Tratamento dos jornalistas na posse revela o desprezo pela imprensa

“A lógica do ‘conflito pelo conflito’, como instrumento ideológico para o exercício do poder, produz hoje suas primeiras vítimas em Brasília: a liberdade de imprensa e o exercício digno do trabalho dos jornalistas”, escreveu o jornalista Kennedy Alencar em rede social.
Miriam Leitão, de O Globo, também criticou. “A necessidade real de segurança do presidente eleito está sendo usada como pretexto para restringir o trabalho da imprensa. É claro que a segurança do presidente eleito, Jair Bolsonaro, e dos chefes de Estado que estão entre nós exige a imposição de regras, mas o que está acontecendo com os jornalistas é impensável e inaceitável”, afirmou.
“Eles só podem ir e voltar para um ponto específico e com o transporte do governo. Mas assim: têm que chegar oito ou nove horas antes da parte do evento que cobrirá, só poderá ficar num mesmo cercado, sob pena de ser retirado do local e responder processo”, relatou.
O título de coluna de Mônica Bergamo, no jornal Folha de S.Paulo, ajuda a entender o clima: “Um dia de cão”.
“Foi, de fato, algo jamais visto depois da redemocratização do país, em que a estreia de um novo governo eleito era sempre uma festa acompanhada de perto, e com quase total liberdade de locomoção, pelos profissionais da imprensa”, comentou a repórter.
“Os organizadores da cerimônia também distribuíram orientações por escrito à imprensa: os jornalistas credenciados deveriam chegar ao CCBB (Centro Cultural do Banco do Brasil), no dia 1º, às 7 horas da manhã.
Como é que é?
Era isso mesmo: embora a posse no Congresso estivesse marcada para as 15 horas, os jornalistas teriam que se concentrar desde cedo, embarcar nos ônibus às 8 horas, chegar no Congresso pouco depois e esperar, sem fazer nada, por mais de seis horas, para ver Bolsonaro entrar no parlamento.
Era preciso levar lanche pois não haveria comida. Tudo precisava ser embalado em sacos de plástico transparente”, relatou ainda Mônica Bergamo.
“São autoritárias, antidemocráticas e mesquinhas as restrições impostas ao livre trabalho dos jornalistas profissionais na posse de Bolsonaro. Quebram normas de civilidade e respeito à liberdade de expressão seguidas, no mínimo, desde a posse de Collor”, escreveu Diego Escosteguy.
“Goste-se ou não do trabalho da imprensa, ou de um ou outro veículo, todos têm o direito de cobrir a posse e de serem tratados corretamente. Não é algo opcional, uma concessão de um governante. É uma obrigação constitucional”, observou.
Repórter do Correio Braziliense, Vicente Nunes também protestou.
“Quando chegaram aos ‘chiqueiros’ nos quais foram confinados, jornalistas foram avisados: não pulem as cordas, se pularem, levam tiro. A que ponto chegamos. E tem gente que defende esse tipo de tratamento autoritário”.
Um pouco depois, acrescentou: “Agora, assessoria do Itamaraty diz que jornalistas confinados, quando forem levados para o ‘chiqueirinho’, poderão gritar para as autoridades a fim de chamá-las para entrevistas. Se alguém quiser falar, beleza. Se não, xô notícia.”
Ainda segundo Nunes, jornalistas da França e da China se “rebelaram”, abandonando a sala para onde foram levados no Itamaraty. “Disseram que não aceitariam ficar em cárcere privado até às 17h, quando seriam liberados para fazer registros da posse de Bolsonaro. Essa rebelião deveria ser geral.”
Ele também denunciou possíveis privilégios na cobertura. “Incrível, enquanto a imprensa séria está confinada em ‘chiqueiros’, como chamam os assessores de Bolsonaro, ‘comunicadores amigos’ têm trânsito livre por toda a Esplanada. Isso está mais para Coreia do Norte do que para um país democrático.”
A repórter Amanda Audi, do The Intercept Brasil, fez um relato sobre as condições impostas ao profissionais da imprensa. “Mais de cinco de horas de espera assim: sem cadeira, sem estrutura, sem poder sair, sem nada acontecer”, escreveu, por volta das 13h30, publicando uma foto de um grupo de jornalistas.
O editor-executivo do site, Leandro Demori, foi bloqueado pelo perfil do presidente eleito no Twitter. “Se é o canal de conversa com a população, onde só ali, ele está dizendo, é o lugar em que tem ‘a verdade’, você não pode bloquear nenhum cidadão brasileiro”, contestou, em entrevista ao portal Sul21.
“Essa é a 1ª posse em que jornalistas são proibidos de transitar entre o Palácio, Congresso e Itamaraty – quem vê a diplomação no plenário não pode ver a passagem da faixa”, observou a professora e articulista Carol Pires. “Dentro dos prédios também foram criados setores- portaria, salão ou plenário. Ninguém vê o cenário completo.”
(Com 247 e Agência Brasil)

Bolsonaro reconhece que atentado garantiu a sua eleição

Embora as investigações até agora tenham concluído que Adélio Bispo, o homem que deu uma facada em Jair Bolsonaro em Juiz de Fora, agiu sózinho e por motivações pessoais,  o presidente eleito, em seu discurso de posse, atribuiu o atentado “aos inimigos da pátria”.
E reconheceu que o fato foi decisivo para sua eleição:  A partir daí “a campanha eleitoral transformou-se num movimento cívico, cobriu-se de verde e amarelo, tornou-se espontâneo, forte e indestrutível, e nos trouxe até aqui”.
Os dois discursos que marcaram a posse de Bolsonaro, no Congresso e no Planalto, foram superficiais, genéricos e previsíveis, repetindo quase integralmente frases e declarações da campanha, com toques da provocação à oposição.
Mesmo os trechos selecionados pela imprensa, parecem mais discurso de campanha do que afirmações propositivas:
“Graças a vocês, eu fui eleito com a campanha mais barata da história.  Graças a vocês, conseguimos montar um governo sem conchavos ou acertos políticos”. (Para sinalizar que não se submeterá ao toma lá da cá da politica convencional)
“Com humildade, volto a esta Casa (Câmara dos Deputados), onde, por 28 anos, me
empenhei em servir à nação brasileira, travei grandes embates e acumulei experiências e aprendizados, que me deram a oportunidade de crescer e amadurecer”. (Foi tudo o que conseguiu destacar de sua atuação parlamentar, de quase três décadas)
“Convoco, cada um dos congressistas, para me ajudarem na missão de
restaurar e de reerguer nossa pátria, libertando-a, definitivamente, do jugo da
corrupção, da criminalidade, da irresponsabilidade econômica” (A missão é do presidente, o congresso vai ajudar)
Vamos unir o povo, valorizar a família, respeitar as religiões e nossa tradição judaicocristã, combater a ideologia de gênero, conservando nossos valores. O Brasil voltará a ser um país livre de amarras ideológicas”. (Frase de efeito, para marcar seu posicionamento na extrema direita)
“Pretendo partilhar o poder, de forma progressiva, responsável e consciente, de Brasília para o Brasil; do poder central para estados e municípios”. (Para atrair governadores e prefeitos)
“O cidadão de bem merece dispor de meios para se defender, respeitando o
referendo de 2005, quando optou, nas urnas, pelo direito à legítima defesa”. (Repetida promessa da campanha, de facilitar o porte de armas pelo cidadão comum).
“Contamos com o apoio do Congresso Nacional para dar o respaldo jurídico aos
policiais para realizarem seu trabalho”. (Leis mais brandas para militares em serviço)
“A ruptura com práticas que se mostraram nefastas para todos nós, maculando a
classe política e atrasando o progresso”.
“Hoje é o dia em que o povo começou a se libertar do socialismo, da inversão de valores, do gigantismo estatal e do politicamente correto”. (Frase meramente provocativa, destinada a açular os adversários)
“Tirar a desconfiança e o peso do governo sobre quem trabalha e quem produz”. (Redução do Estado, uma das marcas principais de sua campanha)
“Vamos retirar o viés ideológico de nossas relações internacionais”.
“Essa é a nossa bandeira, que jamais será vermelha”.

Eduardo Leite manda recado ao legislativo e judiciário: "Sacrifício tem que ser de todos"

Na primeira reunião com seus secretários, nesta quarta-feira, 2, o novo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, vai tratar dos cortes que serão feitos em cada pasta para reduzir ainda mais as despesas do governo.
“Vamos tratar das primeiras medidas, entre elas decretos com restrição de viagens, redução em contratos, diminuição de horas extras, enfim, todas as despesas que possam ser contingenciadas no custeio da máquina pública”, disse em sua primeira entrevista depois de empossado..
Os decretos serão, segundo Leite, um “freio de arrumação” para organizar cada secretaria. “Vamos estabelecer um congelamento de gastos por pasta”
O novo governador gaúcho tem em perspectiva no seu primeiro ano um déficit estimado em R$ 4 bilhões.
Além desse rombo, ele assume com duas folhas de salários em atraso (dezembro e o décimo terceiro salários) e dívidas com fornecedores e instituições (só aos hospitais filantrópicos, deve mais de R$ 500 milhões).

Para o novo governador gaúcho, o caminho é “romper com a ideologização das pautas e o “confronto inútil”, para concentrar no que é essencial.
“O bom confronto é o do bem comum contra os grupos de interesses”.
A frase foi entendida como um recado aos membros dos demais poderes que ficaram fora dos parcelamentos no governo Sartori e, no fim de 2018, ainda aprovaram aumentos de salários.
Sem  fazer referência aos 36 meses de atrasos nos salários impostos exclusivamente aos servidores do Executivo, o governador destacou que “todos devem participar dos esforços para alcançar o equilíbrio fiscal”. “Não é justo que o esforço seja só de alguns quando todos compartilham do mesmo território e da mesma realidade”
 

Primeiro decreto de Bolsonaro: R$ 44,oo de reajuste no salário mínimo

O presidente Jair Bolsonaro assinou decreto em que estabelece que o salário mínimo passará de R$ 954 para R$ 998 este ano.
O valor já está em vigor. Foi o primeiro decreto assinado por Bolsonaro, que tomou posse nesta terça-feira.
O decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União, assinado por Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes.
O salário mínimo é usado como referência para os benefícios assistenciais e previdenciários.
O mínimo é corrigido pela inflação do ano anterior, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos no país) dos dois anos anteriores.
Jair Bolsonaro editou uma medida provisória que estabelece a organização básica dos órgãos da Presidência da República e dos ministérios.
Em outro decreto, o governo altera a organização das entidades da administração pública federal indireta. Foram publicados também os decretos de nomeação dos novos ministros.
(Com a Agência Brasil)

Festa da virada levou 140 mil à orla, segundo a prefeitura

 A estimativa é da EPTC.  As atrações na Orla Moacir Scliar começaram por volta das 20h, mas desde o fim da tarde as pessoas já chegavam com cadeiras, bebidas e comidas para ver o último pôr do sol de 2018 e garantir o lugar próximo ao palco.
No entorno, muita gente aproveitando a estrutura montada na Usina do Gasômetro: food trucks, beer trucks e a tenda Recanto Místico tiveram uma grande procura do público.

A aposentada Ana Maria Ramos, 72 anos, veio para a Orla junto com parte da família, que mora no bairro Tristeza para acompanhar a festa: “Chegamos aqui e vimos tudo organizado, limpinho e a atuação da Brigada Militar e da Guarda Municipal. Estamos felizes”, destaca.

O início do show ficou por conta da dupla sertaneja Marcelo e Vanutti. Na sequência, o grupo de pagode Kadinho e Banda subiu ao palco.

Minutos antes da meia-noite, a banda Papas da Língua começou sua apresentação que fez uma parada para a contagem regressiva e a queima de fogos.

Show pirotécnico – Foram mais de 10 minutos de um show que coloriu o céu da cidade. A novidade ficou por conta de fogos para o bem-estar de pessoas com hipersensibilidade ao som e dos animais.

Sob aplausos, os fogos cessaram e o show continuou com o Papas da Língua. Para encerrar a noite, a DJ Letícia Sartoretto seguiu animando a multidão.

O prefeito Nelson Marchezan Júnior, acompanhado do vice, Gustavo Paim, acompanhou de perto a retomada da celebração em Porto Alegre.

Há dois anos a cidade não tinha uma festa pública no réveillon.

Investimento privado – Para o Réveillon de Porto Alegre – Pro Ano Nascer Feliz – foram investidos R$ 400 mil em recursos captados pela prefeitura junto à iniciativa privada. Patrocinam o Réveillon de Porto Alegre a Casa Maria Bazar e Utilidades, Impacto Vento Norte e Marsala Alimentos. Também apoiam o evento: Simonei, do grupo Varieta, Federação Afro Umbandista do Rio Grande do Sul, Sindilojas, Barco Porto Alegre 10, Barco Noiva do Caí ll, Barco Cisne Branco, Sheik Burger e 360 POA Gastrobar.