Marchezan, Melo e Manuela lideram tempo no rádio e na TV

Marchezan tem pouco mais de 2 minutos do horário eleitoral. Sebastião Melo e Manuela ficam com 1min36 e 1min14. Foto Reprodução/Redes sociais

A Propaganda eleitoral gratuita na TV e no rádio pode fazer a diferença nesta campanha eleitoral em tempos de pandemia, com regras de distanciamento social ainda em vigor.

Desde domingo, dia 27, os candidatos já estão nas ruas e nas redes pedindo votos, mas a campanha no rádio e TV só inicia nesse 9 de outubro e vai até 12 de novembro.

E os onze candidatos à Prefeitura de Porto Alegre que tem espaço na propaganda devem colocar bons recursos para a TV na hora de escolher onde gastar o dinheiro reservado para o pleito.

Candidato à reeleição em uma coligação com PSDB, PSL e PL, o prefeito Nelson Marchezan Júnior terá 21% do tempo de propaganda eleitoral de TV e rádio, o que equivale a dois minutos e nove segundos.

Em seguida vem Sebastião Melo, com 1min36s, que tem a maior coligação (Cidadania, DEM, MDB, Solidariedade).

Depois, Manuela D’Ávila, que mesmo sendo de um partido sem grande representatividade na Câmara Federal (PCdoB), se beneficia da aliança com o PT, ficando com 1min14s.

Em seguida, Juliana Brizola, com 1min10s, Gustavo Paim, 54s, e José Fortunati, 53s.

Há ainda, Valter Nagelstein, 43s, João Derly, 37s, Fernanda Melchionna, 16s, Rodrigo Maroni, 14s, e Montserrat Martins, 9s.

Dois candidatos não tem tempo na propaganda gratuita. São Júlio Flores (PSTU) e Luiz Delvair (PCO), pois não possuem representantes eleitos na Câmara Federal, critério básico para o direito a propaganda desde 2017.

Apesar do aumento do uso das redes sociais como plataformas de campanha, principalmente depois de 2018, com a pandemia houve um crescimento do tempo médio que o brasileiro passa na televisão.

Segundo dados do Ibope, o brasileiro aumentou em 34 minutos o tempo que fica na frente da TV, neste ano. Na média são 6h17min diários, mais que a média mundial, de 2h55min.

O consultor político Carlos Manhanelli lembra que a TV e rádio ainda tem grande penetração na população, em alguns setores mais do que a internet. “Em virtude da pandemia, foi constatado que um quarto dos estudantes não tem acesso à internet ou computador em casa. Isso se traduz em 25% das famílias. Transportando para a eleição, é uma fatia que decide qualquer campanha majoritária”, analisa.

Ele cita o exemplo das eleições presidenciais de 2018, em que Jair Bolsonaro venceu a disputa com apenas 8 segundos de tempo de TV, mas coloca que não houve pouca exposição do candidato. “Fiz a minutagem e posso dizer que o Bolsonaro teve mais tempo de TV que o segundo colocado Fernando Haddad, do PT. E isso ocorreu porque os outros programas, principalmente o do Haddad, falavam mais do Bolsonaro que deles mesmos”, discorre. “A internet serve como estratégia de retenção do eleitorado. Mas a TV serve de ampliação”, conclui.

“Essa é uma eleição municipal, diferente da eleição presidencial, que parece ter diminuído o valor do rádio e da TV. Mas, agora, com pandemia e distanciamento, a internet, as redes sociais, e o fator TV e rádio tende a ter enorme importância”, coloca Rafael Bandeira, um dos responsáveis pela campanha do prefeito Marchezan Júnior.

Os partidos devem procurar investir de maneira igual nas duas formas de comunicação – TV e internet.

De acordo com integrantes das equipes dos candidatos, a estrutura de comunicação, que inclui a TV como principal plataforma, consome entre 60% e 70% do orçamento de campanha. A maior parte está sendo gasta na produção de programas para o horário político gratuito. E em todos os casos, os partidos ainda dizem que não há grandes verbas para impulsionamento de mensagens nas redes sociais.

A diferença é que os programas tendem a maior integração, com vídeos sendo produzidos para TV e internet, e um “puxando” o outro.

“A TV, com a internet e mídias sociais podem ser o principal fator desta campanha. Com peso até maior que nas outras, porque, com a pandemia, o corpo a corpo vai ser limitado”, analisa Isara Marques, consultora de comunicação da campanha de Sebastião Melo.

Partidos de esquerda, como o PCdoB, de Manuela D’Ávila, e o PSOL de Fernanda Melchionna, acreditam que a interação entre TV e internet pode dar bom resultado. “A TV é importante, mas não essencialmente fundamental. Temos uma vantagem que é a forte presença nas redes”, lembra Marina Lopes, coordenadora das redes sociais da candidata do PCdoB.

E de fato, tanto Manuela (com 1,9 milhão de seguidores só no Instagram) quanto Melchionna (79 mil no Instagram) estão entre as que possuem mais seguidores nas redes sociais. Mas, ao menos no caso de Manuela, houve forte exposição quando ela foi vice de Fernando Haddad em 2018, e muito dos seus seguidores não são da cidade.

Os tempos de TV foram divulgados na sexta-feira, 02/10, pela 161ª Zona Eleitoral de Porto Alegre, que coordena a eleição na Capital gaúcha. O evento aconteceu por meio de videoconferência e foi conduzido pelo juiz Leandro Martins Figueira, responsável pelos trabalhos no pleito municipal deste ano.

Os tempos na TV e Rádio em Porto Alegre

Para o primeiro turno, o horário eleitoral gratuito em bloco ocupará 20 minutos por dia, de segunda a sábado. Também haverá 70 minutos diários em inserções, inclusive aos domingos.

Rádio – das 7 h às 7h10 e das 12 h às 12h10;

TV – das 13 h às 13h10 e das 20h30 às 20h40.

Também haverá inserções, ou seja, comerciais, de 30 segundos ou 1 minuto cada. As emissoras de rádio e televisão destinarão 70 minutos diários.

Este tempo será dividido ao longo da programação, de segunda-feira a domingo, das 05:00 as 24:00 horas, e serão divididos na proporção de sessenta por cento para prefeito e de quarenta por cento para vereador.

Apenas os candidatos a prefeito terão direito à propaganda nos blocos de 20 minutos, ou seja, vereador apenas as inserções.

Candidatos Coligação/Partido Tempos de TV e rádio
Nelson Marchezan Júnior  (Coligação Mais Porto Alegre – PL, PSDB, PSL) 2min9s
Sebastião Melo  (Estamos Juntos Porto Alegre – Cidadania, DEM, MDB, Solidariedade)  1min36s
Manuela D’Ávila  (Movimento muda Porto Alegre – PCdoB, PT)  1min14s
Juliana Brizola (Porto, Alegre de novo – PDT, PSB) 1min10s
Gustavo Paim  (Porto Alegre pra ti – Avante, PP) 54s
Fortunati ( Porto Alegre somos todos nós – Patriota, Pode, PSC, PTB) 53s
Valter Nagelstein  (Partido Social Democrático – PSD) 43s
João Derly (Republicanos) 37s
Fernanda Melchionna (Porto Alegre pede coragem – PSOL) 16s
Rodrigo Maroni (PROS) 14s
Montserrat Martins  (PV) 9s
Como é o cálculo do tempo de TV e Rádio

A Lei das Eleições (Lei nº 9.504/97) prevê que a divisão do tempo da propaganda no rádio e na TV seja da seguinte forma: 90% distribuídos proporcionalmente ao número de representantes que o partido tenha na Câmara dos Deputados, considerados, no caso de coligação para eleições majoritárias, o resultado da soma do número de representantes dos seis maiores partidos que a integrem.

Os outros 10% devem ser distribuídos igualitariamente.

Somente os partidos que nas Eleições 2018 atingiram a cláusula de desempenho instituída pela emenda Constitucional nº 97/2017 terão acesso ao horário eleitoral gratuito. Desta forma, para 2020 os partidos PMN, PTC, DC, Rede, PCB, PCO, PMB, PRTB, PSTU e UP ficarão sem o acesso.

Fonte TSE

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