Outro fim de ano com greve nas escolas

O CPERS/Sindicato divulgou nota na última sexta-feira informando a decisão de seu Conselho Geral de “construção da greve pela implementação do piso salarial”.
A decisão final será tomada em 18 de novembro, em assembleia geral no Gigantinho, em Porto Alegre. Se a decisão do encontro for de acordo com que a propõe a cúpula, vai ter greve na rede estadual de ensino no fim de ano, outra vez.
Nota:
O Conselho Geral do CPERS/Sindicato aprovou, em reunião realizada na manhã desta sexta-feira (14), na sede do sindicato, em Porto Alegre, a construção da greve pela implementação do piso salarial.
A decisão final sobre a greve será tomada em assembleia geral marcada para o dia 18 de novembro, no Gigantinho, na capital gaúcha. A greve será construída em cada escola, com o reforço da caravana do Movimento na Luta pela Educação Pública. A caravana já passou pelas regiões de Erechim, Passo Fundo, Uruguaiana, Alegrete, Pelotas, Rio Grande, Santana do Livramento, Bagé, Três Passos, Palmeira das Missões e Carazinho. Na próxima semana, estará em São Luiz Gonzaga (dia 18), São Borja (dia 19) e Santa Maria (dia 20). No dia 27 de outubro, pela manhã, a categoria realizará um ato público em frente à Secretaria de Estado da Educação. No mesmo dia, à tarde, a categoria se soma aos demais trabalhadores na 16ª edição da Marcha dos Sem.
O CPERS também participará da Marcha Nacional “Dez mil pelos 10% do PIB para a educação”, organizada pela CNTE. Está manifestação será realizada no dia 26 de outubro, em Brasília, e do “Plebiscito Nacional dos 10% do PIB para a Educação Pública Já”, que se estenderá do dia 6 de novembro até o final do mesmo mês.

Com o fim da greve, Correios devem levar 10 dias para normalizar atendimento

Com a determinação do Tribunal Superior do Trabalho (TST) os trabalhadores dos Correios voltaram ao trabalho nesta quinta-feira. Os ministros autorizaram a empresa a descontar no salário dos grevistas o equivalente a sete dias de greve e os demais 21 dias de paralisação devem ser compensados com trabalho extra nos fins de semana.
Já a entrega de correspondências e encomendas deve ser normalizada em um prazo entre sete e dez dias. De acordo com o vice-presidente Jurídico dos Correios, Jeferson Carús Guedes, a empresa vai organizar escalas de trabalho ao longo das próximas semanas para colocar as entregas em dia.
Os Correios estimam que cerca de 185 milhões de correspondências e encomendas deixaram de ser entregues desde o início da greve.
O TST ainda aprovou o pagamento de um aumento real de R$ 80 a partir de 1º de outubro e reajuste linear do salário e dos benefícios de 6,87% retroativo a 1º de agosto. Segundo o representante da empresa, o pagamento dos benefícios vai resultar em um impacto de cerca de R$ 850 milhões nas contas da empresa.
O presidente do TST, ministro João Oreste Delazen, lembrou que a jurisprudência do tribunal determina sistematicamente o desconto dos dias de greve, mas esse foi um caso pontual porque houve a concordância da empresa na compensação com trabalho extra de parte dos dias parados. O ministro voltou a criticar a postura dos sindicatos, que, segundo ele, demonstrou uma politização do movimento grevista e um descompasso entre a cúpula e as bases das entidades sindicais. “Há um conflito evidente que demonstra a fraqueza, a fragilidade da organização sindical brasileira, que precisa ser passada a limpo com urgência”.

Correios entram em greve

Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) entraram hoje (14) em greve por tempo indeterminado. A categoria reivindica aumento salarial de R$ 400, reajuste do vale-refeição e do vale-alimentação, piso salarial de R$ 1.635 e reposição da inflação de 7,16%.
Segundo o representante do comando de greve e de negociações da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), José Gonçalves de Almeida, a empresa apresentou uma proposta segunda-feira (12) à noite, mas não teve sucesso. “Foi oferecido reajuste salarial de 6,87%, abono de R$ 800 e R$ 25 de vale-alimentação, que seriam pagos somente em janeiro. A categoria, porém, rejeitou, dando início à greve”, disse Almeida.
Em nota, a ECT informou que está trabalhando para normalizar a situação o mais rápido possível, por meio de uma série de medidas que garantam o atendimento à população.
No Rio Grande do Sul, de acordo com o secretário-geral do Sindicato, Vicente Guindani, a categoria quer a reposição da inflação, de 7,16%, e mais 24% de reajuste, referente a perdas anteriores. Com a confirmação da greve, Guindani pede apoio e compreensão da população para os prejuízos que a falta dos serviços deve causar.
Ainda na noite desta terça, os trabalhadores montarão um piquete em frente ao Centro de Distribuição dos Correios na Avenida Sertório. “Pedimos a compreensão de todos, mas as manifestações são necessárias. A população tem que apoiar as reivindicações dos funcionários dos Correios”, destacou Guindani.
Contas a pagar
Os consumidores devem ficar atentos, pois, as contas de consumo podem chegar atrasadas.
Segundo o Procon, todas as empresas que enviam cobranças por meio de correspondência postal são obrigadas a oferecer outra forma de pagamento que seja viável ao consumidor (internet, fax, sede da empresa, depósito bancário entre outras) e ainda divulgar amplamente as alternativas disponíveis.
A fundação recomenda aos consumidores que sabem a data de vencimento de suas contas a entrarem em contato com a empresa, para solicitarem outra opção para efetuar o pagamento, antes do vencimento, a fim de evitar a cobrança de eventuais encargos e cancelamentos.

Bancários em greve por aumento de 11%

Os bancários gaúchos, dentro do movimento nacional da categoria, aprovaram em assembleia realizada na noite de ontem, greve por tempo indeterminado a partir desta quarta. O movimento dos empregados do Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banrisul e bancos privados foi deflagrado por unanimidade, após rejeição do Comando Nacional ao índice de 4,29% apresentado pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos).
Os bancários que compareceram à assembleia atenderam à indicação de paralisação do Comando Nacional. A categoria também exige a retomada das negociações com a Fenaban e uma proposta que dialogue com as suas reivindicações.
‘A grande presença de bancários na assembleia mostra a força e o desejo de arrancar uma proposta que atenda à categoria.
Também é uma resposta à postura arrogante e intransigente da Fenaban, que trouxe à mesa um índice impraticável para os lucros dos bancos em 2010. Não é possível que o setor mais rentável da economia brasileira venha apenas com um percentual para repor a inflação’, avaliou o presidente do SindBancários, Juberlei Baes Bacelo, ao final da assembleia.

Professores da Ulbra mantêm greve e pedem intervenção do Ministério Público

Uma semana depois de terem entrado em greve, os professores da Ulbra decidiram não só continuar com a paralisação como formalizar junto ao Ministério Público Federal um pedido de intervenção na universidade. Um documento exigindo a regularização dos salários e a remoção da atual reitoria foi entregue hoje ao MEC e aos deputados da Comissão de Educação da Assembléia Legislativa.
“Chegamos a um limite. A dívida da Ulbra somente com a União é de R$ 2,3 bilhões em cerca de 40 ações de execução que tramitam na Justiça Federal de Canoas”, afirmou o diretor do Sinpro/RS, Marcos Fuhr. Ele lembrou que os atrasos salariais começaram ainda em março de 2008. “A folha de pagamento da instituição nos seis estados onde está instalada é de R$ 24 milhões e a arrecadação atinge R$ 60 milhões mensais provenientes dos pagamentos de um universo de 150 mil alunos, incluindo o ensino à distância”, destacou.
Quinta-feira os professores voltam a se reunir em assembléia. A saída do reitor da Ulbra, Ruben Eugen Becker, é apontada como única forma de contornar a crise. A deposição de Becker é apoiada pelos funcionários administrativos, também em greve há uma semana, pelos trabalhadores da área da saúde e pelos alunos da universidade.
Uma audiência pública conjunta das comissões de Educação e de Saúde e Meio Ambiente deverá ser agendada para o dia 5 de maio, conforme proposta do deputado Alberto Oliveira (PMDB).

Trabalhadores da Ulbra entram em greve

Os funcionários administrativos da Ulbra decretaram greve geral. Dezenas de pessoas estão em frente à reitoria e prometem paralisar todos os serviços da universidade. A decisão foi tomada hoje após assembléia convocada pelo SAAESL, o Sindicato dos Auxiliares em Administração Escolar de São Leopoldo e Região.
Sexta-feira a Ulbra deveria ter pagado o salário de março. A paralisação é resultado do atraso, somado ao não-pagamento do 13º de 2008, das férias e do mês de janeiro. Essa é a primeira greve dos trabalhadores da área desde que a crise na Universidade começou.

Petroleiros dizem que refinarias e plataformas estão paradas

Petroleiros em greve paralisam refinarias e plataformas
Movimento se estende por prédios administrativos
Com uma pauta de reivindicações baseada na manutenção e ampliação de direitos e na garantia dos postos de trabalho, petroleiros de todo o país entraram em greve nessa segunda, 23 de março. Refinarias, plataformas e áreas de produção estão paralisadas.
Motivos para entrar em greve não faltam. Embora o lucro da empresa tenha aumentado, a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), direito assegurado para os trabalhadores, foi reduzida, percentualmente, em relação ao ano passado. Já o repasse aos acionistas aumentou. A Petrobras também está se negando a repassar a PLR para várias unidades, como para os trabalhadores da Refap – Refinaria Alberto Pasqualini, em Canoas, no Rio Grande do Sul, além da TBG e Petroquisa. A base do Sindipetro-RJ reivindica que a PLR seja paga igualmente, para todos os petroleiros.
A pauta inclui, também, a retomada do pagamento de horas extras nos feriados para os que trabalham em turnos, hora-extra curso, ‘periculosidade pra valer’, extensão da licença-maternidade de seis meses a todas as trabalhadoras, pagamento do dia de desembarque, aposentadoria especial, melhores condições de saúde e segurança no trabalho, dentre outras.
A manutenção dos postos de trabalho afeta, diretamente, os terceirizados. A pretexto da crise, muitos trabalhadores já estão sendo dispensados. A greve está sendo convocada pelas duas federações: a FNP, que reúne o Sindipetro-RJ, Sindipetro Litoral Paulista, Sindipetro AL/SE, Sindipetro PA/AM/MA/AP, Sindipetro/RS e Sindipetro/São José dos Campos (Refinaria do Vale do Paraíba); e a FUP, que representa outros 11 sindicatos.
Os petroleiros se recusam a aceitar redução de direitos e dos postos de trabalho. Os trabalhadores não pretendem pagar a conta de uma crise produzida pelo capital. No Sindipetro-RJ, os contatos para maiores informações podem ser feitos com os coordenadores Emanuel Cancella (99516616), Eduardo Henrique (97002543) e Roberto Ribeiro (96030601). O telefone do sindicato é (21) 3852-0148.
Fonte: Agência Petroleira de Notícias, com informações da FUP, Sindipetros Litoral Paulista, SE-AL, São José dos Campos, PA-AM-MA-AP e Rio Grande do Sul.
Quadro nacional da greve dos petroleiros
A cada hora a greve dos trabalhadores do Sistema Petrobrás ganha mais força. A cada nova assembléia e troca de turno, novas adesões. Acompanhe abaixo o quadro nacional de mobilização:
Litoral Paulista
Os trabalhadores cortaram a rendição às 15h30 de domingo (22) com 100% de adesão. A greve segue firme durante o fim da noite de ontem, dia 22, quando o último turno da Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), das 23 horas, aderiu ao movimento integralmente. Em São Sebastião, a greve também começou com corte à zero de segunda (23), no Terminal Almirante Barroso (TEBAR) com a adesão de 100% do turno da zero hora.
Terminais de Alemôa e Pilões tiveram corte de rendição à zero hora de hoje (23). A paralisação se completa na manhã dessa segunda. Na RPBC, 120 trabalhadores permanecem no local de trabalho, desde às 7 horas de ontem. E foi com esse grupo que a empresa tentou implementar a tática traiçoeira do plano de contingência. Observando o golpe, o Sindipetro-LP impediu a rendição, às 15 horas, e inaugurou a greve unificada no país.
A gerência da Petrobrás está segurando o turno que entrou às 7:00h da manhã de domingo (120 trabalhadores) até agora. O sindicato busca alternativas judiciais para liberação desses trabalhadores. Com 120 petroleiros a unidade opera normalmente.
A greve no Litoral Paulista pode ser acompanhada pelo blog opetroleiro.wordpress.com
Pará
O Administrativo do Compartilhado entrou em greve, mas como a ampla maioria dos trabalhadores é terceirizada (que não aderiu) fica difícil precisar o grau de adesão à paralisação.
A Transpetro Belém aderiu à greve nacional.
Amazonas
O Administrativo do Amazonas paralisou massivamente, quase 100%.
O campo de produção terrestre de Urucu está com 60% de adesão à greve. A expectativa do diretor de comunicação do Sindipetro PA-AM-MA-AP, Gilmar do Carmo, é de paralisação total.
Reman – corte na rendição do turno às 23h de domingo (22). Adesão total dos trabalhadores.
Terminal de Solimões – trabalhadores grevistas assumiram o controle da produção.
Maranhão
A Transpetro São Luis fez uma paralização pela manhã dessa segunda e, à tarde, realiza assembléia para debater a entrada em greve.
Ceará
LUBNOR – corte de rendição às 23h de domingo (22).
Fazenda Belém cortou rendição à zero hora desta segunda (23).
Biodiesel – Quixadá cortou a rendição às 6h de hoje (23).
Plataforma corta rendição amanhã, terça-feira.
Rio Grande do Norte
Plataformas – trabalhadores controlam 70% da produção.
Campos terrestres – trabalhadores aderiram à greve, estão realizando concentrações com participação dos trabalhadores terceirizados.
Pólo de Guamaré- os trabalhadores controlam a produção em todas as unidades de processamento de gás e óleo. Apenas uma UPGN está em atividade, com carga mínima.
Pernambuco
Suape – 100% paralisado, com trabalhadores próprios e terceirizados na greve, desde à zero hora de hoje (23/03). O bombeio de GLP está sob controle dos trabalhadores.
Paratibe – boa adesão à greve. Gasoduto está operando com 30% do efetivo mínimo.
Sergipe
SEDE/Rua Acre: a greve começou às 7h de hoje. 60% dos trabalhadores aderiram ao movimento.
FAFEN: a paralisação contou a participação de 100% dos trabalhadores de turno, 90% do administrativo. Os trabalhadores terceirizados também pararam.
Carmópolis: 70% do efetivo pararam suas atividades aderindo à greve.
TECARMO/Atalaia: 100% do turno e 40% do administrativo aderiram à greve. Os terceirizados paralisaram suas ações também.
Aracaju – ainda haverá assembléia.
Alagoas
Pilar: 60% do efetivo aderiram à greve.
Furado: 40% do efetivo aderiram à greve.
Bahia
Refinaria Landulpho Alves (Rlam) – trabalhadores cortaram o turno às 15h30 de domingo (22). Os petroleiros anteciparam a greve devido ao fato da Petrobrás ter ingressado na refinaria uma equipe de gerentes e supervisores. Adesão à greve dos trabalhadores do administrativo e terceirizados.
Fábrica de Fertilizantes (Fafen) – cortou a rendição à zero hora de hoje (23). Três campos pararam a produção, nos municípios de Entre Rios e Esplanada. São os campos de Jandaia, Sertres e Rou. Jandaia é o maior campo de produção do estado.
Campos de produção – os trabalhadores também estão participando da greve.
Terminal Madre de Deus – cortou a rendição às 15h30 de domingo (22).
Minas Gerais
Regap – trabalhadores cortaram a rendição do turno às 23h30 de domingo (22).
Espírito Santo
PPR-1 e P-34 – trabalhadores assumiram a produção e entregaram as plataformas paradas para as equipes de contingência da Petrobrás, que estão tentando retomar a produção de gás na PPR-1 e de petróleo na P-34, , primeira plataforma da empresa a extrair o óleo da camada de pré-sal.
Linhares e São Mateus – corte de rendição previsto para terça (24).
Nas plataformas do Espírito Santo, a Petrobrás bloqueou a comunicação dos trabalhadores, cortando telefones e o acesso à internet.
Duque de Caxias
Reduc – corte de rendição à zero hora. 400 trabalhadores se mobilizaram na frente da refinaria. A greve está crescendo na unidade.
Norte Fluminense
Bacia de Campos – equipes de contingência assumiram o controle das plataformas. Petroleiros estão desembarcando.
Terminal de Cabiúnas – trabalhadores assumiram a sala de controle do terminal à meia-noite de domingo (22) para segunda (23) e estabeleceram uma política de corte de produção controlada.
A gerência da Petrobrás vem cerceando a comunicação dos embarcados com familiares e o restante do movimento grevista.
Rio de Janeiro
Os petroleiros da base do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) também estão mobilizados nesta segunda, realizando concentrações e panfletagens na frente das unidades da Petrobrás. No estratégico Terminal da Baía de Guanabara (TABG), por onde passa grande parte do gás brasileiro, os trabalhadores aderiram à greve com boa participação. Não houve corte de rendição, mas a direção do sindicato está discutindo com os trabalhadores a importância de cortarem a rendição nos turnos. No Cenpes (o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Melo, maior centro de pesquisa do setor petrolífero da América Latina, localizado na Ilha do Fundão), os trabalhadores promoveram um atraso-paralisação de duas horas pela manhã. No Edita, Edise, Transpetro e outras unidades o sindicato também está construindo a mobilização apostando no crescimento do movimento nacional.
Unificado de São Paulo
Recap – corte de rendição às 23h de domingo (22).
Replan – corte de rendição a qualquer momento.
Terminais de São Caetano, Guarararema e Guarulhos – corte de rendição às 23h de domingo (22). Em Guarulhos, os trabalhadores assumiram a sala de controle hoje pela manhã (23). Terminal de Barueri – corte de rendição às 7h de hoje (23) Edisp – cerca de 25% dos trabalhadores aderiram à greve.
Paraná e Santa Catarina
Repar – corte de rendição à zero hora de hoje (23).
Six – corte de rendição à zero hora de hoje (23).
Terminais – corte de rendição à zero hora de hoje (23).
Rio Grande do Sul
Refap – corte de rendição às 8h da manhã desta segunda-feira (23), com mais de 200 trabalhadores participando da assembléia. O objetivo é a partir de agora avançar na mobilização dos terminais de Canoas, Tamandaí e Rio Grande.

Servidores penitenciários encerram greve

Cleber Dioni
Um dia após terem recebido a confirmação pelo governo do Estado de que o projeto com as reivindicações da categoria será enviado à Assembléia Legislativa até o dia 30 de novembro, cerca de 400 servidores penitenciários gaúchos ocuparam novamente o Plenarinho da Assembléia Legislativa, ontem à tarde, para decidir em assembléia geral encerrar a greve, uma das mais longas da história da categoria, que completou 35 dias na sexta-feira.
Eles voltam ao trabalho hoje, possibilitando mais de 400 policiais militares, que ocupavam 18 penitenciárias, a retornarem ao patrulhamento das ruas. Com o fim da paralização, as 91 penitenciárias retornam a sua normalidade com a realização das audiências e transferências de presos, visita de advogados, psicólogos, assistentes sociais, aulas, cultos religiosos, entre outras atividades.
Um documento foi entregue na quinta-feira pelo chefe da Casa Civil, José Alberto Wenzel, às lideranças sindicais contendo o projeto para a regulamentação do plano de carreira, incluindo a aposentadoria especial. A categoria já marcou para o dia 1° de dezembro uma assembléia geral para avaliar as conquistas.
A carta de intenções do Executivo estadual foi lida aos presentes antes da votação. A Susepe se compromete a adquirir pistolas até o final do ano, aumentar a cota das horas extras, corrigir o valor das diárias em 10%, nomear 260 agentes, sendo 194 ainda este ano, reajustar os vales refeições, acabar com a dupla jornada de trabalho e confeccionar carteiras funcionais. Também vai analisar o processo de promoções, o reajuste salarial com o mesmo índice dos subsídios da magistratura, o porte de arma aos servidores ativos e inativos e a utilização de 30% da verba do Fundo Penitenciário no Reaparelhamento da Susepe.
O vice-presidente da Associação dos Agentes, Monitores e Auxiliares dos Serviços Penitenciários do RS (Amapergs-Sindicato), Flávio Berneira, disse que a categoria vai acompanhar diariamente a evolução do projeto do governo. “Nosso cotidiano é de permanente guerra, então continuaremos mobilizados e atentos para que o projeto do governo não venha para a Assembléia alterado”, disse Berneira, alertando que caso isso ocorra, “o pacto firmado com o governo estará rompido”. Um dos presentes alertou para a necessidade de que o projeto seja protocolado no Parlamento em regime de urgência a fim de que seja votado ainda este ano.
A governadora Yeda Crusius comemorou o fim da greve. “O acordo é fruto do diálogo permanente entre governo e servidores e da necessidade de compreensão e sensibilidade da categoria para o esforço do governo na solução das reivindicações”.

Agentes penitenciários mantêm greve

Cleber Dioni
Os servidores penitenciários gaúchos decidiram durante assembléia geral da categoria ontem no Parlamento gaúcho manter a greve, que já dura um mês.
O diretor-executivo da Associação dos Agentes, Monitores e Auxiliares dos Serviços Penitenciários do RS (Amapergs-Sindicato), Alexandre Bobadra, disse que a decisão se deveu ao recuo do Governo em atender às reivindicações acertadas em reunião na quinta-feira (07), entre elas, a criação de um plano especial de aposentadoria.
No decorrer da assembléia, quando os líderes sindicais apresentavam aos cerca de 200 servidores o pacote com propostas do governo, um representante da Casa Civil convidou a diretoria do sindicato para uma reunião de emergência com o secretário de Segurança, Edson Goularte, e o chefe da Casa Civil, José Alberto Wenzel. A assembléia foi interrompida no meio da tarde para uma nova rodada de negociações. Só foi retomada por volta das seis da tarde, quando os agentes votaram pela permanência da greve.
Na quinta-feira, durante a quarta reunião com representantes dos agentes, o secretário Goularte entregou um ofício assinado pelo chefe da Casa Civil, contendo um pacote de medidas que atenderiam em parte as reivindicações da categoria, e se comprometia a agilizar a apresentação do projeto à Assembléia Legislativa, até final de novembro.
A carta de intenção do Executivo estadual incluía o estabelecimento do teto salarial, a implantação dos subsídios para as carreiras, a reorganização da carreira e a aposentadoria dos agentes penitenciários. Na pauta dos servidores, estão 14 reivindicações, como correção do valor das diárias, horas extras e vale refeição, cumprimento da carga horária e folgas, extensão da Lei “Brito” aos monitores penitenciários, insalubridade e porte de arma aos servidores ativos e inativos.

Continua greve dos agentes penitenciários

No mesmo dia em que os deputados gaúchos aprovaram por 35 votos a 2 um reajuste de 143% no salário da governadora, passando de R$ 7,1 mil para R$ 17.347,14, e os salários do vice-governador e dos secretários de Estado, de R$ 6 mil para R$ 11.564,76, o secretário da Segurança do Estado, Edson Goularte, mostrou disposição ontem em pôr fim à greve dos agentes e demais servidores penitenciários gaúchos, que já dura 26 dias. Até o final da tarde, havia realizado três longas reuniões, mas o esforço do general de Exército não conseguiu produzir resultados concretos. A greve continua com a previsão de nova rodada de negociações hoje.
A primeira reunião do secretário ocorreu ainda pela manhã, quando os servidores voltaram a apresentar uma pauta com 14 reivindicações. Eles querem que o governo encaminhe à Assembléia Legislativa um projeto de Lei que contemple melhorias nas condições de trabalho.
Entre a pausa para o almoço e o recomeço da reunião, o vice-presidente da Associação dos Agentes, Monitores e Auxiliares dos Serviços Penitenciários do RS (Amapergs-Sindicato), Flávio Berneira, se mostrava confiante numa solução para o fim da greve. “Se vier uma proposta efetiva, vamos realizar uma assembléia geral amanhã (hoje) para decidir”, disse.
Por volta das duas da tarde, Goularte reuniu novamente os trabalhadores da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e pediu um intervalo de algumas horas para conversar com técnicos fazendários e com o chefe da Casa Civil, José Alberto Wenzel. Mais duas horas e meia de reunião e chega o comunicado aos agentes de que não poderia apresentar nenhuma proposta naquele momento. À imprensa, ele economizou nas palavras: “Nos detemos basicamente na análise sobre o plano de carreira e posso dizer que as negociações avançaram para a concreta regularização dessa atividade.”
Berneira, da Amapergs, não mudou o tom: “O ambiente de negociação é muito bom, e vamos aguardar uma solução”, disse. Sobre o detalhamento das propostas da categoria, também ele não quis tecer nenhum comentário: “Qualquer palavra mal colocada agora pode estragar o ambiente, que está apropriado para a discussão”, completou. Segundo ele, a assembléia geral da categoria deve ocorrer somente amanhã.
Apesar da falta de acordo, os servidores garantiram que irão manter no trabalho 30% dos três mil funcionários, o que ameniza um pouco o impacto da greve e traz certa tranquilidade ao governo em relação a motins e rebeliões nos presídios, principalmente nos dias de visita de familiares, como hoje.
A pauta de reivindicações envolve aposentadoria especial, aumento do efetivo de servidores, correção do valor das diárias, horas extras e vale refeição, cumprimento da carga horária e folgas, extensão da Lei “Brito” aos monitores penitenciários, insalubridade, plano de carreira, porte de arma aos servidores ativos e inativos, reajuste salarial com o mesmo índice dos subsídios da magistratura, utilização de 30% da verba do Fundo Penitenciário no Reaparelhamento da Susepe e na qualificação dos servidores penitenciários garantindo amplo acesso aos cursos.
A categoria paralisou audiências e transferências de presos, visita de advogados, psicólogos, assistentes sociais, aulas, cultos religiosos, entre outras atividades. Para substituí-los na segurança, mais de 400 policiais militares deixaram de patrulhar as ruas para atuar nas penitenciárias.