Em ” Coriolano”, um drama da república romana contado por Shakespeare

 

A coleção de 20 volumes com obras de William Shakespeare apresentada pelo psicanalista, escritor e intelectual Luiz-Olyntho Telles da Silva. Hoje, o terceiro volume.

A coleção Shakespeare da Editora Movimento – 3

CORIOLANO

p/William Shakespeare

Tradução interlinear, introdução e notas de Elvio Funck

Porto Alegre, Editora Movimento, 2017, 264p.

Editado com o apoio de Wizard

“Militar romano que ajudou a expulsar o último rei de Roma, Coriolano foi um dos instauradores da república romana, em torno de 500 a.C. Seu exacerbado amor à justiça, que o levou, entre outras atitudes radicais, a exercer forte oposição à decisão do Senado que, temeroso de perder votos, permitiu a distribuição gratuita de trigo à plebe, foi seu defeito trágico (húbris) que, somado a seu apego edipiano por sua mãe e sua intransigência em ceder, lhe trouxe consequências fatais.”

Ato I, Cena 1 – Caio Márcio (depois chamado Coriolano – dirigindo-se aos cidadãos de Roma):

                                               […] Que quereis, cães furiosos,

                                               que não gostais nem da paz nem da guerra? A guerra vos assusta

                                               e a paz vos torna arrogantes. Quem em vós confiar

                                               vai descobrir lebres lá onde pensava achar leões

                                               e gansos onde buscava raposas; confiar em vós é o mesmo

                                               que confiar numa brasa que fica no gelo

                                               ou no granizo que se derrete ao sol. Para vós é virtude

                                               valorizar aquele cujo crime o levou a ser punido

                                               e vituperar a justiça que o puniu. Os que merecem as glórias

                                               incorrem em vosso ódio; aquilo que procurais é como

                                               o apetite de um homem adoentado, que mais deseja aquela comida

                                               que vai agravar seu mal. Aquele que confia

em vosso apoio, nada com nadadeiras de chumbo

e tenta derrubar carvalhos com caniços.

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