Fábrica da Fibria no RS só depois de 2020

Apesar de ainda depender da redução da dívida, o plano de expansão da Fibria já está traçado. O projeto, em prática a partir deste ano, prevê a construção de duas fábricas de celulose até 2016.
A primeira é uma nova linha de produção na Veracel (BA), em parceria com a sueco-finlandesa Stora Enso. A segunda é a duplicação da fábrica de Três Lagoas (MS), que entrou em operação em março de 2009.
Segundo o presidente da Fibria, Carlos Aguiar, a direção da Fibria já aprovou o plantio de floresta nas duas regiões e aguarda apenas um aval da Stora Enso, que deve ser dado no primeiro semestre. A seguir, os principais trechos da entrevista à Agência Estado:
Desde que foi criada, a Fibria traçou como prioridade reduzir sua dívida. Quando o foco será direcionado para a expansão?
Carlos Aguiar – Já voltamos a conversar com a Stora Enso no sentido de reiniciar os plantios para Veracel II. Antes da crise, iniciamos o plantio nas áreas nas quais já possuíamos licença (ambiental) e chegamos a iniciar o estudo de viabilidade. Mas, com a crise, paralisamos todo o processo. Agora, podemos dizer que ambas as empresas estão em situação de poder caminhar novamente.
Houve uma sinalização positiva da Stora Enso em relação à retomada do projeto?
Carlos Aguiar – Estamos conversando sobre o assunto. Resolvido isso, o que a gente pretende que ocorra ainda no segundo trimestre de 2010, reiniciaremos o plantio onde já temos licença e vamos prosseguir com o processo de licenciamento, de modo que permita que no ano que vem a gente já aumente a área plantada. Com isso, poderíamos estar em condição de iniciar a nova fábrica em meados de 2014.
Quando será tomada a decisão sobre o investimento?
Carlos Aguiar – Precisaríamos tomar a decisão do projeto industrial em meados de 2012. Ou seja, temos 2010 e 2011 para plantarmos e em 2012 decidiríamos sobre a fábrica.
Mas a Veracel ainda enfrenta problemas para obter novos licenciamentos na região.
Carlos Aguiar – O negócio (pedido de licenças) está andando. O que ocorre é que “tiramos a pressão” porque não estávamos com necessidade (de acelerar o projeto). Mas na hora em que decidirmos tomar a decisão, voltaremos a conversar com os órgãos locais.
Com o impasse na Bahia, a empresa pode acelerar o projeto de expansão da fábrica de Três Lagoas?
Carlos Aguiar – A Veracel é nossa prioridade, porque já temos cerca de 35% das necessidades florestais para o projeto e podemos plantar outros 12% em 2010, com as licenças que a empresa possui. Dito isso, também aprovamos em Conselho o início da compra de terras ou o arrendamento de terras em Três Lagoas, visando à expansão da fábrica.
O projeto de expansão da unidade de Três Lagoas já está em andamento? Qual é o cronograma?
Carlos Aguiar – Eu diria que Três Lagoas está decidido. Vamos começar a busca por terras e plantios este ano, para que a fábrica esteja apta a operar até o final de 2016. Para tanto, a decisão (sobre o investimento) precisa ser tomada em 2014. Sobre a Veracel, estamos tratando para que a expansão seja decidida o quanto antes, mas, como temos sócio, não decidimos sozinhos. Temos sinal claro do nosso sócio de que ele também quer decidir isso logo.
E os demais projetos da companhia, como a construção de uma fábrica no Rio Grande do Sul e a instalação de uma nova máquina no Espírito Santo?
Carlos Aguiar – Temos o Projeto Losango no Rio Grande do Sul, onde já temos aproximadamente 60 mil hectares. Só que o projeto lá seria novo e custaria mais caro do que os demais, por isso é nossa terceira preferência. Ele deve entrar em operação só por volta de 2020. O projeto em Aracruz (ES) deve ocorrer apenas depois disso e dependerá da situação do mercado.
Como está o cenário atual para os fabricantes de celulose?
Carlos Aguiar – A tendência de forte demanda na China continua em 2010, porque ainda há grandes máquinas de papel para entrar em operação. A importação mostra sinais de estabilidade, mas isso ocorre porque não há oferta de celulose. Também vemos que o mercado de papéis em geral está voltando nos EUA. O mesmo ocorre na Europa, onde já vemos a demanda de alguns clientes voltarem ao nível pré-crise.
(Agência Estado, Ultimo Segundo, 15/03/2010)

Meio século de Petroquímica no Brasil

A Petroquímica faz História Autores: Elmar Bones e Sérgio Lagranha
Breve história da indústria petroquímica brasileira –  dos pioneirismos dos anos 1950 até as grandes centrais do seculo XXI.
A primeira parte relata a campanha que mobilizou o Rio Grande do Sul para que o 3º Pólo Petroquímico brasileiro fosse construído em Triunfo, na década 1980.
Ganhador do Prêmio Cultura Econômica 2009, conferido pelo Jornal do Comércio.
2008, 200 páginas 16 x 23 cm, 305 gr
ISBN: 978-85-87270-28-3 R$ 30,00
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Novas regras…Stora Enso esclarece

A respeito da nota “Novas regras para o plantio de florestas no RS” a Stora Enso, uma das empresas citadas, mandou o seguinte esclarecimento:

Primeiramente, a paralisação do projeto da Stora Enso no RS não foi determinada pela denúncia de suposta infração à Lei de Segurança Nacional, mas sim pela questão financeira global, que afetou drasticamente as vendas de papel e celulose e depreciou os preços do mercado, levando à redução do ritmo de muitos projetos florestais em todo o mundo, inclusive no RS.
Ainda sobre a questão de faixa de fronteira, a referida lei não proíbe a posse de terras a 150 quilômetros das fronteiras por estrangeiros. A Lei 6634/79 determina que, no caso de aquisição de imóveis rurais por estrangeiros, entre outros casos, é necessário o Assentimento Prévio do Conselho de Defesa Nacional.
Como a reportagem explica, o Conselho de Defesa Nacional deu parecer favorável para a Stora Enso recentemente.
Para proteger as compras de terras já realizadas enquanto tramitavam os processos no INCRA e, posteriormente, no Conselho de Defesa Nacional, a Stora Enso criou uma empresa brasileira – Azenglever Agropecuária Ltda.
Esta alternativa jurídica foi alvo de investigação pelas autoridades brasileiras, mas, em março de 2009, a Justiça Federal arquivou o inquérito por considerar que não houve nenhuma ilegalidade nesse procedimento, que ocorreu com absoluta transparência, tendo a Stora Enso informado as medidas tomadas a todas as autoridades relacionadas com o caso.
Diferentemente do informado, a Stora Enso obteve todas as licenças ambientais exigidas para a implantação do projeto de base florestal ainda em 2007, quando a FEPAM expediu a Licença Prévia após análise do EIA/Rima do empreendimento florestal e a Licença de Instalação. Importante salientar que as Licenças de Operação foram obtidas individualmente para cada propriedade que receberia plantios. Assim, a Stora Enso hoje não tem nenhuma pendência relativa a licenciamento ambiental.
Sobre a liberação de áreas para pastoreio nas fazendas florestais, é preciso esclarecer que a atividade de pecuária é feita apenas em áreas permitidas pela legislação.
Assessoria de Imprensa da Stora Enso

VCP e Aracruz formam maior empresa de celulose do mundo

Fibria é o nome da empresa resultante da incorporação da Aracruz pela VCP, que já nasce como líder no mercado mundial de celulose, com receita líquida anual estimada em R$ 6 bilhões.
A companhia, que será apresentada nesta terça-feira aos investidores, tem capacidade para produzir 6 milhões de toneladas de celulose e papel por ano.
Os projetos de expansão, já anunciados nos últimos anos e suspensos por conta da crise internacional, deverão ser executados “de acordo com as condições de mercado”, segundo material de apresentação.
Quando concluídos, esses projetos deverão agregar mais 6,7 milhões de toneladas à capacidade de produção da nova empresa.
A presidência da Fibria ficará a cargo de Carlos Aguiar, executivo originário da Aracruz. José Luciano Penido, executivo da VCP, assume a presidência do Conselho de Administração. A Fibria mantém em R$ 4,5 bilhões previsão inicial de sinergias a serem geradas pela fusão da Aracruz com a VCP.
“Os negócios de papel seguem na estratégia, porque ele mitiga o risco em mercados cíclicos, como o de celulose”, afirmou o diretor da área de papel, estratégia e suprimento, Marcelo Castelli.
Em evento para o lançamento da marca e do nome Fibria, o diretor comercial da companhia, João Felipe Carsalade, disse que alguns mercados na Europa têm mostrado sinais de melhora mais consistente da demanda, mas ainda insuficientes para se falar em novo reajuste de preços.
“Vamos esperar o final do verão no Hemisfério Norte para ter mais clareza sobre os movimentos futuros”, comentou. No ano, as produtoras de celulose já anunciaram quatro aumentos de preço. “Os ajustes de preços têm buscado recuperar a paridade das moedas”, explicou.
A dívida líquida da empresa, que será reestruturada segundo seus executivos, estava em R$ 13,4 bilhões ao final do segundo trimestre. De acordo com o diretor de Tesouraria e Relações com Investidores da Fibria, Marcos Grodetzky, a empresa está empenhada em perseguir a classificação grau de investimento junto às agências de rating, nota que Aracruz e VCP perderam com a piora de seus indicadores financeiros.
“Temos um leque de alternativas para melhorar nossos indicadores. Em breve a empresa dará claramente demonstrações disso para o mercado”, afirmou Grodetzky, sem dar detalhes.  (fonte: Invertia)

Greenpeace e empresas trocam aplausos em evento pela sustentabilidade

Elmar Bones, de São Paulo
O orador mais aplaudido no lançamento do “Pacto pela Sustentabilidade” promovido pela Walt Mart, em São Paulo, foi o diretor geral do Greenpeace no Brasil, Marcelo Furtado.
Ele não escondeu a surpresa e agradeceu a oportunidade de falar num evento como aquele.
Na platéia, a maioria representada por seus presidentes, estavam 300 empresas – Coca Cola, Ambev, Unilever, Cargill, Bung, Colgate, Friboi – e outras 200 ongs.
No palco, onde pela manhã passara o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, estavam os presidentes da Fundação Akatu e do Instituto Ethos.
Furtado saudou os empresários pela apoio ao relatório “A Farra do Boi” que o Greenpeace divulgou no inicio de junho, denunciando a pecuária predatória na Amazonia.
Disse que a decisão da Associação Brasileira de Supermercados de recomendar o corte dos fornecedores denunciados representa “uma mudança de padrão”.
No final, para demonstrar que o Greenpeace não é mais só “chute na canela”, disse que faria “uma coisa que vocês acham que a gente não sabe fazer”, e encerrou batendo palmas. O auditorio retribuiu com entusiasmo.
O Pacto de Sustentabilidade que os 20 maiores fornecedores do Wal Mart, gigantes de todos os setores, assinaram, é um compromisso com metas de “ecoeficiência” (redução de resíduos, menor consumo de energia, embalagens menores, substituição de sacolas de plástico) e uma condenação a “práticas degradantes” como o desmatamento ilegal e o trabalho escravo. (continua)

Beneficiários do Bolsa Família no RS terão acesso a microcrédito

Por Carlos Matsubara
Costureira da capital será a primeira a receber o benefício
Uma costureira residente no Morro Santa Teresa em Porto Alegre será a primeira beneficiária do Bolsa Família a receber recursos do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO) no Rio Grande do Sul.
Na segunda-feira (20/04) ela assina contrato com a PortoSol, única instituição de microcrédito habilitada pelo programa no Estado. O empréstimo servirá para aquisição de tecidos e outras matérias-primas para seu negócio.
A iniciativa é uma parceria do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE) com Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e 16 Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs).
O diretor-executivo da Portosol, Cristiano Mross, salienta que diversas pesquisas apontam que o empreendedor de baixa renda quando beneficiado regularmente por linhas de microcrédito obtém um crescimento importante em sua renda familiar. “O relacionamento entre os microempreendedores e as instituições de microcrédito, por meio da atuação qualificada de agentes de crédito, pode contribuir para a gestão e resultados dos microempreendimentos”, afirma.
De acordo com Mross, o objetivo da iniciativa é apoiar beneficiários do Bolsa Família que já desenvolvem ou queiram desenvolver alguma atividade produtiva para complementar a renda familiar. Com a nova linha de microcrédito, a meta da Portosol é realizar 1.142 operações até o final de 2010 com valores entre 150 a 600 reais para aquisição, sobretudo, de máquinas, equipamentos, mercadorias e matérias-primas.
12 Estados serão contemplados
O Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado a beneficiários do Bolsa Família selecionou, em edital de concurso, 16 instituições para a primeira etapa.
Presentes, em sua maioria na Região Nordeste, a previsão é atender um público distribuído em 227 municípios do país e a meta é chegar, até o final do ano, à concessão de 20 mil operações para esse projeto. Ao todo, serão 12 os Estados contemplados: Alagoas, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe.
A coordenação do Programa e o MDS identificaram que, nos municípios atendidos pelas organizações de microcrédito habilitadas à pasta do emprego, existem mais de um milhão de pessoas que trabalham por conta própria.
Além de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul o programa atenderá mais 18 municípios da Região Metropolitana, Vale do Rio dos Sinos e Litoral Norte.

Petroleiros dizem que refinarias e plataformas estão paradas

Petroleiros em greve paralisam refinarias e plataformas
Movimento se estende por prédios administrativos
Com uma pauta de reivindicações baseada na manutenção e ampliação de direitos e na garantia dos postos de trabalho, petroleiros de todo o país entraram em greve nessa segunda, 23 de março. Refinarias, plataformas e áreas de produção estão paralisadas.
Motivos para entrar em greve não faltam. Embora o lucro da empresa tenha aumentado, a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), direito assegurado para os trabalhadores, foi reduzida, percentualmente, em relação ao ano passado. Já o repasse aos acionistas aumentou. A Petrobras também está se negando a repassar a PLR para várias unidades, como para os trabalhadores da Refap – Refinaria Alberto Pasqualini, em Canoas, no Rio Grande do Sul, além da TBG e Petroquisa. A base do Sindipetro-RJ reivindica que a PLR seja paga igualmente, para todos os petroleiros.
A pauta inclui, também, a retomada do pagamento de horas extras nos feriados para os que trabalham em turnos, hora-extra curso, ‘periculosidade pra valer’, extensão da licença-maternidade de seis meses a todas as trabalhadoras, pagamento do dia de desembarque, aposentadoria especial, melhores condições de saúde e segurança no trabalho, dentre outras.
A manutenção dos postos de trabalho afeta, diretamente, os terceirizados. A pretexto da crise, muitos trabalhadores já estão sendo dispensados. A greve está sendo convocada pelas duas federações: a FNP, que reúne o Sindipetro-RJ, Sindipetro Litoral Paulista, Sindipetro AL/SE, Sindipetro PA/AM/MA/AP, Sindipetro/RS e Sindipetro/São José dos Campos (Refinaria do Vale do Paraíba); e a FUP, que representa outros 11 sindicatos.
Os petroleiros se recusam a aceitar redução de direitos e dos postos de trabalho. Os trabalhadores não pretendem pagar a conta de uma crise produzida pelo capital. No Sindipetro-RJ, os contatos para maiores informações podem ser feitos com os coordenadores Emanuel Cancella (99516616), Eduardo Henrique (97002543) e Roberto Ribeiro (96030601). O telefone do sindicato é (21) 3852-0148.
Fonte: Agência Petroleira de Notícias, com informações da FUP, Sindipetros Litoral Paulista, SE-AL, São José dos Campos, PA-AM-MA-AP e Rio Grande do Sul.
Quadro nacional da greve dos petroleiros
A cada hora a greve dos trabalhadores do Sistema Petrobrás ganha mais força. A cada nova assembléia e troca de turno, novas adesões. Acompanhe abaixo o quadro nacional de mobilização:
Litoral Paulista
Os trabalhadores cortaram a rendição às 15h30 de domingo (22) com 100% de adesão. A greve segue firme durante o fim da noite de ontem, dia 22, quando o último turno da Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), das 23 horas, aderiu ao movimento integralmente. Em São Sebastião, a greve também começou com corte à zero de segunda (23), no Terminal Almirante Barroso (TEBAR) com a adesão de 100% do turno da zero hora.
Terminais de Alemôa e Pilões tiveram corte de rendição à zero hora de hoje (23). A paralisação se completa na manhã dessa segunda. Na RPBC, 120 trabalhadores permanecem no local de trabalho, desde às 7 horas de ontem. E foi com esse grupo que a empresa tentou implementar a tática traiçoeira do plano de contingência. Observando o golpe, o Sindipetro-LP impediu a rendição, às 15 horas, e inaugurou a greve unificada no país.
A gerência da Petrobrás está segurando o turno que entrou às 7:00h da manhã de domingo (120 trabalhadores) até agora. O sindicato busca alternativas judiciais para liberação desses trabalhadores. Com 120 petroleiros a unidade opera normalmente.
A greve no Litoral Paulista pode ser acompanhada pelo blog opetroleiro.wordpress.com
Pará
O Administrativo do Compartilhado entrou em greve, mas como a ampla maioria dos trabalhadores é terceirizada (que não aderiu) fica difícil precisar o grau de adesão à paralisação.
A Transpetro Belém aderiu à greve nacional.
Amazonas
O Administrativo do Amazonas paralisou massivamente, quase 100%.
O campo de produção terrestre de Urucu está com 60% de adesão à greve. A expectativa do diretor de comunicação do Sindipetro PA-AM-MA-AP, Gilmar do Carmo, é de paralisação total.
Reman – corte na rendição do turno às 23h de domingo (22). Adesão total dos trabalhadores.
Terminal de Solimões – trabalhadores grevistas assumiram o controle da produção.
Maranhão
A Transpetro São Luis fez uma paralização pela manhã dessa segunda e, à tarde, realiza assembléia para debater a entrada em greve.
Ceará
LUBNOR – corte de rendição às 23h de domingo (22).
Fazenda Belém cortou rendição à zero hora desta segunda (23).
Biodiesel – Quixadá cortou a rendição às 6h de hoje (23).
Plataforma corta rendição amanhã, terça-feira.
Rio Grande do Norte
Plataformas – trabalhadores controlam 70% da produção.
Campos terrestres – trabalhadores aderiram à greve, estão realizando concentrações com participação dos trabalhadores terceirizados.
Pólo de Guamaré- os trabalhadores controlam a produção em todas as unidades de processamento de gás e óleo. Apenas uma UPGN está em atividade, com carga mínima.
Pernambuco
Suape – 100% paralisado, com trabalhadores próprios e terceirizados na greve, desde à zero hora de hoje (23/03). O bombeio de GLP está sob controle dos trabalhadores.
Paratibe – boa adesão à greve. Gasoduto está operando com 30% do efetivo mínimo.
Sergipe
SEDE/Rua Acre: a greve começou às 7h de hoje. 60% dos trabalhadores aderiram ao movimento.
FAFEN: a paralisação contou a participação de 100% dos trabalhadores de turno, 90% do administrativo. Os trabalhadores terceirizados também pararam.
Carmópolis: 70% do efetivo pararam suas atividades aderindo à greve.
TECARMO/Atalaia: 100% do turno e 40% do administrativo aderiram à greve. Os terceirizados paralisaram suas ações também.
Aracaju – ainda haverá assembléia.
Alagoas
Pilar: 60% do efetivo aderiram à greve.
Furado: 40% do efetivo aderiram à greve.
Bahia
Refinaria Landulpho Alves (Rlam) – trabalhadores cortaram o turno às 15h30 de domingo (22). Os petroleiros anteciparam a greve devido ao fato da Petrobrás ter ingressado na refinaria uma equipe de gerentes e supervisores. Adesão à greve dos trabalhadores do administrativo e terceirizados.
Fábrica de Fertilizantes (Fafen) – cortou a rendição à zero hora de hoje (23). Três campos pararam a produção, nos municípios de Entre Rios e Esplanada. São os campos de Jandaia, Sertres e Rou. Jandaia é o maior campo de produção do estado.
Campos de produção – os trabalhadores também estão participando da greve.
Terminal Madre de Deus – cortou a rendição às 15h30 de domingo (22).
Minas Gerais
Regap – trabalhadores cortaram a rendição do turno às 23h30 de domingo (22).
Espírito Santo
PPR-1 e P-34 – trabalhadores assumiram a produção e entregaram as plataformas paradas para as equipes de contingência da Petrobrás, que estão tentando retomar a produção de gás na PPR-1 e de petróleo na P-34, , primeira plataforma da empresa a extrair o óleo da camada de pré-sal.
Linhares e São Mateus – corte de rendição previsto para terça (24).
Nas plataformas do Espírito Santo, a Petrobrás bloqueou a comunicação dos trabalhadores, cortando telefones e o acesso à internet.
Duque de Caxias
Reduc – corte de rendição à zero hora. 400 trabalhadores se mobilizaram na frente da refinaria. A greve está crescendo na unidade.
Norte Fluminense
Bacia de Campos – equipes de contingência assumiram o controle das plataformas. Petroleiros estão desembarcando.
Terminal de Cabiúnas – trabalhadores assumiram a sala de controle do terminal à meia-noite de domingo (22) para segunda (23) e estabeleceram uma política de corte de produção controlada.
A gerência da Petrobrás vem cerceando a comunicação dos embarcados com familiares e o restante do movimento grevista.
Rio de Janeiro
Os petroleiros da base do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) também estão mobilizados nesta segunda, realizando concentrações e panfletagens na frente das unidades da Petrobrás. No estratégico Terminal da Baía de Guanabara (TABG), por onde passa grande parte do gás brasileiro, os trabalhadores aderiram à greve com boa participação. Não houve corte de rendição, mas a direção do sindicato está discutindo com os trabalhadores a importância de cortarem a rendição nos turnos. No Cenpes (o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Melo, maior centro de pesquisa do setor petrolífero da América Latina, localizado na Ilha do Fundão), os trabalhadores promoveram um atraso-paralisação de duas horas pela manhã. No Edita, Edise, Transpetro e outras unidades o sindicato também está construindo a mobilização apostando no crescimento do movimento nacional.
Unificado de São Paulo
Recap – corte de rendição às 23h de domingo (22).
Replan – corte de rendição a qualquer momento.
Terminais de São Caetano, Guarararema e Guarulhos – corte de rendição às 23h de domingo (22). Em Guarulhos, os trabalhadores assumiram a sala de controle hoje pela manhã (23). Terminal de Barueri – corte de rendição às 7h de hoje (23) Edisp – cerca de 25% dos trabalhadores aderiram à greve.
Paraná e Santa Catarina
Repar – corte de rendição à zero hora de hoje (23).
Six – corte de rendição à zero hora de hoje (23).
Terminais – corte de rendição à zero hora de hoje (23).
Rio Grande do Sul
Refap – corte de rendição às 8h da manhã desta segunda-feira (23), com mais de 200 trabalhadores participando da assembléia. O objetivo é a partir de agora avançar na mobilização dos terminais de Canoas, Tamandaí e Rio Grande.

Trinta dias decisivos para a economia gaúcha em 2009

Por Elmar Bones
O clima será decisivo nos próximos 30 dias para a colheita de soja de 2009. As lavouras estão na fase da florada, momento em que não pode faltar chuva. A soja é o motor da economia agroindustrial do Rio Grande do Sul, respondendo por quase a metade da produção de grãos no Estado.
A previsão inicial da safra de soja deste ano era de 11 milhões de toneladas. Por conta da estiagem esta previsão já foi revista para 9 milhões de toneladas, ainda assim uma safra maior do que no ano passado (8 milhões de toneladas) e beneficiada por uma conjuntura internacional.
A seca já causou quebra de safra na Argentina, no Canadá e na China. Com isso, a tendência é de preços altos, suficiente para compensar as perdas na produção. A renda dos produtores segundo previsão dos especialistas não deverá ser prejudicada, o que vai amenizar o impacto da crise internacional na economia gaúcha.
A safra de grãos do Estado (soja, arroz, milho e trigo) deverá chegar aos 22,5 milhões de toneladas, um pouco menor do que a do ano passado, mas em função da situação internacional, com preços melhores.
A produção da agricultura responde por mais de 40% do PIB estadual e gera recursos que irrigam toda a economia – das pequenas oficinas no interior às butiques e confecções do Moinhos de Vento, onde os lojistas das cidades menores se abastecem.
Se houver uma quebra da sofra de soja, a queda na arrecadação de impostos pode comprometer até o ajuste fiscal da governadora Yeda Crusius

Bom Fim imune à crise

Por Pedro Lauxen

A crise internacional parece não ter chegado ainda ao Bom Fim. Na semana em que a poderosa Microsoft despediu 5 mil empregados e em que dois grandes bancos americanos quebraram, a maioria dos negócios do bairro continua faturando bem, dentro dos altos e baixos comuns do mercado.

Numa amostragem feita pelo Jornal Já, nota-se pequenos sinais de aperto, mas nada de assustar. Segundo Paulo Marcadenti, gerente da loja de móveis Pórtico, “até outubro as coisas iam bem, mas em novembro e dezembro as vendas caíram” – justamente os dois piores meses da crise global.
No mercadinho Lelo, a proprietária Denise Saldanha defende a tese de que os dois últimos meses foram ruins para todos por causa da cidade vazia, quando milhares deixam a capital para veranear, fenômeno já experimentado em anos anteriores. É da mesma opinião seu Don Levy, 75 anos, dono da lojinha Dennys, de cuecas e lingeries, da Osvaldo.
A tradicional Rainha das Noivas sentiu uma queda nas vendas, mas a gerente Joseane Beatriz Pereira Pires mantém a calma e pretende vencer o momento com naturalidade. “Vamos seguir trabalhando que isso passa”, projetou. Responsável por nove funcionários, Joseane não precisou fazer nenhum corte de pessoal – e desemprego é sempre o primeiro sinal da crise.

Joseane Pires, responsável pela Rainha das Noivas.

Na área de serviços, o barbeiro Francisco Freitas, da rua João Teles, não viu nenhuma diminuição anormal nos negócios: “Uma pequena redução na freguesia é mais pela praia, porque crise sempre teve nos 43 anos que tenho de Bom Fim”.
Seu Chico não sentiu os efeitos da crise.

Sempre movimentado, o restaurante Casarão não enfrenta dificuldades, mas já pode sentir diferenças nos custos da matéria-prima. Segundo a proprietária, que está atenta às possíveis consequencias da crise, “a carne vermelha está muito cara, estamos priorizando outras carnes no buffet”. O número de almoços vendidos era 30% maior no mesmo período do ano passado e a dona sabe bem por que. “Algumas empresas que não demitiram funcionários, com essa crise cortaram benefícios, como o valor do vale refeição”. explicou.
Não houve grandes efeitos no setor imobiliário. Cláudia Mendes, 31 anos, encarregada do setor de locação da Adacom está vibrando com a procura por aluguel de imóveis. “Esta época sempre é boa porque vem muitos estudantes do interior pro vestibular, mas este ano está acima da média”, lembrou. O movimento nas vendas é estável.
Bianca Aranda, vendedora da loja de moda jovem Forman 4, no conjunto comercial da Vasco da Gama esquina com João Telles, sente falta dos clientes e das comissões que ganha a cada venda. Ela contou que o patrão abriu uma loja em Tramandaí para atender os veranistas, “mas lá também está fraco”. “Acho que o problema não é só pelas férias”, incapaz de ligar o que acontece no balcão com a crise internacional.
No Mercado do Bom Fim,dona Leni Santos, da Flora do Sul, lamenta que o Natal não rendeu nem perto do previsto. “Em dezembro devo ter vendido umas 30 folhagens, sendo que só no sábado eu já vendi 40”. Ela não vê uma influência internacional e reza pra que as coisas melhorem em março.
Um que não culpa nem a crise nem ao veraneio pela baixa nos negócios é o vendedor ambulante Paulo Pereira, 43 anos, 30 deles oferecendo água e refri no parque da Redenção: “Tô acostumado, às vezes passo a tarde inteira aqui e não vendo nada, mas tem dia que dá bastante”.

Plástico verde: construção da fábrica começa em 2009

A Brakem anunciou “para o início de 2009” o começo das obras da unidade que vai produzir eteno e polietileno a partir de etanol da cana de açúcar, no pólo de Triunfo. A empresa vai investir R$ 500 milhões, para produzir 200 mil toneladas por ano do chamado “plástico verde” e prevê dar início às operações em 2011. Será a primeira operação no mundo a produzir em escala industrial essas resinas a partir de matéria prima 100% natural.
A Braskem já concluiu a etapa conceitual e de projeto básico. No início de 2009, inicia-se a fase de detalhamento e início das obras.
A empresa já fez a reserva firme dos equipamentos críticos do projeto, como o compressor de gás de carga e compressor de trem frio. São equipamentos de alta tecnologia que precisam ser encomendados com antecedência para garantir o cumprimento do cronograma.
Para financiar o que será a primeira operação em escala comercial no mundo para produção de polietileno a partir de matéria-prima 100% renovável, a Braskem planeja utilizar 30% de recursos próprios e buscar financiamento para os 70% restantes.
Com demanda já identificada no mercado internacional de aproximadamente 600 mil toneladas/ano, três vezes a capacidade desta unidade pioneira, o polietileno verde tem potencial para comandar um prêmio de aproximadamente 30% sobre o preço do polietileno de origem não-renovável.
Assim, este projeto pode ser o primeiro de outros de maior escala que estão sendo analisados e tem um retorno estimado em US$ 300 milhões, em valor presente líquido.
“A aprovação deste projeto pelo Conselho demonstra a confiança da Braskem no potencial de criação de valor do projeto e o cuidado da Administração com a disciplina financeira, investindo seletivamente em projetos de alto retorno”, diz Bernardo Gradin, presidente da Braskem.
O pioneirismo da Braskem no desenvolvimento de plásticos verdes é resultado de muitos investimentos em inovação e tecnologia. Com mais de 200 registros de patentes depositadas, sendo quatro em polímeros verdes, a empresa coloca à disposição de seus clientes uma equipe de mais de 170 especialistas e R$ 330 milhões em ativos dedicados à pesquisa e desenvolvimento.