Varíola dos macacos: mais um caso em São Paulo e oito suspeitos pelo Brasil; ONU diz que “risco é moderado”

O segundo caso de varíola dos macacos no Brasil foi confirmado em São Paulo, neste sábado,11. Um homem de 29 anos que retornou da Europa é o paciente. Ele está isolado em sua casa em Vinhedo, interior do Estado.

O caso é considerado importado, já que o paciente tem histórico de viagem para Portugal e Espanha e teve os sintomas e as primeiras lesões na pele ainda na Europa.

Fez teste lá, mas o laboratório espanhol só confirmou o resultado positivo, após o desembarque no Brasil, no dia 8 de junho.

O primeiro caso da doença no país foi confirmado na quinta-feira (9) pelo Instituto Adolfo Lutz: um homem de 41 anos que viajou à Espanha, segundo país com o maior número de casos da doença. Está em isolamento no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em “bom estado clínico”.

A Prefeitura de SãoPaulo informou também que acompanha o caso de uma mulher de 26 anos sem histórico de viagem ao exterior, hospitalizada com suspeita de ter contraído a doença.

Em nota divulgada na quarta (8), o Ministério da Saúde informou que oito casos estão em investigação em todo o país. Segundo a pasta, Ceará, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e São Paulo um caso suspeito cada um, e há ainda dois casos em monitoramento em Rondônia e outros dois em Santa Catarina.

O último relatório da Organização Mundial da Saúde, de domingo, 5 de maio, confirmava 780 casos no mundo.

Sobre Monkeypox (varíola do macaco)

A Monkeypox é uma doença viral rara transmitida pelo contato próximo/íntimo com uma pessoa infectada e com lesões de pele. Este contato pode ser exemplo pelo abraço, beijo, massagens, relações sexuais ou secreções respiratórias próximos e por tempo prolongado. A transmissão também ocorre por contato com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies que foram utilizadas pelo doente. Não há tratamento específico, mas de forma geral os quadros clínicos são leves e requerem cuidado e observação das lesões.

Os primeiros sintomas podem ser febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, linfonodos inchados, calafrios ou cansaço. De 1 a 3 dias após o início desses sintomas, as pessoas desenvolvem lesões de pele que podem estar localizadas em mãos, boca, pés, peito, rosto e ou regiões genitais.

Prevenção:

– Evitar contato próximo/íntimo com a pessoa doente até que todas as feridas tenham cicatrizado;

– Evitar o contato com qualquer material, como roupas de cama, que tenha sido utilizado pela pessoa doente.

– Higienização das mãos, lavando-as com água e sabão e/ou uso de álcool gel.

Mundo

A OMS diz que a varíola dos macacos traz um “risco moderado” para a saúde pública mundial . O risco para a saúde pública pode se tornar alto se esse vírus se estabelecer como um patógeno humano e se espalhar para grupos mais propensos a risco de doenças graves, como crianças pequenas e pessoas imunossuprimidas”, disse a OMS.

A organização diz que não há recomendação de uso de vacina da varíola para casos de varíola dos macacos.

Sintomas e transmissão

Os sintomas iniciais da varíola dos macacos costumam ser febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, gânglios (linfonodos) inchados, calafrios e exaustão.

“Depois do período de incubação [tempo entre a infecção e o início dos sintomas], o indivíduo começa com uma manifestação inespecífica, com sintomas que observamos em outras viroses: febre, mal-estar, cansaço, perda de apetite, prostração”, explica Giliane Trindade, virologista e pesquisadora do Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Dentro de 1 a 3 dias (às vezes mais) após o aparecimento da febre, o paciente desenvolve uma erupção cutânea, geralmente começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo.

“O que é um diferencial indicativo: o desenvolvimento de lesões – lesões na cavidade oral e na pele. Elas começam a se manifestar primeiro na face e vão se disseminando pro tronco, tórax, palma da mão, sola dos pés”, completa Trindade, que é consultora do grupo criado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações para acompanhar os casos de varíola dos macacos.

 

 

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