A Petrobras anunciou na última sexta-feira (26/2) a venda da usina eólica Mangue Seco 2, em Guamaré, Rio Grande do Norte, em operação desde 2011.
A estatal detinha 51% do negócio, dos quais se desfez por RS$ 33 milhões, com o objetivo de “otimizar o portfólio, reduzir o endividamento e melhorar a alocação do capital da companhia, visando à maximização de valor para os seus acionistas”, segundo nota à imprensa.
O comprador foi o fundo Pirineus, que já havia comprado da Eletrobrás 49% da usina e possuía preferência na compra das ações do sócio majoritário.
Nessas condições especiais, cada MW lhe saiu por cerca de R$ 2,5 milhões, o que corresponde a menos da metade do preço de custo.
Mangue Sêco 2 faz parte de um complexo de quatro parques eólicos da Petrobrás, em Guaramaré, com potência de 26 MW cada um.
Todos foram postos à venda em maio de 2020.
Os demais (Mangue Seco 1, Mangue Seco 3 e Mangue Seco 4) já foram vendidos em janeiro para a V21 Transmissões e Energia, por um total de R$ 132 milhões.
A explicação do diretor da BR, Roberto Ardenghy, para a alienação das eólicas contém uma contradição gritante.
Segundo ele, a Petrobras se desfez das usinas de vento porque quer concentrar seus recursos em ativos com maior potencial de geração de valor, “como os campos de petróleo e gás em águas profundas e ultraprofundas”.
Ao mesmo tempo, explicou ele, “a Petrobras segue comprometida com a transição para uma economia de baixo carbono, investindo em novas tecnologias para descarbonização da produção e no desenvolvimento de combustíveis mais eficientes e sustentáveis”.
Em outras palavras, o diretor quis dizer que a BR não dispensa as energias renováveis, mas somente se dedicará a elas, “em maior escala”, no futuro.
(G.H.)