Aumenta número de vagas, carteira assinada e renda dos trabalhadores

Os números divulgados nesta sexta-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) da taxa de desocupação dos trabalhadores, rendimento médio, carteira assinada e sem carteira, batem recordes e mostram claramente uma economia em recuperação, menos para a mídia corporativa que deu a notícia sem destaque, de forma burocrática.

A recuperação ainda não é a ideal, pois a política monetária está nas mãos de uma maioria de economistas neoliberais no Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, até o final de 2024. Esse instrumento é fundamental porque trata da estabilização econômica e utiliza principalmente a taxa básica de juros de curto prazo e atua na quantidade de moeda em circulação, no crédito e na liquidez global do sistema econômico.

A mídia colonial busca de todas as formas desestabilizar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com apoio de parte do empresariado que é patrimonialista. Aquele que quer o Estado para servir a ele. Não aceita a desconcentração da renda no Brasil para aumentar o consumo, não quer pagar imposto, adora desoneração da folha de pagamento, apoia por baixo dos panos, ou nem tanto, o trabalho análogo a escravidão. Luta com unhas e dentes para manter a financeirização em troca da produção, através de rendimentos absurdos, com a aquisição de títulos públicos que o Banco Central oferece a taxa de juros nas alturas, que inviabiliza o crédito barato para esquentar a economia.

No trimestre móvel encerrado em maio de 2024, a taxa de desocupação dos trabalhadores recuou 0,7 ponto percentual frente ao trimestre de dezembro a fevereiro de 2024 (7,8%) chegando a 7,1%. Na comparação com o mesmo trimestre móvel de 2023 (8,3%), também houve recuo: -1,2 ponto percentual. Com isso, a taxa de desocupação foi a menor para um trimestre móvel encerrado em maio, desde 2014 (7,1%). São dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua divulgada pelo IBGE.

A população desocupada – aqueles que não tinham trabalho e buscaram por uma ocupação no período de referência da pesquisa – também diminuiu nas duas comparações: -8,8% (menos 751 mil pessoas) no trimestre e -13,0% (menos 1,2 milhão de pessoas) no ano. Assim, esse contingente chegou a 7,8 milhões, o menor número de pessoas em busca de trabalho desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015.

A coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, analisa que “o crescimento contínuo da população ocupada tem sido impulsionado pela expansão dos empregados, tanto no segmento formal como informal. Isso mostra que diversas atividades econômicas vêm registrando tendência de aumento de seus contingentes. Além disso, há um fator sazonal no crescimento do grupamento de atividades Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais”.

O rendimento médio real das pessoas ocupadas no trimestre encerrado em abril foi de R$ 3.181, sem variação significativa no trimestre e crescendo 5,6% na comparação anual. Com as altas do rendimento e da ocupação, a massa de rendimentos, que é a soma das remunerações de todos os trabalhadores do país, chegou a R$ 317,9 bilhões, novo recorde da série histórica, subindo 2,2% (mais R$ 6,8 bilhões) na comparação trimestral e 9,0% (mais R$ 26,1 bilhões) no ano. Segundo a coordenadora, “a massa de rendimentos tem se mantido em patamares elevados devido aos recordes da população ocupada”.

Com o número de ocupados em patamares recorde, acima dos 101 milhões de brasileiros, o IBGE registrou novamente recordes nos números de trabalhadores com e sem carteira assinada. Entre os empregados com carteira assinada, o número absoluto de profissionais chegou a 38,326 milhões, maior patamar da série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012.

Contra o trimestre anterior, a alta foi de 0,9%, agregando 330 mil pessoas ao grupo. Contra o mesmo trimestre do ano passado, o ganho é de 4,1%, o que equivale a 1,5 milhão de trabalhadores a mais. “Esse recorde é fruto de acumulação de expansão trimestre a trimestre. A última queda trimestral para a carteira assinada no setor privado foi em 2020, em função da pandemia e os prejuízos que ela trouxe ao mercado de trabalho”, diz Adriana Beringuy.

Já os empregados sem carteira são 13,7 milhões, também recorde. A alta para o trimestre foi de 2,9%, com aumento de 383 mil trabalhadores no grupo. No comparativo com 2023, houve aumento de 5,7%, ou de 741 mil pessoas.

“A expansão do mercado de trabalho como um todo teve uma participação importante da parcela de trabalhadores informais, tanto que a taxa de informalidade ainda é de 38,6%, mas é um crescimento mais impulsionado pelo ramo formal”, afirma Beringuy.