O isolamento social imposto pelo novo coronavírus está mostrando que o ensino à distância veio para ficar.
A suspensão forçada das atividades escolares para evitar o contágio levou escolas e professores a descobrir as enormes possibilidade das teleaulas para manter a continuidade do aprendizado durante a pandemia.
Mesmo que não substituam as aulas presenciais, as teleaulas incorporam-se definitivamente ao universo escolar.
Uma pesquisa do Instituto Rui Barbosa e do centro de pesquisa IEDE mostra que 82% das redes municipais e estaduais criaram atividades de forma remota para atender à população. E mostra como essas redes foram muito além das aulas.
O exemplo de Belém, capital do Pará, é citado.
A Secretaria de Educação agiu logo no começo da pandemia. Primeiro, garantindo acesso à merenda que estava nos estoques das escolas e depois entregando cestas básicas para as famílias.
A pesquisa do Instituto Rui Barbosa, mostrou que a 56% das escolas conseguiram garantir o direito à alimentação para todos os estudantes.
A prefeitura utilizou sua equipe pedagógica para entregar kits com atividades, que deveriam ser enviados para os alunos a cada 15 dias, junto com a entrega da merenda.
Para reforçar o aprendizado, foi licitado um horário pela manhã e pela tarde em uma televisão local para exibição de videoaulas, que foram produzidas pelos professores, ampliando as atividades a partir de maio.
O professor de sociologia Fabrício Araújo é um dos profissionais que foram para a frente das câmeras para dar as tele aulas. Ele explica os desafios enfrentados.
A reação rápida em Belém foi possível porque a prefeitura já tem iniciativas de aulas para comunidades mais remotas, com um histórico de formação de professores.
Um aspecto negativo detectado pela pesquisa “A Educação não pode esperar”: apenas 39% das redes de ensino conseguiram preparar os professores para as atividades à distância.