A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) enviou um documento aos deputados federais e senadores gaúchos manifestando sua preocupação com a suspensão temporária do Crédito Descentralizado da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que ocorreu devido aos ajustes no orçamento para o primeiro semestre de 2025. “A recente suspensão dos financiamentos da Finep e a redução de 18% no orçamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) para 2025 podem comprometer investimentos em inovação e a competitividade industrial”, alerta o presidente do Sistema Fiergs, Claudio Bier.
O documento enviado pela entidade destaca que a suspensão das submissões de projetos surpreendeu empresas que dependiam desses recursos para pesquisa e desenvolvimento. E lembra que a redução orçamentária é vista como um retrocesso, impactando setores estratégicos como indústria 4.0, biotecnologia e energias renováveis. “Além disso, pode gerar efeitos negativos na competitividade, reduzindo investimentos, empregos e o crescimento de novos negócios. O setor produtivo destaca a necessidade de previsibilidade e defende a ampliação dos recursos para inovação, garantindo um ambiente estável e favorável ao desenvolvimento tecnológico”, diz a carta.
O Fundo, principal fonte de recursos da Finep, terá seu orçamento reduzido de R$ 12,7 bilhões em 2024 para R$ 10,3 bilhões em 2025, afetando diretamente a concessão de crédito para inovação. A entidade pede o apoio dos parlamentares na agilização da votação da Lei Orçamentária e a ampliação da dotação financeira do FNDCT, de modo a fazer com que os recursos cheguem ao seu destino e incrementem projetos de inovação tecnológica da indústria gaúcha.
Em nota, a Finep informa que a suspensão ocorreu devido ao comprometimento de todo o limite orçamentário estabelecido para o primeiro semestre de 2025 em função do aumento expressivo da demanda e para a manutenção dos compromissos de contratos já firmados.
Além disso, a ampliação desse orçamento depende do cenário de captação de recursos reembolsáveis do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) em 2025, a serem definidos na Lei Orçamentária Anual (LOA) que ainda precisa ser votada pelo Congresso Nacional.