Pelo quarto ano consecutivo, Aracruz é classificada no Índice Dow Jones de Sustentabilidade Global

A Aracruz Celulose foi classificada pelo quarto ano consecutivo na seleta lista de empresas do Índice Dow Jones de Sustentabilidade Global (DJSI World) 2008/2009, da Bolsa de Valores de Nova York, que destaca as melhores práticas em sustentabilidade corporativa no mundo. A companhia foi a líder na categoria “Recursos Florestais e Papel” e concorreu com outras 14 empresas do setor florestal do mundo. Delas, somente duas foram classificadas – a Aracruz e a VCP, esta incluída na edição deste ano.
O índice 2008/2009, anunciado em Zurique pela SAM, instituição responsável pela avaliação, é composto por 320 empresas que atuam em 57 setores industriais. Ao todo, 35 companhias brasileiras foram convidadas a participar do processo de seleção e apenas oito foram classificadas. Mais de 2.500 companhias de 51 países listadas no Índice Dow Jones foram analisadas, seguindo critérios econômicos, ambientais e sociais.
“Nossa permanência neste que é um dos índices mais cobiçados pelas grandes empresas globais reflete o compromisso da Aracruz com o futuro. Buscamos continuamente aprimorar nossas práticas, sempre com foco na efetiva criação de valor para os acionistas e a sociedade”, diz o diretor-presidente da Aracruz, Carlos Aguiar.
Criado em 1999, o DJSI World tornou-se referência para instituições administradoras de recursos estrangeiros. Ele considera não apenas o desempenho financeiro, mas principalmente a qualidade da gestão da empresa, que deve integrar o valor econômico à transparência, governança corporativa e à responsabilidade socioambiental no longo prazo.

Aracruz seleciona empresa para resgatar navio naufragado em São José do Norte

Geraldo Hasse
A Aracruz ainda não entregou à Fepam e ao Ibama o estudo de impacto ambiental sobre a construção do terminal de exportação de celulose em São José do Norte, mas na cidade a expectativa é que a obra se inicie em janeiro ou fevereiro de 2009.
Na prefeitura, com o prefeito José Vicente Ferrari em campanha pela reeleição, ignora-se a hipótese de que o terminal possa ser cancelado em função da aquisição da Aracruz pela Votorantim, que tinha planos de um terminal em Rio Grande.
De qualquer forma, antes de construir o terminal em São José, será preciso retirar do fundo do local escolhido o navio Avante, que afundou há mais de 20 anos, deixando à vista um mastro e levando para debaixo d’água um mistério – qual sua carga?
Para executar o serviço, a Aracruz está selecionando uma empresa de salvatagem marítima. A disputa estaria entre uma brasileira e uma holandesa.

Nova Aracruz começa a produzir em 2010

Cerca de 500 convidados participaram do início simbólico da construção da nova fábrica da Aracruz em Guaiba, nesta quarta-feira, 27. Houve lançamento da pedra fundamental pela governadora Yeda Crusius e discurso entusiasmado do presidente da Assembléia Legislativa, deputado Alceu Moreira. Ambos afirmaram que o empreendimento “é um marco histórico” para o Rio Grande do Sul.
Houve visita ao canteiro de obras, onde 500 operários já trabalham preparando o terreno 300 metros quadrados para a construção, que começará efetivamente nos próximos dias.
“Aproveito para convidar a todos para a inauguração, em julho ou agosto de 2010”, disse o presidente da Aracruz, Carlos Aguiar. O evento foi encerrado com um almoço, sob tendas no pátio da indústria, ao som de clássicos da bossa nova a cargo do escritor Luiz Fernando Veríssimo e seu conjunto de jazz.
A nova unidade vai ter capacidade para 1 milhão e 300 mil toneladas de celulose por ano, que se somarão a produção atual, de 450 mil toneladas ano. As duas plantas, operando integradas, formarão uma das maiores fábricas de celulose do mundo, com produção de 1 milhão e 850 mil toneladas por ano, quatro vezes a capacidade atual.
Orçado em US$ 2,8 bilhões, o empreendimento mobiliza cifras portentosas: US$ 800 milhões anuais em divisas, US$ 400 milhões em compras de fornecedores locais, US$ 300 milhões em impostos, três mil novos empregos. No pico da obra, em meados de 2009, ela absorverá 7 mil trabalhadores.
Além da fábrica, a empresa vai ampliar a sua base florestal de 160 mil hectares e implantar um sistema de logística para transporte de madeira e celulose que vai reativar a combalida navegação fluvial no Rio Grande do Sul.
A hidrovia do Jacuí será reativada para o transporte da madeira do interior até a fábrica em Guaíba. A celulose sairá pela Lagoa dos Patos para um terminal portuário de exportação que será construído em São José do Norte. Os mercados asiáticos serão o principal destino da celulose produzida em Guaíba.

Empresa vai estudar impactos no Morro do Osso

Carlos Matsubara, Ambiente JA
A Aracruz Celulose recebeu na segunda-feira (25/08) ofício da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) com a queixa do Conselho de Meio Ambiente do Município de Porto Alegre (Comam).
O documento se refere a não inclusão do Parque do Morro do Osso no EIA-Rima da ampliação da fábrica em Guaíba.
Area de preservação permanente o parque, na orla do Guaiba em Porto Alegre, está a menos de dez quilômetros da indústria.
Conforme o gerente de Qualidade e Meio Ambiente da Aracruz, Clovis Zimmer, a empresa irá atender plenamente o que foi recomendado pelo ofício do Comam.
Isso significa que os estudos sobre os impactos diretos e indiretos no Parque do Morro do Osso serão iniciados em breve. “Recebemos o ofício e vamos cumpri-lo integralmente”, assegura.
O estudo será realizado pela própria empresa em conjunto com uma consultoria ainda a ser contratada. “Na realidade as recomendações do Comam não são muito diferentes do que já está no EIA-Rima, que não cita nominalmente o parque, mas abrange geograficamente a área definida pelo empreendimento”, justifica.
A Aracruz já havia anunciado que parte dos recursos de medida compensatória de R$ 18 milhões seria repassada ao parque. O valor do repasse deverá ser decidido pela administração do parque.
Suspensão da LP seria “medida extrema”
O Conselho Municipal de Meio Ambiente de Porto Alegre (Comam) pode pedir, em reunião hoje (28/08), a suspensão da Licença Prévia (LP) da ampliação da unidade de Guaíba da Aracruz Celulose e por conseqüência, a paralisação das obras.
Conforme a ambientalista Káthia Vasconcellos Monteiro, esta seria uma medida extrema, mas que pode ocorrer caso o conselho chegue a conclusão de que a ampliação da fábrica signifique uma ameaça ao Parque Natural do Morro do Osso, na zona sul de Porto Alegre.
Segundo a resolução 13/90 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) todo o empreendimento que causar impacto ambiental tem que necessariamente passar pela aprovação do órgão de gerenciamento da unidade de conservação num raio de 10 quilômetros. A área inclui o parque, mas a Secretaria do Meio Ambiente do Município (Smam) não foi consultada no processo de licenciamento por parte da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), nem pela Aracruz. “Vamos ouvir o que a Associação em Defesa do Morro do Osso tem a dizer para depois liberar sobre a questão”, diz a conselheira.

“Negócio entre VCP e Aracruz não altera projetos de celulose”

Elmar Bones
O presidente da Aracruz, Carlos Aguiar, disse nesta quarta-feira que as negociações com a Votorantim não devem influir nos três grandes projetos de silvicultura e celulose programados para o Rio Grande do Sul e que totalizam investimentos de US$ 4,5 bilhões.
“Quem decide essas coisas é o mercado”, afirmou Aguiar. “Se forem mantidas as tendências atuais, os três projetos irão em frente, se o mercado mudar nos próximos dois ou três anos, eles podem ser revistos”.
Até o momento, apesar da desaceleração da economia chinesa e da crise americana, o mercado mundial de celulose se mantém aquecido, com demanda crescente e, portanto, com espaço para aumentos de produção. “Há lugar para todos os projetos em andamento no Brasil”, disse o executivo.
Quanto ao negócio entre as duas gigantes da celulose nacional, o que ocorreu até agora, segundo Aguiar, foi uma proposta do grupo Votorantim para comprar as ações da Aracruz que pertencem ao grupo Lorentzen.
Erling Lorentzen, empresário norueguês, hoje com mais de 80 anos, é um dos fundadores da Aracruz e tem 28% do capital da empresa, pelos quais a Votorantim Celulose e Papel (VCP) ofereceu R$ 2,7 bilhões.
A proposta foi aceita, mas a conclusão do negócio depende da anuência do outro sócio controlador, o Banco Safra, que também tem 28% do capital da Aracruz e pelo contrato de acionistas tem preferência na compra das ações.
Segundo Aguiar, o banco pode simplesmente manter sua posição atual e deixar que a VCP, que já tem 28% das ações da Aracruz, se torne controladora. Mas pode também o Safra exercer o direito de preferência e se tornar o controlador da empresa.
Pode ainda ocorrer um acordo entre o Safra e a Votorantim para fundir Aracruz e VCP, dividindo ambos o controle. Não é descartável, ainda, segundo Aguiar, a hipótese de o Safra preferir vender também a sua parte na Aracruz para a VCP, que ficaria sozinha no negócio.
O Safra têm até o dia 4 de novembro para se manifestar.

Seminários e exposição reacendem debate sobre silvicultura e Pampa

Cleber Dioni
Dois seminários e uma exposição fotográfica inauguram amanhã uma semana de debates sobre a silvicultura e o bioma Pampa e reacendem a polêmica sobre as plantações de espécies exóticas e o zoneamento feito pelo Estado em torno das atividades das empresas de celulose e papel.
Em Pelotas, o I Debate sobre os impactos das monoculturas e o III Seminário de Políticas Públicas de Meio Ambiente, na Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), irão discutir a ofensiva do setor da celulose sobre o Pampa e as alternativas de desenvolvimento local.
Em Nova Prata, na Serra gaúcha, acontece de hoje até sexta-feira, 22, o 10º Congresso Florestal do Rio Grande do Sul e 1º Seminário do Mercosul da Cadeia Madeira. Em pauta, as florestas, a silvicultura e mudanças climáticas.
Já na Capital, a Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul abre hoje a exposição fotográfica “Nosso Pampa Desconhecido”, um trabalho do jornalista e fotógrafo ambientalista Adriano Becker.
O Congresso em Nova Prata, realizado a cada quatro anos, desta vez amplia o foco com a realização simultânea do Seminário da Cadeia Madeira, proporcionando o debate das questões relativas ao setor no âmbito do Mercosul. As discussões serão feitas com base em três eixos principais: marco legal (legislação ambiental aplicável ao setor), políticas públicas (sistema estadual de meio ambiente) e ciência e tecnologia (pesquisa e desenvolvimento).
Conforme o presidente do Congresso, Claudio Dilda, estão confirmadas delegações do Chile, Argentina, Uruguai e Paraguai, além do Brasil, para debates sobre os impactos dos sistemas agroflorestais e silvipastoris, a sustentabilidade da cadeira produtiva da base florestal, a integração da cadeia madeira no Mercosul e a relação entre florestas nativas, silvicultura e alterações do clima.
Os eventos acontecem no momento em que o Rio Grande do Sul aparece como único Estado do País a ter aprovado o zoneamento ambiental para a silvicultura e empresas do setor buscam se instalar em solo gaúcho.
“Será uma oportunidade para a discussão do cenário e das políticas atuais em relação a florestas, bem como do significado da silvicultura no contexto de uma sociedade insaciável por produtos de origem florestal”, ressalta Dilda. Ele ainda destaca que provocar o debate em nível de Mercosul é relevante porque oportuniza a reflexão e o planejamento conjuntos para o setor.
“O meio ambiente não tem fronteiras. Plantar de um lado ou de outro, por uma linha imaginária, é indiferente para o meio ambiente, daí a importância da discussão entre os países do Mercosul, alavancados, nesse momento, pelo Rio Grande do Sul, por meio do Congresso Florestal e do Seminário da Cadeia Madeira”, afirma Claudio Dilda.
O público dos eventos são técnicos e especialistas dos temas em questão, universidades, instituições de pesquisa e fomento florestal, empresas florestais, entidades classistas da área, órgãos públicos municipais, estaduais e federais e organismos não-governamentais.
O Congresso e o Seminário são conduzidos pelo Estado do Rio Grande do Sul, por meio de secretarias e fundações, município de Nova Prata e Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), juntamente com diversas empresas, universidades, Comitê da Indústria de Base Florestal e Moveleira da Fiergs, entidades de classe vinculadas ao setor, Assembléia Legislativa do RS e Governo Federal.
Alternativas de desenvolvimento local
Em Pelotas, o I Debate sobre os impactos das monoculturas e o III Seminário de Políticas Públicas de Meio Ambiente, na Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), irão discutir a ofensiva do setor da celulose sobre o Pampa e alternativas de desenvolvimento local.
Participam dos eventos professores e pesquisadores que têm se mostrados críticos às plantações de espécies exóticas no Estado. Entre eles, Carlos Nabinger e Ludwig Buckup, da UFRGS, Wilson Alves de Oliveira e Tânia Morselli, da UFPel. O evento acontece das 10h às 17h30 no Auditório da Faculdade de Agronomia da UFPel, com entrada franca.
Novo olhar sobre o Pampa
A mostra fotográfica “Nosso Pampa Desconhecido”, tem a abertura nesta terça-feira 19, às 17h, na Sala de Exposições Temporárias do Museu de Ciências Naturais/FZB-RS, no Jardim Botânico de Porto Alegre.
Com 30 fotos do jornalista e fotógrafo ambientalista Adriano Becker(da foto ao lado), a mostra visa provocar um “novo olhar” para essa importante área do Estado, buscando desenvolver uma consciência que propague a harmonização de aspectos sociais, econômicos, culturais e ambientais, associados à sustentabilidade.
A exposição é resultado de parte do trabalho realizado por uma equipe de pesquisadores da Fundação Zoobotânica chamado Projeto Biodiversidade RS, coordenado pela Secretaria do Planejamento e Gestão, com recursos do Banco Mundial e GEF.
A mostra permanece no Museu de Ciências até o dia 28 do corrente e segue, posteriormente, para a Expointer, no espaço do Governo do Estado – Pavilhão Internacional.

Pólo de celulose pode ficar pela metade

Aracruz já constrói nova unidade em Guaiba
Elmar Bones
Desde 2003, quando três dos maiores grupos do setor – Aracruz, VCP e Stora Enso – apresentaram seus projetos, o Rio Grande do Sul vive na expectativa de US$ 4,5 bilhões de investimentos que seriam necessários para construir as três fábricas de celulose e plantar cerca de 300 mil hectares de eucalipto, para garantir a matéria prima.
Até agora, o único que avançou de acordo com as previsões foi o projeto da Aracruz, que partiu da antiga Riocell em Guaíba e já iniciou a construção, no mesmo sítio, de uma nova unidade que vai elevar sua produção de 450 mil toneladas/ano para 1,25 milhão de toneladas ano. A previsão é de que entra em produção em 2011.
A VCP por enquanto limitou-se a comprar terras e a produzir mudas para o plantio dos eucaliptos. Já tem cerca de 100 mil hectares adquiridos, boa parte já plantados, mas a fábrica ainda não tem projeto preciso. Nem o local está definido. Sabe-se que será na Zona Sul, provavelmente em Rio Grande.
No meio, comenta-se que a real prioridade da VCP é a unidade de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, onde adquiriu um projeto que era da International Paper.
Com o controle da Aracruz, a VCP ganha automáticamente uma grande fábrica no Rio Grande do Sul, cujas obras já estão em andamento. Haverá espaço para outra fábrica do mesmo grupo no Estado?
Quanto à Stora Enso, ainda não conseguiu vencer a etapa da compra de terras. Já comprou 46 mil hectares, mas não conseguiu regularizar pois são terras em área de fronteira, sob uma legislação especial, com restrições à propriedade de estrangeiros.
Começou o plantio de eucaliptos, mas não chegou aos 20 mil hectares plantados e teve que suspender em virtude das dificuldades com o licenciamento e com a legalização das terras compradas.
Uma fonte ligada à empresa diz que a disposição é deslindar a situação até o final deste ano. Caso contrário, o projeto pode ficar comprometido. Além das questões ambientais, que geram críticas fortes, as denúncias de compra ilegal de terras tem repercutido internacionalmente, gerando inclusive protestos na Finlândia, sede da empresa.
Setor fica na mão de dois gigantes
A concentração de empresas no setor de celulose/papel é uma tendência mundial, assim como já ocorreu na Petroquímica, onde Braskem e Quattor engoliram os concorrentes e passaram a dividir o mercado nacional.
A competição internacional exige escala e por conta disso há um movimento de incorporações e fusões que, no caso brasileiro, se define em torno de dois grupos: o grupo Suzano que abriu mão de suas posições na petroquímica para concentrar investimentos na celulose; e agora a Votorantim, que com o controle da Aracruz, torna-se a maior do setor no país, uma das maiores do mundo.
Ao comprar as ações dos herdeiros de Erling Lorentzen, empresário norueguês, um dos fundadores da empresa, a VCP fica com 56% do capital votante da Aracruz e passa a responder por uma produção total de 4,6 milhões de toneladas de celulose por ano.
Somados os investimentos, incluindo os plantios florestais no Rio Grande do Sul e a implantação de duas fábricas no Estado, o grupo será o maior do país, ultrapassando a Suzano Celulose, mesmo com as duas novas unidades anunciadas no Piauí e Maranhão.
Mercado já esperava o anúncio *Por Carlos Matsubara
O anúncio de que a VCP pretende comprar 28% do capital votante da Aracruz pertencentes à Arapar, holding da família Lorentzen, não chegou a causar surpresa no meio. O negócio já era comentado nos bastidores há algum tempo.
Em abril, quando caiu o poder de veto do BNDES para venda a estrangeiros, começaram as conversas de uma possível absorção da Aracruz Celulose por um dos seus sócios. A Suzano também aparecia como uma das prováveis compradoras da Aracruz.
A VCP já integrava o bloco de controle da Aracruz, com 28% das ações ordinárias e investiu R$ 2,71 bilhões para comprar a parte da família Lorentz. O desfecho, porém, ainda depende da Arainvest Participações, do Grupo Safra, que também integra o bloco de controle da Aracruz com 28% das ações ordinárias.
E é por esta posição que a VCP aguarda para se pronunciar, segundo afirmou a assessoria de imprensa.
Empresa nasceu à sombra dos incentivos fiscais
A Aracruz, que nasceu Aracruz Florestal, foi uma das primeiras empresas nascidas à sombra os incentivos fiscais para reflorestamento, criados depois de 1964. O Tesouro Nacional abria mão de uma parcela do Imposto de Renda de Pessoas Físicas para criar negócios diretamente gerados pela iniciativa privada.
As primeiras quotas da Aracruz Florestal foram subscritas por dirigentes de grandes empresas: Walter Moreira Sales (Unibanco), Fernando Portela (Banco Boa Vista), Oscar Americano Filho (CBPO, construtora), Otavio Lacombe (Construtora Paranapanema) Olivar Fontenelle (Casa Slooper) e Erling Lorentzen (Norsul, navegação).
Boa parte do capital inicial foi aplicada na compra de cerca de 7 mil hectares de terras no município de Aracruz, no Espírito Santo. As terras pertenciam à Companhia de Ferro e Aço de Vitória (Cofavi) que nunca havia conseguido explorar convenientemente os eucaliptos ali plantados muitos anos antes, para produzir carvão vegetal.
O armador Erling Lorentzen aderiu à Aracruz Florestal não apenas para se tornar sócio de um empreendimento sem riscos, mas porque viu ali a grande oportunidade para um emigrante vindo da Noruega.
Além de navios, o dono da Norsul, tinha canais direto de acesso às fontes de tecnologia nos países escandinavos, a vanguarda mundial da industria de transformação da madeira. Em 1978, saiu a primeira carga de celulose da Aracruz. Com uma produção anual de 400 mil toneladas, era a maior indústria de celulose do Brasil e uma das maiores do mundo, desenvolvendo avançada tecnologia para produção de eucalipto para celulose.
Era um projeto tripartite, envolvendo capital estrangeiro, capitais nacionais e dinheiro público. Como outros grandes projetos implantados pelos governos militares no período 1964/81, a Aracruz teve inspiração, incentivo e apoio da União. O BNDES entrou com 42% do capital do empreendimento, no qual mantém até hoje uma participação de 12,5%. (Do livro Eucalipto:Histórias de Um Migrante Vegetal, Geraldo Hasse, JÁ Editores.

Eucalipto – Histórias de um imigrante vegetal

livro-eucaliptoAutor: Geraldo Hasse
Livro-reportagem, explica os ciclos econômicos da madeira desde o descobrimento e aborda os atuais investimentos da indústria papeleira em plantios de eucalipto, que geram polêmica entre investidores, ambientalistas e governos, especialmente na região do Pampa.
2006, 128 páginas, 12,5 x 21 cm, 183 gr
ISBN: 85-87270-18-4
R$ 30,00
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