Viaduto dos Açorianos será liberado para trânsito até o dia 20 de setembro.

 

Texto e fotos de Higino Barros

Interditado desde 10 de maio de 2020, o Viaduto dos Açorianos está  com as obras de recuperação em fase final.

Até dia 20 de setembro, segundo expectativa do titular da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (SMOI), Pablo Mendes Ribeiro, data que se comemora a Revolução Farroupilha, será liberado.

Localizado na Borges de Medeiros, sobre a avenida 1ª Perimetral, no Centro Histórico, o viaduto construído em 1973 possui 202 metros de comprimento, com cinco vãos livres, duas pistas de rolamento, três faixas de tráfego em cada uma, além de passeios públicos em ambos os lados e um divisor físico de concreto entre as pistas.

Ele liga o centro da cidade ao Parque Marinha do Brasil, à avenida Beira-Rio e à zona sul da capital.

Falta de interesse

Os serviços para a execução do projeto em 2020, no governo Nelson Marchezan, tiveram orçamento de R$ 84.457,97. Mas por falta de interesse das empresas na licitação, elas só tiveram início em 22 de fevereiro de 2021, já na gestão Sebastião Melo.

No sábado agora, dia 28, funcionários da empresa encarregada das obras colocaram asfalto nas vias onde trafegam os carros e no entorno do viaduto. Nessa segunda-feira, dia 30, os trabalhos foram de pintura nas laterais do viaduto, reparo nas calçadas e outros serviços.

Segundo os trabalhadores tudo deverá estar concluído no máximo até o final de setembro.

Foram feitas a recuperação estrutural de pilares e vigas dos encontros, tratamento de fissuras e rachaduras, reforço da viga longitudinal central e lajes de transição. Foram trocados ainda os aparelhos de apoio, as juntas de dilatação e os drenos de escoamento de água, além do tratamento da armadura e do concreto, limpeza e pintura, entre outros reparos.

 

No plano de revitalização, cinco praças do Centro Histórico ganham prefeitos

 

Higino Barros

Cinco prefeitos, de praças da região central de Porto Alegre foram empossados na manhã de sábado, dia 28, durante solenidade realizada na Praça da Alfândega.

O prefeito da Capital, Sebastião Melo, entregou o crachá e o certificado para os escolhidos e assinou o Pacto de Governança com a comunidade do Centro Histórico.

Acompanhado por César Schirmer,  secretário Municipal de Planejamento e Assuntos Estratégicos, Melo falou dos planos do seu governo para a revitalização do centro e alguns de seus gargalos administrativos.

“Vamos acabar com o Esqueletão, aquilo é  uma excrecência, o retrato da decadência do centro. Vamos dar uma solução para o Cais Mauá, ampliar o acesso da população à orla do Guaíba e fazer do centro uma área que seja mais habitada por sua população. Para isso precisamos de por em prática um pouco do espírito dessa cerimônia. a junção do interesse público com o privado.”

Sobre a praça da Alfândega prometeu que abrirá novamente o banheiro público que havia no local, voltará a instalar mesas para a prática do jogo de damas e outras iniciativas que “tornam a praça mais humana, mais frequentada e desfrutada”, não apenas em ocasiões especiais, como a Feira do Livro.

Os cinco prefeitos nomeados foram o jornalista Ayres Cerutti, da Praça da Alfândega e Ivan Carlos Borella para a Praça Padre Gregório de Nadal. Igualmente foram nomeados Waldo Dias para a Praça Júlio de Castilhos, Erika Lammel para a Praça General Daltro Filho e Lucas Brizola para a Praça General Osório.

O prefeito da praça será responsável por cuidar dos espaços públicos, acompanhar os serviços de manutenção feitos pelos parceiros e deverá comunicar problemas para que a prefeitura ou o adotante possa realizar a ação necessária. Os cargos são de voluntariado e não são remunerados.

O protetor das árvores e das ruas do Centro. 

Os amigos do jornalista Ayres Cerutti costumam brincar. Cada vez que alguém se encontra com ele, casualmente ou não, sai presenteado com três mudas de árvores para plantar. Exageros à parte, Ayres tem mesmo essa paixão por verde, planta e terra. Somado à sua indignação pelo mau estado das ruas e calçadas do Centro Histórico recebem do poder público e de parte de seus moradores, está formado o perfil ideal para ser “prefeito” da Praça da Alfândega.

A Praça da Alfândega é a cereja do bolo de um conjunto de praças situadas no Centro Histórico. Espaço público, histórico e turístico é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Cultural ( IPHAN)  e cercada por importantes edificações, algumas delas igualmente históricas e antigas, tais como o Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (Margs), o Memorial do Rio Grande do Sul, o antigo Sandanter Cultural, agora Farol Sandanter e o Clube do Comércio de Porto Alegre. Está à espera de conclusão também o Centro Cultural da Caixa Econômica Federal. Também na Praça da Alfândega ocorre, tradicionalmente todos os anos desde 1955 a Feira do Livro

Quem é:

O jornalista Ayres Cerutti é natural do município de Concórdia SC. Formado em Comunicação Social e Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Durante a Faculdade, estagiou no jornal Diário de Notícias,  dos Diários Associados. Formado, foi convidado a trabalhar em Zero Hora. Primeiro, na editoria de Esportes e depois na de Economia. Paralelamente passou a colaborar na Editora Intermédio para lançamento da revista Programa.

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Sobre Porto Alegre e o Centro.

“Já são cinco décadas de Porto Alegre. Primeiros anos, a efervescência da cidade grande para quem nasceu na pequena Engenho Velho,  como se fosse uma vila medieval. Dia a dia novas surpresas como o primeiro concerto da OSPA no Araújo Viana. Ir de bonde ao cinema na Benjamim Constant. A convivência com os colegas de faculdade.

A entrada no Diário de Notícias, direto como repórter de Polícia,  logo percebi o outro lado da cidade grande. Nos plantões , de Delegacia em Delegacia, fui conhecendo o mapa dos bairros.

Nos primeiros dias de redação um convite do saudoso João Batista Marçal.

– Vamos à Feira do Livro.  Vou me encontrar com o Dyonélio.

O Marçal era  conterrâneo e amigo do Dyonélio Machado.  Autor do clássico Os Ratos. Com o Marçal e o Dyonelio passei a cumprimentar e a ouvir os deliciosos comentários entre as bancas da Feira na Praça da Alfândega. Como não se apaixonar por este espetáculo?

Ao participar da edição da revista PROGRAMA,  passei a viver Porto Alegre “editorialmente”. Na pequena Intermédio eu pouco saia para a rua, mas ziguezagueava entre as salas do quarto andar da Galeria Chaves , entre redatores, vendedores de anúncio e os produtores de arte.

Sempre com a firme orientação do Polibio Braga, com a expansão da Editora para a produção de jornais de empresa, convivi com tanta gente admirável que dá vontade de pesquisar o expediente das edições. Como são tantos, para os colegas de jornalismo só vou citar dois nomes que, infelizmente,  já não estão por este mundo, como o Catarina e o Chimba. Imaginem os dois conversando com o Luiz Carlos Merten. Com a intervenção de um estagiário chamado Carlos GUION Schmidt.

.O editor de turismo busca promover o charme , o maravilhoso de uma cidade. Informações e mais informações.  De bares, restaurantes,  teatros, parques, museus. Os cartões postais.

Como jornalista,  passei a observar o lado menos “cartão postal” da cidade.  Na revista, a informação objetiva, de serviço, de guia. Na Facebook,  com a facilidade da tecnologia de um celular, passei a registrar pedras soltas na calçada como um revisor de texto

Como surgiu o convite para “prefeito”

Com o foco em turismo para a edição da revista PROGRAMA,  como morador,  para viver no dia a dia, a partir de comentários, fui convidado a participar da Associação dos Moradores do Centro Histórico.  Por essa participação,  fui indicado pela presidente Ana Maria Engers Lenz para assumir o cargo voluntário de PREFEITO da Praça da Alfândega.

Qual a sua visão sobre a praça?

Um conceito em expansão.  Considero a Praça que já foi Da Quitanda, o maior Centro Cultural do Sul do Brasil.  Poucos se dão conta do valor do conjunto. A pé,  no entorno da Praça da Alfândega,  pode-se visitar hoje, cinco instituições culturais: o MARGS, o Memorial,  o FAROL Santander,  a Fundação Força e Luz e o Museu Hipólito da Costa.  E, mais dia, menos dia, o Centro Cultural da Caixa Econômica Federal.

Que Praça do Sul do Brasil pode apresentar tanta atração cultural?

Estes monumentos da arquitetura representam a sedimentação de dois séculos e meio de história.

Por algum tempo, a Praça mais assustava que atraia. Com flores de dia e luzes à noite tornar-se-á, lutemos uma grande referência cultural e turística.

O que atrapalha, o que ajuda?

Pode ser um jogo de palavras. O que atrapalha pode ser o que ajuda. Quem reclama, é por que ama. Toda reclamação traz em si a proposta de uma ação.

Nestes poucos dias, desde que fui indicado para assumir esta atividade me dei conta que mais do que tudo é preciso ação.”

 

“Cozinheiros do Bem” apresentam projeto de voluntariado social a Eduardo Leite

 

Fotos: Rodolfo Ribas/ JÁ Porto Alegre

O grupo de voluntários “Cozinheiros do Bem” promoveu hoje almoço e a entrega de ranchos de alimentos para famílias carentes, no Centro Vida, na avenida Baltazar Garcia 2132, na Zona Norte da capital.

O ato contou com a presença do governador Eduardo Leite (PSDB) que após a entrega das cestas básicas, foi convidado pelo criador do grupo de cozinheiros, Júlio Ritta, para almoçar e conhecer o projeto de voluntariado.

O Cozinheiros do Bem foi criado em 2015, com o propósito de alimentar moradores de rua e pessoas em situação de carência material. Já contabiliza a distribuição de mais de 100 mil toneladas de alimentos e mais de 1, 3 milhão de marmita.

No seu material de apresentação, o grupo idealizado e liderado pelo chef Júlio Ritta, explica que “leva para a rua o conceito comfort food, a memória afetiva despertada por um prato de comida.”

“Mas não é simplesmente alimentar moradores de rua. A comida é quentinha, feita ali mesmo, em uma ilha montada sob o viaduto, num grande restaurante ao ar livre, e entregue por voluntários que movem um dos grupos que mais ajuda pessoas em situação de rua e vulnerabilidade social no Brasil”, diz Ritta.

Atualmente, o projeto conta com 300 voluntários inscritos. Destes, 30 atuam nas ações, para manter os protocolos em função da Covid. Nos locais onde as ações ocorrem, sempre às quartas-feiras de forma itinerante e aos sábados sob o viaduto da Conceição e nas comunidades, os voluntários montam as ilhas, as churrasqueiras, os fogareiros e realizam todo o processo do preparo ali mesmo. Hoje, a média de atendidos é de cerca de 1 mil por ação, mas o projeto já serviu churrasco para mais de 3 mil pessoas em um evento de Natal.

 

Entidades gaúchas cobram solução para atrasos da CEF no repasse de recursos do Minha Casa, Minha Vida  

Representantes de 22 entidades que constroem habitações populares no Rio Grande do Sul, pelo extinto Programa Minha Casa, Minha Vida, cobram nessa quinta-feira, em reunião virtual às 10hrs, de Alfredo Eduardo Santos, Secretário Nacional da Habitação, órgão vinculado ao Ministério de Desenvolvimento Regional, o fim dos atrasos nos repasses de recursos destinados ao programa habitacional.

Segundo o Fórum de Entidades e Gestores Públicos das habitações da faixa 1, para a população de baixa renda, o problema que ocorria ocasionalmente, se agravou nos últimos três meses, pois a Caixa Econômica Federal, responsável pela liberação do dinheiro está demorando de 20 a 45 dias nos repasses. A CEF é responsável pelas medições das obras, que ocorrem de 15 em dias. A partir do resultado dessa medição a CEF repassa o dinheiro.

A reunião desta quinta-feira, com cinco representantes do Fórum das Entidades e Gestores públicos, terá também a participação de representante da Caixa Econômica Federal. Nessa quarta-feira, Pedro Guimarães, presidente da CEF, em transmissão virtual de Brasília, apresentou números triunfalistas sobre a participação da Caixa no setor de habitação e moradia do País, principalmente no segmento da classe média.

O governo Jair Bolsonaro acabou com o Programa Minha Casa Minha Vida, substituído pelo Casa Verde e Amarela, e seus planos para o setor não inclui a população que recebe até R$ 1.800,00 por mês. O Minha Casa, Minha Vida, é responsável pela construção de 22 mil moradias no RS, com previsão orçamentária da R$ 350 milhões. No Estado há um déficit de 239,4 mil de moradias, sendo quase 100 mil em Porto Alegre.

Outro assunto da reunião dos representantes de moradias populares com os gestores de Brasília é o aumento no preço dos insumos usados nas construções das moradias, como cimento, areia, ferro, cobre (fios) e outros. O levantamento feito pelos responsáveis das construções habitacionais indica aumento de até 50% no preço dos materiais, em alguns casos.