BNDES aprovou R$ 90 bilhões para a indústria

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já aprovou R$ 90 bilhões para a indústria brasileira desde 2023, disse o presidente da instituição, Aloizio Mercadante, durante a abertura esta semana do seminário “Descarbonização: Os Caminhos Para a Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil”. “A nossa meta é R$ 300 bilhões, já entregamos R$ 90 bilhões”, revelou. Os recursos integram o Plano Mais Produção, da Nova Indústria Brasil.

A Nova Indústria Brasil define metas para cada uma das seis missões que norteiam os esforços até 2033. Para alcançar cada meta, há áreas prioritárias para investimentos e um conjunto de ações propostas e que envolvem esforços de todos os ministérios membros do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) e do setor produtivo nacional. Serão R$ 300 bilhões para financiamentos destinados à nova política industrial até 2026.

Para reverter a desindustrialização precoce do país, a nova política prevê a articulação de diversos instrumentos de Estado, como linhas de crédito especiais, recursos não-reembolsáveis, ações regulatórias e de propriedade intelectual, além de uma política de obras e compras públicas, com incentivos ao conteúdo local, para estimular o setor produtivo em favor do desenvolvimento do país.

Segundo Mercadante, em 2023, as consultas no Banco cresceram 88%, as aprovações 32% e o desembolso 17%. “O projeto entra, é avaliado, é aprovado, o desembolso vai no ritmo em que os investimentos são feitos. É a melhor consulta dos últimos dez anos, a maior aprovação dos últimos nove anos e o maior desembolso dos últimos oito anos”, completou, referindo-se aos dois primeiros meses de 2024.

Durante sua participação no seminário, o presidente do Banco destacou ainda a importância do Fundo Clima, com recursos na ordem de R$ 10,4 bilhões, que foi regulamentado em março pelo comitê gestor. “É um instrumento novo e muito poderoso para a transição climática, para a descarbonização e para a transição elétrica”.

Mercadante lembrou que o BNDES é o banco que mais financiou energia renovável no mundo. E que 83% dos investimentos em energia renovável da América Latina, no ano passado, vieram para o Brasil. “O país tem todas as condições de liderar a transição para a economia e a transição com a energia sustentável”, disse.

Oportunidade no setor automotivo

 Para o presidente do BNDES, o Brasil está assistindo agora à recomposição da indústria automotiva. “Conseguimos aprovar R$ 5 bilhões por ano para a inovação. E uma de nossas determinações é induzir o P&D do carro híbrido no Brasil, para a gente poder ter novos produtos mais competitivos, mais eficientes, adequando a nossa realidade e a nossas potências internas”, defendeu. “O Brasil tem uma história de 48 anos com o etanol. Hoje temos etanol de segunda geração, com cada vez mais produtividade, cada vez mais eficiência. E a própria economia mundial está mostrando que essa rota é muito mais promissora do que o (carro) elétrico.”

Com BNDES