-me uma coluna com fortes críticas.
Minha resposta não foi publicada pela Veja, mas sim, a sua resposta à minha resposta, que, aliás, foi republicada em um de seus livros. Desde então decidi não falar com a sua revista. Seu sintomático compromisso em não cortar minhas declarações não é confiável. Meu infinito apreço pela liberdade de imprensa não vai ao ponto de conceder-lhe uma entrevista”.
RBS, Olívio e Lula
As relações ambíguas do governo e dos partidos da chamada base aliada com a grande mídia não se restringem à Veja.
Entraram para a história a campanha de denúncias e desgaste sistemático que os veículos da RBS moveram contra o governo de Olívio Dutra (1999-2003), do PT, no Rio Grande do Sul. Ataques sem provas, calúnias, mentiras e todo tipo de baixaria foi utilizada para inviabilizar uma gestão que buscou inverter prioridades administrativas.
No auge dos ataques, em 2000, o jornal Zero Hora, do grupo, fez um ousado lance de marketing. Convidou Luís Inácio Lula da Silva para ser colunista regular. Até a campanha de 2002, o futuro presidente da República escreveu semanalmente no jornal, como se não tivesse relação com as ocorrências locais.
Quando abriu mão da colaboração, Lula afirmou que o jornal prejudicava seu companheiro gaúcho (http://noticias.terra.com.br/imprime/0,85198,OI38721-EI342,00.html). O jornal ganhou muito mais que o ex-metalúrgico nessa parceria. Ficou com a imagem de um veículo plural e tolerante.
No mesmo ano, o ex-Ministro José Dirceu foi entrevistado pelo Pasquim 21, jornal lançado pelo cartunista Ziraldo. Naqueles tempos, as empresas de mídia enfrentavam aguda crise, por terem se endividado em dólares nos anos 1990. Com a quebra do real no final da década, os débitos ficaram impagáveis. Lá pelas tantas, Dirceu afirmou que salvar a Globo seria uma “questão de segurança nacional”.
Comemorando juntos
As boas relações com a grande mídia se mantiveram ainda nas comemorações dos 90 anos da Folha de S. Paulo, em janeiro deste ano. Estiveram presentes à festa (http://www1.folha.uol.com.br/folha90anos/879061-politicos-e-personalidades-defendem-a-liberdade-de-imprensa.shtml) a presidente Dilma Rousseff – convidada de honra, que proferiu discurso recheado de elogios ao jornal – a senadora Marta Suplicy, colunista do mesmo, Candido Vaccarezza, líder do governo na Câmara, os ex-Ministros José Dirceu e Marcio Thomaz Bastos e o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho. A Folha também recebe farta publicidade governamental, do Banco do Brasil, da Petrobrás, da Caixa Econômica federal, entre outras.
Nos momentos de dificuldade, dirigentes do governo procuram sempre a grande imprensa para exporem suas idéias. Foi o caso de Antonio Pallocci, em 3 de junho último. Acossado por denúncias de enriquecimento ilícito, o ex-Chefe da Casa Civil convocou o Jornal Nacional, para dar suas explicações ao público (http://www.youtube.com/watch?v=Y5m_wyahXjY).
O mesmo Antonio Palocci – colunista da Folha de S. Paulo entre 2009 e 2010 – dividiu mesas com Roberto Civita, Reinaldo Azevedo, Demetrio Magnoli, Arnaldo Jabor, Otavio Frias Filho e outros, em palestra no afamado Instituto Millenium, em março de 2010 (http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16432). A entidade congrega empresários do ramo e seus funcionários e se opõe a qualquer tipo de regulação em suas atividades.
Os casos de proximidade do governo e seus partidos com a imprensa são extensos. Uma das balizas dessas relações é o bolo da publicidade oficial. Segundo a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) [veja aqui], a receita publicitária oficial em 2010 foi de R$ 1.628.920.472,60. Incluem-se aí os custos de produção e veiculação de campanhas, tanto da administração direta quanto indireta. Ressalte-se aqui um ponto: é legítimo o governo federal valer-se da publicidade para se comunicar com a população. A maior parte do bolo vai para os grandes grupos do setor.
No caso das compras de livros didáticos feitos pelo MEC, para as escolas públicas, o grande beneficiário é o Grupo Abril, que edita Veja (http://www.horadopovo.com.br/2010/dezembro/2921-08-12-2010/P4/pag4a.htm).
Reclamação e democratização
Apesar do PT, partido do governo, ter feito uma moção sobre a democratização das comunicações em seu último Congresso e do ex-ministro José Dirceu ter sido injustamente atacado recentemente pela Veja, é difícil saber exatamente que tipo de relação governo e partidos aliados desejam manter com os meios de comunicação. De um lado, como se vê, acusam a mídia de ser golpista. De outro, lhe dão todo o apoio.
Pode ser que tenham medo da imprensa. Mas o que não se pode é ter um duplo comportamento no caso. Diante da opinião pública falam uma coisa, enquanto agem de forma distinta na prática.
O ex-presidente Lula reclamou muito da imprensa em seu último ano de mandato. No entanto, “Não houve qualquer alteração fundamental no quadro de concentração da propriedade da mídia no Brasil entre 2003 e 2010”. Essa constatação é feita pelo professor Venício Lima em brilhante artigo, publicado no final de 2010 (http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=4902).
As resoluções da Conferência Nacional de Comunicação, realizada em 2009, mofam em algum escaninho do Ministério das Comunicações. O Plano Nacional de Banda Larga, que deveria fazer frente ao monopólio das operadoras privadas, acabou incorporando todas as demandas empresariais. O projeto de regulação da mídia elaborado pelo ex-ministro Franklin Martins desapareceu da agenda.
Como se pode ver, o governo e seus partidos de sustentação convivem muito bem com a mídia como ela é. Têm muita proximidade e pontos de contato, apesar de existirem vozes isoladas dentro deles, que não compactuam com a visão majoritária.
Nenhum dos lados tem moral para reclamar do outro…

O novo Baltimore – Um caso exemplar

A mudança no projeto para o terreno do antigo cinema Baltimore, na avenida Osvaldo Aranha, é um caso exemplar. Mostra como os bairros se transformam sem que os moradores sequer percebam.
O prédio do Baltimore era, originalmente, um centro cultural – com espaço para bailes e festas judaícas, além das salas de cinema, no térreo. Entrou em decadência, resumiu-se às salas de cinema no térreo, acabou interditado. Foi demolido em 2003 sob protesto de urbanista do porte da professora Célia Ferraz.
O primeiro projeto para o terreno, da Telhagua Arquitetura e Construções, levava  em  conta a história  e a cultura do local. O autor, arquiteto José Antônio Jacovas, partia dessa identidade original e tinha o propósito de revitalizar aquela área do bairro,  já em degradação.
Concebeu um prédio residencial, com 108 apartamentos de um dormitório – voltados para o público jovem e solteiro – e um centro comercial com 22 lojas, praça de alimentação, três salas de cinema e três andares de estacionamento subterrâneo. Essa preocupação com a “identidade cultural” do bairro era de certa forma uma resposta às críticas dos que defendiam a preservação do prédio histórico.
Mas o projeto da Telhagua não foi adiante. Primeiro pela burocracia, depois por uma pendência judicial. Ao demolir o prédio foi atingida a estrutura de um casarão ao lado, onde funcionava o Bar João, e a obra foi interditada. Não se falou mais no assunto.
Surge, então, a Melnick Even, construtora paulista, com um projeto de características bem diferentes para o local.  Agora aponta numa outra direção: aposta na expansão comercial  e na transformação do bairro numa extensão do Centro.
Não se pode dizer que foi uma opção errada, se a lógica é a dos negócios. Mas será que são opções inconciliáveis? Um grande prédio comercial não pode contemplar uma grande área de cultura e lazer?
(Elmar Bones)

O que muda com o novo Chefe de Policia

Está prevista para a próxima terça-feira, 3 de fevereiro, a posse do novo chefe da Polícia Civil do RS, delegado João Paulo Martins e a do seu subchefe, delegado Álvaro Steigleder Chaves. Esta mudança não se caracteriza como uma simples dança de cargos entre delegados. E será possível verificar isso desde as primeiras semanas dessa nova administração.
Ocorre que João Paulo não é só o delegado desenhado como o mais elegante, física e intelectualmente, entre os seus colegas de 4ª classe. Ele conhece a operacionalidade da corporação e é considerado hábil no campo do relacionamento político.
Steigleder, além da facilidade de diálogo, tem a obsessão da operacionalidade. Ele não deverá ser um sub-chefe cumpridor, em seu gabinete, da hora/bunda. Nesta moldura, aparece o novo diretor do DPM (Departamento de Polícia Metropolitana), delegado Gerson Mello, também um policial operacional, que sucederá o delegado Cleber Ferreira, que, neste campo, realizou um trabalho da melhor qualidade. No Deic, o delegado Ranolfo Vieira Júnior se ajusta perfeitamente com o traçado da nova cúpula da Polícia Civil, pois nos seus verdes primeiros dez anos de corporação tem demonstrado uma visão positiva e singular do que a sociedade exige de seus profissionais de polícia. Sigam-me.
Questionamentos
Uma cúpula, antiga ou nova, não funciona por si só. Espera-se que os delegados com vocação operacional sejam colocados em postos de liderança em que possam dar resposta ao clamor público por uma sensação segurança que esteja além da apreensão de máquinas caça-níqueis.
Steigleder, sob cujos ombros estará a responsabilidade de montar equipes, compete, a partir do dia de sua posse desencadear esta tarefa. E, se assim não o fizer, serão inevitáveis os primeiros questionamentos. Além disso, independente da análise que este humilde marquês faz da nova cúpula da Polícia Civil, é preciso registrar que o nome de João Paulo foi o escolhido, mas não se trata de uma unanimidade.
Barbárie
Dois homens encapuzados violentaram uma mulher e esfaquearam o marido e o filho dela, em Triunfo. Os bandidos invadiram a fazenda da família na BR 386 e queriam dinheiro da aposentadoria do homem de 76 anos. Os assaltantes fugiram com 25 reais e um aparelho de DVD.
Bárbaro
Dois homens, na noite de quinta-feira, assaltaram a casa noturna Dublin, na rua Padre Chagas, no sofisticado bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Na fuga, um segurança reagiu e os bandidos atiraram, dando um susto bárbaro nas pessoas que freqüentavam outros bares área.
Jornalismo
O III Prêmio Asdep de Jornalismo receberá inscrições até o dia 15 de fevereiro. Podem ser inscritas matérias publicadas no ano de 2008 em jornal, rádio e televisão e trabalhos fotográficos. Para participar, basta preencher o formulário que poderá ser impresso através do site da ASDEP/RS – www.asdep.com.br e enviá-lo por correspondência, juntamente com duas cópias de cada trabalho, para o endereço indicado no site. A inscrição é gratuita. Podem participar jornalistas e radialistas com registro profissional da categoria de todo o RS. O regulamento completo também está no site da Asdep.
Wander.cs@terra.com.br

Brasília e o bom trato com os policiais

Por Wanderley Soares
Enquanto os policiais gaúchos sonham com a equiparação salarial com os seus colegas de Brasília, lá no Planalto vantagens maiores ainda são silenciosamente encaminhadas. Agora, a Câmara analisa o Projeto de Lei 4160/08, do deputado Laerte Bessa (PMDB-DF), que prevê promoção automática, para a classe ou posto imediatamente superior, quando os policiais, civis e militares, do Distrito Federal passarem para a reserva ou inatividade. O benefício, que já é concedido aos militares das Forças Armadas, seria estendido também às carreiras da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.
Segundo a proposta, os proventos da inatividade civil ou militar serão revistos nos mesmos índices e nas mesmas datas das revisões das remunerações dos servidores em atividade. De acordo com, as estatísticas demonstram que a expectativa de vida desses profissionais está muito abaixo da dos demais servidores públicos. “Policiais e bombeiros exercem atividades de risco que provocam grande estresse em seu cotidiano. Por isso, a expectativa de vida entre esses profissionais não ultrapassa a faixa de 54 anos, enquanto, para os servidores comuns, ela passa dos 70 anos”, garante. A proposta será analisada, em caráter conclusivo, pelas comissões de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado; de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Com isso, constata-se que os policiais do RS, que recebem os mais baixos salários do país, não são de carne e osso como os de Brasília.
Susepe (1)
A Susepe está disponibilizando para os empresários do RS uma central de informações, junto ao DTP (Departamento de Tratamento Penal), para esclarecimentos sobre os PACs (Protocolos de Ações Conjuntas). Os empresários que contratarem apenados não terão nenhum encargo trabalhista e social, não descontam PIS, Cofins, não há pagamento de férias, 13º salário e também não há despesas com rescisão contratual. O sistema prisional do RS têm hoje 156 PACs, com um total de 2.060 presos trabalhando. Os empresários que precisarem de mais informações, podem entrar em contato com a Divisão de Trabalho Prisional da Susepe, pelo telefone/fax (51) 3288.7304 ou e-mail trabalhoprisional@susepe.rs.gov.br.
Susepe (2)
A Susepe (Superintendência dos Serviços Penitenciários), através do Dsep (Departamento de Segurança e Execuções Penais) está criando um espaço para os servidores inativos, oportunizando encontros, retomando vínculos, trocando informações e orientará na renovação da carteira funcional, procedimentos para a aquisição de armas de fogo, concessão de registro de arma nova, renovação de registro e transferência junto ao IGP e Polícia Federal. O Dsep está à disposição dos inativos através do e-mail dsepe@susepe.rs.gov.br e no telefone (51) 3288.7226.
Tiroteio
Uma mulher de 62 anos foi presa, ontem, por porte ilegal de arma no bairro Santa Tereza, em Porto Alegre. Ela estava sentada na frente de casa portando um revólver calibre 38. A Brigada Militar foi chamada por causa de um tiroteio entre gangues em um ponto de venda de drogas e prendeu a mulher que estria dando cobertura para o seu filho, Rodrigo de Assis Medeiros, de 27 anos. Ao ver a mãe ser rendida e algemada, Rodrigo abriu fogo contra os policiais e acabou morto durante o enfrentamento.
Homicídios
O RS teve um assassinato a cada cinco horas em 2008, num toal de 1.641 casos, o que corresponde a um aumento de 4% em relação a 2007. O balanço foi publicado no site da Secretaria Estadual da Administração Pública. Dos dez municípios que registraram mais ocorrências, sete estão na Região Metropolitana de Porto Alegre. Houve aumento de mortes em Canoas e Viamão e dimuição em Alvorada. A capital aparece em primeiro lugar com 406 homicídios. Outro crime que teve aumento foi o furto de veículos. Três carros foram furtados ou roubados por hora no ano passado.
Diretor
O coronel da Brigada Militar Jarbas Rogério Vanin é o novo diretor do Departamento de Relações Institucionais e Comunitárias da Secretaria da Segurança Pública do RS. Este posto estava vago desde a aposentadoria do coronel Floriovaldo Pereira Damasceno, que foi para a reserva no ano que passou.
Ambiente
Hoje, às 17h, o tenente coronel da Brigada Militar Atamar Cabreira Filho assumirá o Comando Ambiental da Brigada Militar. Cabreira sucede no posto o tenente coronel Ladimir da Silva. A posse será na sede da unidade, na avenida Aparício Borges, 3850.
Assassino
Delegacia de Capturas prendeu, ontem, no centro de Cidreira, um homem de 39 anos acusado de ter assassinado, em Porto Alegre, um casal de irmãos. O crime ocorreu em 04 de dezembro de 2008 na Estrada dos Alpes, 1330, bairro Glória. Nesta data, o homem entrou na casa dos irmãos efetuando vários disparos. Volmir da Silva Ellias, 29 anos, e Joelma, 36 anos, morreram na hora. Uma terceira irmã, Rosângela, 41 anos, foi ferida nas pernas. O motivo do crime teria sido o vazamento de água em uma valeta aberta no chão batido da viela, já que o assassino era vizinho das vítimas.
Wander.cs@terra.com.br

Sonhos no entorno da segurança pública

A partir de Brasília, mesmo no campo da violência e da criminalidade, todas divagações parecem concretas.
Ontem, o secretário-adjunto da Segurança Pública, Rubens Edison Pinto, presidiu mais um encontro de planejamento da Confesp (Conferência Estadual de Segurança Pública), que será realizada em Porto Alegre, em julho de 2009. A reunião teve lugar no auditório da pasta da Segurança. Estiveram presentes ao evento autoridades e entidades ligadas ou interessadas no tema. Para a conferência de julho é prevista a participação de 1.200 pessoas, ocasião em que será projetada a participação do RS na Conferência Na-cional de Segurança Pública, marcada para o fim de agosto do próximo a-no, em Brasília. Sigam-me.
Radiografia
A Conferência Nacional de Segurança Pública, para o Ministério da Justiça e, especialmente, para a Senasp (Secretaria Nacional da Segurança Pública) é considerada como o maior e o mais importante fórum de discussão das atividades das policias no campo teórico e prático contra todo o leque da violência e da criminalidade. Na preparação deste acontecimento estão sendo mobilizados todos os municípios do país. A busca é de uma radiografia plena da questão.
Sem negar a importância sociológica, psicológica, antropológica, etnológica e tantos outros estudos das conferências regionais e da nacional, não posso negar meu ceticismo em torno de seus insondáveis resultados práticos, não obstante acredite, sem pestanejar, que no campo político a repercussão midiática será da maior importância para os atuais donos do poder.
Ilha
Fico imaginando, aqui da minha torre, delegados do Rio Grande do Sul atalhando as teses de seus colegas do Acre que, por sua vez, poderão apar-tear representantes de Santa Catarina que, com algum esforço, encontrarão afinidades com a delegação das Alagoas. E, por tais rumos, obrigo-me a lembrar que uma coisa é ser delegado em Gramado e, outra, é ser titular da DP de Soledade. Mas, conformemo-nos, pois a Conferência Nacional da Segurança Pública, em Brasília, é a realidade projetada para agosto de 2009. Mais um sonho a ser vivido na ilha da fantasia.
Fugas
Neste ano, 83 fugas de presídios do regime fechado foram registradas no sistema prisional gaúcho. O levantamento foi divulgado pela Susepe. Considerando que são os bandidos que têm a pretensão de dominar os presídios, o quadro não deverá ter alteração tão cedo.
Albergue
O secretário estadual da Segurança Pública, Edson Goularte, participou, ontem, da inauguração das obras de ampliação do albergue de Bento Gonçalves, localizado junto ao Presídio Estadual, naquele município. A ampli-ação permitirá a abertura de 110 vagas. O albergue, atualmente, abriga 262 detentos para uma capacidade de 96 apenados.
Assalto
A relojoaria e óptica Dallas, localizada na rua dos Andradas, centro da capital foi assaltada ontem. Um homem armado entrou no estabelecimento e levou objetos num valor estimados em CR$ 150 mil. Ninguém foi ferido.
Crime hediondo
Em Cidreira, a Brigada Militar prendeu dois homens que monitoravam duas crianças – um menina de sete anos e um menino de cinco anos – no tráfico de drogas. As crianças eram filhas de um dos traficantes. Foram apreendidas no local 119 pedras de crack e 30 trouxinhas de maconha.
Missão
Hoje, o Comando Regional de Policia Ostensiva Centro Sul e a Prefeitura Municipal de Guaíba, através da Secretaria de Trânsito, realizarão a forma-tura do Projeto Vida Segura. A iniciativa beneficiou 21 crianças pertencentes a estabelecimentos de ensino da região daquela região. Não obstante seja louvável iniciativas como essa, da Brigada Militar, tal missão deveria ser assumida pelas área de educação e cultura do Estado e dos municípios.
Banco
Para não escapar da rotina, cinco homens armados assaltaram, ontem, uma agência do Sicredi, em Gramado Xavier, no Vale do Rio Pardo. O bando fugiu em um Focus e um Kadett, levando um gerente do banco como refém. Um dos veículos e o servidor foram liberados. Foi o décimo primei-ro ataque a banco em 22 dias em dezembro.
Mundial
O diretor da 3ª DP Regional Metropolitana, com sede em São Leopoldo, delegado João Bancolini, recebeu uma homenagem do presidente da Asso-ciação World Tackwondo Chung do Kwan, no Brasil, o mestre Luiz Cezar Nunes, pelo incentivo as artes marciais, em especial das modalidades hap-kido e taekwndo, entre policiais daquela região do RS. Esta homenagem, inédita no Estado, é oferecida pela Federação Mundial Chung do Kwan se-diada na Coreia do Sul. Bancolini incentiva as artes marciais entre os mem-bros de sua equipe com o objetivo de evitar, ao máximo, o uso de violência nas operações que resultam em prisões.

Papel couchê contra a violência e a criminalidade

Ao combater num terreno árido, um certo charme sempre causa um novo alento.
Está nas ruas a obra mais visível lançada, até o momento, pelo Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania), menina dos olhos do ministro da Justiça Tarso Genro, a quem eu chamo, carinhosamente, de escorregadio devido a sua habilidade em se esgueirar das críticas com um discurso desenvolvido num português castiço e, por isso, de complexas interpretações. Trata-se, a obra, de uma publicação bilíngüe – português e espanhol – em papel couchê de gramatura pesada, colorida e com 24 páginas.
O trabalho, que mergulha em toda a complexidade da violência e da criminalidade, foi produzido pela Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Justiça em parceria com a área de Projetos Especiais da Revista Exame, da Editora Abril. Apresentado como novo paradigma para a segurança pública do país, na dialética empolada, para não dizer enrolada, dos teóricos do setor que habitam os gabinetes da pasta da Justiça, o Pronasci mostra que também cumpre outra missão: a de alavancar os negócios de grandes editoras.
Pauteiro
Observo que a leitura atenta desta coluna tem proporcionado pauta e excelentes matérias. A questão da corrida pela chefia de polícia, por exemplo, começa a ser tratada pelos coleguinhas da mídia local com maior profundidade quando repetem o que este humilde marquês apontou há várias semanas. Fico envaidecido com a vigilância competente não só dos arapongas encapuzados como dos jovens de peito aberto no entorno da minha torre.
Caixa
A Brigada Militar localizou, ontem, um caixa eletrônico que havia sido furtado no município de Farroupilha. O equipamento foi abandonado no interior de Carlos Barbosa. A Brigada chegou ao local após ligações recebidas da comunidade.
Jogatina
Agentes da DP de Capão da Canoa, sob o comando do delegado Roland Alexander Short, fecharam, pela terceira vez, neste ano, uma casa de jogos de azar em Capão da Canoa, localizada na avenida Paraguassú no prédio onde funcionou o Bingo 53. No momento da abordagem, o prédio estava sem clientes, apenas com alguns funcionários. Não posso ter outra idéia a respeito de operações como esta a não ser a de que a polícia tem outras coisas mais importantes para fazer. Rapidamente, estive em Capão, e notei a existência de locais destinados ao jogo carteado (em belos e respeitáveis hotéis turísticos) cujos freqüentadores temem não só uma invasão criminosa de bandidos como a de uma ação moralista da polícia ou de uma força tarefa do Ministério Público.
Confessor
O caso do assassinato do médico Marco Antonio Becker, 60 anos, executado a tiros no último dia 4, está com as suas investigações, tecnicamente, sob sigilo determinado pela Justiça, No entanto, a mídia local revela que a polícia procura um confidente da vítima que saberia de coisas que poderiam encaminhar a um fio de cabelo (trata-se de alegoria minha) que poderia indicar um indício de alguém que teria motivos para matar ou mandar ma-tar Becker, ou, pelo menos, saberia algo sobre quem pretendia fazê-lo. Não sei se Becker era católico, mas se era, a polícia esta em busca de seu con-fessor.
Perfumados
O enxugamento na Brigada Militar, que poderia começar com um simples canetaço do Piratini, parece-me inviável. Eu gostaria de saber, por exemplo, o que já realizou pela segurança pública do RS um oficial da milícia gaúcha que, há 17 anos, está no TCE (Tribunal de Contas do Estado), onde chegou como tenente e, hoje, é major e está com um soldo que causa inveja a própria governadora Yeda Crusius. Vejam só: há quem queira obrigar os maestros e músicos das bandas da Brigada (ícones de nosso processo cultural e educacional) a irem para as ruas caçar bandidos e, ao mesmo tempo, preservam, com cinismo, a posição dos perfumados oficiais de gabinetes políticos.

O silêncio dos inocentes

A sociedade precisa de um gigantesco tratamento psicológico.
O aterramento de um poço com 15 metros de profundidade exige uma mão de obra que nunca deixará de chamar a atenção de pessoas que vizinham com o local. No entanto, um casal, assassinado por traficantes de drogas, foi sepultado nesse local no início deste mês. Houve o aterramento e as pessoas que notaram o movimento ficaram silenciosas. Isso aconteceu em Gravataí, numa área sabidamente usada por bandidos. Somente quarta-feira última houve o resgate que, evidentemente, foi possível através de informantes cuja identidade deve permanecer no mais absoluto sigilo. Foram necessárias duas escavadeiras num trabalho desenvolvido por mais de três horas até que aparecessem os corpos de José Oscar dos Santos, 41 anos, e de Sandra Naira dos Anjos da Silva, 41 anos. Sandra era viúva de um traficante e, José, trabalhava para ela. Ambos estavam algemados, amordaçados e com os rostos cobertos com sacos plásticos, nos estilo que foi ensinado pelo melhor filme brasileiro do ano, Tropa de Elite. Sigam-me.
Tratamento
O retardamento da denúncia sobre o local onde os corpos foram enterrados pode ser considerado normal. A população, de um modo geral, está com medo. E esta sensação se agrava nos locais em que a bandidagem se instala para gerir o tráfico de drogas e de armas. Envolver-se num episódio como o que ocorreu em Gravataí corresponde a colocar a vida em jogo. Há quem defenda que a criminalidade indica que a sociedade está doente. O criminoso, segundo este raciocínio, é um enfermo e assim deve ser tratado. Mas há o outro lado. As vítimas da violência e da criminalidade, reféns de traficantes, de assaltantes, de vândalos, de ladrões de casaca, também estão doentes. O medo de denunciar se espalha como um veneno em todas as classes sociais que terminam se omitindo quando não se tornam cúmplices do flagelo. A sociedade precisa de um gigantesco tratamento psicológico paralelamente ao que possa ser feito na área policial.
Errata
Ontem, equivocadamente, citei como Marco Aurélio, o ex-presidente do Tribunal de Justiça do RS, desembargador aposentado e, hoje, advogado e comunicador Marco Antonio Barbosa Leal, chamado de Marcão por seus amigos mais próximos. Trata-se de um tropeço imperdoável que, vez por outra, cometo ao referir-me a celebridades.
Brigada
A governadora Yeda Crusius prestigiou, ontem, a cerimônia de posse do coronel João Carlos Trindade no comando geral da Brigada Militar. Trindade sucede no posto ao coronel Paulo Roberto Mendes, alçado a juiz do Tribunal de Justiça Militar do Estado.
Agulha
O sigilo em torno das investigações o assassinato do médico Marco Antonio Becker, crime ocorrido no dia 4 deste mês, foi solicitado pela própria polícia e referendado pelo judiciário. Esse sigilo deveria ocorrer a partir do primeiro momento da investigação, sem a bengala da Justiça. Parece-me que a própria policia fez o palheiro para procurar a agulha.
Homicídio
Em Caxias do Sul, no bairro Nossa Senhora das Graças, durante uma discussão, um homem ainda não identificado atirou 5 vezes contra Maurício Maciel dos Santos, de 21 anos. A vítima ainda gritou por socorro, mas morreu momentos depois. O criminoso fugiu em uma moto.
Meninos
Policiais encontraram o rifle, calibre 38, usado para balear a menina Kerem Apucci Niches Braga, de 11 anos, em Canoas. A arma estava na casa de um adolescente de 13 anos, amigo dos outros quatro adolescentes envolvidos no crime. A criança foi atingida na cabeça e está internada no HPS do município.
Bancos
O total de ataques a banco no estado, em dezembro, já superou o acumulado no período em 2007. Foram 10 casos em 19 dias, três em Porto Alegre e sete no interior. Nos 31 dias de dezembro de 2007, foram oito registros, sete no interior e um na capital, conforme o Sindicato dos Bancários. O décimo ataque ocorreu ontem em uma agência do Bradesco em Gravataí. Quatro homens levaram 15 mil reais e fugiram em um Astra preto.
Presídios
O Tribunal de Justiça mandou interditar o alojamento anexo do Presídio de Bagé, devido a superlotação. Mais de 100 presos estavam em situação ilegal dividindo cela com detentos de outros regimes. Além disso, havia mulheres cumprindo pena em selas masculinas. Das 92 unidades prisionais gaúchas 19 já foram interditadas ou semi-interditadas.

Polícia Civil espera as festas sem mudanças

Democraticamente, nomes de expressão rondam a cadeira do chefe da instituição.
O troca-troca na Polícia Civil, a partir de sua chefia, deverá acontecer nos primeiros dias de janeiro. O quadro atual indica que, durante as festas natalinas e de Ano Novo, estarão em sofrido limbo tanto os que estão em queda livre quanto os que permanecem livres para sonhar. O atual chefe de polícia, delegado Pedro Rodrigues, parece ainda acreditar em recuperar seu prestígio com a governadora Yeda Crusius e permanecer no posto. Pedro – que dá entrevistas referindo-se a si mesmo na terceira pessoa, no melhor estilo das celebridades do futebol, perdeu as graças do Piratini ao tratar com panos quentes posições de seu amigo, delegado Luiz Fernando Tubino, que entrou em rota de colisão com a governadora em depoimento dado na CPI do Detran. A estatura de Pedro, como policial, não está em discussão e, sim, a sua inabilidade em definir o que é ou não é fidelidade a sua chefe maior. Sigam-me.
Ventos
Pedro está sofrendo os ventos provocados por nomes que surgem para ocupar a sua cadeira. Um deles é o do delegado regional de Caxias do Sul, Paulo Roberto da Rosa que, se alcançar o galardão, segundo meus conselheiros, tem a tendência de manter na subchefia o delegado Francisco Tubello. Outro nome que surge é o do delegado José Luís Carvalho Sávio, profissional que sempre gozou de grande prestígio com o ex-presidente do Tribunal de Justiça do RS, desembargador aposentado e, hoje, comunicador e advogado Marco Aurélio Barbosa Leal.
Conselheiros
A Divisão de Comunicação Social da Polícia Civil continua com sua cúpula montada em Capão da Canoa, sob a liderança do comissário Newton Ramos, que saiu de seu gabinete situado no Palácio da Polícia, à beira do arroio Dilúvio, para trabalhar sob a brisa do mar. E por falar em comunicação, soube que a minha torre está sendo observada, pois há quem deseja saber quem são os meus conselheiros e a que horas aqui chegam para as reuniões. Isso envaidece este humilde marquês.
Traficantes
Ontem, agentes do Denarc prenderam, em Alvorada, na rua Zero Hora, três pessoas por tráfico de drogas. Foram apreendidas 37,8 gramas de cocaína, 63 gramas de crack, 26 gramas de maconha e nove celulares. A existência de fitas adesivas, estilete e luvas no local indicava que as drogas seriam embaladas para venda. Segundo o delegado Marcio Zachello, uma mulher de 48 anos foi encaminhada ao Presídio Madre Pelettier, enquanto dois homens, de 26 e 32 anos, foram conduzidos ao Presídio Central. Em Farroupilha, no bairro São Roque, numa diligência coordenada pelo delegado Clóvis Rodrigues Vanes de Souza, houve a prisão de duas mulheres, de 18 e 25 anos. No local, foram apreendidos cerca de 6 kg de maconha. O local vinha sendo monitorado há dois meses.
Insatisfação
Mais de 100 PMs participaram, no dia de ontem, de uma revista na Penitenciária Estadual do Jacuí, em Charqueadas. O alvo da operação foi a 5ª galeria do pavilhão D, onde estão os condenados pelos crimes como tráfico de drogas, roubo a banco e formação de quadrilha. Como de costume, foram encontrados telefones celulares, carregadores, facas artesanais, drogas e munição. A penitenciária abriga 2050 apenados e a capacidade é 1400. Os apenados, é claro, ficaram insatisfeitos com a ação.
Delegados
A Polícia Civil gaúcha empossou, ontem, os 28 novos delegados formados no início deste mês. A cerimônia ocorreu no Auditório Cícero do Amaral Viana, no Palácio da Polícia e foi prestigiada por toda a cúpula da instituição.
Assalto
Quadrilheiros assaltaram o depósito da empresa de bebidas Fruki, na noite de quarta-feira, na capital. Conforme a polícia, um homem usando o uniforme da empresa rendeu o vigia, abriu o portão e entrou com mais cinco bandidos. O grupo fugiu em dois veículos levando um valor total de R$ 150 mil.
Corpos
Agentes do Denarc, comandados pelo delegado Luiz Fernando Martins, localizaram na tarde de quarta-feira, em Gravataí, os corpos de Sandra Naira dos Anjos da Silva e José Oscar Santos dos Santos. Eles haviam sido seqüestrados no último dia 5 último por uma quadrilha de traficantes. O bando foi desarticulado no último no dia 8 pelo Denarc. Na oportunidade, foi preso Neri José Soares, apontado pela polícia, como o maior traficante das regiões Sul e Sudeste do País. A prisão de Neri é de excepcional importância, mas na rede que comanda o tráfico, com poder de vida e morte, ele é apenas uma peça.

No caso do médico, a ordem é bico calado

Até que o crime seja solucionado, a polícia deve manter sigilo sobre as investigações.
Treze dias depois do assassinato, em Porto Alegre, do médico Marco Antonio Becker, de 60 anos, o Judiciário decidiu que as investigações devem ser desenvolvidas em segredo de justiça. Isso quer dizer que nenhum policial poderá fornecer qualquer informação a quem quer que seja que esteja fora da apuração do caso, especialmente para jornalistas, sobre o andamento do trabalho. O agente que ferir esta determinação, se descoberto, responderá criminalmente pelo seu ato. Evidentemente, as matérias jornalísticas investigativas estarão fora do alcance dessa medida.
A decisão judicial nada tem de insólita. Em tese, todo o tipo de investigação, independente de determinação do judiciário, deve ser realizado em sigilo, sem entrevistas reveladoras das pautas que estão sendo seguidas, sem informações privilegiadas, sem estrelismos sherloquianos. Este humilde marquês alertou para o que vinha acontecendo no entorno da investigação do assassinato de Becker. Houve muita falação com pouca habilidade. Agora, a ordem na polícia é bico calado, o que não corresponde a nenhuma rolha para a imprensa. Pelo contrário, o caso passa a ser um desafio para os repórteres, que é tão grande quanto aquele com que se defronta a equipe que busca desvendar o crime.
Mulheres
Ontem, o chefe da Casa Civil do Governo do Estado, José Alberto Wenzel, recebeu o processo que oficializa a Delegacia da Mulher no município de Erechim. Criado em 2003, por iniciativa da vereadora Carlinda Poletto Farina, o projeto gerou o Posto de Atendimento à Mulher, que funciona junto à 1ª DP de Erechim, sendo, a partir da sanção da governadora Yeda Crusius, por meio da assinatura do decreto, oficializada a 1ª DP da Mulher naquela cidade que terá como titular a delegada Diana Casarin Zanatta.
Jogatina
Policiais da 1ª DP de Osório apreenderam, terça-feira, cinco máquinas caça-níqueis, sendo duas em forma de malas. A apreensão ocorreu em dois bares no bairro Albatroz em operação dirigida pelo delegado Celso Santino Ferri. Em Bagé, sob a coordenação da delegada Lúcia Salim, foram apreendidas oito máquinas caça-níqueis e fechados dois pontos de arrecadação de jogo do bicho. Segundo Lúcia, a operação foi contra o esquema de um contraventor que costuma empregar mulheres como suas gerentes.
Seguro
A governadora Yeda Crusius inaugurará, amanhã, os quatro novos pavilhões do Presídio Central de Porto Alegre. Com um custo total de R$ 5,4 milhões e criando 492 novas vagas, a obra integra o Programa Estruturante Cidadão Seguro. A abertura dessas vagas vai determinar a saída de policiais militares das ruas para reforçar a segurança na casa prisional. Isso significa que o cidadão não estará, exatamente, seguro, é claro.
Ambulantes
Até o momento em que encerrava a coluna, era grave o estado de saúde do zelador Edson Morales, de 58 anos, que ficou mais de 10 horas baleado dentro de um elevador de um prédio comercial no centro de Porto Alegre. O crime ocorreu na noite de terça-feira depois que o criminoso arrombou a sala utilizada para depósito por vendedores ambulantes no 4º andar do edifício. Edson levou dois tiros possivelmente ao tentar evitar o furto de mercadorias.
Praia
Agentes da DP de Tramandaí, prenderam cinco pessoas, entre elas dois adolescentes, que tinham em seu poder 386 gramas de crack, o que equivale, aproximadamente a três mil pedras do produto, uma motor e uma espingarda de calibre 12, cano serrado. A ação ocorreu na rua rua Estilac, bairro São Francisco.
Esteio
A comunidade de Esteio está prestigiando as ações da Brigada Militar local, comandada pelo tenente-coronel Roberto Kraig, contra a criminalidade e a praga da poluição sonora proporcionada por jovens exibicionistas em seus carrões nas 24 horas do dia. Dezenas de carros têm sido recolhidos, o que não se nota em Porto Alegre.
Execução
Um jovem foi morto a tiros, ontem, dentro de uma Lan House. em Porto Alegre. O crime, que teve características de execução, ocorreu no bairro Santa Teresa. Segundo a Brigada Militar, quatro homens chegaram a bordo de duas motos e dispararam contra Cristiano Rosa da Silva de 19 anos.