Fotógrafo gaúcho lança livro e exposição sobre ilhas do Guaíba

O jornalista e fotógrafo gaúcho Cristiano Sant’Anna lança seu livro Arquipélago, na próxima quarta-feira, 17, às 19h, no Centro Cultural CEEE Erico Verissimo, no Centro Histórico de Porto Alegre. O evento também marca a abertura da exposição, que apresenta 60 imagens em preto e branco sobre as comunidades de pesca localizadas no conjunto de 16 ilhas formado pelo Delta do Rio Jacuí.
Em janeiro de 2013, Sant’Anna começou uma pesquisa fotográfica no bairro de Porto Alegre denominado Arquipélago. Ao longo de 18 meses, o fotógrafo conviveu com moradores e conheceu seus hábitos, rotinas e a maneira como se relacionam com o rio e a natureza. O resultado desse trabalho é um fotolivro e uma exposição que retratam a economia, a cultura e as relações sociais daquela comunidade.
Com uma narrativa fotográfica contínua, sem pausas ou marcações de capítulos, o fotógrafo se utiliza de diversas histórias para compor o cenário cotidiano e a dinâmica de relações nessa comunidade que vive da pesca: “A geografia entrecortada desses canais define a cultura e a relação do homem com o meio. O livro e a exposição são um conjunto de contos sobre os pescadores, os cavaleiros, as enchentes sazonais, a relação entre pais e filhos. São uma parte da história desse povo que vive de frente pro rio”, explica.
Financiado pelo FUMPROARTE/Prefeitura Municipal de Porto Alegre, o projeto Arquipélago conta com o apoio cultural da Pubblicato Editora e da Ideativa Cultural. A exposição é uma correalização entre a Chourisso Editorial e o Centro Cultural CEEE Erico Verissimo/CEEE/Governo do Estado do Rio Grande do Sul.
No dia do lançamento, o livro (tamanho 42 x 27 cm, 88 páginas) estará à venda por um preço promocional de R$ 60,00. A exposição fica em cartaz até o dia 18 de outubro.

Pescadores do Arquipelago
Pescadores do Arquipelago

Sobre O autor
Jornalista e repórter fotográfico há 18 anos, Cristiano Sant’Anna trabalhou para jornais do sul do Brasil como Zero Hora e Correio do Povo, em Porto Alegre. Entre seus projetos autorais destacam-se a exposição fotográfica Duas Margens (2009), sobre a frontalidade entre Buenos Aires e Colônia do Sacramento, e a cobertura do Fórum Social Mundial em Belém do Pará.
Em 2011 e 2012 foi selecionado para apresentar seu trabalho no NanoFotoFest, de Buenos Aires. Atualmente desenvolve  Campos de Cima, um projeto de documentação do espaço geográfico dos campos de altitude e canions do sul do Brasil, e Quase Paisagem – Taim, financiado pelo FAC/RS, desdobramento deQuase Paisagem/Micro Paisagem, apresentado em 2013, na Usina do Gasômetro.
Sobre o CCCEV
Localizado no Centro Histórico de Porto Alegre, a poucos metros da Praça da Alfândega, o Centro Cultural CEEE Erico Verissimo (CCCEV) se constitui em um equipamento a serviço das diversas expressões da arte.
Abriga-se no “Edifício Força e Luz”, prédio com arquitetura de inspiração francesa, erguido entre 1926 e 1928 pelo arquiteto Adolfo Stern. O edifício foi tombado em 1994, transformando-se no Centro Cultural CEEE Erico Verissimo em 2002.
De lá para cá, a casa acolhe milhares de visitantes em atividades que englobam diferentes manifestações artísticas e formativas, cumprindo ininterrupta agenda de iniciativa própria.
Sua vocação de origem ainda hoje se revela no 2º andar, que abriga o Museu da Eletricidade do Rio Grande do Sul (MERS). Em seu acervo estão valiosos objetos reunidos por todo Estado em uma exposição interativa ao dispor dos visitantes.
Agora, o projeto original do CCCEV ganha formas definitivas a partir da criação do Memorial Erico Verissimo, que passa a dar visibilidade e acesso a um acervo que revela vida e obra do escritor que deixou as mais profundas marcas na Literatura Brasileira.

Celulose Riograndense concretiza projeto antigo

Hoje, foi lançada a pedra fundamental da obra para expansão da fábrica da fábrica de Guaíba da Celulose Riograndense, do grupo chileno CMPC.
Quando estiver pronta, em 2015, vai quadruplicar a capacidade de produção, chegando a 1,8 milhão de toneladas anuais de celulose, sendo 1,5 milhão para exportação. É o maior investimento privado em andamento no Estado, da ordem de R$ 5 bilhões.
É notícia nova dentro de um processo que já se estende por quase uma década.
Era 2004 quando começaram a ser anunciados novos projetos de fábricas de celulose com investimentos bilionários no Rio Grande do Sul. No ano anterior, o país abrira um “programa de investimentos” com dinheiro do BNDES (juro baixo, prazo longo) para financiar projetos de celulose e papel.
Três gigantes do setor planejaram investimentos no Estado: Stora Enso, Votorantim e Aracruz. Começaram os plantios de eucalipto sem as licenças ambientais e chegaram a ser vistos como a salvação econômica da metade sul do Estado, estagnada.
Com as dificuldades que encontraram, acabaram desistindo. A crise financeira de 2011 foi a pá de cal nos projetos de então. A Votorantim voltou-se para a mineração e a Stora Enso concentrou os negócios da região no Uruguai.
O grupo chileno CMPC comprou a fábrica de Guaíba, que fora da Aracruz, e tratou de trabalhar com calma. Primeiro dedicou-se a conhecer a cultura local, esperou as licenças, calculou e recalculou prazos e valores.
Começou melhorando a infra-estrutura dos acessos à fábrica. Mês passado, finalmente abriu um centro de capacitação de pessoal. Agora, sim, começou a expansão da fábrica e nova movimentação em Guaíba.

Mais investimentos para melhorar água consumida em Porto Alegre

É preciso investir de forma permanente em novas tecnologias para melhorar a qualidade da água consumida em Porto Alegre que, de maneira geral, é boa. Essa foi a ideia central apresentada hoje pela manhã na Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam), da Câmara Municipal, por especialistas da Universidade e de órgãos municipais e estaduais.
O público reduzido presente à reunião proposta pelo vereador Thiago Duarte (PDT), contrastou com a importante contribuição do professor Antônio Benetti, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS, que falou sobre os perigos dos poluentes e os principais desafios para manter uma boa qualidade da água.
Segundo ele, o controle da transmissão de doenças por microrganismos patogênicos continua sendo o objetivo principal do tratamento da água. “Deve-se ter atenção especial com as cianobactérias, um conjunto de microrganismos que produzem toxinas e causam gosto e odor e são difíceis de controlar”, ensina Benetti. Ele adverte que, por ser um manancial desprotegido, o Guaíba enfrentará por um bom tempo esse que é um dos principais problemas do lago que abastece a capital.
Benetti lembrou dos episódios ocorridos em 2005 e 2006, que deixaram a água com a cor verde. “São organismos que provocam fotossíntese, mesmo não sendo algas nem plânctons, por exemplo.” De acordo com o professor, alguns desses compostos, alteram a atividade endócrina em peixes e suas funções sexuais. “São chamados perturbadores endócrinos como surfactantes. São analgésicos e hormônios sexuais, que acabam chegando aos mananciais”, exemplificou.
Outro contaminante altamente cancerígeno é o arsênico, segundo o especialista do IPH da UFRGS. Está presente nos poços artesianos e em resíduos de fertilizantes e na decomposição dos excrementos de animais criados em confinamento, como porcos, bovinos, ovinos e eqüinos. Esses materiais mais cedo ou mais tarde atingem mananciais e bacias hidrográficas. Ainda não foi detectado no Rio Grande do Sul.  
O professor Benetti ainda criticou o alto consumo de água engarrafada no Brasil, que ocupa hoje a quarta posição entre os maiores consumidores. De 1997 a 2009, o país passou de 3,9 bilhões para 16,1 bilhões de litros consumidos, representando um crescimento de 310%. “É preciso mostrar que um terço da garrafinha de água é petróleo, a energia que se utilizou para produzi-la. O custo energético para se produzir um litro de água engarrafada é mil vezes maior que o custo empregado no tratamento da água da torneira”, explica.
Tecnologias avançadas
A diretora substituta da Divisão de Tratamento do DMAE, Sissi Maria Cabral, detalhou o trabalho desenvolvido pelo órgão municipal com a água proveniente do lago Guaíba. Munida de fotos em que mostram instalações e equipamentos antes e depois dos investimentos feitos, Sissi ressaltou que um dos motivos para a melhora da água em Porto Alegre foi a substituição de equipamentos e produtos químicos antigos por sistemas de última geração, permitindo eliminar e tratar preventivamente as infestações por mexilhão dourado nas tubulações, que estavam entupidas pela presença do parasita.
Também participaram da reunião o vice-prersidente do Comitê da Bacia do Gravataí, Maurício Colombo, que falou sobre planos e diagnósticos para o Gravataí, que é um dos 25 comitês da Bacia Hidrográfica do Guaíba, o vereador Carlos Todeschini, ex-diretor geral do DMAE, e representantes da Secretaria Estadual da Saúde, dos órgãos da Vigilância Sanitária do município e do estado, SMAM, SMIC e SMOV.

Vereadores discutem transporte de passageiros no Guaíba

Vereadores da Capital querem ampliar o debate sobre o transporte de passageiros no lago Guaíba. Em reunião ontem no Legislativo com o diretor da EPTC, Carlos Alexandre Ávila, e com o superintendente de Portos e Hidrovias do Estado. Vanderlan Vasconselos, ficou definido que a Câmara irá elaborar um plano a fim de implantar o sistema hidroviário na Grande Porto Alegre. A proposta será encaminhada à Prefeitura e ao governo do Estado.
O presidente da Cuthab, vereador Pedro Ruas (PSOL), lembrou que em 1989 ele foi autor da lei nº 6384, promulgada pelo então prefeito Olívio Dutra, que tinha como objetivo implantar o transporte hidroviário coletivo de passageiros no Guaíba. Segundo Ruas, na época a grande briga foi com a Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) que detinha o poder das concessões. Conforme Ruas, o transporte hidroviário não substitui o transporte convencional, porém as vantagens são a manutenção mais barata da embarcação, sendo que a estrutura hidroviária não precisa de reparos diários.
Carlos Alexandre Ávila, diretor da EPTC, afirmou que já na primeira viagem experimental de catamarã, solicitou ao prefeito a formação de uma comissão de trabalho para o detalhamento dos temas que envolvem todo o processo de implantação do transporte hidroviário no Guaíba. Este processo, segundo Ávila, envolve mudanças de modal, alternativas de atracadouros e qual a distância a ser percorrida. Para ele é preciso adequar a lei para este novo transporte.
O diretor de Transportes da Metroplan, Marcus Damini, informou que já estão ocorrendo reuniões com a EPTC, visando a implantação do transporte hidroviário o que depende de verbas para os trabalhos de dragagem do Guaíba, cálculos do calado necessário para a navegação, entre outros.
Para Vanderlan Vasconselos, superintendente de Portos e Hidrovias do Estado, é preciso buscar alternativas para a implantação do transporte hidroviário na Capital. Ele prometeu retornar ao Legislativo na próxima reunião sobre o tema para apresentar um vídeo com todo o mapa hidroviário do Estado. 
“Precisamos ter conhecimento do rio, se está em condições de navegabilidade, um estudo do clima da região, saber qual o material que está depositado no fundo do rio que pode ser cascalho, areia ou terra, a necessidade de radares, GPs, iluminação e a criação de carta náutica. Para tudo isto é preciso previsão orçamentária que não existe. Só com vontade política teremos um transporte hidroviário”, argumentou Vasconselos.

Cientista alerta para níveis da poluição industrial no Guaiba

O professor Rualdo Menegat está fazendo um alerta sobre a poluição das águas do Guaiba, onde a população de Porto Alegre se abastece. Geólogo, mestre em geociências, coordenador do Atlas Ambiental de Porto Alegre, ele diz: “É preciso preciso dar prioridade total à despoluição do Guaiba. A contaminação, principalmente com metais pesados, já atinge níveis comprometedores”.
De acordo com Menegat, o esgoto doméstico é sempre apontado como o vilão da poluição no Guaíba, mas ele não é o mais perigoso. “O esgoto doméstico lançado diretamente no rio é um grave problema, por causa do enorme volume. Mas ele é biológico, ele se degrada. Pior é o industrial, que vai se acumulando em camadas no fundo, onde se depositam substâncias que se acumulam também no organismo causando graves doenças”.
A ênfase dada ao esgoto doméstico, segundo o cientista, encobre o problema mais grave, porque as pessoas ficam com a impressão de que a poluição industrial não é significativa.
“Dessa quase não se fala. No entanto, ela é significativa pela quantidade e mais ainda pelo elevado grau de toxidade dos produtos que ela lança nas águas”.
O alerta do professor Rualdo Menegat está no livro “Manual para saber porque o Guaíba é um Lago”, que ele escreveu com outro pesquisador da UFRGS, Clóvis Carlos Carraro, engenheiro de minas e doutor em geociências. (Editora Arm@zém Digital)
Lago ou Rio?
No lançamento do livro nesta quarta feira, 20, na Associação Riograndense de Imprensa, às 19 horas, haverá um debate com a participação da geóloga Teresinha Guerra, presidente do Comitê de Gerenciamento da Bacia do Guaíba.
Na primeira metade do livro, os dois professores reúnem os argumentos científicos que permitem afirmar que o Guaíba é um lago, e não um rio.
Segundo Menegat, a discussão não é meramente acadêmica ou ociosa. “Esclarecer essa questão é o primeiro passo começar um resgate do Guaíba, a maior riqueza ambiental de Porto Alegre”, diz ele.
A definição é importante até para as medidas de preservação, pois um lago é muito mais vulnerável do que um rio.
Na segunda parte do livro, ele chama a atenção para a importância do Guaiba, como principal fonte de água doce para a população de Porto Alegre, e alerta para o níveis de poluição que atinge o lago.

Aracruz suspende projeto em Guaíba

A Aracruz informou na tarde desta sexta-feira (17), por meio de sua assessoria de imprensa, que o projeto de expansão da sua fábrica em Guaíba está suspenso para “preservar a liquidez da companhia”. A empresa teve prejuízo líquido de R$ 1,642 bilhão no terceiro trimestre deste ano, sendo que, no mesmo período do ano passado, obteve lucro de R$ 260,9 milhões.
Conforme a direção da companhia, existe a necessidade de adequar os estoques de celulose e papel, em decorrência da crise internacional, que prejudicou os resultados financeiros da empresa. A Aracruz ainda anunciou que pode retomar os investimentos em Guaíba assim que a situação do mercado se estabilizar.

Câmara vota projeto Pontal do Estaleiro dia 10

Tramitando em regime de urgência, o polêmico projeto Pontal do Estaleiro, que prevê urbanização de uma parte da orla do Guaíba, será votado pelo plenário da Câmara Municipal de Porto Alegre no próximo dia 10/9.
O projeto prevê a construção de seis edifícios com 13 andares cada um (43 m de altura) no local onde era o extinto Estaleiro Só, também conhecido como Ponta do Melo. No dia 6 de agosto, o projeto foi debatido em audiência pública e desde então há um movimento de moradores contrários à idéia.
O projeto de lei que trata do Pontal do Estaleiro é subscrito por 17 vereadores e propõe a revitalização urbana da orla do Guaíba, em trecho localizado na Unidade de Estruturação Urbana (UEU) 4036.
Conforme o texto, o projeto para o Pontal do Estaleiro é classificado como empreendimento de impacto de segundo nível por sua proposta de valorização dos visuais urbanos e da atração turística pelas atividades previstas.

Nova Aracruz começa a produzir em 2010

Cerca de 500 convidados participaram do início simbólico da construção da nova fábrica da Aracruz em Guaiba, nesta quarta-feira, 27. Houve lançamento da pedra fundamental pela governadora Yeda Crusius e discurso entusiasmado do presidente da Assembléia Legislativa, deputado Alceu Moreira. Ambos afirmaram que o empreendimento “é um marco histórico” para o Rio Grande do Sul.
Houve visita ao canteiro de obras, onde 500 operários já trabalham preparando o terreno 300 metros quadrados para a construção, que começará efetivamente nos próximos dias.
“Aproveito para convidar a todos para a inauguração, em julho ou agosto de 2010”, disse o presidente da Aracruz, Carlos Aguiar. O evento foi encerrado com um almoço, sob tendas no pátio da indústria, ao som de clássicos da bossa nova a cargo do escritor Luiz Fernando Veríssimo e seu conjunto de jazz.
A nova unidade vai ter capacidade para 1 milhão e 300 mil toneladas de celulose por ano, que se somarão a produção atual, de 450 mil toneladas ano. As duas plantas, operando integradas, formarão uma das maiores fábricas de celulose do mundo, com produção de 1 milhão e 850 mil toneladas por ano, quatro vezes a capacidade atual.
Orçado em US$ 2,8 bilhões, o empreendimento mobiliza cifras portentosas: US$ 800 milhões anuais em divisas, US$ 400 milhões em compras de fornecedores locais, US$ 300 milhões em impostos, três mil novos empregos. No pico da obra, em meados de 2009, ela absorverá 7 mil trabalhadores.
Além da fábrica, a empresa vai ampliar a sua base florestal de 160 mil hectares e implantar um sistema de logística para transporte de madeira e celulose que vai reativar a combalida navegação fluvial no Rio Grande do Sul.
A hidrovia do Jacuí será reativada para o transporte da madeira do interior até a fábrica em Guaíba. A celulose sairá pela Lagoa dos Patos para um terminal portuário de exportação que será construído em São José do Norte. Os mercados asiáticos serão o principal destino da celulose produzida em Guaíba.

Agapan comemora 20 anos da subida da Chaminé do Gasômetro no domingo, 17


Domingo, dia 17, a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) comemora os 20 anos da subida e da ocupação do topo da Chaminé da Usina do Gasômetro em Porto Alegre. Na ocasião quatro integrantes da Agapan colocaram uma faixa de 45 metros de cumprimento com os dizeres “Não ao Projeto Praia do Guaíba – AGAPAN”. O objetivo deste gesto foi chamar a atenção da opinião pública para a sessão da Câmara de Vereadores de Porto Alegre que naquela tarde iria votar o Projeto Praia do Guaíba, que visava a privatização da Orla do Guaíba.
No próximo domingo, a comemoração também tem como objetivo chamar a atenção para os riscos de privatização que novamente estão ameaçando o uso público da orla. A partir das 15h, haverá concentração e performance do artista e músico Zé Tambor, o Zé da Terrera. Os quatro heróis de 20 anos atrás, Gert Schinke, Gerson Buss, Sidnei Sommer e Guilherme Dornelles, serão homenageado. A Agapan vai lançar uma Campanha de Assinaturas, em parceria com os Movimentos Porto Alegre Vive, Solidariedade, Viva Gasômetro e Rio Guahyba, pela preservação da orla. O público será convidado a dar um abraço simbólico às margens do Guaíba.
A comemoração segue à noite, às 20h, com veiculação, pela TVCom, do documentário “Tomada da Chaminé”, através do Programa Documento TVCom, produzido e editado por Leonardo Caldas Vargas e apresentado por Simone Lazzari, com reprise à meia-noite. Haverá entrevistas com os jovens (na época) que escalaram a Chaminé, com jornalistas, com fotos e cenas de vídeos da época. “Vamos reconstituir o dia da tomada da chaminé, contando tudo, com o máximo de personagens possíveis”, antecipou o produtor, ao exclamar “vamos abraçar essa. Vai ser muito bacana!”.
Gert Schinke, um dos homenageados, se diz contente com a disposição da TVCom em registrar um dos marcos da história do movimento ecológico, que tem a Agapan como entidade ambiental pioneira no Brasil e na América Latina. “Há vinte anos, os veículos que mais deram cobertura aos fatos foram os da RBS. Foi minha constatação ao reprisar os documentos da época. O documentário que o Leonardo e a Alice (Urbim, editora da TVCom) querem fazer parece um “achado” do Celso (Marques, conselheiro e presidente da Agapan na época) que vem a calhar muito bem na passagem dos 20 anos dessa epopéia”, relembra.
Para a atual presidente da Agapan, Edi Fonseca, “esse documentário será um registro muito importante sobre este episódio, que teve um papel fundamental na manutenção da nossa orla, sem edificações”.
“A orla do Guaíba, este espaço nobre que faz parte da ecologia e da identidade paisagística de Porto Alegre ainda não está com a sua integridade garantida para as futuras gerações”, alerta Celso Marques, ao anunciar que o motivo desta “comemoração” de 20 anos é também chamar a atenção da opinião pública para conjuntos de fatos que evidenciam esta realidade, que são as ocupações que têm ameaçado a conservação da orla como um espaço público, cultura e de lazer.