Corte de direitos humanos proibe envio de novos presos para Penitenciária do Bangu

A Corte Interamericana de Direitos Humanos proibiu o ingresso de novos presos no Instituto Penal Plácido de Sá Carvalho, no Complexo Penitenciário de Bangu, no Rio de Janeiro.
A decisão é do dia 22 de novembro, foi comunicada às partes na noite desta sexta-feira (14).
A informação foi divulgada neste domingo  (16) pela assessoria da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, autora da ação.
Segundo a Defensoria, além de não poder receber novos presos, um dia de pena cumprido naquele presídio deverá ser contado como dois.
O coordenador do Núcleo Penitenciário da Defensoria, Marlon Barcellos, explicou que a decisão é obrigatória e que, se o Estado brasileiro não a cumprir, poderá ser agravado e constrangido junto à Organização dos Estados Americanos  (OEA).
Nos últimos três anos, 70 presos morreram no Instituto Plácido de Sá Carvalho, muitos por problemas decorrentes da saúde e de superlotação.
A determinação também requer que o Estado adote imediatamente todas as medidas necessárias para proteger eficazmente a vida e a integridade pessoal de todas os que estão na unidade.
Seap diz que ainda não recebeu decisão
Em nota divulgada nesta tarde, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) diz que ainda não recebeu oficialmente a decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos e que qualquer determinação judicial será prontamente acatada pela Pasta.
 

Sarau celebra 18 anos da ALICE, com projetos sociais alternativos e autônomos

A Agência Livre para Informação, Cidadania e Educação (ALICE) chega aos 18 anos reunindo o sol e a lua, ou seja: desafiando o impossível, conservando a independência e mantendo seus projetos sociais unicamente por meio de parcerias e apoios de quem se identifica com a causa. Não por acaso, a data é marcada por um trabalho artístico do cartunista Moa – autor do logotipo da Ong, ao lado de Ivete Cattani – que retrata a própria ALICE confortavelmente sentada em um quarto crescente, pescando o astro rei.
Para comemorar a data será realizado um Sarau Festivo na próxima terça-feira, dia 18, a partir das 20 horas, no Bar Divina Comédia (República, 649), com canja de músicos e poetas, FeirArteira e, ainda, a presença do DJ Daison Teixeira. O ingresso custa R$ 12,00, mas os aniversariantes do dia e os estudantes não pagam.
Obras de cartunistas como Santiago, Moa, Edgar Vasques e Rafael
Correa; dos artistas visuais Augusto Abreu, Ernani Chaves, Amaro
Abreu; dos fotógrafos Otávio Teixeira, Marco Nedeff, Eneida Serrano e Luiz Abreu; das artesãs Mariza Rigo, Nina de Oliveira, Lúcia Achutti e Rosina Duarte; dos escritores Rafael Guimarãens, José Antônio Silva, Dois Santos dos Santos, bem como livros da Editora Libretos estarão a disposição dos presentes.
Os frequentadores do Sarau poderão, inclusive, adquirir uma camiseta com a arte de Moa comemorativa aos 18 anos da instituição. A renda dos ingressos e da comercialização das obras é parcialmente revertida para os projetos sociais da ALICE, sendo a outra parcela destinada aos próprios artistas parceiros.
Música e poesia
Na parte musical, se apresentam os músicos Cristiano Hanssen e Nivaldo José, o pandeirista Clebes Pinheiro, e o duo de violões Batuque de Cordas, integrado por Vinícius Corrêa e Cláudio Veiga, com microfone aberto para outros artistas parceiros. A noite contará, ainda com a poesia de Mário Pirata, Fátima Farias e Gonçalo Ferraz.
Com 18 anos de atuação, ALICE é uma organização sem fins lucrativos que trabalha para revelar o que a sociedade não vê, defendendo o direito de todos à comunicação, à cultura, à arte e à convivência harmônica em uma sociedade sustentável. Nessa linha, desenvolve projetos alternativos e autônomos envolvendo comunidades ignoradas pela mídia tradicional e negligenciadas pelas políticas públicas, entre eles o Jornal Boca de Rua – feito e vendido por moradores de rua de Porto Alegre desde o ano 2000. Assim, contribui para democratizar e qualificar a informação e alinha-se à luta por um mundo mais justo.

Livro estimula cultura da diversidade e da inclusão social junto ao público infantil

Livro de Silvana Corbellini é para crianças até seis anos. Foto: Divulgação

Silvana Corbellini lança o livro “Ciranda de Natal” nesta próxima terça-feira, dia 18 de dezembro, às 16h, na Escola Municipal Cantinho Amigo (Praça Garibaldi, s/n°, Cidade Baixa), em Porto Alegre. O livro tem ilustrações da artista plástica Diane Sbardelotto e projeto gráfico e direção de arte assinado pelo artista plástico Maurício Porto e foi financiada pelo Governo Federal/Ministério da Cultura, por meio da Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), com o patrocínio das empresas Charrua e Benoit. Na ocasião, a autora realizará a contação da história e produzirá um varal com desenhos criado pelas crianças. A obra tem como proposta a difusão da cultura da inclusão e da acessibilidade.

Além do livro ilustrado, o Projeto Ciranda inclui um CD com narração e audiodescrição da história, visando atingir a uma maior amplitude de leitores. A iniciativa cultural, além de contribuir para práticas pedagógicas criativas no ambiente escolar, vem minimizar a carência existente, na sociedade, de literatura para a infância agregada aos dispositivos de acessibilidade, no intuito de contribuir para a construção de uma cultura da inclusão.

Distribuição gratuita

 “Ciranda de Natal” objetiva estimular, através da literatura infantil, junto ao público infantil,uma cultura da diversidade e da inclusão social j afirma Silvana Corbellini. Segundo a autora, além de aproximar o livro dos pequenos (e grandes) leitores, o projeto pretende ir além. A partir do conceito de uma cultura da inclusão, almeja contribuir para as modificações necessárias na cultura vigente na sociedade: a prática das exclusões. – Desta forma, o que se pretende de uma maneira formativa, é estimular a partir da infância, mais especificamente, crianças de 0 a 6 anos, o exercício de uma cultura em que a diversidade faça parte de seu cotidiano, não fomentando desta maneira, estigmas, mitos, estereótipos, constituídos culturalmente, nem as exclusões, mas sim, as inclusões das diferenças, afirma a autora.

Segundo Silvana Corbellini, a inserção de conceitos e práticas de inclusão, de acessibilidade e de sustentabilidade no dia-a-dia das crianças pode auxiliar na formação de suas subjetividades, singular e social, alterando, desta forma, umstatus quo que ainda se sustenta na prática da exclusão.

“Ciranda de Natal” está sendo distribuído gratuitamente às escolas da rede pública de ensino do Estado do RS, por meio do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas, e, também, diretamente, em ações dirigidas à entidades beneficentes. No dia do lançamento, haverá distribuição gratuita de exemplares (número limitado).

Sobre a autora

Silvana Corbellini é professora adjunta da Faculdade de Educação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul / UFRGS, possui formação em Psicologia (UNISINOS), Mestre em Psicologia Clínica (PUC) e Doutora em Educação (UFRGS). É autora da obra “Era uma vez… história de uma perda” e tem vários artigos científicos publicados no Brasil e no Exterior.

 

FICHA TÉCNICA:

“Ciranda de Natal”, de Silvana Corbellini. 18 páginas

Ilustrações de Diane Sbardelotto

Projeto Gráfico e Direção de Arte: Maurício Porto.

Consultoria em Acessibilidade: Letícia Schwartz (Mil Palavras)

Produção e edição: Silvia Abreu Produções Artísticas e Culturais Ltda

SERVIÇO:

Lançamento: Dia 18 de dezembro de 2018, terça-feira, às 16h

Local: Escola Municipal Cantinho Amigo (Praça Garibaldi, s/n°, Cidade Baixa), em Porto Alegre

Distribuição gratuita

Obra sobre a Palmarinca, a livraria que virou tema de livro

“PALMARINCA – Livros, Sentimentos, Capitalismo e Resistência” (Editora Evangraf), do pesquisador e professor da Unipampa Cesar Beras, homenageia a Livraria Palmarinca pela passagem dos seus 45 anos, completados em 2017. Em sua reflexão sobre os diferentes momentos políticos que a livraria enfrentou, resistiu e persiste até hoje, o autor percorre diferentes caminhos para contar a singular experiência, liderada pelo livreiro Rui Gonçalves.

Para compor seu registro histórico sobre uma pequena livraria, de esquerda e humanista, o autor percorre as ideias de pensadores e intelectuais. Seu relato também é embasado em pesquisas e entrevistas com escritores, professores, advogados e políticos, entre outras profissões, frequentadores da livraria.

Ao longo do tempo, a Livraria Palmarinca tem se destacado por ser um espaço plural e agregador no campo das ideias. Suas áreas preferenciais são as ciências sociais e humanas, a literatura e a poesia. Não foram poucos os embates, mas todos eles sempre orientados por fortes convicções democráticas. Na entrevista que concedeu ao autor do livro, o advogado e ex-deputado Carlos Araújo, recentemente falecido, declarou: “A onda capitalista vai crescendo, mas vai deixando fissuras, várias fissuras, e é nessas fissuras que se localiza a Palmarinca”.

Em muitos momentos, o livro refere-se à relação afetiva que o leitor estabelece com os livros e o livreiro. Rui Gonçalves, o livreiro-leitor, que herdou da família a paixão pela leitura, é apontado como um experiente e dedicado parceiro do leitor, seja ele um jovem estudante ou personalidades como Olívio Dutra, Pedro Dutra Fonseca, Maria Eunice Moreira, Flávio Loureiro Chaves, Gentil Corazza e Dilma Rousseff. Ponto de encontro de intelectuais e local de compartilhamento da leitura, a Livraria Palmarinca resiste ao tempo e a suas intempéries. Não por acaso, este é o único livro no Brasil que fala, exclusivamente, da história de uma livraria.

PALMARINCA – Livros, Sentimentos, Capitalismo e Resistência (Editora Evangraf), 382 páginas.

Dia: 20 de dezembro (quinta-feira)

Hora: 19h

Local: Livraria Palmarinca (Rua Jerônimo Coelho, 281 – Centro Histórico)

“Um pacto para o Pampa”, em debate na UFRGS, dia 17/12

No dia do bioma Pampa, na próxima segunda-feira, dia 17, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, através do Instituto de Biociências, convida para o evento “Um pacto para o Pampa”, a partir das 15h no Centro Cultural da UFRGS, Sala Jacarandá (Rua Eng. Luiz Englert, 333 Campus Centro).
O evento foi desenhado para iniciar, com base na apresentação e discussão de dados recentes, um diálogo propositivo entre diversas instituições que atuam no bioma, com objetivo de definir ações prioritárias e ajudar na construção das politicas públicas que possibilitarão a conservação e o desenvolvimento de atividades econômicas compatíveis e ecologicamente sustentáveis no bioma.
O Pampa, que cobre apenas 2.07% do território brasileiro, possui paisagens únicas, belas e com uma rica biodiversidade, bem como uma importância cultural singular. Também contribui de forma significativa para a qualidade de vida, pois fornece importantes serviços ecossistêmicos. Neste contexto, destaca-se papel da atividade pastoril de produção pecuária para a conservação dos campos nativos.
Ao mesmo tempo, entre os biomas brasileiros, o Pampa é aquele com a menor percentagem de áreas protegidas, e vêm sofrendo uma rápida conversão das suas áreas naturais para outros usos da terra. Por muito tempo, os ecossistemas não-florestais deixaram de ser incluídos na discussão sobre conservação e restauração da biodiversidade no Brasil, e ecossistemas campestres com os do Pampa foram negligenciados.
A falta de politicas específicas que visam à compatibilização das atividades econômicas com a permanência da cobertura original do Pampa, com base prioritária na pecuária, põe em risco o alcance de metas internacionais, tais como as Metas da Biodiversidade 2020 e os compromissos com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável 2030.
Programação:
15h Abertura – A contribuição das universidades para o estado Prof. Dr. Luís da Cunha Lamb, Pró-Reitor de Pesquisa da UFRGS
15h15 – As novas áreas prioritárias para a biodiversidade no bioma Pampa Dr. Eduardo Vélez, Rede Campos Sulinos, UFRGS
15h30 – Mudanças no uso da terra no bioma Pampa: o projeto MAPBIOMAS Prof. Dr. Heinrich Hasenack, Departamento de Ecologia, UFRGS
15h45 – Produção pecuária nos campos nativos do bioma Pampa Prof. Dr. Carlos Nabinger, Faculdade de Agronomia, UFRGS
16h – Restauração dos campos do Pampa: desafios e oportunidades Prof. Dr. Gerhard Overbeck, Departamento de Botânica, UFRGS
16h15 – Debate
17h – Encaminhamentos e encerramento

Pesquisa mostra que brasileiro está otimista com governo Bolsonaro

A primeira pesquisa depois da eleição presidencial mostra a população otimista em relação ao governo de Jair Bolsonaro.
A pesquisa, divulgada nesta quinta, foi feita pelo Ibope para a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e aponta que 75% dos brasileiros – três em cada quatro – acreditam que Bolsonaro, e sua equipe estão no caminho certo em relação às decisões tomadas até o momento.
Os que acham que Bolsonaro está no caminho errado são apenas 14%, segundo o Ibope,  e 11% não sabem ou não responderam à pergunta.
Os números mostram que, quanto maior a renda familiar, maior o percentual dos que acreditam que o presidente eleito está no caminho certo. O índice é de 70% entre aqueles com renda familiar de até um salário mínimo e chega a 82% entre os que têm renda familiar superior a cinco salários mínimos.
Entre os brasileiros ouvidos, 64% têm expectativa de que o governo Bolsonaro será ótimo ou bom.
Prioridades
Para 41% e 40% dos entrevistados, respectivamente, melhorar os serviços de saúde e promover geração de empregos devem ser as prioridades do governo para 2019. Em seguida, aparecem combater a corrupção e combater a violência e a criminalidade, ambos com 36%, e melhorar a qualidade da educação, apontada por 33%.
Melhorias
O levantamento mostra que dois em cada três brasileiros acreditam que a situação econômica do país vai melhorar em 2019, enquanto parcela similar espera que a própria vida vai melhorar ou melhorar muito no próximo ano.
Cerca de quatro em cada dez brasileiros (43%) acreditam que a segurança pública está entre os principais problemas que vão melhorar no primeiro ano de governo do presidente eleito. Em seguida, aparecem a corrupção (37%) e o desemprego (36%).
Equipe de governo
A pesquisa mostra que a maioria dos brasileiros ouvidos aprova as indicações para compor a equipe de Bolsonaro, bem como as medidas que vêm sendo anunciadas pela equipe.
Entre os entrevistados, 80% se dizem pelo menos um pouco informados sobre as indicações do presidente eleito para os cargos de primeiro escalão do governo – ministros e colaboradores da equipe de transição. Desses, 55% consideram as indicações adequadas ou muito adequadas.
Pouco mais de oito em cada dez se dizem informados, em alguma profundidade, sobre as propostas já anunciadas pelo presidente eleito. Entre eles, 75% afirmam aprovar de forma geral as propostas. O percentual de aprovação cresce de acordo com o grau de informação que o entrevistado diz ter sobre o novo governo.
A pesquisa foi feita entre 29 de novembro e 2 de dezembro e ouviu 2 mil eleitores de 127 municípios. A margem de erro máxima estimada é de 2 pontos percentuais, e o nível de confiança é de 95%.
(com Agência Brasil)
 

Ameaças

Uma nova estratégia para colocar jornalistas em risco pode estar em curso. No final de semana, a jornalista e professora de Jornalismo da Universidade Federal da Bahia (UFBa) Malu Fontes foi surpreendida por um texto assinado por ela que circulava massivamente no WhatsApp. No artigo, ela acusava milicianos e policiais de crimes graves, com palavras pesadas. Afirmava que um dos filhos do presidente eleito, Flavio Bolsonaro, saberia quem matou Marielle Franco. A questão é que Malu Fontes NUNCA escreveu esse texto.

Jornalista respeitada, com uma voz contundente em seus comentários na Rádio Metrópole e suas colunas no jornal Correio, Malu é responsável. Ela não acusa sem provas nem faz afirmações que não sejam solidamente baseadas em fontes confiáveis. De repente, ela se descobriu responsabilizada por um texto que jamais escreveu. E um texto que colocava contra ela pessoas muito perigosas. E pelo WhatsApp, uma plataforma sobre a qual, como a eleição de 2018 mostrou, não há qualquer controle.

É muito grave o que aconteceu com Malu Fontes. Nós, jornalistas, historicamente corremos riscos, às vezes de morte, por aquilo que escrevemos contra poderosos. Em 2018, até o início de outubro, a Abraji(Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) havia contabilizado 137 ameaças contra jornalistas em contexto político, partidário e eleitoral. No atual cenário do Brasil, em que um presidente de extrema-direita foi eleito estimulando o ódio de seus seguidores, os riscos de quem tem o dever profissional de fiscalizar, denunciar e iluminar os cantos escuros dos candidatos e dos eleitos, assim como de todo e qualquer governo, se multiplicam.

Os jornalistas que merecem este nome costumam pagar um preço alto por fazer o seu trabalho. Historicamente somos ameaçados pelo que efetivamente escrevemos nos jornais e revistas impressos e online ou falamos no rádio ou na TV. O que pode estar acontecendo agora é algo ainda mais perverso: ser colocado em risco por aquilo que NÃO escrevemos e NÃO falamos. Plataformas como o WhatsApp podem ser extremamente perigosas, porque a informação circula de forma privada.

Ainda não está provado se o que aconteceu com Malu Fontes foi feito deliberadamente para colocá-la em risco – ou se foi um engano de alguém que leu um post de outra Malu e, ao passar adiante, trocou seu nome. Mas o estrago foi feito. E não há como dimensioná-lo. A jornalista tem se esforçado para divulgar que não é a autora do texto. Mas quantos saberão?

Se esta for uma nova modalidade de colocar jornalistas em risco, pelo que não escrevemos mas atribuem a nós, o número de mortes de profissionais da imprensa, que já é alto no Brasil, aumentará. Ser linchado na internet ou ser concretamente ameaçado de morte pelo que escrevemos, dois atos que em geral estão conectados, é terrível para nós e para nossas famílias. Mas ser linchado e ameaçado de morte pelo que nunca escrevemos mas é atribuído a nós representa um degrau a mais na escala da perversão de criminosos de vários tipos, que ocupam diferentes posições na sociedade.

Vivemos num país – e num mundo – em que parte da sociedade tem demonstrado que não tem qualquer escrúpulo. A pessoa que usa palavras de ódio porque não leu e não gostou, ou porque leu e não gostou do que escrevemos, não percebe que este tom e estas palavras não são possíveis na vida em comum. E que o ódio que vomita verbalmente pode levar uma outra pessoa, mais desequilibrada, ou a serviço de forças criminosas, a nos destruir fisicamente.

Nós, jornalistas profissionais, escrevemos em sites confiáveis. Não reproduzam o que não está linkado, o que tem apenas nosso nome sem qualquer garantia de que efetivamente somos os autores. Especialmente no WhatsApp. Reproduzam apenas aquilo que está em sites que possam ser verificados. E deem o link.

Cada um é responsável pelo que dissemina nas redes sociais e em plataformas como o WhatsApp. Se responsabilizem. Não adianta pedir desculpas depois. As desculpas podem chegar tarde demais. Neste momento tão grave do país, precisamos todos ficar atentos. É isso também que significa a frase deste momento: “Ninguém solta a mão de ninguém”.

Precisamos voltar a compreender que não temos inimigos. Temos adversários, temos opositores, discordamos. E temos uma Constituição para nos dar uma base comum. A conversão de opositores em inimigos tem levado a assassinatos neste país. Não importa o que você defenda, cuide para não ser a mão oculta por trás daquele que aperta o gatilho. Você nunca saberá o que as suas palavras de ódio começaram quando as lança num espaço como as redes sociais e o WhatsApp.

Nenhum jornalista ou pessoa de qualquer profissão deve ser linchado verbalmente e correr risco de morte por fazer o seu trabalho numa democracia. Quando esse pacto começa a ser rompido, sabemos que é a estrutura democrática que começou a romper em alguns pontos, às vezes muitos, e começou a vazar. É preciso ficar muito atento aos sinais.

Este texto é de minha exclusiva responsabilidade. Mas acredito falar por muitos jornalistas quando afirmo: nos ajudem a ficar vivos e a seguir documentando o Brasil.

Uma viagem ao universo feminino, no novo espetáculo da Nós Cia. de Teatro

Elas são fascinantes. São alegres, são tristes, são furiosas, são sensíveis. São mulheres. Uma viagem ao universo feminino, a partir de cinco atrizes que se encontram em espaço-tempo permeado por fragmentos de imagens, sons e sensações. Esta é a proposta do espetáculo ELAS, que estreia em Porto Alegre em dezembro. As apresentações serão no dia 18/12, no Teatro do Sesc (Av. Alberto Bins, 665), e dia 20/12, na Cia/Estúdio Stravaganza (R. Dr. Olinto de Oliveira, 64), ambas às 20h.
ELAS se identificam, se distinguem e se reconhecem em imagens refletidas. Num espetáculo sensível e, ao mesmo tempo, forte; que canta e encanta; que desperta sentimentos; e que sugere diversas nuances do ser mulher,  Kacau Soares, Leticia Kleemann, Paula Cardoso, Raquel Tessari e Val Barcellos transformam em cena seus próprios registros emocionais.
O espetáculo está localizado em um território onde a realidade objetiva perde sua supremacia, onde os fluxos da alma preponderam, onde o corpo feminino se faz e refaz em poesia, dança e teatro. A música se transforma em ação e a fala se confunde com a luz. Como num sonho,ELAS evocam suas ancestrais, arquétipos e símbolos como forma de reverem, deglutirem e se libertarem do presente. “Eu acredito que fazer um trabalho como esse, que conversa sobre feminino, mostrando experiências, cotidiano, coisas pesadas e mais leves, que grande parte das mulheres passam, ajude a criar entre as mulheres uma fortaleza. A plateia vai se identificar com questões, situações, detalhes de quem está lá representando uma parte desse universo feminino”, pondera Raquel Tessari.
Linguagem cênica
Everson Silva, que conduz a direção, recria a linguagem de seus sonhos. Dando continuidade à pesquisa da Nós Cia. de Teatro sobre a linguagem cênica – desenvolvida nos espetáculos Homem in Vitro (2008), DentroMundo (2009), Ser de Dentro (2015) e Nós, Os Outros (2017), compõe um universo com imagens e ações, sentimentos e sons, num processo de investigação e criação coletiva.
A montagem foi financiada pelo projeto Elas na Cena!, que captou recursos para viabilizar os custos de produção. Os ingressos antecipados já estão disponíveis por R$ 40, inteira e R$ 20 para pessoas maiores de 60 anos, estudantes, classe artística e pessoas com deficiência. Podem ser adquiridos pela página no Facebook www.fb.com/nos.ciadeteatro, pelo telefone (51) 9 9858-0333 e o pelo site www.entreatosdivulga.com.br/elas.  No local, os valores são R$ 50 e R$ 25, respectivamente. A classificação indicativa é 14 anos.
Sobre a Nós – Cia. de Teatro – é um grupo de artistas com sede em Porto Alegre/RS que pesquisa teatro e produz encenações, com o objetivo de aprofundar o estudo sobre a linguagem cênica e proporcionar novas experiências para o grupo e para o público. A cia surgiu em 2008, com o nome Tantos Nós, capitaneada pelo diretor Everson Silva, vencedor do Prêmio Açorianos de Diretor Revelação (2013). Atualmente tem a participação de mais de 15 profissionais das artes cênicas e visuais, que criam espetáculos contemporâneos de teatro. A Nós – Cia. de Teatro realiza produções independentes e tem criação coletiva.
Elas – Porto Alegre
Nós Cia. de Teatro
Data: 18 de dezembro
Horário: 20h
Local: Teatro do Sesc (Av. Alberto Bins, 665)
 
Data: 20 de dezembro
Horário: 20h
Local: Cia/Estúdio Stravaganza (Rua Dr. Olinto de Oliveira, 64)
 
Ingressos antecipados
R$ 40 – inteira
R$ 20 – meia entrada: pessoas maiores de 60 anos, estudantes, classe artística e pessoas com deficiência
Pela página no Facebook www.fb.com/nos.ciadeteatro, pelo telefone (51) 9 9858-0333 e o pelo site www.entreatosdivulga.com.br/elas
Ficha técnica:
Direção: Everson Silva
Texto: criado coletivamente com citações de Dessa Cor de Fernanda Bastos
Produção: Pedro dos Santos
Elenco: Kacau Soares, Leticia Kleemann, Paula Cardoso, Raquel Tessari, Val Barcellos e Daisy Reis [stand-in]
Trilha sonora original: Maninho Melo
Músicos: Maninho Melo, Leandro Alves e Edu Coelho
Técnico de Gravação e Mixagem: Leandro Alves
Gravação: L&A Produções Musicais
Cenografia: Jony Pereira
Iluminação: Veridiana Mendes Matias
Figurinos: Leticia Brochier
Realização: Nós Cia. de Teatro

Gelson Oliveira apresenta "Trajetória", a última atração do Chapéu Acústico de 2018

Para finalizar o ano de 2018, o projeto Chapéu Acústico, realizado em uma parceria da Biblioteca Pública do Estado (BPE-RS) com o produtor Marcos Monteiro, preparou um show muito especial, trazendo um dos maiores cantores e compositores do Brasil: Gelson Oliveira. Intitulado “Trajetória’, será realizado no dia 18 de dezembro (terça-feira), a partir das 19h, no Salão Mourisco da instituição, localizada da Riachuelo (nº 1190), esquina com General Câmara.
Acompanhado de seu violão, o músico, que completará 40 anos de carreira em 2019, cantará obras relevantes de sua estrada sonora, como “Salve-se Quem Souber” (tema do longa-metragem “O Sonho Não Acabou”, do cineasta carioca Sergio Resende), “Papagaio Pandorga” (tema de abertura do programa infantil “Pandorga” da TVE-RS), assim como “Pimenta” , gravada com Gilberto Gil, no álbum “Imagem das Pedras”.
Ao longo de sua carreira, Gelson recebeu os principais prêmios destinados à música do Rio Grande do Sul e do país, como Troféu Açorianos de Música, Prêmio Sharp – hoje Prêmio Música Brasileira – e o Prêmio Fiat de Música. Fez mais de 100 espetáculos pela Europa, quando se apresentou na França, Suiça, Áustria, Alemanha, Itália e Inglaterra. Também mostrou seu trabalho na Argentina e Uruguai.
Seu trabalho está ligado a grandes nomes da música: Nelson Coelho de Castro, Bebeto Alves, Antonio Villeroy, Borguettinho, Gilberto Gil, Chico Cesar, Paulo Moura e Nei Lisboa. Com vários álbuns gravados, solo ou com parceiros, no momento está preparando um novo CD, com lançamento previsto para 2019.
Serviço:
Dia: 18 de dezembro de 2018 (terça-feira).
Hora: a partir das 19h.
Local: Biblioteca Pública do Estado/BPE-RS (Riachuelo, 1190).
Informações: Na BPE-RS, pelo telefone (51) 3224-5045 ou com o produtor, via e-mail duearth@terra.com.br.
Contribuição espontânea.
 
 
 

Exposição "Sinfonia na Alvorada" mostra pesquisa de alunos do Instituto de Artes da UFRGS

A exposição Sinfonia da Alvorada abre no Museu de Arte do RS (Margs) nesta quinta-feira, dia 13, como resultado final de pesquisa realizada por alunos do Instituto de Artes da UFRGS na disciplina de Laboratório de Curadoria. Pautada pela crítica ao projeto de modernidade, que no Brasil tem como epítome a construção da capital Brasília, a mostra dialoga ainda com as variações dos conceitos de fé, crença e confiança que permeiam a consolidação de ideologias.
São quinze obras, do acervo da instituição além de artista convidado, sendo algumas exibidas pela primeira vez ao público desde a sua aquisição pelo museu. A curadoria coletiva é orientada pela professora Ana Albani de Carvalho e o processo de trabalho em formato colaborativo também propõe uma reflexão sobre os métodos e as práticas que configuram a atuação de diferentes profissionais no campo da arte. Ainda, a atividade de extensão prevê uma publicação online e desdobramentos no próximo ano.

Ding Musa – Do discurso político brasileiro #4

A abertura tem início às 19h, na sala Oscar Boeira, segundo andar do MARGS.
Laboratório de Curadoria: Ana Albani de Carvalho (coordenação). Agustina Wischnivetzky, Carolina Sigot, Cristina Barros, Débora Bregalda, Diego Vaccchi, Gabriela Traple, Juliana Proenço, Laura Gruber, Marina Roncatto, Mélodi Ferrari, Miguel García, Nina Sanmartin, Santiago Pooter, Shayane Chaves, Tatiane Jung, Veronica Lucentini.
Acervo MARGS – Artistas:
Camila Schenkel, Ding Musa, Dione Veiga Vieira, Elaine Tedesco, Glauco Pinto de Moraes, Luiz Zerbini, Martin Heuser, Miriam Tolpolar, Paulo Chimendes, Vitório Gheno e Zilda Zanella Marques,
Artista Convidado: Giordano Toldo
Martin Heuser – Camiseta/ Divulgação

SERVIÇO:
Exposição: Sinfonia da Alvorada
Abertura: 13 de dezembro, 19h, MARGS – Sala Oscar Boeira
Período de visitação: de 14 a 30 de dezembro de 2018.
Entrada Franca