Desativada há mais de 20 anos, a barragem da Lomba do Sabão é uma ameaça silenciosa para uma das regiões mais populosas de Porto Alegre.
Situada na divisa com o município de Viamão, a 18 quilômetros do centro da capital, a barragem quase centenária, foi avaliada como “alto risco”, num laudo do Instituto de Pesquisas Hidráulicas, de 2017.
“Devido à idade do barramento, aliada a outras problemáticas de projeto, é possível enquadrá-la em uma categoria de Alto Risco com Alto Dano Potencial Associado, necessitando a elaboração de um Plano de Ação Emergencial”, diz o relatório do IPH (UFRGS, 2017).
Ela represa as águas do arroio Sabão e de nascentes que vertem das partes altas do Parque Saint Hilaire, formando um reservatório com 75 hectares de lâmina dágua à montante do arroio Dilúvio, o antigo Riacho, que atravessa extensa área do município de Porto Alegre.
Um acidente com a barragem atingiria diretamente 70 mil pessoas de vilas que se formaram no entorno do reservatório.
Indiretamente, poderia atingir uma população de 200 mil habitantes que vivem em áreas baixas ao longo do Dilúvio – do Partenon à Praia de Belas.
Construída nos anos de 1940, para garantir o abastecimento de água ao centro de Porto Alegre, a barragem está desativada desde 1998 e, segundo denúncias do Movimento dos Atingidos por Barragens, “foi abandonada pela Prefeitura”.
No momento mais crítico da atual enchente, o DMAE chegou a emitir uma nota de alerta sobre os riscos de rompimento da barragem, mas com o recuo das águas do Guaiba não se falou mais no assunto.