cleber dioni tentardini
“Eu quero fazer experiência”, repetia Luiz Felipe Plentz da Costa, de seis anos, logo depois de olhar no microscópio. O aluno da escolinha João Paulo I, estava agitado, nem quis muito papo com o repórter. Cruzou como uma flecha em direção aos anfíbios. “Ah, ele também ficou impressionado com os sapos, queria brincar com eles”, afirmou a mãe, a veterinária Bianca Plentz.
Surpresa, curiosidade, medo, um pouco de cada um desses sentimentos estava estampado no rosto e nos gestos do garoto Luiz. Assim como nos das outras crianças, no dos seus pais, tios e avós, visitantes do “Ciência na Praça”, num domingo de sol e céu azul, perfeito para um passeio seguido de piquenique no Jardim Botânico de Porto Alegre. É o que muitos planejaram neste dia 6, depois de visitarem pela manhã a exposição ao ar livre do acervo do Museu de Ciências Naturais, da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul.
Os pesquisadores transportaram uma pequena mostra dos acervos para a rua. Havia plantas, fungos, algas, peixes, pássaros, sapos, aranhas, escorpiões, insetos dos mais variados e duas dezenas de mamíferos empalhados. Alguns era possível tocar, com luvas, outros estavam mergulhados em soluções químicas. Fósseis de animais pre-históricos, moldes em gesso de moluscos, minúsculos e gigantes. Espaço para criançada pintar, cartazes e banners educativos sobre a flora e fauna nativa do Estado.
Os irmãos João Vitor e Lívia Nunes, de nove e seis anos, foram com os pais e ao serem avisados na entrada do Jardim Botânico, mudaram o rumo do passeio direto para o evento. “Ele adorou os pássaros, disse a mãe do João Vitor.
O Bruno Garcia, de dois anos, mostrava à mãe, a arquiteta Bianca, estar encantado com as cobras. Eles dividiam o espaço com o João Cunha e seu pai, o engenheiro José da Cunha, junto aos repteis. “Moro praticamente ao lado, no Petrópolis, e nunca tinha vindo aqui, um absurdo”, confessou José.
O Vitor Ramada, de oito anos, despertou o interesse pelos cogumelos. A Ana Clara Nahler, de nove anos, ficou admirada com o tubarão martelo e as aves. Laura Nunes, 73, e o seu genro, Iro Antoniazzi, mostravam admiração com todo o Jardim Botânico, que não visitavam ha 40 anos.
A bióloga Vera Werner, umas das pesquisadoras mais experientes no MCN/FZB, estava tao empolgada quanto as crianças que pintavam sob a sua supervisão. “É gratificante ver que estamos de alguma forma passando todo esse conhecimento adiante”, disse.
A exposição foi ate cinco da tarde. Os pesquisadores das diversas áreas contaram com a ajuda dos universitários bolsistas para divulgar o trabalho realizado no Museu e no JB e popularizar o conhecimento científico. O próximo projeto Ciência na Praça deve repetir outras edições, que foram realizadas na Redenção e, notadamente, atingirá um público bem maior.
Projeto Ciência na Praça fascina adultos e crianças no Jardim Botânico

Visitantes de todas idades conferiram de perto as coleções. Fotos Cleber Dioni / Jornal JÁ
Força para os valorosos servidores públicos da FZB que continuam lutando para que seu valioso trabalho em prol da sociedade e da natureza não pereça.