(Uma paródia sertaneja de Macbeth)
Paulo Timm – Maio, 2016
Não temas! Advai!
Só um homem que não foi parido pelo ventre de mulher
Te fará mal. A cujo.
Disse Quelemén:
O que foi feito, está feito.
Se queres ser o homem que ontem foste à noite, encara!
O inferno é lúgubre . A noite densa. O punhal profundo.
“Sê violento, ousado e firme” . Há-de-o.
Disse ainda Quelemén:
Mas o que foi feito, está feito.
O destempero já não cabe nas fezes do República
O verbo já não arrefece a ação.
Nem a ação aquece o verbo. E que!
Quelemén sabe de tudo
Tudo o que foi feito, está feito
O sangue verte sobre o sangue cru
Sangue infenso aos ares perfumados de Belém.
A carne, sim, cria carne crua. Os quantos.
Sempre a sina ao longe de Quelemén:
O que foi feito, está feito
Ah! Se eu pudesse examinar a urina dos acontecimentos
Vem … vem,,, vem carinho!
Hoje. Amanhã, talvez. Ou depois de amanhã. No nunca.
Ó Quelemén! Tu o disseste
O que foi feito , não pode mais ser desfeito
A verdade é esta sombra contada por mentirosos
Milhões de almas paridas pelo destino
E apenas uma farta do seu próprio sangue letal Oressa.
Quelemén! Quelemén!
O que não pode ser consertado não deve preocupar
Te entrega covarde!
À punição exemplar do teu tempo ido
Vai! A pois.
Desconcertado. Preocupar…Deslei…
Nonada