Bia Diamente assina o espetáculo de teatro-dança “As ArtesFísicas”, que estreia em outubro.
As apresentações acontecem na Urban Arts (Rua Quintino Bocaiúva, 715), em uma temporada com oito sessões, a partir de 3 de outubro.
Em cena, a atriz Dani Dutra e a bailarina Juliana Rutkowski, resignificam a arte física com sensibilidade.
A pesquisa foi aos primórdios do circo, do universo da mágica e do cinema mudo, quando o imaginário da arte ainda estava ligado às expressões físicas do artista e a fala não tinha a sua importância.
“A nossa proposta é resultado de uma livre inspiração atemporal e contemporânea nas artes do corpo”, explica Bia.
“Inovamos sem abandonar o passado, pois, para mim, é importante criar homenageando. Gosto da ideia de agradecer aos que vieram antes e nos proporcionaram tantos saberes.”
Tradicionalmente, os trabalhos de Bia são de duração confortável e para plateias pequenas, neste caso, 20 pessoas. Durante 35 minutos, Dani e Juliana constroem uma atmosfera íntima por meio de gestos precisos e jogos silenciosos. “O espetáculo busca o tempo físico da ação corporal, o jogo rápido e uma leve comicidade, tão difícil, tão exigente”, finaliza a diretora.
As apresentações de Às Artes Físicas acontecem nos finais de semana dos dias 3 e 4, 10 e 11, 17 e 18, e 24 e 25 de outubro, às sextas-feiras, às 20h, e aos sábados, às 18h. Os ingressos serão vendidos no local, nos dias de espetáculo, uma hora antes, ao preço de R$ 20. Pessoas com mais de 60 anos, estudantes e classe artística têm 50% de desconto.
Sobre a diretora
Bia Diamante é carioca, e vive Porto Alegre há 16 anos. Sua carreira artística se completa em duas frentes: na construção de um entendimento singular na área da dança contemporânea e no ensino de educação somática. Em 2010, passou a integrar o projeto Descentralização da Cultura, da Prefeitura da Capital, dando aulas de dança no bairro Ponta Grossa.
No mesmo ano, com um elenco formado por seis mulheres daquela comunidade, realizou, com financiamento do Fumproarte, o espetáculo À Sala. Em 2011, este trabalho recebeu o Prêmio Açorianos de Dança, na categoria “Estímulo à Criação”. Em 2013, dirigiu o espetáculo Sobre o Armário e a Atividade dos Objetos – estudo para natureza-móvel, que teve seis indicações para o Açorianos e venceu nas categorias “Melhor Direção”, “Melhor Coreografia” e “Melhor Iluminação”.
Paralelo a este constructo estético em arte, há seis anos Bia é professora de educação somática do Grupo Experimental de Dança, do Centro de Dança da Secretaria Municipal de Cultura. As aulas têm como objetivo criar uma abordagem de preparação corporal para profissionais de dança e teatro.
Sobre o elenco
Dani Dutra é atriz e professora de teatro, graduada em Licenciatura em Teatro, pela UFRGS, e integrante do Grupo Barraquatro. É professora de Arte Cênica do Colégio João XXIII. Atuou nos seguintes espetáculos: “Boca de Ouro”, dirigido por Aline Sokolowsky (2013); “O Linguiceiro da Rua do Arvoredo”, dirigido por Daniel Colin (2012); “DANKE”, dirigido por Giselle Cecchini (2012); “Geocoreografia: Cidade Não vista”, dirigido por Diego Mac e Tatiana Vinhais (2011); “Projeto 1: Desejo” e “Projeto Picasso: Um Sonho”, ambos dirigidos por Júlia Rodrigues (2008). No período de janeiro de 2006 a dezembro de 2007, trabalhou com um grupo de jovens atores orientado pelo ator e diretor Roberto Birindelli.
Juliana Rutkowski, bailarina formada no Curso Superior de Dança pela Ulbra, em 2007. Já trabalhou com diversos grupos, como Ânima, da coreógrafa Eva Schul (2010); Cia Teatral Falos & Stercus, do diretor Marcelo Restori (2010 e 2011); Necitra, onde pesquisou circo, teatro, dança (2011 e 2012); e Grupo Experimental de Dança (2008 a 2011).
É professora de dança em escolas de Educação Infantil desde 2011, ano em que também ministrou aulas de Atividade Circense para crianças no Programa Integrado de Inclusão Social da Prefeitura de Esteio. Como bailarina, desde 2012, pesquisa teatro-dança com Bia Diamante, diretora com a qual realizou o espetáculo “Sobre o Armário e a Atividade dos Objetos – estudo para natureza-móvel”, apresentado na Capital em 2013. Por este trabalho, recebeu o Prêmio Açorianos de Melhor Coreografia. Em 2014, além de estar no elenco de “Às Artes Físicas”, também faz parte do espetáculo “100 Formas Para o Amor”, da Macarenando Dance Concept, dirigido por Diego Mac.
Onde: Urban Arts (Rua Quintino Bocaiúva, 715)
Quando: nos finais de semana 3 e 4, 10 e 11, 17 e 18, e 24 e 25 de outubro, às sextas-feiras, às 20h, e aos sábados, às 18h.
Valor: R$ 20. Pessoas com mais de 60 anos, estudantes e classe artística têm 50% de desconto.
Vendas de ingressos: no local, nos dias de espetáculo, uma hora antes de iniciar.
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Translab, laboratório cidadão, abre as portas em Porto Alegre
O Translab começou a funcionar em agosto numa casa do bairro Rio Branco (Rua Prof. Duplan, 146). É o primeiro “laboratório cidadão” gaúcho.
Internacionalmente conhecido como living lab, é um lugar onde qualquer pessoa pode assistir, discutir e experimentar a cocriação. O foco é a inovação social, cruzando arte, ciência e tecnologia.
O conceito de laboratório cidadão foi difundido na Europa pela rede Enoll (European Network of Living Labs), que há sete anos articula a criação desse tipo de ambiente. Os espanhóis foram os que mais aderiram. Segundo a Enoll, há 12 laboratórios cidadãos no Brasil, e o de Porto Alegre é o primeiro independente.
O Translab venceu o edital de processos culturais colaborativos da Secretaria Estadual da Cultura, e com isso promove até dezembro o Circuito Montagem, começando pelo começo: oficinas e seminários para discutir e pôr em prática as intenções de um laboratório cidadão.
“Um projeto de inovação social não deve ser confundido com voluntariado ou assistencialismo. É importante pensar a estratégia de sustentabilidade econômica”, adverte um dos coordenadores, o psicólogo Daniel Caminha.
A ideia é que as pessoas, ao buscarem soluções inovadoras, aprendam fazendo, compartilhem conhecimento. Por isso o espaço parece um atelier para criação livre, para desenvolver protótipos que acolham processos de construção com madeira, plástico, papelão e eletrônicos.
Colaboram empresas da economia criativa, como a Nômade (trabalha para aproximar as organizações das pessoas a partir de relacionamento colaborativo), Paxart (produção artística de marcas, produtos, campanhas e ambientes), Tecttum Design (projetos e consultoria em design de produto e tecnologia assistida) e Querosene Filmes (produtora audiovisual). O site do projeto é www.translab.cc.
Um exemplo do que está acontecendo na Casa Duplan são os encontros quinzenais com o Raiz Urbana, que incentiva a produção de alimentos em ambiente urbano. Começou como uma experiência na escola estadual de ensino fundamental Ivo Corseuil, com uma oficina para ensinar a plantar. Hoje a educação ambiental está inserida na proposta pedagógica da escola, com grande envolvimento da comunidade.
Espaço IAB abre terceiro ciclo de artes visuais com 4 exposições
O Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento do Rio Grande do Sul, convida para a abertura de 4 exposições selecionadas em edital, que integram o terceiro ciclo de artes visuais da galeria Espaço IAB(*) em 2014. O coquetel será realizado dia 24 de setembro, a partir das 19h30, permanecendo com visitação até o dia 17 de outubro de 2014, das 14 às 20h. Para saber mais sobre as exposições e o histórico da galeria acesse galeriaespacoiab.blogspot.com .
(*) Centro Cultural do IAB RS fica na rua Gal. Canabarro, 363 -Centro Histórico. Porto Alegre
NA SALA NEGRA:
CABEÇA – RELICÁRIO DO PENSAMENTO JOÃO OTTO KLEPZIG
A exposição reúne obras que procuram mostrar visualmente o resultado de um processo criativo em que as modificações nos traços e formas da cabeça buscaram imprimir maior força às suas linhas, proporcionando assim novas leituras. A cabeça humana, que guarda e protege o cérebro, é o relicário dos pensamentos, envolvendo sentimentos, angustias e sonhos, e é o tema escolhido para a exposição reflete essa concepção. As interferências efetuadas por João Otto exibem diferentes expressões do semblante humano refletindo momentos particulares de cada pessoa. As obras escultóricas, com essa abordagem, objetivam levar o público a refletir sobre a infinita possibilidade de construção, modificação e reestruturação da cabeça humana. A mostra propõe uma experiência emocional, visual e cognitiva, reunindo as cabeças-esculturas, cujas formas evocam a idéia do quanto somos diferentes devido à maneira como pensamos e como podemos ver o outro de forma diversificada. João Otto, que já realizou várias individuais, é aluno do escultor Caé Braga junto ao Museu do Trabalho e nesta exposição exibe resultado das etapas recentes do trabalho que vem desenvolvendo na criação e modelagem das cabeças em argila, fundidas em bronze e submetidas a diferentes tratamentos de cor.
Na Circulação:
DO GASÔMETRO ATÉ A BORGES ENTRE A DUQUE E A DEMÉTRIO ANTÔNIO AUGUSTO BUENO E LUIS FILIPE BUENO
A mostra dá continuidade à parceria dos irmãos Antônio Augusto e Luís Filipe Bueno. Desta vez texto e fotografias mapeiam poeticamente um recorte do Centro Histórico de Porto Alegre. No Solar do IAB, vizinho a esta trama de ruas em que Antônio Augusto e Luís Filipe costumam passear em passos e pensamentos, serão expostos texto, fotografias e um livro de artista. E, como expressão da vontade de dialogar com os moradores do Centro Histórico, o texto impresso também será distribuído nas caixas de correio de casas e apartamentos da redondeza. Antônio Augusto e Luís Filipe vêm dialogando artisticamente há vários anos através de exposições, intervenções urbanas, vídeo, música, texto, fotografia, desenho e gravura, sempre costurando texto e imagem. Em 1998 a série “Seres” ganhou exposição de desenhos em espaço alternativo com tiragem de uma série limitada de camisetas. Em 2004 a exposição “Regras libertárias disfarçadas em livres intenções” ocupou o mezanino da Usina do Gasômetro. “O desenho da imagem no espelho da linguagem” foi exposto na Galeria Augusto Meyer (IEAVi) e no Espaço Cultural Chico Lisboa. Além disso, realizaram ações de intervenção urbanas em diversas cidades. Desde 2006 mantêm o blog “Mangibre – o cotidiano urbano reencantado”. Para o ano que vem está previsto o lançamento do livro “Jabutipê” e também uma residência artística no Canto da Carambola no Rio de Janeiro.
Na Sala Anexa:
MITOS ORIENTAIS – Exposição de Zen Aquarelas. “Uma colorida contemplação como fonte de deslocamento e prazer”
GABY BENEDYCT
Exposição de aquarelas fundamentadas nas tradições e gestos orientais – a beleza colorida como proposta para a descontração e relaxamento, composição de precisas manchas samurais, inspiradas em gestos fluidos, linhas líquidas, muito movimento e uma pretensa narrativa, simulação de ideogramas, cujo significado é atribuído pelo próprio observador. Divide-se em alguns temas básicos como Dragões e Peixes, Templos em Paisagens, Azuis e Vermelhos, Gueixas e Samurais e as Aquarelas em Camadas, uma técnica que está sendo lançada nesta exposição que é a sobreposição de aquarelas através de lâminas translúcidas de algodão.
Na Sala do Arco:
ESCULTURAS ZETTI NEUHAUS
Fios aparentes tramam a sua urdidura e que são todas costuradas com fios de cobre que dão sustentação às formas que contrastam com o alumínio. Pedras cristalinas – detalhes incrustrados em meio à malha – funcionam como pontos de luz a despertar a atenção do apreciador. Para produzir suas obras, Zetti modela a tela de alumínio, em diversas camadas que adota a forma que lhe é inspirada. As várias camadas de telas se sobrepõem criando volumes e para estruturá-las usa uma malha de alumínio menos flexível, ou de aço inox, e ainda cabos de alumínio trançado, que usa há mais de dez anos em suas esculturas. Segundo a artista, o trabalho é todo intuitivo. “Quero que cada pessoa faça a sua leitura, a sua interpretação. Este é o meu desafio, o de provocar a imaginação das pessoas”
Arte do absurdo expõe a estética do pesadelo
A estética do pesadelo é o que norteia a exposição “Jest sztuką absurdu”, da artista visual Samy Sfoggia, que inaugura na terça-feira, 23, às 19 horas, na Galeria Ecarta.
Selecionada por edital, a mostra (cujo título, traduzido do polonês, significa “arte do absurdo”) é composta por cinco séries de trabalhos que tiveram como princípio a fotografia, especialmente de base química, e desenhos.
Todas resultam de uma pesquisa acadêmica na qual a autora aliou a teoria e a prática diária em laboratório fotográfico.
Durante o processo, Samy estudou o conceito de fotograficidade, definido por Francis Soulages como a articulação entre a irreversível obtenção do negativo e o inacabável trabalho a partir desse. Segundo ele, uma das características da fotografia é o fato de ela ser aberta à hibridação e à impureza, sendo isso uma consequência do inacabável.
A maioria das imagens da exposição, foram captadas em negativos de 35mm em P&B, que foram escaneados e manipulados digitalmente. Após serem impressas, as imagens sofreram alterações manuais e, em alguns casos, novamente digitalizadas e reimpressas. Os desenhos, por sua vez, tiveram como referência fotografias de arquivo pessoal e stills de filmes consagrados. “Em todos os trabalhos houve a busca pela construção de uma estética do pesadelo”, conceitua Samy. “As séries apresentadas sofreram influência tanto de outros fotógrafos quanto de obras que transpõem os limites da própria fotografia. Como ferramenta ou como trabalho em si, essa técnica é amplamente utilizada na produção de arte contemporânea”.
“Jest sztuką absurdu” fica em cartaz na Galeria Ecarta (Av. João Pessoa, 943, Porto Alegre) até 2 de novembro de 2014. O horário de visitação é de terça a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 10h às 20h; e domingo, das 10h às 18h. Entrada franca. Informações pelo fone 51.4009.2970 / www.ecarta.org.br .
Sobre a artista
Samy Sfoggia (1984) é formada em História pela FAPA (2007) e pós-graduada em Arte, Corpo e Educação pela UFRGS (2009). Atualmente, estuda fotografia no Instituto de Artes da UFRGS, onde atuou como monitora das disciplinas de Fotografia Analógica e Digital e como bolsista de iniciação científica no projeto de pesquisa intitulado “Procedimentos de contato: desdobramentos da fotografia em imagem numérica na arte da atualidade”, coordenado pela professora Elaine Tedesco.
Em 2012 e 2013, participou das exposições coletivas: Projeção Fotográfica #Mesa7 (Recife/PE); Contatos Imediatos – Centro Universitário Feevale (Novo Hamburgo/RS); Mostra Videoarte Mamute – Santander Cultural (Porto Alegre/RS); Arte Agora 2 – Galeria Lourdina Jean Rabieh (São Paulo/SP).
Sua primeira exposição individual intituladaREM (Rapid Eye Movement), com curadoria de Elaine Tedesco, ocorreu no Estúdio Galeria Mamute (Porto Alegre/RS), em 2012. No ano seguinte, expôs individualmente a série fotográfica Verboten, na Galeria do 4º andar da Usina do Gasômetro (Porto Alegre/RS). Em 2014, participou da primeira exposição coletiva do Acerto Independente (Porto Alegre/RS). O trabalho de Samy foi comentado nos livros Tradição em Paralaxe: a novíssima arte contemporânea sul-brasileira e as “velhas tecnologias“, organizado por Daniela Kern, e Poéticas Abertas, organizado por Rosa Maria Blanca. Além disso, suas imagens foram publicadas em diversos sites e revistas internacionais, tais como: Lost At E Minor, Powerscourt Gallery, International Times, Trend Hunter, Empty Mirror Arts & Literary Magazine e Synchronized Chao.
Mostra “Medos” de Jackson Brum estreia na Urban Arts POA
A Urban Arts Porto Alegre apresenta, a partir do dia 21 de agosto, a exposição “Medos” do artista Jackson Brum. Com trabalhos em aquarela que não seguem a mesma linha e padrão, o artista busca a diversidade e a liberdade.
“Medos” é uma exposição reflexiva. É a vontade que existe dentro do artista de mostrar para o mundo os próprios desejos e vontades – características que fazem do homem um ser pulsante. Jackson, inquieto e afetivo, expressa o amor de forma ampla e a beleza do sofrimento.
Através da mistura de cores e traços inusitados, o Brum encoraja o espectador a desejar algo novo e inexistente, transpondo barreiras de medos e acomodações – jogando para o público a missão de entender cada obra. Em todas as obras é possível encontrar muita cor, figuras humanas, sentimentos e mensagens.
Jackson é designer gráfico de formação e pós-graduado em educação popular e movimentos sociais. Grafiteiro, arte educador e bailarino, já transcendeu fronteiras e encantou com arte outros países como Alemanha, França, Polônia, Espanha, Portugal e Itália.
SOBRE A UA POA
Desde março de 2013 em operação na capital gaúcha, a Urban Arts Porto Alegre se tornou uma referência no mundo da arte digital e ilustração na cidade. Além de comercializar trabalhos de artistas, designers e ilustradores de talento nacionais e internacionais, a UA POA promove mensalmente exposições de artistas locais. Já passaram pela galeria artistas como Pirecco, Beto 70, Gus Bozzetti, Raul Krebs, Carol W, Clarissa Motta Nunes, Theo Felizzola, Duda Lanna, Henry Lichtmann, Gustavo Corrêa, Roberto Pujol, Pablo Etchepare e também os coletivos Barraco Estúdio/Galeria Mascate, Musgo Design, Acervo Independente, Vó Zuzu Atelier, Estúdio Hybrido, Azul Anil Espaço de Arte, Paxart e Núcleo Urbanóide.
SERVIÇO
“Medos” de Jackson Brum
De 21 de agosto a 13 de setembro, de segunda à sexta das 10h às 19h, e sábados das 11h às 18h, na Urban Arts Porto Alegre (Rua Quintino Bocaiúva, 715 – Moinhos de Vento)
CCCEV mostra obras de Danúbio Gonçalves
A elaboração do charque, os árduos afazeres dos mineiros de Butiá, o balonismo, a beleza da natureza campeira. Estes e outros temas integram a exposição “Aos Grandes Mestres – Danúbio Gonçalves”, em cartaz no Centro Cultural CEEE Erico Verissimo a partir desta 3ª, 28/7.
O pintor, desenhista e gravador bageense Danúbio Gonçalves é um dos mais importantes artistas plásticos do país. A mostra, que ficará na Sala O Arquipélago até 28 de agosto, reune 62 quadros nas técnicas de pintura a óleo, desenho a lápis, xilogravura, litogravura e aquarela.
Obras em acrílico sobre tela do artista passaram pelo Centro Cultural em 2008, na mostra Balonismo II, tema que desperta entusiasmo no pintor, que, desde 1997, participa dos festivais de balonismo que acontecem em Torres. Nesta oportunidade, o público irá conferir, além dos trabalhos acerca deste esporte aéreo praticado com um balão de ar quente, as séries Charqueadas e Mineiros de Butiá, que consistem em xilogravuras; Marrocos, de litografias; Temas Campeiros, com temática sobre a vivência do artista nas estâncias da região da Campanha, Figuras Femininas e Retratos – série que engloba até uma pintura do escritor alagoano Graciliano Ramos, datada de 1951.
A curadora Ediolanda Liedke idealizou a mostra com base nas filmagens para o documentário Danúbio Quadro a Quadro, dirigido pelo cineasta Henrique de Freitas Lima. A vida e a obra do artista são apresentadas, portanto, em linguagem semelhante ao filme.
“A série Charqueadas passou para a posteridade como o único documento sobre os processos de elaboração do charque. Por conta dela, inserida na categoria de arte social, Danúbio recebeu o Prêmio Viagem ao País, concedido durante o 2° Salão de Arte Moderna do Rio de Janeiro“, conta Ediolanda. Com duração de oito minutos, o trailer do documentário de Freitas Lima será projetado constantemente na sala O Arquipélago, como complemento da exposição.
Estará disponível, ainda, um caderno de Danúbio com desenhos de observação das viúvas e pescadores da vila portuguesa de Nazaré. “Na vida de Danúbio, estes cadernos substituem a utilização da máquina fotográfica. Folheá-los é fascinante e um privilégio”, acrescenta a curadora da exposição. Henrique antecipa que, próximo ao encerramento da exposição, em data ainda a ser confirmada, o documentário sobre a trajetória do pintor será exibido publicamente pela primeira vez no auditório do CCCEV.
“As filmagens ocorreram em Porto Alegre, Bagé e na Cidade do México, onde Danúbio conviveu, in loco, com o legado de artistas como Leopoldo Mendez, Diego Rivera e David Siqueiros, que influenciaram fortemente não apenas a sua obra, mas também a de outros artistas de sua geração, como Carlos Scliar, Glênio Bianchetti e Vasco Prado”, comenta Freitas Lima.
Com apoio do Fundo de Apoio à Cultura de Porto Alegre (Fumproarte), o documentário sobre Danúbio Gonçalves é o primeiro episódio da Série Grandes Mestres.
“Aos Grandes Mestres – Danúbio Gonçalves” é uma realização do projeto Arte SESC – Cultura por Toda a Parte, que conta com a parceria da Freitas Lima Consultores Associados e do Centro Cultural CEEE Erico Verissimo.
Porto Alegre é a quinta cidade gaúcha que irá receber a exposição. O horário de visitação, no CCCEV, será de terças a sextas-feiras, das 10h às 19h, e aos sábados, das 11h às 18h, com entrada franca.
Sobre Danúbio
Nascido em 1925, Danúbio se mudou para o Rio de Janeiro aos dez anos de idade, onde permaneceu por 14 anos. Ao longo de sua carreira, visitou países do bloco comunista, rejeitou a Bienal de São Paulo e o abstracionismo, defendendo uma arte regional, de cunho social, próxima ao Realismo Socialista. Em 1943, estudou com Cândido Portinari e fez cursos de gravura em metal, com Carlos Oswald, e de xilogravura, com Axl Leskoschek, importantes gravadores residentes na capital fluminense.
Sob a orientação de Portinari, desenhou modelo vivo com artistas como Iberê Camargo e freqüentou o atelier do paisagista e pintor Roberto Burle Marx e do escultor August Zamoyski, além de ter estudado na Sociedade Brasileira de Belas Artes. No seu retorno a Bagé, conheceu Glauco Rodrigues e Enio Bianchetti e, com eles, fundou o Clube de Gravura de Bagé. Em 1950, viajou a Paris, onde estudou na Academie Julian.
Na volta ao Brasil, em 1951, participou, em Porto Alegre, do Clube Amigos da Gravura, fundado por Carlos Scliar e Vasco Prado. Até 1969, Danúbio dedica-se ao mosaico, assinando obras em painéis na Igreja de São Roque, em Bento Gonçalves, no Santuário do Sagrado Coração de Jesus, junto ao túmulo do padre Reus, em São Leopoldo, e na igreja de São Sebastião, em Porto Alegre.
Danúbio foi professor de gravura do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio de Grande do Sul (UFRGS) e diretor do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre. Entre 70 e 78, ministrou palestras e cursos de xilogravura, litografia, desenho e pintura no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Em 1992 recebeu o Título Honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre, concedido pela Câmara Municipal de Vereadores. No mesmo ano, ilustra Perótica, portfólio com poesias de Luís Coronel e, em 1995, publica Do Conteúdo à Pós-Vanguarda, editado pela Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre.
A obra de Danúbio Gonçalves está presente em diversas coleções particulares e acervos referenciais, a exemplo do Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, do Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e da Pinacoteca do Estado de São Paulo e do Museu de Arte Moderna de São Paulo, entre outros.
SERVIÇO
O que: Aos Grandes Mestres – Danúbio Gonçalves
Quando: de 28 de julho, a partir das 10h, a 28 de agosto
Onde: Centro Cultural CEEE Erico Verissimo, na Rua dos
Andradas, 1223, Centro Histórico.
Quanto: entrada franca.
Realização: SESC-RS, com apoio de Freitas Lima Consultores Associados e Centro Cultural CEEE Erico Verissimo.
Oficinas preparam a sétima Bienal do Mercosul
Por Bruno Cobalchini Mattos
Os preparativos para a sétima Bienal do Mercosul, que ocorre em Porto Alegre de 16 de outubro a 29 de novembro, entraram na etapa final final.
“Grito e Escuta” é o título do evento, que apresenta este ano uma mudança metodológica.
A ênfase será no processo de criação – e não em um tema específico. O objetivo é apresentar as diversas etapas da criação de uma obra de arte, mostrando como, por quem e – principalmente – por que razão elas são produzidas.
Além disso, serão mostrados os diferentes papéis e função que os artistas assumem junto à sociedade.
A argentina Victoria Noorthoorn (curadora geral da exposição ao lado do chileno Camilo Yáñez) esteve em Porto Alegre para a Mesa de Encontros, onde foram apresentadas as principais diretrizes do evento.
Em seguida, teve início o Curso de Mediadores, responsável pela formação da equipe que fará contato com o público nas diversas instalações.
Agora, em agosto, começam as oficinas dos artistas em residência.
O objetivo é aproximar os artistas da Bienal dos cidadãos, através de oficinas que ocorrerão em espaços públicos diversos, tais como escolas, praças e parques.
Nas diversas atividades os participantes poderão desenvolver suas próprias obras. A ideia é desmistificar a prática artística mostrando que, assim como qualquer outra, é uma atividade que depende mais de pesquisa, trabalho e dedicação, sendo possível a qualquer pessoa e independendo de algum “dom divino”.
Outra novidade da 7ª Bienal do Mercosul é o projeto radiovisual, que pretende ampliar ao máximo o público atingido pelo evento.
A rádio FM Cultura de Porto Alegre irá levar ao ar diariamente um programa de uma hora que contará com depoimentos de artistas, mediadores, curadores e, principalmente, do público das exposições.
Ao que tudo indica, esta será a Bienal do Mercosul de maior alcance desde a sua criação, doze anos atrás.
7ª bienal do Mercosul quebra o paradigma de unidade temática
Por Shana Torres
A bienal do Mercosul, que acontecerá de 26 de setembro a 22 de novembro, propõe inovação em sua sétima edição. Com o conceito “Grito e Escuta-ação e reflexão” a exposição pretende incitar o visitante à critica não só no campo artístico, como social, questionando o papel do artista contemporâneo e propondo uma reflexão sobre a crise mundial.
Grito e Ação são dois elementos nos extremos de uma ligação comunicacional: o grito do artista, que quer causar impacto e reflexão no visitante através do resgate do diálogo como modelo de construção, da ação social no simples ato de ouvir e enxergar a proposta desmistificadora apresentada pela Bienal. Para tanto, acredita-se na multiplicidade de vozes e na arte dirigida a diferentes públicos.
Serão sete exposições divididas em diversas vertentes, apresentadas em espaços do Armazém do Cais do Porto, da Fundação Iberê Camargo, do Santander Cultural e do Margs:
1) O desenho como primeiro espaço de tradução do pensamento do artista. Esta mostra vai explorar o desenho estabelecendo afinidades inesperadas como, por exemplo, a exibição de obras de grandes mestres ou de artistas solidamente históricos que colocam em destaque a densidade dos processos contemporâneos.
2) Os processos de criação que interpelam as condições culturais e políticas de contextos específicos. Nesta mostra estarão projetos de artistas que usam a imagem como ferramenta questionadora do nosso contexto social e que focam seu trabalho na ação, no fazer e no pensar como sistema dinâmico e mutável na construção da obra.
3) O artista que retira os elementos de linguagem da arte e expõe suas condições de produção. Obras que se questionam sobre os processos de surgimento das próprias obras e que expandem a noção de invenção. Os artistas desta mostra vão articular narrativas pessoais cheias de ironia que questionam premissas básicas do sistema da arte – a obra como objeto visível, a obra como mercadoria. Exploram lógicas alternativas – a invisibilidade, a cotidianidade – para questionar o limite da obra de arte na atualidade.
4) O humor e o absurdo como instrumentos de resistência e liberdade. Nesta mostra pretende-se expor uma estratégia para o comentário e a crítica social sobre a vida contemporânea.
5) A transformação como ferramenta capaz de deslocar a percepção da obra e sugerir uma suspensão do tempo. Artistas serão convidados a realizar projetos que, durante o tempo de exibição da 7ª Bienal, apresentarão um ritmo de transformações constantes.
6) O diálogo com a cidade, cuja trama os artistas modificam e resignificam. Analisando as diversas manifestações artísticas e culturais próprias do ambiente urbano, pretende-se extrair os pontos fundamentais responsáveis por gerar e alimentar essas manifestações, assim como criar estruturas que as recebam e potencializem.
7) A arte como espaço de projeção de ideias, de comunicação, da imaginação. Este é um projeto vinculado aos processos visuais e comunicativos atuais. Há uma convocatória aberta a artistas de todo o mundo para apresentarem projetos “projetáveis” em seus vários sentidos: o projetável como o imaginado, aquilo que cria novos públicos ou aquilo que representa um território, como na cartografia. As inscrições estarão abertas no final de fevereiro, através do site da Bienal.
Além disso, será criado o projeto Rádio Visual, que funcionará como o centro de veiculação dos seminários e debates que ocorrerão durante o período da exposição. Com uma programação a ser produzida por artistas curadores, críticos, público escolar e geral de Porto Alegre, desde os meses que antecedem as exposições, a rádio vai transmitir obras de arte sonoras, entrevistas, e informações sobre a construção da 7ª Bienal e sobre o andamento das ações do projeto pedagógico.
O projeto pedagógico é outra inovação oferecida pela Bienal. Ele funcionará com a colaboração de doze artistas que realizarão projetos de residência em comunidades de diferentes regiões do estado, em um período anterior ao das exposições. Esse trabalho levará a confecção de um material pedagógico que será distribuído nas escolas da rede pública do estado e de outras regiões do Brasil.
A 7ª Bienal do Mercosul contará com uma equipe curatorial de artistas da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e México. Segundo os curadores-gerais, Victoria Noorthoorn e Camilo Yáñez, o projeto pretende “explorar a riqueza e a complexidade do olhar artístico e criar elos de ligação para um diálogo crítico dentro e fora dos espaços expositivos”. A intenção é quebrar o paradigma do espaço-tempo inerente às exposições e transpor a avaliação crítica para o cotidiano social.
Instituições organizam Corredor Cultural do Bom Fim
O Memorial da Justiça do Trabalho, com o objetivo de integrar as atividades culturais do bairro, propõe o Corredor Cultural do Bom Fim. Duas idéias que compõem o projeto estão com o orçamento aprovado e começam a ser colocadas em prática: o Mapa Cultural do bairro e a Feira do Livro do Bom Fim.
As instituições culturais que participam do projeto são os museus da UFRGS, da História da Medicina do Rio Grande do Sul, a Sociedade Italiana, o Clube de Cultura de Porto Alegre, o Museu Casarão da Várzea Porto Alegre, o bar Ocidente, o Jornal Já e, claro, o Memorial da Justiça do Trabalho. A expectativa é que pelo menos mais três instituições confirmem a participação.
O mapa deve ficar pronto dia 25 de abril, quando será realizada a feira, no último dia da Semana do Livro de Porto Alegre. Também constará neste mapa as livrarias que participarão do evento: a Zouk, a Letras e Companhia e a Palavraria. No evento, haverá ainda exposição de livros do Já Editores e de livros editados pelo Tribunal de Justiça do Trabalho e pelo Museu de Medicina. Espera-se a confirmação de participação de outras seis livrarias.
No dia da feira, além da distribuição do mapa cultural do bairro, que depois ficará a disposição dos interessados nos estabelecimentos participantes, haverá apresentação de um grupo de canto folclórico italiano, divulgação de cursos e oficina de contação de história e conservação de livros para crianças.
As instituições culturais interessadas em participar do Corredor Cultural podem entrar em contato com Benito Schmidt, diretor do Memorial, pelo email bschimidt@trt4.jus.br ou pelo telefone 3222-9580.
Arte Africana na Galeria Bublitz por mais duas semanas
Devido ao sucesso de público, a galeria de arte mantém até 18 de outubro a mostra de peças trazidas da parte ocidental da África
São cerca de 180 objetos recém-trazidos de diversos países da chamada África Negra, conhecida também como África Subsaariana, que estão em exposição até o próximo dia 18 de outubro na Galeria de Arte Bublitz, em Porto Alegre. A exposição intitulada II Mostra Bublitz de Arte Africana apresenta um pouco do modo de vida, dos costumes e das tradições daqueles povos.
As peças mostram, mais especificamente, trabalhos de lugares localizados na parte ocidental do continente, como Costa do Marfim, Gana, Guiné, Togo, Mali, Burkina Fasso, Gabão e Congo, pertencentes às etnias dan, bagas, bambara, baule, dogon, bobo e ashanti, entre outras. São pentes, tecidos, esculturas, máscaras, cestos de palha, além de bancos e potes de madeira. “Há peças com valor de uso por terem participado em alguma atividade das aldeias africanas”, explica os marchands e organizadores do acervo da exposição, Adilson Falcão e Bernardo Amado Figueiredo.
A II Mostra Bublitz de Arte Africana revela a diversidade e vitalidade da arte africana, com peças produzidas em um passado recente. Entre elas, algumas se destacam, como janelas de celeiro da etnia Dogon que vivem no Mali e as calabaças em madeira feitas pelos wolof do Senegal. Outro objeto que chama atenção são os denominados bonecos-marionetes Bambaras, originários do Mali que são usados nos teatros infantis da região. Há ainda os tecidos conhecidos por Cubas, originários do Congo, que durante muito tempo foram usados como moeda de troca no comércio da região, e que são de beleza ímpar.
A arte africana, resultado de uma grande influência de etnias e culturas presentes naquele continente, caracteriza-se por ser totalmente funcional, ou seja, voltada para a utilização do objeto. As máscaras, por exemplo, representavam para os africanos um disfarce que permitia a incorporação de espíritos e também a aquisição de forças mágicas e místicas, utilizadas em benefício da comunidade para a cura de doentes, em rituais fúnebres etc.
A exposição ficará aberta à visitação Av. Neusa Brizola, 143, por mais 15 dias, até 18 de outubro, de segundas às sextas-feiras, das 9h às 19h, e aos sábados, das 9h às 16h, telefone 3029.0109.
Mais informações, assim como entrevistas, podem ser obtidas com o galerista Nicholas Bublitz através do telefone 51.8444.8901 ou com o marchand Adilson Falcão no telefone 11-8626-3170.