A Feira Literária de Viamão deste ano, que aconteceu de 20 a 29 de setembro, teve como tema a Revolução Farroupilha.
Ao contrário do que faz Porto Alegre, com o Acampamento Farroupilha, que se tornou um shopping gauchesco, Viamão faz da Semana Farroupilha um período de reflexões e manifestações culturais.
Concertos, shows de música popular, apresentações teatrais e lançamentos de livros que resgatam a história e os personagens, cujas dimensões ultrapassam os limites do município.

“Tenho a impressão que Viamão está se preparando para cercar Porto Alegre, como fez durante a Revolução Farroupilha”, disse o jornalista Elmar Bones, no lançamento de seu livro O Editor sem Rosto – A utopia de Luigi Rossetti, o italiano que criou o jornal dos Farrapos, em edição especial para a feira.
“Só que agora não é com homens armados e canhoneios, mas com as armas da cultura, da história e dos recursos naturais”, completou.

A Flivi chegou à 18a edição renovada e ampliada. Muitas atividades para o público infanto-juvenil, para incentivar a formação de novos leitores, saraus de poesia e música, palestras de autores e a entrega do troféu Luigi Rossetti, esculpidos um a um

pelo artista plástico Lucas Strey. As peças, em aço patinado, remetem às flores que ladeiam o logotipo do jornal O Povo, o jornal da República Rio-Grandense editado por Rossetti.

Os agraciados com o troféu foram os jornalistas Fernando Gabeira (que não pode comparecer) e Tânia Carvalho, a artista plástica Vera Chaves Barcellos, que mantém uma fundação cultural com seu nome em Viamão, e a Coovir, a

cooperativa de catadores de resíduos recicláveis, pelo impacto ambiental positivo do seu trabalho na cidade.
O patrono da feira, escritor Alcy Cheuiche, lançou o livro Viamão – Trincheira Farroupilha. Lúcia Brito lançou A Visão e as Previsões de José Lutzenberger, livro com um apanhado de textos premonitórios do ambientalista. Tamoyo – O time de Viamão, de Bira Mros e Juarez Godoy, foi o lançamento literário que resgata a história do clube local, que completou 80 anos em setembro.
A música teve presença marcante durante toda a Flivi. A OSPA fez um concerto na abertura. A Camerata Presto apresentou As Quatro Estações, de Vivaldi. Uma grande banda formada por alunos das escolas municipais, nas quais funcionam 47 bandas com dois mil estudantes no total, tocou em frente à igreja. Além de diversos shows e saraus.