Uma pesquisa divulgada hoje (12) mostra que 96% da população é contrária à criação de um novo imposto para melhorar o atendimento à saúde. A necessidade de mais recursos para a saúde pode ser resolvida se o governo conseguir acabar com a corrupção – essa é a avaliação de 82% dos entrevistados do estudo feito pelo Ibope sobre o sistema público de saúde e encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Apenas 4% dos entrevistados disseram acreditar na necessidade de o governo aumentar impostos para obter mais recursos para o setor.
Em uma escala de 0 a 10 pontos, os hospitais públicos receberam dos entrevistados nota média de 5,7 e os privados, 8,1. A demora no atendimento aos pacientes foi citada por 55% dos entrevistados como o principal problema do sistema público de saúde; 61% já utilizaram algum serviço de saúde nos últimos 12 meses, sendo que 79% dos atendimentos foram ambulatoriais. Do total de pessoas ouvidas, 79% utilizaram o serviço de saúde na rede pública nos últimos 12 meses.
O aumento no número de médicos foi apontado por 57% da população como uma das medidas que devem ser tomadas para melhorar o serviço médico na rede pública. Para 71% dos entrevistados, as políticas preventivas de saúde são mais importantes que a construção de hospitais.
A privatização da saúde, com a transferência da gestão dos hospitais públicos para o setor privado, foi apontada por 63% das pessoas ouvidas como medida que melhoraria o atendimento dos pacientes.
Um dos itens que surpreendeu os pesquisadores, segundo o gerente Executivo de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, foi a concordância de 84% dos entrevistados de que a venda de medicamentos só deve ser permitida com a apresentação e retenção de receita.
Os medicamentos genéricos foram apontados por 82% da população como tão bons quanto os de marca e 80% dos entrevistados concordaram total ou parcialmente que o parto normal é melhor do que a cesariana.
As pessoas de maior renda familiar ou de maior grau de instrução fizeram avaliação mais negativa sobre a qualidade da saúde pública no Brasil, com ênfase nos municípios com mais de 100 mil habitantes ou nas capitais.
O Ibope ouviu 2002 pessoas em 141 municípios.
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Impostômetro marca recorde na arrecadação de impostos: R$ 1,5 trilhão em 2011
Um aumento de 11% sobre o valor do ano passado. O valor corresponde aos tributos pagos pelos brasileiros desde o dia 1º de janeiro de 2011.
O impostômetro da Associação Comercial de São Paulo atingiu quinta-feira a marca de R$ 1,5 trilhão, recorde histórico desde que a ferramenta começou a contabilizar os impostos arrecadados pelos governos federal, municipais e estaduais, em 2005.
Um aumento de 11% sobre o valor do ano passado. O valor corresponde aos tributos pagos pelos brasileiros desde o dia 1º de janeiro de 2011.
Na prática, isso significa que cada habitante do país pagou cerca de R$ 7.800 em impostos. O valor também equivale a R$ 2,8 milhões arrecadados por minuto, segundo os cálculos da associação.
Arrecadação federal de impostos bate novo recorde em outubro
Impulsionada pelo desempenho da economia e pelo parcelamento especial de dívidas com a União (no programa de recuperação fiscal chamado Refis da Crise), a arrecadação federal bateu recorde em outubro.
De acordo com a Receita Federal, a União arrecadou R$ 88, 741 bilhões em outubro, o melhor resultado registrado para o mês. Em relação a outubro do ano passado, o crescimento foi 9,05%, descontada a inflação oficial pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Apesar do crescimento, a taxa de expansão da arrecadação caiu pelo terceiro mês consecutivo. Até julho, o crescimento real acumulado era 13,98%.
De acordo com a Receita Federal, os principais fatores que contribuíram para o aumento na arrecadação em outubro foram o crescimento das vendas de bens e serviços, da massa salarial e do valor em dólar das importações (que são tributadas). Dos indicadores econômicos que servem de base para a arrecadação, apenas a produção industrial registrou queda na comparação com o ano passado.
Outros fatores reforçaram a arrecadação em outubro. No mês passado, o pagamento das parcelas do Refis da Crise somou R$ 1, 574 bilhão. De janeiro a outubro, o parcelamento especial rendeu R$ 17, 761 bilhões aos cofres da União. A receita é menor que a de tributos como a Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide), que incide sobre os combustíveis, cuja arrecadação somou R$ 7, 861 bilhões no acumulado do ano em valores nominais.
A arrecadação em outubro foi impulsionada ainda por fatores como os ganhos de capital na alienação de bens, com crescimento nominal de 144,36%. Esse é o imposto que as pessoas pagam quando vendem um bem que se valorizou. Os juros da remuneração sobre o capital próprio, sobre os quais incidem Imposto de Renda, aumentaram 122,27% no mês passado em relação a outubro de 2010.
Risco para o contribuinte
A governadora Yeda Crusius está pedindo à Assembléia Legislativa autorização para arrecadar cerca de R$ 3 bilhões a mais em impostos até o final do seu mandato, que ainda não completou um ano.
Com esse dinheiro, ela garante que em 2009 as contas do governo estarão equilibradas e haverá a retomada dos investimentos públicos, estancados há quase uma década.
Para o contribuinte é um risco. O aumento de impostos não é garantia de equilíbrio, como demonstram governos anteriores.
Antônio Britto, por exemplo, aumentou o ICMS e ainda arrecadou R$ 5 bilhões com a venda de estatais. Mas não logrou o equilíbrio. Germano Rigotto também ganhou um adicional de uns R$ 3 bilhões em impostos. Deixou um déficit acumulado de R$ 5 bilhões ao final de seus quatro anos.
O desafio da governadora, portanto, não é ter coragem para aumentar impostos, isso nunca faltou. O desafio é reverter a lógica instalada na máquina pública, que faz dela um sorvedouro de recursos sem fim. A fraude dos selos, na Assembléia, e o escândalo do Detran, que está nas manchetes, são exemplares.