A situação que o governador Camilo Santana (PT) está enfrentando desde o dia 3 de janeiro e que já acumula quase 200 atentados na capital, Fortaleza, e em pelo menos 40 cidades do Ceará, é a mesma que vão enfrentar os demais governadores e o governo federal se realmente cumprirem suas promessas de campanha, de desmantelar o crime organizado em facções, hoje presente em quase todos os estados.
A onda de ataques em Fortaleza começou quando o novo secretário da Administração Penitenciária decidiu acabar com a distribuição das facções nas cadeias, ficando cada grupo num local, isolado dos demais. É uma prática que se verifica na maioria dos estados.
O secretário fez também uma varredura e recolheu centenas de celulares nos presídios, e anunciou a instalação de bloqueadores de sinal em todos os presídios do Estado.
É o que terá que fazer qualquer autoridade que pretenda realmente desmontar as quadrilhas que comandam o crime organizado.
No Ceará, as facções inimigas estabeleceram uma trégua na guerra pelos pontos de droga para enfrentar o Estado e há dez dias mantém o Ceará aterrorizado.
O governador diz que não recua e pede leis mais duras. Mas o governo federal, embora tenha mandado um contingente Força Nacional, e mesmo os governadores, que mandaram reforço para apoiar as forças cearenses de segurança, estão, até agora, tratando o Ceará como um caso isolado.