Ibama não consegue conter desmatamento em terra indígena

Foto: Felipe Wernech/Ibama

A área indígena fica nos municípios de Altamira e Senador José Porfírio e abriga, inclusive, povos isolados. De acordo com Ministério Público Federal, a Terra indígena perdeu 23% da cobertura florestal apenas no último ano.
Criminosos instalaram até postos de combustível clandestinos na rota de entrada da Terra Ituna-Itatá, para abastecer o maquinário usado na derrubada da floresta.
O procurador da República Adriano Lanna afirmou que o MPF tem acompanhado as ações do Ibama para coibir a prática dos crimes.
Em 2019, a terra indígena teve o maior desmatamento do país, correspondendo a 13% do total de devastação. Os dados são do Prodes, o sistema de medição do desmatamento oficial do país. Só neste mês de janeiro, o Ibama idenficou mil hectares de desmatamento.
Também neste mês, o Ibama fechou dois postos na zona rural do município Senador José Porfírio. A fiscalização apreendeu 5 mil litros de combustível.
Os criminosos bloquearam vias e incendiaram uma ponte para impedir que a equipe do Ibama deixasse o local com o combustível apreendido. Não houve feridos na ocasião.
Ituna-Itatá está reservada como uma das contrapartidas da usina hidrelétrica de Belo Monte.
Para o MPF, a ação das quadrilhas coloca em risco a vida de indígenas e pode provocar o avanço sobre as terras de outros povos que já sofrem grande pressão por causa dos impactos da usina de Belo Monte. É o caso das terras Trincheira-Bacajá, dos índios Xikrin, e Koatinemo, dos Assurini.
A Norte Energia – empresa responsável pela Usina Hidrelétrica Belo Monte, disse, por meio de nota, que seu compromisso na Terra Indígena Ituna-Itatá se delimita à construção de uma Unidade de Proteção Territorial – que vem sendo tratada com os órgãos responsáveis pela política indigenista e de proteção territorial e está prevista para ocorrer ainda em 2020.
(Com a Agência Brasil)

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