Um dos mais ativos agente cultural e curador de artes plásticas de Porto Alegre, o artista visual e arquiteto Fábio André Rheinheimer celebra 33 anos de sua primeira exposição individual com “A Tempestade”. Agora ele deixa o papel de pedra para se tornar vitrine.
O cenário de cultura e artes no Estado na década de 2010/2019 foi cheio de percalços, avanços, recuos e conquistas já que, como disse a ex- presidenta Dilma Roussef, “não está fácil pra ninguém”. No meio desse emaranhado da cultura da aldeia emergiram artistas fazendo o que eles mais gostam e sabem fazer, mostrar seus trabalhos, ao lado de gerações anteriores que nunca deixaram o facho de luz da civilização e da arte local se apagar.
Assim, toda vez que a roda da cultura se move, através de seus artistas tarefeiros, de instituições oficiais e privadas, público e outros agentes, Porto Alegre se justifica no verão ( e no resto do ano) exercendo sua condição de esquina do mundo.
Que isso se repita muitas e muitas vezes nessa década que iniciou agora em 1920, são os votos da redação do JÁ Porto Alegre.
Higino Barros
O texto abaixo é da jornalista Tatiana Csordas
“A exposição “A Tempestade” tem vernissage na quinta-feira, dia 9, das 17h30 às 20h, no Espaço Cultural Correios (Av. Sete de Setembro, 1020 – Praça da Alfândega – Acesso pela Avenida Sepúlveda). A mostra fica em cartaz até o dia 9 de fevereiro de 2020. Entrada franca.
“Ao longo dos 33 anos de atuação nas artes, Rheinheimer participou de diversas exposições coletivas, individuais e salões de arte, apresentando obras como artista e como curador. “A Tempestade” é fruto de um projeto de pesquisa estabelecido a partir do exercício pictórico, em que o resultado são fotografias, registros desse processo.
Durante a pesquisa, que levou às obras da exposição, o artista alterou as pinturas continuamente, sobrepondo umas às outras compondo assim novas imagens, que surgiam e se extinguiam sucessivamente, em um processo de constante transformação. O resultado são paisagens marítimas, sob efeito de intensa agitação atmosférica, em obras com densa carga dramática. “É um projeto que representa pontualmente uma parcela das possibilidades desenvolvidas até o momento e que ainda pode ganhar novas formas”, revela o artista.
“Esse projeto tem por referência dois elementos fundamentais, que se relacionam: a produção dos artistas impressionistas e o estilo ukiyo-e, um gênero de xilogravura e pintura japonesa”, explica o artista. Entre importantes nomes que se dedicaram ao estilo ukiyo-e destaca-se a produção de Katsushika Hokusai, que tem em A Grande Onda de Kanagawa sua obra mais célebre, que acabou servindo como um dos principais elementos de referência teórica para Rheinheimer.
As imagens selecionadas para esta mostra são os registros de uma contínua investigação pictórica. “A Tempestade” é composta por 16 obras impressas em tecidos diversos com grandes dimensões e em adesivo sobre PVC. Entre esses materiais estão tecidos utilizados normalmente na decoração e na moda, como Linarte, Linho Madrid, em uma parceria com a Casa Rima, e neoprene. As fibras apresentadas em grandes dimensões, de 1,40 m por 2,30 m, dão novas cores e características às obras pela estrutura de seus fios, compondo quase que uma nova criação a partir das pinturas originais.”
Exposição “A Tempestade” de Fábio André Rheinheimer
Local: Espaço Cultural Correios
Endereço: Av. Sete de Setembro, 1020 – Praça da Alfândega – Acesso pela Avenida Sepúlveda
Vernissage: 9 de janeiro, das 17h30 às 20h
Período: Até 9 de fevereiro de 2020
Visitações: de terça a sábado, das 10h às 18h, e aos domingos, das 13 às 17