Tendência 13/13 no PT e dissidentes do PMDB podem ser fatais para Eduardo Leite

Um movimento em pinça ameaça a candidatura de Eduardo Leite à reeleição no Rio Grande do Sul no pleito de 30 de outubro.

De um lado, uma crescente tendência entre petistas de apertar 13 para a presidência e 13 para o governo estadual, anulando o voto neste caso.

Este movimento não está dimensionado e só podera ser devidamente avaliado depois de segunda-feira ao meio dia, quando a direção estadual do PT vai  anunciar seu posicionamento em relação pleito regional.

O ex-governador Tarso Genro já abriu seu apoio e conversa com Eduardo Leite visando um acordo para o segundo turno.

Mais disciplinado, o ex-governador Olívio Dutra, derrotado na disputa pelo Senado, aguarda a decisão do partido.

De outro lado, surge uma dissidência no MDB, partido que indicou o vice Gabriel Souza,  na chapa de Eduardo Leite. A aliança nunca foi unanimidade no PMDB e agora as fissuras começam a aparecer. Ainda não há um diagnóstico seguro da extensão delas. A posição do prefeito Sebastião Melo pró-Bolsonaro, se confirmada, é um sinal de alerta grave.

Datafolha: reação petista na Bahia anima campanha de Pretto na véspera da visita de Lula ao Rio Grande do Sul

A reação do petista Jerônimo Rodrigues, na Bahia, deu novo ânimo à campanha de Edegar Pretto, candidato do partido ao governo do Rio Grande do Sul.

Segundo pesquisa do Datafolha, divulgada nesta quarta, o candidato do PT na Bahia deu um salto de 12 pontos a pouco mais de duas semanas das eleições.

A disputa baiana é liderada pelo ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, que alcançou 54% na pesquisa anterior. Agora ele caiu 5 pontos, tem 49%.

Jerônimo, por sua vez,  tinha tinha 16% e agora marca 28%.

Em terceiro lugar vem João Roma (PL), que caiu de 8% para 7% na nova pesquisa.  Os demais postulantes ao governo da Bahia não atingiram 1% das intenções de voto.

Para Senado na Bahia, o candidato da chapa petista também disparou: Otto Alencar (PSD), candidato à reeleição, disparou 7 pontos com relação ao último Datafolha e soma 39% das intenções de voto. O segundo lugar é de Cacá Leão (PP), que tem 16%.

O salto da chapa lulista na Bahia animou as campanhas estaduais do partido, em especial no Rio Grande do Sul, onde o candidato Edegar Pretto, tem 8% das intenções de voto, enquanto o líder, ex-governador Eduardo Leite, candidato à reeleição tem 38% segundo o último Datafolha.

O entusiasmo é maior, porque o resultado surpreendente na Bahia coincide com a visita de Lula, que estará em Porto Alegre nesta sexta-feira, 16.  Está programado um ato no Largo Glênio Peres, no centro histórico do, lugar simbólico da capital gaúcha.

É um local tradicional de grandes eventos políticos um tambor eleitoral que ecoa por todo o do Rio Grande.

Dali, Lula tentará turbinar a candidatura do deputado Edegar Pretto, que patina com 8% das intenções de voto na terceira colocação na disputa pelo governo gaúcho, atrás de Eduardo Leite (38%), Onyx Lorenzonei (24%).

Na disputa pela presidência, Lula conseguiu reverter a situação no Estado, que em 2018 votou amplamente em Bolsonaro:  no inicio do ano tinha 27%, quando Bolsonaro chegava a 40%. Na última pesquisa do Ipec, ele alcançou a 46% ante 34% de Bolsonaro.

O desafio é o governo estadual. Até o momento ele não conseguiu transferir seus votos para seu candidato, Eduardo Pretto.

A expectativa da frente de esquerda que apoia Edegar Pretto e que ganhou alento com a candidatura de Olivio Dutra ao Senado, agora é o “efeito Lula” entre os gaúchos para levar Pretto ao segundo turno, contando também com a divisão dos votos do eleitorado de direita entre três candidados do mesmo campo – além de Eduardo Leite e Onix Lorenzoni, o senador Luiz Heinze,  do PP, que aparece nas pesquisas com 6% das intenções de voto.

Essa divisão abriria a chance de segundo turno  para uma candidatura, como a de Pretto,  que aglutine todas as forças de esquerda e centro esquerda. É nessa tecla que Lula vem  bater em Porto Alegre.

No Paraná, onde Lula estará no dia seguinte, 17, o desafio não é menor. Segundo a última pesquisa do Ipec, Bolsonaro está na frente com 41% das intenções de voto, contra 35% de Lula.

Para o governo do Estado, segundo a última pesquisa do Ipec, o governador Ratinho Junior, candidato à reeleição pelo PSD,  lidera  com 46%, seguido de Roberto Requião do PT com 24% .

Em Santa Catarina, onde Lula estará no dia 18,  a situação é mais grave. Bolsonaro está na frente, com 50% das intenções de voto, o dobro de Lula, que tem 25% segundo a última pesquisa do Ipec.

Na disputa estadual, o governador Carlos Moisés, candidato a reeleição pelo Republicanos, está frente com 23% dos votos.

O candidato do PT, Décio Lima, está em quarto lugar com 6% das intenções de voto, depois de Esperidião Amim (PP) e Jorginho Melo (PL).

Aqui também a expectativa  de Lula é que a divisão dos votos à direita leve  a candidatura petista ao segundo turno.

Na reta final da campanha: Lula faz comício nos três Estados do Sul

Dia 16, em Porto Alegre, dia 17 em Curitiba e 18 em Florianópolis. Este é o roteiro do ex-presidente Lula nesta semana, há 15 dias do pleito.

Em Porto Alegre, o candidato participa de um ato no Largo Glênio Peres, junto ao Mercado Público no coração do centro histórico de Porto Alegre.

É um local tradicional de grandes eventos políticos um tambor eleitoral que ecoa por todo o do Rio Grande.

Dali, Lula tentará turbinar a candidatura do deputado Edegar Pretto, que patina com 8% das intenções de voto na terceira colocação na disputa pelo governo gaúcho, atrás de Eduardo Leite (38%), Onyx Lorenzonei (24%).

Lula conseguiu reverter a situação no Estado, que em 2018 votou amplamente em Bolsonaro:  no inicio do ano tinha 27%, quando Bolsonaro chegava a 40%. Na última pesquisa do Ipec, ele alcançou a 46% ante 34% de Bolsonaro.

O desafio é o governo estadual. Até o momento ele não conseguiu transferir seus votos para seu candidato, Eduardo Pretto.

A expectativa da frente de esquerda que apoia Edegar Pretto é a divisão dos votos do eleitorado de direita entre três candidados do mesmo campo – além de Eduardo Leite e Onix Lorenzoni, o senador Luiz Heinze,  do PP, que aparece nas pesquisas com 6% das intenções de voto.

Essa divisão abriria a chance de segundo turno  para uma candidatura, como a de Pretto,  que aglutine todas as forças de esquerda e centro esquerda. É nessa tecla que Lula vem  bater em Porto Alegre.

No Paraná, o desafio não é menor para Lula. Segundo a última pesquisa do Ipec, Bolsonaro está na frente com 41% das intenções de voto, contra 35% de Lula.

Para o governo do Estado, segundo a última pesquisa do Ipec, o governador Ratinho Junior, candidato à reeleição pelo PSD,  lidera  com 46%, seguido de Roberto Requião do PT com 24% .

Em Santa Catarina, a situação é mais grave. Bolsonaro está na frente, com 50% das intenções de voto, o dobro de Lula, que tem 25% segundo a última pesquisa do Ipec.

Na disputa estadual, o governador Carlos Moisés, candidato a reeleição pelo Republicanos, está frente com 23% dos votos.

O candidato do PT, Décio Lima, está em quarto lugar com 6% das intenções de voto, depois de Esperidião Amim (PP) e Jorginho Melo (PL).

Aqui também a expectativa  de Lula é que a divisão dos votos à direita leve  a candidatura petista ao segundo turno.

Guerra de facções em Porto Alegre: governo age para minimizar impacto eleitoral da violência

Os atos de terror praticados na guerra entre facções criminosas em Porto Alegre atingem em cheio um dos baluartes do programa do governador Eduardo Leite, na campanha pela reeleição: a melhoria dos indicadores de segurança.

Uma cabeça decepada, um bar tiroteado, com três mortes e mais de 20 feridos, uma tentativa de ataque com granada a um condomínio e cinco mortes na madrugada desta sexta-feira.

São os fatos da última semana, que tornam inúteis todos os gráficos e estatísticas que o governo apresenta sobre melhoria nos indicadores de segurança.

A visita do prefeito da capital, Sebastião Melo, ao governador em exercício, Ranulfo Vieira, na tarde desta quinta-feira, sinaliza a preocupação com o impacto que o clima de terror instalado em certas áreas pode ter neste período pré-eleitoral.

O recrudescimento da guerra, que no início deste ano já fez 25 mortes , demonstra que as medidas adotadas, de isolar as lideranças que comandavam a guerra de dentro dos presídios, não foram suficientes.

Em entrevistas esta semana as autoridades policiais que estão na linha de frente das investigações disseram que a guerra que decorre de uma disputa pelo mercado de drogas ilícitas, mas vai além dele, envolvendo contrabando de armas e agrotóxicos, assim como vai além de Porto Alegre e da região metropolitana, tendo já ramificações em todo o Estado.

O epicentro do conflito envolve três faccções (informava-se que eram duas até pouco): uma com base no Vale do Rio dos Sinos, outra na Vila Cruzeiro e, agora se diz, uma terceira aquartelada no bairro Rubem Berta.

Os terríveis eventos desta semana sema,  que fecha com um total de 14 mortes, mobilizaram as forças policiais. A Brigada Militar colocou 120 homens e 25 equipes motorizadas nas áreas conflagradas em ações preventivas, enquanto a polícia civil reforçou equipes e acelerou as investigações para desmontar a cadeia de comando que sustenta a guerra.

As cinco mortes registradas nas últimas 24 horas indicam que mesmo com a ampliação das ações policiais, o terror continua. Há informações de toque de recolher em areas como a Vila Planetário e Mário Quintana.

Nesta quinta,  a polícia prendeu Paulo Ricardo Santos da Silva, 63 anos, o Paulão da Conceição, de 63 anos, ex-lider do tráfico na Vila Conceição, que estava em prisão domiciliar, com tornozeleira, por questões de saúde.

Paulão tem uma extensíssima ficha criminal, com vários homicídios e condenações que somam mais de 60 anos. Mas tudo indica que, velho e debilitado, está fora dessa guerra. Em todo caso, rende manchetes e passa para os eleitores a sensação de que o governo está agindo.

Mais importante, nesta quinta-feira (8), foi a operação “Senhores do Crime”, deflagrada pela Polícia Civil, envolvendo a 1ª Delegacia de Investigação do Narcotráfico (1ªDIN) do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), com o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil e da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).
“A investida é resultado de investigações iniciadas em abril de 2022, em decorrência de diversos crimes relacionados à disputa entre grupos de traficantes de entorpecentes que atuam em áreas centrais da Capital”, segundo nota da Polícia Civil.

“Foram cumpridas 23 ordens judiciais de busca e apreensão na região metropolitana de Porto Alegre e 32 mandados de prisão temporária”.

“Dessas ordens judiciais, cinco são no interior de casas prisionais, sendo que 15 indivíduos já se encontram recolhidos no sistema prisional”.

“As ações transcorreram em Porto Alegre, Gravataí, Charqueadas, Guaíba e Canoas. Trata-se da primeira fase de execução de medidas cautelares referentes a essa investigação”.

“Até o momento, a operação contabiliza 22 indivíduos presos e a apreensão de entorpecentes, celulares, computadores e dinheiro em espécie, além do bloqueio de somas financeiras em contas bancárias”.

“A investigação comprovou que a série de homicídios ocorrida no primeiro semestre de 2022 em Porto Alegre, em especial no bairro Santa Tereza, foi resultado de disputa territorial e dívidas entre os grupos criminosos. Apurou-se que as principais facções criminosas do Estado têm interligação e mantêm constante negociação, intermediando a compra de armas e drogas entre si e, inclusive, fazendo acordos em determinadas áreas de comunidades distantes e centrais em Porto Alegre”.

O inquérito policial também apurou que diversos carregamentos de drogas e armas, possivelmente de fora do país, são trazidos para Porto Alegre mensalmente. Dentre os homicídios que o grupo criminoso é responsável, verificou-se que pelo menos cinco resultaram de determinação dos líderes criminosos. Os homicídios ocorreram nos bairros Santana, Lomba do Pinheiro e Santa Tereza. Estima-se que esse número seja maior, tendo em vista a série ocorrida em Porto Alegre no final do ano de 2021 e primeiro semestre de 2022, que estariam relacionados aos grupos”.

“A investigação verificou uma conversa entre dois indivíduos que ocupam posições de liderança nas facções criminosas, na qual se tenta chegar a um acordo sobre a divisão de área territorial de narcotraficância em Porto Alegre. Na proposta, o criminoso tenta parar com a série de homicídios que está ocorrendo em Porto Alegre. Na conversa, verifica-se que se trata da Vila Conceição e parte do bairro Santa Tereza, nas quais os indivíduos tentam decidir qual facção vai traficar em determinados pontos. Ao final, verifica-se que os indivíduos não chegam a nenhum acordo”.

    

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Um colegiado de juízes das varas de execuções criminais de Porto Alegre decidirá sobre o pedido da Polícia Civil de transferência para uma penitenciária federal de Paulo Ricardo Santos da Silva, 63 anos, o Paulão da Conceição. Ele foi preso novamente nesta quinta-feira (8) em operação para conter a guerra entre facções criminosas em Porto Alegre e região.

Por decisão judicial, com parecer favorável do Ministério Público (MP), Paulão foi transferido em fevereiro de 2022 da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) para prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica por questão humanitária. A juíza Sonáli da Cruz Zluhan concedeu o pedido por 90 dias, prorrogáveis, por motivos de saúde, desde que Paulão comprovasse atendimentos médicos — ele aguarda uma cirurgia cardíaca. Entre policiais e promotores que atuam na área criminal, Paulão é considerado um dos traficantes mais sanguinários do Estado.
Antes de receber o benefício da prisão domiciliar, Paulão havia voltado ao sistema carcerário em 11 de março de 2010, quando foi capturado numa operação do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.
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Paulão da Conceição é preso em ofensiva contra líderes de facções criminosas em Porto Alegre

Paulão responde a processos criminais desde 1982 e foi preso várias vezes por envolvimento com tráfico e homicídios e já fugiu algumas vezes do sistema prisional. Uma delas foi ainda em 1995, da Colônia Penal Agrícola, onde cumpria pena. Naquele mesmo ano, foi apontado como responsável por tentativa de roubo contra o dono de uma residência, na Vila Maria da Conceição.
Entre 1995 e 1997, foi preso três vezes por porte ilegal de pistolas. Em 1998, ele foi apontado como responsável por tentar matar seu enteado, com o qual disputava pontos de drogas. Em 2003, teria ameaçado cortar o rosto de uma médica de um posto de saúde da Vila Maria da Conceição que se recusou a receitar um remédio de uso controlado para a sua mulher.
Na ficha criminal de Paulão, são mais de 20 inquéritos policiais que o investigaram. Além disso, no histórico judicial criminal são 62 processos contra ele. Ele acumula penas nesses processos de 86 anos e 10 meses de prisão, sem contar as ações que ainda tramitam e não possuem sentença transitada em julgado.
A pena mais alta é de uma condenação por homicídio, que aconteceu em 2008, com sentença em 2017, quando foi sentenciado a 28 anos de prisão, pena que está sendo cumprida.
Histórico judicial criminal de Paulão
Posse de droga
Cometido em 27/03/1982
Sentença transitada em julgado em 28/07/1982
Pena: seis meses de detenção, regime semiaberto
Homicídio Qualificado
Cometido em 02/01/1999
Sentença transitada em julgado em 09/05/2000
Pena: sete anos de reclusão, regime fechado inicialmente
Tentativa de homicídio
Cometido em 06/11/1997
Sentença transitada em julgado em 19/03/2003
Pena: dois anos de reclusão, regime semiaberto
Homicídio
Cometido em 26/06/1998
Sentença transitada em julgado em 08/07/2015
Pena: 22 anos de reclusão, regime fechado inicialmente
Homicídio
Cometido em 19/09/2007
Sentença transitada em julgado em 06/09/2016
Pena: 16 anos de reclusão, regime fechado inicialmente
Associação ao tráfico de drogas
Cometido em 01/01/2000
Sentença transitada em julgado em 21/11/2014
Pena: cinco anos e quatro meses de reclusão, regime fechado inicialmente
Homicídio
Cometido em 14/07/2008
Sentença transitada em julgado em 23/02/2018
Pena: 28 anos de reclusão, regime fechado inicialmente
Associação ao tráfico de drogas
Cometido em 01/08/2010
Sentença transitada em julgado em 04/02/2015
Pena: seis anos de reclusão, regime fechado inicialmente
Contraponto
Em contato com GZH, o advogado Marcelo Carlet Ferreira, enviou nota sobre a prisão desta quinta-feira (8). Confira a íntegra:
“Venho através do presente e-mail apresentar o contraponto inicial (a defesa teve apenas acesso parcial ao IP) às acusações imputadas em detrimento à pessoa do acusado Paulo Ricardo Santos da Silva (63 anos de idade), preso temporariamente na presente data (08/09/2022) pela polícia judiciária: segundo se denota da própria investigação policial, o Sr. Paulo Ricardo Santos da Silva, alcunhado “Paulão da Conceição”, não teria qualquer relação com os noticiados homicídios ocorridos na Capital (e grande Porto Alegre), apurados durante o ano de 2022, envolvendo supostos conflitos entre facções rivais. Na data de hoje, o Sr. Paulo Ricardo foi preso no interior de residência sem que houvesse a apreensão de qualquer objeto ilícito no local, endereço este devidamente comunicado à Vara de Execuções Criminais e a Divisão de Monitoramento Eletrônico da Susepe, cumprindo prisão domiciliar, mediante tornozeleira eletrônica, desde meados de fevereiro do corrente ano, sem apresentar qualquer intercorrência no curso do cumprimento da custódia domiciliar. Nessa perspectiva pessoal, cumpre destacar que o benefício da prisão domiciliar humanitária foi deferido e prorrogado judicialmente durante o ano, inclusive, mediante endosso do Ministério Público, diante da imprescindibilidade de realização de cirurgia coronariana (revascularização do miocárdio), consoante corroborado fartamente através de diversos laudos médicos, cujo paciente apresenta inúmeras outras moléstias graves e permanentes, passíveis de óbito súbito.  Aliás, durante a permanência do suspeito junto à Delegacia do Denarc, o acusado apresentou quadro de debilidade física, sendo necessário chamamento médico da Samu. Desse modo, não tendo qualquer relação com os fatos ilícitos apurados pela Polícia Civil, diante de flagrante ausência de indícios suficientes de autoria em seu prejuízo individual, tão logo seja disponibilizado acesso à íntegra dos autos do expediente de prisão temporária,  a defesa técnica irá promover os devidos requerimentos judiciais, visando cassar eventual coação ilegal”.

Melo reúne-se com governador para discutir segurança pública na Capital
O prefeito Sebastião Melo foi recebido na tarde desta quinta-feira, 8, pelo governador Ranolfo Vieira Júnior em audiência realizada no Palácio Piratini para tratar sobre as ações de enfrentamento à criminalidade na Capital. No encontro, Melo salientou que os últimos episódios envolvendo facções criminosas vêm impactando diretamente na vida dos porto-alegrenses, em específico em comunidades como Mário Quintana e Cruzeiro. A agenda foi solicitada pelo prefeito Melo.

“Agradeço ao governador por atender ao pedido de audiência sobre a segurança pública na Capital. Os recentes episódios de criminalidade preocupam muito, e precisamos somar esforços para proteger a população e garantir o direito de circulação dos moradores”, afirmou Melo.

Durante audiência, o prefeito também destacou o trabalho contínuo e integrado com as forças policiais que vem ampliando o enfrentamento à criminalidade. “Confio no empenho das forças de segurança estaduais e reforcei a importância de termos estratégia permanente no enfrentamento ao crime organizado. O município, no seu espectro de atuação, investe em tecnologia, integração e fortalecimento da Guarda. Juntos vamos avançar”, enfatizou o prefeito.

Ranolfo esteve acompanhando do secretário da Segurança Pública, Vanius Santarosa, e demais autoridades dos órgãos de segurança. Também estiveram presentes o secretário municipal de Segurança, Mário Ikeda, secretário-adjunto, Comissário Zottis, e o comandante da Guarda Municipal, Marcelo do Nascimento.

Investimentos – Desde o início da atual gestão, a Guarda Municipal vem sendo reestruturada para auxiliar os demais órgãos de segurança. Além de novos armamentos e viaturas, um concurso também foi aberto para ampliar o efetivo municipal. Esta remodelação também passa pelo projeto POA Segura, que conta com R$ 60 milhões em investimentos para segurança pública.

 

Mal súbito em prova de natação: vereador Mauro Zacher morre aos 46 anos

O vereador de  Mauro  Zacher morreu aos 46 anos, na manhã deste domingo (26), em Fortaleza.

Ele participava de uma prova de natação quando teve um mal súbito.

Levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Praia do Futuro, as tentativas de reanimação não surtiram efeito.

Segundo nota da Federação Cearense de Desportos Aquáticos, Zacher sofreu o mal súbito enquanto finalizava travessia durante a prova dos 1.500 metros da etapa em Fortaleza do Campeonato Brasileiro e Copa Brasil de Águas Abertas.

Ainda segundo o comunicado, os salva-vidas observaram Mauro Zacher parando de nadar e o resgataram de imediato, levando-o ao píer de chegada. Lá, ele foi atendido pela equipe da ambulância e recebeu os primeiros socorros.

O vereador estava em seu quinto mandato na Câmara Municipal de Porto Alegre. Mauro Zacher deixa a esposa, dois filhos, mãe e dois irmãos.

De acordo com a assessoria da Câmara de Vereadores, o velório deve ocorrer nesta segunda-feira, na sede do legislativo municipal, em horário ainda não definido.

O prefeito Sebastião Melo decretou luto oficial de três dias.

Perfil

Mauro Zacher era economista formado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), onde foi presidente do diretório estudantil. Eleito vereador pela primeira vez em 2004, foi reeleito em 2008, 2012, 2016 e 2020 — sempre pelo PDT.

Em 2012, o vereador presidiu a Câmara Municipal. Foi foi secretário da Juventude e secretário de Obras e Viação em Porto Alegre.

 

Porto Alegre já tem 93 praças com “prefeitos voluntários”

O prefeito Sebastião Melo oficializou a nomeação de mais 15 moradores e líderes comunitários das regiões Noroeste e Centro para auxiliar o poder público nos cuidados com a preservação ambiental e manutenção dos parques e praças da Capital.

Os eventos ocorreram na Praça Bartolomeu de Gusmão (av. Farrapos, bairro Floresta) e na Praça Japão (rua Alameda Sebastião de Brito, 123, bairro Boa Vista). Agora a Capital conta agora com 93 prefeitos voluntários.

Além da entrega do crachá e certificado aos prefeitos nomeados, foi assinado o Pacto de Governança entre a comunidade e os gestores da prefeitura, com objetivo de estabelecer a corresponsabilidade no cuidado com os espaços públicos.

Para o prefeito Sebastião Melo, o despertar do voluntariado e o pacto de governança entre poder público e população são os grandes valores de uma cidade.

“Não nos cansamos de agradecer à sociedade pelo apoio fundamental na preservação de parques e praças. Sozinha a prefeitura não consegue dar conta de tudo. Esta aliança do bem mobiliza nossa Capital a ser um lugar melhor de se viver”. disse Melo.

O secretário municipal de Saúde, Mauro Sparta, ressaltou a importância dos cuidados para a prevenção à dengue. Já o secretário municipal de Governança Local e Coordenação Política, Cassio Trogildo, falou sobre a corresponsabilidade selada na assinatura do Pacto de Governança.

“Estamos estabelecendo aqui uma importante relação de cuidado compartilhado entre a prefeitura e a comunidade para a preservação dos espaços públicos.”

De acordo com o secretário adjunto de Parcerias, Jorge Murgas, a união entre o poder público, a iniciativa privada e a sociedade é o melhor caminho para oferecer serviços públicos de qualidade à população. “A nomeação dos prefeitos de praça representa este cuidado e melhoria das nossas áreas verdes”, pontua.

Voluntários – O cargo tem publicação legal no Diário Oficial de Porto Alegre e é concedido à cidadã ou ao cidadão que será responsável por cuidar dos equipamentos públicos, acompanhar os serviços de manutenção e comunicar problemas e ocorrências para que a prefeitura ou o adotante possa realizar a intervenção necessária. Das 685 praças de Porto Alegre, 100 foram revitalizadas em 2021 e 135 devem receber melhorias neste ano pela prefeitura.

Já o secretário de Serviços Urbanos, Marcos Felipi, parabenizou os novos prefeitos de praça que vão ajudar a manter as melhorias e organizar as demandas necessárias. A zeladoria da cidade é uma prioridade e as praças precisam não apenas da atenção do poder público, mas também dos cuidados da comunidade.

Conheça os prefeitos de praças nomeados neste sábado:

Praça Parque Ararigbóia – Prefeita: Maria Placedina de Souza Luz

Praça Marselhesa – Prefeita: Simone Martins da Silva

Praça Raimundo Scherer – Prefeita: Cleonice Fontoura Andrade

Praça Berta Starosta – Prefeito: Gabriel Wolkind

Praça Memorial dos Eucaliptos – Prefeito: Henrique Coromberk

Praça Cinquentenário da Rádio Gaúcha – Prefeito: Júlio César Ribeiro

Praça Tamandaré – Prefeito: Gabriel Simões Lisbôa

Praça Bartolomeu de Gusmão – Prefeita: Débora Wellausem Chaves

Praça Breno Vignoli – Prefeito: Paulo Roberto Neutzling

Praça Estado de Israel – Prefeita: Eluze Gavião

Praça Major Joaquim de Queiroz- Prefeita: Marta Rocha

Praça Garibaldi – Prefeito: Vinícius Pimentel Ávila

Praça Leopoldo Bernardo Boeck – Prefeito: Rogério Rodrigues

Praça Japão – Prefeito: Luiz Felipe Ranzolin Irigaray

Praça Alfred Sehbe – Prefeito: Gilberto Goltz

(Com informações da Assessoria de Imprensa) 

Fast food na Redenção: parque perde mais mil metros quadrados com novas instalações

As manchetes saúdam o “complexo gastronômico Refúgio do Lago”, que começa a operar em maio no local que, por quase 70 anos, foi ocupado pelo Orquidário Municipal de Porto Alegre.
Na verdade, são cinco instalações em containers que vão oferecer café, sorvetes, bebidas  e refeições rápidas, num espaço de quase mil metros quadrados concedido a uma empresa privada no coração do parque da Redenção.
Em 115 anos, desde que foi doado ao município pelo Imperador Pedro I, o parque já perdeu metade de sua área: dos 69 hectares originais restam pouco mais de 35 hectares.
Foto: Ioparque/Divugação
O Orquidário foi demolido  pela prefeitura,  em março de 2018.  Estava abandonado desde que uma árvore caiu sobre as estufas no temporal que castigou Porto Alegre em janeiro de 2016.,

A supervisora de Praças, Parques e Jardins, na época, Gabriela Azevedo Moura, justificou a demolição dizendo que “já não vinha sendo feita a manutenção da área”  e que “os integrantes do Conselho de Usuários do Parque Farroupilha foram comunicados da ação”.

“Com a falta de manutenção, a área do orquidário vinha sendo utilizada por usuários de drogas, prostituição e casos de assédio sexual de quem passava por ali”, destacou a supervisora.

Na mesma reportagem do Correio do Povo,  Roberto Jakubaszko, integrante do Conselho de Usuários do Parque Farroupilha, lamentou a demolição  e disse que “a população de Porto Alegre foi pega de surpresa com ação dos tratores que derrubaram o prédio”.
Jakubaszko afirmou que “nem a prefeitura, nem a Secretaria de Ambiente”   informaram sobre a demolição da área. “Perdemos um patrimônio da cidade, sem que ninguém fosse consultado”, lamentou.
O conselheiro afirmou que a  exposições de orquídeas todo o ano, que chegavam a receber de 15 mil pessoas durante as duas semanas do evento.

“É um pedaço da história que foi abstraído daqui”, disse ele, queixando-se de falta de investimento e manutenção no parque inteiro.

Segundo a supervisora, ainda não havia uma decisão sobre o que fazer com a área: “A ideia, disse ele,  é dar nova destinação ao local transformando-o em um espaço de convivência para os usuários do parque com a colocação de uma nova iluminação”.

Veja aqui o depoimento do representante do Conselho de Usuários do Parque:

https://youtu.be/hnKUeozDncw
Orquidário ia completar 70 anos, um dos mais antigos do Brasi
O Orquidário do Parque da Redenção foi inaugurado em 1953 e contava com servidores especializados em manejo de orquídeas, que ao longo dos anos foram se aposentando e não foram substituidos.
Foto: Ricardo Stricher/PMPA
O local chegou a abrigar cerca de 4,5 mil mudas de 45 espécies de orquídeas.
O que aconteceu com esse acervo?
Segundo Gabriela Azevedo Moura, as orquídeas foram levadas para o viveiro municipal na Lomba do Pinheiro, na zona Leste da cidade.
“Uma parte do material do orquidário foi destinado para outros parques da cidade. A prefeitura realiza agora a retirada da caliça e depois pretende fechar a área até decidir que projeto será desenvolvido no antigo orquidário do Parque Farroupilha”, disse a então supervisora dos parques no dia da demolição, 29 de março de 2018.
No dia seguinte, no portal GZH,  o então secretário de Meio Ambiente,  Maurício Fernandes repetiu o argumento da Supervisora dos Parques: o espaço estava abandonado  há dois anos e havia se tornado um “local hostil”.

“Justamente pela falta de uso ele acabou gerando uma ocupação muito ruim de drogadição e prostituição”, disse Fernandes.

Ou seja:  a prefeitura deixou o local no abandono, depois justificou a demolição “porque ele estava abandonado”.

Segundo o secretário, a restauração do orquidário estava fora de cogitação: “O governo quer que o local seja transformado em um lounge garden (literalmente “jardim de salão”). Mas, segundo ele, o espaço seria “voltado para o tema de orquídea”.

Fernandes explicou  que “o modelo ainda está sendo avaliado, mas possivelmente será realizada uma permissão de uso para o Café do Lago, que também abranja a revitalização da área do antigo orquidário e do lago”.

Disse ainda o secretário que  seria lançado um  edital. “o mais rápido possível”.

O assunto só voltou ao noticiário no dia 13 de julho de 2021, já na gestão de Sebastião Melo, quando o Diário Oficial publicou o resultado da licitação para ocupar o espaço do orquidário.

“O lugar onde já foi abrigo para mais de 4,5 mil exemplares de 45 espécies de orquídeas agora vai virar um  “Espaço Gastronômico”, com refeições rápidas e bebidas”, segundo reportagem do jornal JÁ.

“A outorga de R$ 20 mil foi oferecida  pela Ioiô Casa de Festas Infantis, vencedora da licitação anunciada pela Prefeitura nesta terça-feira, 13”.

“Serão quatro contêineres de 29,30 metros quadrados, destinados à gastronomia, e um módulo de contêiner de 14,65 metros quadrados, destinado ao sanitário”.

Local terá espaço para 300 pessoas sentadas

“A estrutura também prevê um pergolado de 6×2,50 metros e um pátio de serviço de 128 metros quadrados, ocupando área externa total de 750 metros quadrados para atendimento ao ar livre com mesas, cadeiras e guarda-sóis”.

“Queremos preservar o contato do público com a natureza e valorizar o espaço em meio ao verde, com uma experiência de comer e beber algo saboroso” explicou Pedro Santarem, representante da Ioparque, razão social criada para assumir a concessão e formada por “quatro sócios das áreas de gastronomia e eventos”.

No dia seguinte, (14 de julho de 2021)  o Jornal do Comércio, fala em “complexo do lago” e diz que “até janeiro de 2022, o Parque da Redenção terá novas operações administrando os pedalinhos, o trenzinho e um espaço gastronômico em frente ao lago”.

“A  prefeitura já aprovou o projeto: nas próximas semanas, começa a ser construído o Refúgio do Lago, nome do complexo gastronômico que ocupará a área do antigo orquidário, na Redenção”.

 

“A ideia é ter uma cafeteria, um restaurante especializado em comida saudável, um espaço para doces ou açaí, uma pizzaria ou lancheria e, por fim, uma banca só de bebidas”.

 “Conforme o secretário municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, Germano Bremm, a ordem de início das obras deve ser emitida em duas semanas. Falta, segundo ele, apenas o aval do Conselho do Patrimônio Histórico Cultural – como a Redenção é um parque tombado, essa autorização é necessária”.
Ou seja: a licitação foi feita e o projeto aprovado, antes da autorização do Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural.

O jornal informa ainda que o modelo ( que é uma versão reduzida do Cais Embarcadero) será replicado em outros parques da cidade:

Segundo o secretário Germano Bremm, a prefeitura pretende levar esse modelo, com “atrações gastronômicas lideradas pela iniciativa privada”, a outros parques da Capital. O próximo edital será direcionado ao Germânia, mas a ideia de montar uma  cafeteria dentro do moinho do Parcão também vem sendo estudada. Hoje o moinho do Parcão abriga uma biblioteca infantil.

 

31 de março de 1964: “Ninguém acreditava no golpe”

O general Mourão Filho botou o golpe na rua às cinco hora da manhã do dia 31 de março de 1964. Ele ainda vestia seu roupão vermelho (diz no seu Diário), quando anunciou por telefone que ia marchar de Juiz de Fora com suas tropas para destituir o presidente da República no Rio de Janeiro.

Como os jornais diários, que começaram a circular à hora em que Mourão disparava seus telefonemas, não traziam a notícia, o dia foi  de muitos de boatos e escassas informações.

Em Porto Alegre, a primeira informação confiável de que havia um golpe em andamento chegou as 16h30, através do rádio ao comando do III Exército, que reservadamente colocou suas unidades em prontidão.(*Hélio Silva, “1964″),

A notícia ficou restrita, no entanto. “Falava-se tanto em golpe, que ninguém acreditava nele”.

A tal ponto, que a festa de aniversário do prefeito da cidade, Sereno Chaise, iniciou por volta das 19 horas e só foi interrompida por volta das dez, quando alguém cochichou ao ouvido do aniversariante a informação recebida do Rio. Ele tomou o microfone, deu o aviso e convocou a todos para se deslocarem até a prefeitura no centro da cidade e acompanhar os acontecimentos (Sereno Chaise, depoimento).

Um comício foi improvisado, mas como pouco se sabia do que estava acontecendo, rapidamente ele se esvaziou. Um grupo que se dirigiu à sede do governo estadual encontrou a praça vazia, o Palácio Piratini  fechado, luzes apagadas, sem sinais de anormalidade. Foram todos para casa. Afinal, boato de que haveria um golpe não era novidade.

Àquela altura o major Confúcio Pamplona, à paisana, entregava ao general Adalberto Pereira dos Santos um papel pardo escrito de próprio punho pelo general Castelo Branco com os objetivos da “revolução”:

a) restaurar a legalidade,

b)restabelecer  a Federação,

c) eliminar o plano comunista da posse do poder, em desenvolvimento; defender as instituições militares, estabelecer a ordem para o advento das reformas legais.

Comandante da 6ª. Divisão de Infantaria, a principal força do III Exército no Sul, Adalberto era o chefe militar da conspiração no Estado. Pressionava inclusive o comandante geral, general Benjamin Galhardo, para que não reconhecesse o novo comandante que Jango havia nomeado naquela tarde para o III Exército, o general Ladário Telles. Telles deveria chegar a Porto Alegre na noite de 31 de março. Em vez de passar o cargo, Galhardo deveria prendê-lo.

Perto da meia noite, quando já estava para chegar o avião, Galhardo voltou atrás: “Eu não tomo uma decisão”, foi a frase que Krieger ouviu. O general Adalberto Pereira dos Santos passou a informação a Poti Medeiros, Secretário de Segurança e este informou o governador Meneghetti, que decidiu deixar a capital.  “Poucas são as possibilidades de resistência em Porto Alegre, cujo bravo povo está ameaçado pelas forças da violência e da opressão”, dizia o manifesto que Meneghetti deixou ao sair, para se por a salvo em Passo Fundo, a 300 quilômetros da capital.

O general Telles chegou a Porto Alegre a 1h20 da manhã,  já no dia primeiro de abril. Enfrentou resistências, mas por fim  conseguiu assumir o comando, na madrugada.

Uma de suas primeiras providências seria transferir o general Adalberto, de volta ao Rio. O general alegou que não poderia viajar imediatamente por causa de uma irmã, doente. No dia seguinte,  saiu de Porto Alegre e foi para Cruz Alta, depois para Santa Maria, onde as guarnições eram favoráveis ao golpe.

Na manhã de 1 de abril, o governador Ildo Meneghetti deixa o Palácio Piratini. Saída discreta, sem escolta. Antes de partir deixou folhas em branco assinadas.

Uma delas seria usada para responder ao comandante do III Exército, que no mesmo dia requisitou a Brigada Militar, a força  estadual, que fora decisiva na resistência ao golpe em 1961. O secretário do Interior, Mario Mondino, datilografou na folha assinada por Meneghetti uma resposta evasiva e não cumpriu a ordem.

Enquanto isso, Meneghetti chegava ao 2º. Batalhão de Caçadores da Brigada Militar em Passo Fundo. Requisitou a rádio local e divulgou notas incitando o povo a apoiar a revolução. À noite, num comício improvisado, Meneghetti discursou: “As forças revolucionárias colocaram um ponto final no comunismo que estava tomando conta do Brasil”.

Na manhã do dia 2 de abril, o presidente do Senado, Auro Moura Andrade, declara a aliados:  “A revolução está vitoriosa, mas temo  que pelo mito da legalidade haja derramamento de sangue. Se me derem cobertura declararei vaga a Presidência da República”.

À tarde numa sessão de três minutos, declarou que Jango havia abandonado o país (na verdade, estava voando para Porto Alegre).  À noite o deputado Rainieri Mazzilli, presidente do Congresso foi empossado como presidente.  Para Krieger,“a solução almejada pela Nação fora obtida com a quebra momentânea da legalidade, imediatamente restabelecida”.

No Rio, uma junta controlava a situação militar: Costa e Silva, Augusto Redemaker e Correia de Melo – um general, um vice-almirante e um brigadeiro. Em Brasília, um presidente interino, Rainieri Mazzilli, fora empossado às pressas pelo Congresso, às 3h50 da madrugada.

O golpe estava consumado.

 

250 ANO DE PORTO ALEGRE: entenda o que se comemora no 26 de março

Foi a primeira boa notícia que os casais açorianos receberam em 20 anos de acampados à margem do Guaíba: no dia 26 de março de 1772, dom Antônio do Desterro, do bispado do Rio Janeiro, assinou decreto pastoral, transformando o Porto dos Casais em Freguesia de São Francisco das Chagas.

Desmembrado de Viamão, o povoado começaria finalmente a solucionar seus problemas: haveria instalação de serviços públicos, registro de nascimentos e óbitos, e a possibilidade de sonhar com a denominação de vila. Mas, acima de tudo, seria resolvida a questão da posse da terra. Por tudo isso, a alegria tomou conta do pequeno povoado de aproximadamente mil habitantes.

Esse salto foi o primeiro de uma série. Em 22 de maio, com a posse do padre José Gomes de Faria, a capela do Porto dos Casais virou sede de freguesia sem nunca ter sido curada, isto é, sem ter tido padre fixo. E, a 18 de janeiro de 1773, nova pastoral do bispo do Desterro substituiu a invocação de São Francisco do Porto dos Casais pela de Nossa Senhora da Madre de Deus de Porto Alegre, elevando o povoado à categoria de paróquia.

No Rio de Janeiro, José Marcelino de Figueiredo – substituído no governo do Continente do Rio Grande de São Pedro, em Viamão, pelo tenente-coronel Antônio da Veiga Andrade – guia lutando pela ideia de transformar o Porto dos Casais em vila e capital. Os livros garantem que foi ele quem convenceu o bispo e o vice-rei, Marquês de Lavradio, da importância estratégica e militar do povoado.

O certo é que, no dia 12 de julho de 1773, o governador Veiga Andrade recebe ordens do próprio vice-rei para iniciar o processo de desapropriação da sesmaria de Ignácio Francisco de Melo e demarcar os lotes de terra para os casais açorianos, reservando área para edificação da futura sede da freguesia.

Fonte: História Ilustrada de Porto Alegre

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Ônibus em Porto Alegre: Melo diz que sem subsídio federal vai “atualizar” a tarifa

O prefeito Sebastião Melo assumiu nesta quinta-feira, 24, a vice-presidência de mobilidade urbana da Frente Nacional de Prefeitos (FNP).

“Fui convidado pelo presidente Edvaldo Nogueira (prefeito de Aracaju) e aceitei o desafio de liderar a construção de soluções conjuntas para o transporte público”, afirma Melo.

Na campanha eleitoral, o prefeito acenava com a “repactuação dos contratos”,  como o caminho para  a crise do transporte coletivo, que se agravou com a pandemia.

Depois que assumiu, e desde que a Câmara de Vereadores aprovou todos os projetos de interesse das concessionárias – da extinção de isenções à retirada do cobrador – sem resolver o problema, o prefeito  diz que sem subsídio federal o transporte coletivo em Porto Alegre vai continuar caro e ruim.

A peregrinação da FNP tem ido seguidamente em Brasília em busca de subsídio Federal, começou no ano passado. Os prefeitos querem a aprovação do projeto de lei 4392/2021, que tramita em regime de urgência na Câmara dos Deputados.

A proposta destina R$ 5 bilhões para financiar isenção de idosos acima de 65 anos nos ônibus. Deste montante, Porto Alegre precisaria de R$ 80 milhões.

“Quero convidar todos os prefeitos do Brasil para que convençam o seu deputado a votar favoravelmente. Com a aprovação da lei e confirmação do subsídio federal, nosso compromisso fica garantido de não subir a passagem em Porto Alegre”, afirmou Melo.

Se a matéria for aprovada pela Câmara e sancionada pelo presidente, acrescenta Melo, a prefeitura terá condições de não aumentar a passagem mesmo que precise aportar recursos próprios para manter a tarifa, nos atuais R$ 4,80.

Estudos das empresas indicam que o reajuste, para compensar a elevação de custos, deveria ser de 38,5%, o que elevaria a passagem dos atuais R$ 4,80 para R$ 6,65. A prefeitura tem acenado com 5,05 ou 5,20, se houver subsídios.