Janeiro do RS recebe a marca de uma chacina

O caso, por ora, enquadra-se dentro da violência, ou seja, está distante daquilo que o complexo da segurança pública poderia prevenir e, muito menos, evitar. Mas a elucida-ção é tarefa dos serviços de inteligência.
A polícia identificou as vítimas da chacina ocorrida na madrugada de ontem em Santa Rosa, Noroeste do estado. Quatro pessoas foram encontradas mortas, a tiros, em um Vectra, às margens da RS- 307, na localidade de Ilhinha, na Linha 7 de Setembro. O corpo de Adir Hintz, 44 anos, estava ao lado do carro, com as mãos amarradas. No banco traseiro estavam os corpos de Raquel Nascimento Oliveira, 22 anos e das irmãs Clenice e Berenice Siqueira, de 16 e 18 anos. As vítimas, segundo o delegado Mário Steffens, teriam jantado em um estabelecimento em Tuparendi e também teriam sido avistadas no município de Giruá. Seja quem ou quais forem os assassinos, eles não queriam deixar testemunhas. É temerária qualquer análise inicial sobre a barbárie. De qualquer forma, este crime vai eclipsar, na mídia, todos os últimos assassinatos ocorridos no Estado.
IDOSOS
A Operação Estrela no Verão da Polícia Civil, promoverá, hoje, às 9h30min, palestra informativa para o público da terceira idade. O evento ocorrerá junto à tenda do Sesc, na beira da praia de Capão da Canoa.
A policial da Delegacia de Proteção ao Idoso, Najla Rodrigues dos Santos. será a palestrante. Ela vai informar o público sobre prevenção contra golpes e esclarecer sobre procedimentos no caso de violência contra o idoso.
ABIGEATO
A Polícia Civil realizou, quarta-feira, a operação “Cerca Viva” na cidade de Salto do Jacuí. A ação visou o combate ao crime de abigeato. Houve a prisão de cinco pessoas, com idades entre 36 e 49 anos e a apreensão de serras, facas e facões. Também foram apreendidos um Corcel e uma Brasília, uma motocicleta. A operação foi coordenada pela delegada Lylian Ribeiro Carús.
JOGATINA
Quarta-feira, em Porto Alegre, foram apreendidas 37 máquinas caça-níqueis em ações realizadas pela polícia nas avenidas Assis Brasil e Venâncio Aires. Participaram da operação agentes da 2ª DP, 8ª DP, Delegacia de Proteção Para o Idoso e Delegacia para a Mulher, sob o comando da delegada Adriana Regina da Costa. Agentes da Delegacia de Polícia de Gramado, coordenados pelo delegado Gustavo Celiberto Barcellos, apreenderam, ontem, 17 máquinas. Nessas perigosas diligências, ninguém restou ferido.
ASSALTO (1)
Cinco homens armados assaltaram, ontem, um prédio residencial na rua José de Alencar, no bairro Menino Deus, na capital. A quadrilha rendeu e agrediu o porteiro, Santiler Frei Piegas, de 54 anos, e levou o computador do sistema de monitoramento de vídeo do prédio, e escapou em um carro preto. Antes de tudo isso, uma moradora do prédio, atacada pelos bandidos conseguiu fugir e avisar a polícia que, quando chegou, nada era possível fazer a não ser registrar a ocorrência.
ASSALTO (2)
Quatro homens atacaram, na noite de terça-feira, a churrascaria A-rizona, no bairro Partenon, rendendo o proprietário, Gleisson Manica, que foi atingido por coronhada na cabeça mas ainda assim conseguiu acionar a polícia pelo 190. O tenente coronel Flávio Vezuri da Silva, que comanda o policiamento da área, realtou que os criminosos tentaram fugir atirando. Os dois bandidos que ficaram na churrascaria mantiveram o proprietário refém por cerca de uma hora e se entregaram após as negociações. Um deles é menor de idade.
ASSASSINATO
O entregador de pizza Valdir Fontes Possa de 37 anos foi assassinado no bairro Sarandi na zona norte da capital. Criminosos pediram a pizza e balearam o entregador com dois tiros, na noite de terça-feira, depois fugiram sem levar nada.
BOMBA
A Brigada Militar apreendeu, ontem, três explosivos artesanais em uma casa da Vila das Laranjeiras, em Porto Alegre. No local foram encon-trados um colete balístico, uma pistola 9 milímetros, munição e 40 pedras de crack. Um homem foi preso.
DROGAS
A Susepe iniciou discussões para a elaboração, a curto prazo, para combater a epidemia do crack dentro do sistema prisional do RS. Isso é uma boa e, ao mesmo tempo, assustadora notícia. Se é preciso elaborar um plano para combater o tráfico e o uso de crack ou de qualquer outra droga ilícita dentro dos presídios, o que se pode dizer sobre que acontece fora das casas prisionais?
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O silêncio dos inocentes

A sociedade precisa de um gigantesco tratamento psicológico.
O aterramento de um poço com 15 metros de profundidade exige uma mão de obra que nunca deixará de chamar a atenção de pessoas que vizinham com o local. No entanto, um casal, assassinado por traficantes de drogas, foi sepultado nesse local no início deste mês. Houve o aterramento e as pessoas que notaram o movimento ficaram silenciosas. Isso aconteceu em Gravataí, numa área sabidamente usada por bandidos. Somente quarta-feira última houve o resgate que, evidentemente, foi possível através de informantes cuja identidade deve permanecer no mais absoluto sigilo. Foram necessárias duas escavadeiras num trabalho desenvolvido por mais de três horas até que aparecessem os corpos de José Oscar dos Santos, 41 anos, e de Sandra Naira dos Anjos da Silva, 41 anos. Sandra era viúva de um traficante e, José, trabalhava para ela. Ambos estavam algemados, amordaçados e com os rostos cobertos com sacos plásticos, nos estilo que foi ensinado pelo melhor filme brasileiro do ano, Tropa de Elite. Sigam-me.
Tratamento
O retardamento da denúncia sobre o local onde os corpos foram enterrados pode ser considerado normal. A população, de um modo geral, está com medo. E esta sensação se agrava nos locais em que a bandidagem se instala para gerir o tráfico de drogas e de armas. Envolver-se num episódio como o que ocorreu em Gravataí corresponde a colocar a vida em jogo. Há quem defenda que a criminalidade indica que a sociedade está doente. O criminoso, segundo este raciocínio, é um enfermo e assim deve ser tratado. Mas há o outro lado. As vítimas da violência e da criminalidade, reféns de traficantes, de assaltantes, de vândalos, de ladrões de casaca, também estão doentes. O medo de denunciar se espalha como um veneno em todas as classes sociais que terminam se omitindo quando não se tornam cúmplices do flagelo. A sociedade precisa de um gigantesco tratamento psicológico paralelamente ao que possa ser feito na área policial.
Errata
Ontem, equivocadamente, citei como Marco Aurélio, o ex-presidente do Tribunal de Justiça do RS, desembargador aposentado e, hoje, advogado e comunicador Marco Antonio Barbosa Leal, chamado de Marcão por seus amigos mais próximos. Trata-se de um tropeço imperdoável que, vez por outra, cometo ao referir-me a celebridades.
Brigada
A governadora Yeda Crusius prestigiou, ontem, a cerimônia de posse do coronel João Carlos Trindade no comando geral da Brigada Militar. Trindade sucede no posto ao coronel Paulo Roberto Mendes, alçado a juiz do Tribunal de Justiça Militar do Estado.
Agulha
O sigilo em torno das investigações o assassinato do médico Marco Antonio Becker, crime ocorrido no dia 4 deste mês, foi solicitado pela própria polícia e referendado pelo judiciário. Esse sigilo deveria ocorrer a partir do primeiro momento da investigação, sem a bengala da Justiça. Parece-me que a própria policia fez o palheiro para procurar a agulha.
Homicídio
Em Caxias do Sul, no bairro Nossa Senhora das Graças, durante uma discussão, um homem ainda não identificado atirou 5 vezes contra Maurício Maciel dos Santos, de 21 anos. A vítima ainda gritou por socorro, mas morreu momentos depois. O criminoso fugiu em uma moto.
Meninos
Policiais encontraram o rifle, calibre 38, usado para balear a menina Kerem Apucci Niches Braga, de 11 anos, em Canoas. A arma estava na casa de um adolescente de 13 anos, amigo dos outros quatro adolescentes envolvidos no crime. A criança foi atingida na cabeça e está internada no HPS do município.
Bancos
O total de ataques a banco no estado, em dezembro, já superou o acumulado no período em 2007. Foram 10 casos em 19 dias, três em Porto Alegre e sete no interior. Nos 31 dias de dezembro de 2007, foram oito registros, sete no interior e um na capital, conforme o Sindicato dos Bancários. O décimo ataque ocorreu ontem em uma agência do Bradesco em Gravataí. Quatro homens levaram 15 mil reais e fugiram em um Astra preto.
Presídios
O Tribunal de Justiça mandou interditar o alojamento anexo do Presídio de Bagé, devido a superlotação. Mais de 100 presos estavam em situação ilegal dividindo cela com detentos de outros regimes. Além disso, havia mulheres cumprindo pena em selas masculinas. Das 92 unidades prisionais gaúchas 19 já foram interditadas ou semi-interditadas.

Dança de comando na área da segurança

Com a aproximação do Natal, sempre há os que esperam pelos melhores presentes.
Com a aproximação do fim do ano, são tidas como certas algumas alterações tanto na Brigada Militar como na Polícia Civil. Na Brigada, é discutida a possível indicação do atual comandante geral, coronel Paulo Roberto Mendes para o Tribunal Mili-tar do Estado, sendo seu substituto natural o subcomandante geral, coronel João Carlos Trindade, embora sejam ligeiros os que correm por fora.
Na Polícia Civil, as coisas começam a desanuviar. Caso houver a decisão de ser substituído o chefe da instituição, delegado Pedro Rodrigues, embora pouco mais de 50 delegados de 4ª classe tenham condições de postular o posto, há pressões na área política, junto ao Piratini, o que faz parte do jogo, em favor do titular do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), delegado Ranolfo Vieira Júnior, de vertiginosa carreira, que é filho do desembargador do Tribunal de Justiça do Estado Ranolfo Vieira.
Ranolfo, o delegado, fez concurso em 1998 e, em 2000, no governo do PT, ainda em estágio probatório, foi promovido a 2ª classe. Em dezembro de 2003, chegou a 3ª classe por merecimento e, também por merecimento, em setembro de 2007, com menos de dez anos de carreira, chegou a 4ª classe, superando dezenas de colegas mais antigos.
Sem dúvida, uma invejável trajetória realizada, com certeza, passando muitas delegacias dos confins do Rio Grande. Nenhuma promoção mais poderá ser concedida a Ranolfo a não ser a Chefia de Polícia. Como diria a mamãe deste humilde marquês, ao que parece, são favas contadas.
Traficantes
Agentes da 4ª DP da capital prenderam, nesta quinta, 20, um traficante de 23 anos de idade, conhecido pelo apelido de Novinho. Segundo o delegado o delegado Nedson Ramos de Oliveira, que comandou a operação, Novinho, que já incendiou a casa de um de seus inimigos, encontrava-se foragido do regime semi-aberto desde outubro de 2006 e foi encontrado na rua 698 da Vila Mário Quintana, bairro Navegan-tes.
Em Cruz Alta, policiais civis em conjunto com a Brigada Militar, prenderam na rua Argentina, Vila Machado, o traficante conhecido como Pedro Bala, de 44 anos. Além de mais de 9kg de maconha, o bandido tinha em seu poder um revólver de calibre 38 com numeração raspada.
Artesanato
No presídio de Osório, agentes penitenciários encontraram quatro celulares escondidos numa correspondência enviada a um apenado. Os aparelhos chegaram por sedex e estavam entre duas tábuas coladas. A madeira costuma ser usada pelos detentos para trabalhos de artesanato.
Crime e castigo
Dez pessoas foram mantidas reféns durante assalto à residência, na madrugada de quinta, 20, no bairro Mato Grande, em Canoas. Três homens armados executaram a invasão e mantiveram as vítimas sob a mira de armas por cerca de uma hora.
O dono da casa foi levado pelos bandidos e libertado minutos depois. O trio fugiu com carro, equipamentos eletrônicos e jóias. A Brigada Militar foi acionada e localizou os assaltantes no bairro Matias Velho, com o auxílio do sistema de monitoramento do veículo. Houve tiroteio e os três bandidos foram presos, sendo que um deles foi ferido.
Greve
Dirigentes da Ugeirm/Sindicato, entidade de classe dos escrivães, inspetores e investigadores da Polícia Civil, deverão ser recebidos, hoje, no Piratini, pela equipe econômica do governo Yeda Crusius. Na pauta de reivindicações, entre outros pontos, consta aumento salarial, aposentadoria, plano de carreira e pagamento de horas-extras atrasadas.
Os sindicalistas irão para a reunião com a pré-disposição de dar continuidade à preparação de um movimento grevista caso não um avanço nas negociações.
Carro-forte
Um carro-forte da STV foi atacado por assaltantes no Shopping Lindóia, Zona Norte da capital no fim da tarde de quinta. O veiculo seria abastecido quando funcionários da empresa foram abordados pó por quatro bandidos que estavam em um carro Fiat Palio, roubado. Um malote com dinheiro foi levado e ninguém teria se ferido.
Criança
Na tarde de quinta, 20, na Escola Municipal José Loureiro da Silva, avenida Capivari, bairro Cristal, um menino de 8 anos de idade, aluno da escola, estava em sala de aula com um revólver de calibre 38 em sua mochila. A arma estava com a numeração raspada.
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Policiais vão em passeata até o Piratini

Uma ponte pênsil de balanço festivo.
Agentes da Polícia Civil gaúcha manifestarão solidariedade com policiais de São Paulo.

Policiais civis de todo o Estado realizarão passeata, na segunda-feira, dia 17. A concentração será no Palácio da Polícia, a partir de 14h. De lá, a marcha seguirá até o Palácio Piratini. A caminhada é um ato de solidariedade aos policiais civis de São Paulo, que estão em greve, e também uma manifestação pública contra a governo Yeda Crusius.
Não obstante serem as reivindicações dos policiais por salários dignos, condições de trabalho com tecnologia avançada e efetivo completo tenham o apoio de todos os segmentos da sociedade que buscam alcançar a sonhada sensação de segurança, essa salada dos agentes gaúchos com os policiais de São Paulo não me parecer ter qualquer consistência. Observo que é inconsistente ainda o dialogo entre agentes e delegados de polícia. Além disso, a harmonização entre Polícia Civil e Brigada Militar nos processos reivindicatórios pode ser considerada, ainda, embrionária. Portanto, esta ponte pênsil armada entre policiais gaúchos e paulistas me parece ter cabos frágeis e um balanço festivo.
Salva-vidas
A Brigada Militar receberá, até amanhã, inscrições para o processo seletivo de contratação de 600 Salva-Vidas Civis Temporários que trabalharão sob o regime jurídico estatutário, submetidos ao Regime Geral da Previdência Social, nos meses de dezembro de 2008 e janeiro, fevereiro e março de 2009. As 600 vagas serão distribuídas por todo o Estado. As informações estão à disposição no site www.brigadamilitar.rs.gov.br.
Meio ambiente
Ontem, o 4° Grupo Ambiental da Brigada Militar do Município de São José do Ouro realizou a solenidade de inauguração de sua nova sede. O prédio foi construído através de parceria entre o Consórcio da Usina Machadinho, a Fundação Brigada Militar e o Grupo Ambiental de São José do Ouro.
Foragido
Agentes do Deic prenderam, ontem, um homem de 25 anos que se encontrava foragido. Ele foi detido em um beco na rua da Fé, Vila Cai-Cai, bairro Cavalhada, na Capital. Segundo o delegado Eduardo de Oliveira César, o preso possui diversas condenações pelos crimes de roubo à mão armada em estabelecimentos comerciais e pedestres, porte ilegal de arma de fogo, tráfico de entorpecentes, homicídio e formação de quadrilha, totalizando uma pena de 28 anos e 10 meses de prisão.
Homicídios
O jovem Tiago Vargas do Amaral, de 18 anos, foi morto a tiros, ontem, na frente de casa. O crime ocorreu no bairro Sharlau, em São Leopoldo. Em Alvorada, Roberto Taylor da Rosa, de 48 anos, morreu baleado quando chegava em casa no bairro vila Isabel. Em Porto Alegre, uma mulher, não identificada, foi morta com dois tiros na cabeça no bairro Rubem Berta.
Macaco
Agentes da DP de Taquara prenderam no bairro Empresa, na rua Tabajara, um homem de 24 anos conhecido pelo apelido de Macaco que está envolvido em roubo de veículos, assaltos a residências, pedestres e caminhoneiros, além de incêndio, receptação e tentativa de homicídio. Macaco infernizava vários bairros daquele mu-nicípio e ninguém sabe por quanto tempo per-manecerá preso.
Prisões
A Brigada Militar, em ação do 1º BPM, deteve, ontem, no Beco das Flores, bairro Santa Tereza, na Capital, um homem que estava foragido do sistema prisional desde setembro deste ano. Logo depois foi detido um jovem de 20 anos, na Avenida Tramandaí, no Bairro Ipanema, que tinha em seu poder 63 pedras de crack e um tijolinho de maconha. Agentes da 2ª DP de Alvorada, com apoio da 1ª e da 3ª DP do município, prenderam três pessoas na sexta-feira . Dois homens, um de 20 e outro de 28 anos, e uma mulher de 32, foram detidos na Rua Loureiro da Silva, na Vila São Pedro, naquela cidade. De acordo com o delegado Marcos Antônio Machado, foram apreendidos dois rádios comunicadores, uma espingarda calibre 12 e uma pistola 380, além de farta munição. Os dois homens são suspeitos de terem praticado o homicídio que vitimou Emerson Leandro dos Santos Ferreira, fato ocorrido no dia 30 de outubro último.
Mulher
Uma ex-policial civil foi presa, na manhã de ontem, num ponto de tráfico de drogas no bairro Santa Cecília em Viamão. A mulher, de 49 anos, é apontada chefe de um grupo de traficantes daquela região. Na casa onde houve a prisão, na rua Vinicius de Moraes, PMs apreenderam 50 pedras de crack, uma pistola e munição. Os PMs também encontraram oito capacetes, tocas ninja e equipamentos eletrônicos. Não tenho na memória outro caso de uma ex-policial gaúcha que tenha optado pelo crime. Entre os homens esse tipo de troca de atividade não chega a ser uma coisa rara.
Negritude
Efeito Barack Obama: recebo e-mails apontando para o fato de que a Brigada Militar nunca teve um comandante geral negro.

Mendigos na frente das prefeituras municipais

Homenagem aos invisíveis serviços de inteligência da segurança pública: “Para além da curva da estrada/ Talvez haja um poço, e talvez um castelo,/ E talvez apenas a continuação da estrada./ Não sei nem pergunto./ Enquanto vou na estrada antes da curva/ Só olho para a estrada antes da curva,/ Porque não posso ver senão a estrada antes da curva.” De Fernando Pessoa em “Poemas inconjuntos” de Alberto Caeiro.

As lideranças das organizações policiais do RS não escondem as frustrações que se somam a cada encontro mantido no Piratini para a discussão das questões salariais. Este é um lado das rachaduras da estrutura da segurança pública que motivou um casamento inédito e, por isso, histórico, entre a Brigada Militar e a Polícia Civil cujos representantes deixaram de lado as arestas envolvendo rivalidades no campo operacional, para, juntos, lutarem por remuneração digna. No entanto, no âmbito da so-ciedade, que apóia os movimentos pacíficos e reivindicatórios dos policiais, o clamor maior é por uma polícia forte, coesa, atenta nas ruas e nas delegacias nas 24 horas do dia. Essa sociedade, hoje, apóia e, mais do que isso, ampara uma polícia falida e daria uma cobertura maior para uma polícia forte que não mendigasse nas portas das prefeituras. E o que causa espanto, dentro deste quadro, é que os governos, de Brasília aos municípios, estão absolutamente despreparados para a montagem sequer do embrião dessa polícia forte. Os policiais, por sua conta e risco, ainda que de uma forma desatrelada, discutem em suas corporações e entidades de classe essas questões, mas os governantes fogem das raízes do problema e trabalham com remendos sobre remendos. Como mero observador desse campo, por vezes, de forma equivocada, interpretado como especialista, continuarei a cultivá-lo.
Algemas
A posição da Polícia Federal gaúcha, que continuará a usar algemas – o que corresponde a uma proteção para os políciais como também para as pessoas eventualmente presas – é em favor da sociedade e contra a hipocrisia de uma elite que compõe uma minoria da magistratura que não ad-mite qualquer mágoa em pulsos que fedem a perfume francês.
Peritos
Com o apoio do IGP (Instituto-Geral de Perícias) começará. nesta segunda-feira, o 10º Seminário Nacional de Documentoscopia, o 2º Seminário Nacional de Perícia Contábil e o 5º Congreso De La Sipdo (Sociedad Internacional de Peritos en Documentoscopia), que acontecerão no Hotel Embaixador, em Porto Alegre. Os eventos ocorrem até o próximo dia 14 e são promovidos pela Acrigs (Associação Brasileira de Criminalística), Sociedad Internacional de Peritos em Documentoscopia e Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública).
Herança
O Grupo de Estudos de Direito de Família do Iargs (Instituto dos Advogados do RS), coordenado por Helena Raya Ibañez, promoverá nesta terça-feira, dia 11, às 12h, a palestra “Renúncia e Cessão da Herança, que será proferida por Aldo Ayres Torres. O evento, com entrada franca, ocorrerá na sede do Iargs, na travessa Acelino de Carvalho, 21.
Política
O delegado Cleiton Freitas, da DP de Cachoeirinha, com quase três mil votos como candidato a vereador pelo PDT, em Porto Alegre, aparece como cotado para assumir uma função na próxima gestão de José Fogaça na prefeitura da Capital.
Sufoco
Uma informação que pode conservar acesas as luzes do Piratini além de manter ativa a ubiqüidade do comandante-geral da Brigada Militar, o indormido coronel Paulo Roberto Mendes, além de preocupar o deputado Cássia Carpes (PTB), idealizador legítimo do ainda não realizado projeto do manifestrónomo: as entidades das organizações policiais estão mantendo contatos com o Cepers-Sindicato. O objetivo é de que policiais e professores passem a realizar manifestações conjuntas por salários dignos. Esta união sempre pareceu impossível para professores e professoras que enfrentaram todo o tipo de repressão policial durante seus históricos movimentos classistas por salários e melhores condições de trabalho.
Azar
Foi aprovado pela Comissão de Justiça da Câmara Federal o projeto de lei que criminaliza a exploração dos jogos de azar, apresentado pela CPI que investigou de 2004 a 2005 as relações do jogo com o crime organizado (a CPI dos Bingos). Transformado este projeto em lei, a Caixa Federal, mais do que nunca, será a austera incentivadora e mantenedora dos jogos de azar no país, pois seus eventuais concorrentes terão a cadeia como primeiro prêmio.
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A impossível unificação das polícias

A falência da segurança pública do país exige a tomada de novos rumos, mas as utopias devem ser evitadas.
Em todos os congressos, seminários e eventos assemelhados de estudiosos ou profissionais da segurança pública, invariavelmente, figura na pauta de discussões a unificação das organizações policiais – que é impossível – e o ciclo completo do poder de polícia para as policias civis e militares estaduais – ora em pleno processo de maturação e que, em alguns casos, está sendo implantado na marra, especialmente no Rio Grande do Sul. Isso não foi diferente no 2º Congresso Nacional de Oficiais Militares Estaduais, realizado em Brasília, na semana que passou. Sigam-me
Atraso
O titular da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública), professor Ricardo Brisolla Balestreri, ao descartar de forma absoluta as probabilidades de unificar as organizações policiais, aponta o ciclo completo (da investigação a lavratura de flagrante) para as policias militares e civis como um avanço inevitável. Mais do que defender este processo, Balestreri entende que esta é uma das principais, se não a principal providência para tirar a segurança pública do país do estado de falência em que se encontra. A estereotipada divisão das atribuições das organizações policiais, se não for quebrada agora, ontem, provocará um atraso de, pelo menos, 30 anos na evolução do sistema de segurança do país, segundo o entendimento de Balestreri. A gravidade do tema, fará com que eu volte a ele durante alguns dias.
Ensaio
Pareceu-me inédito o ensaio e/ou treinamento realizado pela Brigada Militar, que mobilizou centenas de PMs, no parque Saint-Hilaire, muito utilizado para atividades de escoteiros, precedendo uma mega operação detonada ontem em Porto Alegre. Com certeza, num primeiro plano, a preservação do parque foi garantida.
Assalto
Dois caminhões roubados do depósito de uma rede de farmácias de Canoas foram encontrados vazios, na manhã de ontem, em Campo Bom, no Vale dos Sinos. O assalto ocorreu no fim da noite de terça-feira. Um grupo fortemente armado invadiu empresa, no bairro Matias Velho e levou uma carga avaliada em mais de 1 milhão de reais.
Assassinatos
Um jovem de 20 anos foi encontrado morto, na madrugada de ontem, no bairro Mathias Velho em Canoas. Ronilson Francisco Paula de Lima, baleado na cabeça, estava caído na rua do Sindicato esquina com a rua Zumbi. Em Novo Hamburgo, na vila Quefas, Paulo Cesar Meri Meneses, de 25 anos, foi morto com dois tiros. Em Bagé, o presidiário João Carlos Faria da Silva, 46 anos, matou a sua companheira, Rosane Godói Costa, de 18 anos, no bairro Floresta. Segundo a Brigada Militar, o apenado cumpria pena no regime semi-aberto. Ele matou a vítima com três tiros nas costas. A mulher estava com o filho de um ano e seis meses no colo. João entregou a criança para a mãe da vítima e fugiu. Em Cruz Alta, a polícia apura o assassinato de mãe e filha, ocorrido na manhã de ontem, no bairro São Francisco. Dalva Martins da Silva, e a filha adolescente, Camila Tomás da Silva, foram mortas a tiros. Celso, também filho de Dalva, sofreu um fe-rimento superficial a bala.
Moleza
A Polícia Civil de Esteio liberou um homem que fora preso por PMS ao praticar um assalto contra um posto de combustível. O crime, ocorrido terça-feira, foi registrado pelas câmeras de segurança, mas o delegado Paulo Florentino Machado avaliou que assaltante deveria ser libertado por considerar pequena a quantia de dinheiro roubada, que não passava de R$ 300,00 e providenciou apenas na abertura do inquérito. O ladrão, que saiu caminhando da delegacia de Esteio, segundo os brigadianos, estava em liberdade provisória e possui antecedentes por homicídio.
Fazedor de leis
A criação do manifestódomo, proposto pelo comandante-geral da Brigada Militar, o indormido coronel Paulo Roberto Mendes, trouxe à tona mais um dos talentos desse homem que, pela sua ubiqüidade, provoca sonhos e pesadelos na socie-dade gaúcha. Ele se mostra um legislador, ainda que à moda antiga, mas um legislador. É preocupante isso, pois Mendes é o coronel que desponta como principal candidato a cadeira de juiz da Justiça Militar do Estado que se encontra vazia naquela corte. Com a toga, através de jurisprudências, Mendes poderá tentar desenvolver seu talento de fazedor de leis antigas.
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Delegado denuncia tentativa de intimidação dos policiais em greve

O labirinto em que se encontra a segurança pública do país tem uma saída que poderá ser bloqueada pelos líderes corporativistas.
Quando abordei, ontem, a falência do sistema de segurança pública do país, denunciada, na semana que passou, em Brasília, pelo próprio titular da Senasp (Secretaria Nacional da Segurança), órgão do Ministério da Justiça, o professor gaúcho Ricardo Brisolla Balestreri, que há 20 anos trabalha em pesquisas e ações de campo sobre o tema, não esperava qualquer tipo de reação ou tentativa de resposta de nenhuma autoridade de nosso estado sobre tal escândalo. De um lado, não há tempo para esboçar qualquer depoimento quando o RS está enfretando uma paralisação dos agentes da Polícia Civil e do sistema penitenciário por melhores salários, que será encerrada amanhã. De outra banda, este silêncio não significa insensibilidade hanseaniana e, sim, a dolorosa angústia de não ter e de não saber o que dizer. O sistema está falido e deve ser, pelos recursos existentes, remendado. E os lançamentos de remendos, invariavelmente acompanhados de discurseiras palacianas e, mais recentemente, com banda de música, estão levando ao estresse uma sociedade que dorme ao som de balas perdidas. Sigam-me.
Labirinto
Terá o professor Balestreri um projeto que possa conter esse flagelo, além de sua consciência do processo decadente da segurança pública do país e dos porosos recursos de sua secretaria para enfrentar os incêndios de primeira grandeza que assustam os nossos principais centros urbanos?
Balestreri tem um projeto que será inviável se partir da iniciativa de cada estado, ou seja, de baixo para cima. No entanto, poderá ser implantado de cima para baixo – do governo federal para os estados – com inevitáveis enfrentamentos com lideranças de corporativismos arcaicos, mas poderosos. O professor acredita que há apenas uma saída deste labirinto e, se não for encontrada agora, a segurança pública sofrerá um atraso de, pelo menos 30 anos. O tema é vasto e estará nesta coluna durante os próximos dias.
Força
O presidente da Asdep (Associação dos Delegados de Polícia do RS), delegado Wilson Müller, em nome de sua categoria, reafirmou para este humilde marquês o apoio à paralisação em desenvolvimento pelos agentes da Polícia Civil e do sistema penitenciário, mas entende que o diálogo com o Piratini nunca deixou de acontecer e que não será interrompido. Dentro desse imbróglio, a indignação de Müller é contra o aquartelamento em Porto Alegre de um enorme contingente de policiais militares do interior numa “indisfarçável e inútil”, sic, tentativa de intimidar a manifestação pacífica da Polícia Civil. O presidente da Asdep também manifestou sua certeza de que a quase totalidade dos PMs, silenciosa e solidariamente, repudia esta forma de demonstração de força.
Brigadianos
A Associação dos Cabos e Soldados da Brigada Militar, segundo seu presidente, Leonel Lucas, está apoiando a greve dos servidores da Polícia Civil. Segundo Lucas, “essa é uma atitude que reafirma a união das categorias da segurança pública em busca de salário digno.”
Vales
Um homem de 37 anos foi detido, ontem, no aeroporto Salgado Filho com 40 mil vales-transporte falsificados. O criminoso foi capturado durante ação do Deic. Ele viajava em avião da TAM procedente de São Paulo.
Carro-forte
Uma quadrilha assaltou um carro-forte da empresa Brinks, ontem, no km 348 da BR-116, em Tapes. Os criminosos utilizaram quatro automóveis e interceptaram o carro-forte com tiros de fuzil e explosivos. Após retirar três funcionários do veiculo, levaram dois malotes de dinheiro que seriam transportados a Camaquã. Ninguém ficou ferido.
Execução
Um homem morreu baleado e três ficaram feridos num casebre em Guaíba. Segundo testemunhas, três desconhecidos chegaram atirando e fugiram num carro. O morto foi identificado como Giovani Henrique da Silva Romeira, 37 anos. Os feridos foram levados a um hospital de Guaíba.
PMs temporários
A Brigada Militar registra baixa procura pelas vagas de PMs temporários. Apenas 261 candidatos se inscreveram, até o dia de ontem, para as 306 vagas. O prazo de inscrição termina na quinta-feira, mas será prorrogado.
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A falência da segurança pública do país

Os órgãos policiais estão cercados pelo clamor da sociedade, pelas suas próprias contradições internas, pela indolência dos governos e pelo poder do banditismo rico e organizado.
Distante da minha torre, em Brasília, mas nunca longe das questões mais graves vividas e discutidas pela sociedade, ouvi um pronunciamento que poderia ser considerado como repetitivo e atirado no Guaíba como palavras perecíveis e não poluidoras, tivesse ele somente a assinatura deste humilde marquês e não a do titular da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública), professor Ricardo Brisolla Balestreri. “O sistema de segurança pública do país está falido”, disse Balestreri no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, quinta-feira última, 30 de outubro, no 2º Coname (Congresso Nacional de Oficiais Militares Estaduais) diante de, pelos menos, 800 oficiais das polícias militares do país, além de personalidades convidadas.
Não se tratava de uma platéia passiva, pois ali estavam lideranças de entidades que representavam 800 mil policiais militares brasileiros entre ativos e inativos. Um dia antes, no mesmo local, abrindo o evento, esteve o ministro da Justiça, Tarso Genro, cujo discurso não teve o mesmo descortínio, pois a sociedade, em termos de segurança, não aceita mais teses que fujam da realidade crua vivida por todos os cidadãos e que, ao invés disso, escorregam para a retórica puramente oficialista prenhe de roteiros corretos dirigidos a um destino perfeito, porém com estacas postas em areias movediças. Sigam-me.
Paralelos
O professor Balestreri não contestou o ministro Tarso, até porque a Senasp é órgão do Ministério da Justiça. No entanto, são discursos paralelos. Tarso fala do Planalto para as massas – no caso específico da segurança – e, nesse plano, traçado de cima para baixo, o contraditório é praticamente inviável. Balestreri fala das massas para o Planalto, aceita debater o contraditório e faz questão de dizer que não tem e nunca teve nenhum compromisso político partidário. Isso vai dar certo?
Diálogo
Os agentes Polícia Civil e os agentes penitenciários, a partir de hoje e até quinta-feira entram num processo de paralisação cumprindo apenas o serviços absolutamente essênciais em suas áreas. O movimento tem o apoio dos profissionais do IGP (Instituto-Geral de Perícias) e da Asdep (Associação dos Delegados de Polícia do RS). O delegado Wilson Müller, presidente da Asdep, em contato com o titular da pasta da Segurança, Edson de Oliveira Goularte, não descartou a possibilidade da sua categoria também aderir à paralisação. Segundo as lideranças dos policiais, a impossibilidade de diálogo com o Piratini, repetidas vezes tentado, terminou sendo o estopim para a tomada de medidas extremas.
Enfrentamento
A presença em Porto Alegre de mil PMs, convocados de unidades do interior pelo comandante geral da Brigada Militar, coronel Paulo Roberto Mendes, está sendo interpretada pelo presidente da Ugeirm-Sindicato, Isaac Ortiz, e pelo delegado Wilson Müller como uma tentativa de intimidação e, até mesmo, de criar um clima de enfrentamento semelhante ao ocorrido em São Paulo entre policiais militares e civis. Este enfrentamento, no entanto, é considerado fora de cogitação, pois os PMs, segundo Isaac e Müller, estão conscientes de que são iguais as reivindicações de todos os profissionais da segurança.
Falência
Quando o próprio secretário nacional da Segurança Pública entende que o “sistema de segurança do país está falido”, o quadro que se estabelece hoje no RS está absolutamente dentro da realidade. Nele nada há de artificial, a partir, inclusive, da falta de visão do governo para buscar o simplismo do caminho das pedras, que é o diálogo. Quem está se apresentando como voluntário para mediar o episódio é o ouvidor-geral da Segurança Pública do RS, Adão Paiani. É certo que o ouvidor ouve. Ouvirá o Piratini?
Wander.cs@terra.com.br

Uma nova fase no sistema penitenciário

Escolha longamente pensada indica mudanças na administração das casas prisionais do Estado.
Poucos dias antes de completar seu terceiro mês como titular da pasta da Secretaria de Segurança Pública do RS – cargo que assumiu na manhã tempestuosa de 27 de julho, um domingo – Edson de Oliveira Goularte escolheu, com o devido aval da governadora Yeda Crusius, o homem que deverá administrar a Susepe (Superintendência dos Serviços Penitenciários). A escolha recaiu sobre o procurador do Estado Paulo Roberto Zietlow, 43 anos que terá a responsabilidade de administrar a conduta funcional de três mil profissionais que mantém sob controle uma média aproximada de 27 mil apenados. Trata-se da primeira decisão concreta do silencioso secretário Goulart que mantém, por ora, nos principais postos da Segurança a mesma equipe montada por seu antecessor, José Francisco Mallmann. Sigam-me.
Cabeças
Zietlow, do alto de sua jovialidade de 43 anos, chega pleno de entusiasmo. Ele promete implantar um choque de gestão – cujos detalhes não chegou a definir – e, simultaneamente, fará uma racionalização administrativa, o que significa, pelo senso comum, que poderão rolar cabeças. Com relação ao déficit de servidores, o novo superintendente vai conduzir, pessoalmente, uma comissão que terá como objetivo maior a solução do problema. Em princípio, portanto, tudo está encaminhado para que o sistema penitenciário gaúcho ingresse num patamar superior de administração. Ressalto, no en-tanto, que sobre salários, Zietlow não falou.
Interdições
Dos 91 presídios existente no Estado, 15 estão interditados devido a superlotação e problemas de infra-estrutura . Em São Jerônimo , Passo Fundo e Camaquã a interdição é total. Ontem a justiça determinou a interdição parcial da penitenciária de Rio Grande. A Susepe terá dez dias para resolver o problema na rede de esgoto. O governo pretende amenizar a questão da superlotação, com a inauguração – meio apressada, meio atrasada – da penitenciária regional de Caxias do Sul, nesta terça-feira.
Super
Oito homens encapuzados e armados com pistolas e revólveres assalta-ram, na noite de quinta-feira, o Supermercado Max, na avenida A.J Renner. A quadrilha rendeu funcionários e clientes. Os criminosos roubaram equi-pamentos eletrônicos, televisores de LCD, pacotes de cigarros e dinheiro dos caixas.
Trafico
Operação do Denarc realizada, ontem, em Viamão, resultou na apreensão de 240 pedras de crack e na detenção de quatro pessoas. Entre os presos, foram identificados Luis Paulo dos Santos Rosa, que além das drogas por-tava ilegalmente uma arma, e Giovani Cordeiro Pacheco, acusado de ser olheiro do ponto de tráfico. Em Estrela, em operação conjunta da Polícia Civil e da Brigada Militar foram apreendidas 149 pedras de crack. A droga estava acondicionada em sacos plásticos e enterrada em uma área verde na rua Frederico Helfeinstein, no bairro Imigrantes. Também foi apreendido um Taurus de calibre 32.
Sufoco (1)
Todas as entidades de classe da Polícia Civil e da Brigada Militar vão participar, na próxima terça-feira, dia 23 de setembro, de coletiva à impren-sa. Considerando o encaminhamento ao Legislativo da peça orçamentária, que prevê reajuste zero ao funcionalismo público em 2009, os policiais de-vem apresentar proposta de implantação de subsídio para remunerar as ca-tegorias, conforme dispõe o § 9° do artigo 144 da Constituição Federal. Sobre o tema, os líderes da entidades representativas dos policiais já manti-veram contato com todas as bancadas partidárias na Assembléia Legislati-va, menos com a do PSDB, que preferiu ficar fora do debate inicial.
Sufoco (2)
A união inédita e, por isso, histórica, de todas as entidades representativas dos profissionais da Brigada Militar e da Polícia Civil, que resultou em pro-jetos paralelos para buscar estabelecer um nível de dignidade de remunera-ção, inexistente há mais de dez anos, foi tratada de forma burocrática tanto pela chefia da Polícia Civil como pelo comando-geral da Brigada Militar. Os projetos foram envelopados na Secretaria da Segurança e encaminhados silenciosamente para a Casa Civil do Piratini, onde já começam a adorme-cer.

Uma trama no sistema penitenciário gaúcho

Somente o poder de decisão do titular da pasta da Segurança poderá dar equilíbrio à administração da Susepe.

Ao assumir a SSP-RS (Secretaria da Segurança Pública) na manhã de 27 de julho último, um domingo tempestuoso em Porto Alegre, Edson de Oliveira Goularte recebeu equipes montadas por seu antecessor, José Francisco Mallmann, e, aparentemente, imexíveis (neologismo consagrado pelo Aurelião) na Brigada Militar, Polícia Civil e IGP (Instituto Geral de Perícias). Apenas na Susepe (Superintendência dos Serviços Penitenciários), cujo titular estava demissionário, Goularte deveria impor um nome de sua escolha pessoal. Isso, até agora, não aconteceu. Um complexo que envolve três mil funcionários responsáveis pelo controle de cerca de 27 mil apenados, está com um superintendente interino, fato preocupante para a sociedade mas que parece não ser prioridade nem para o Piratini, nem para a pasta da Segurança. Nos bastidores, no entanto, a discussão sobre quem deverá conduzir a política penitenciária determinada pela governadora Yeda Crusius está efervescente. Sigam-me.
A trama
Nas últimas horas, o nome com maior respaldo político para assumir a Susepe é o do atual ouvidor-geral da Segurança Pública do RS, Adão Paiani. Ele é tucano como a governadora, tem o apoio das lideranças dos servidores da instituição e, até mesmo, de significativos segmentos da Polícia Civil e da Brigada Militar. Mas Paiani não é o nome da preferência de Goularte e, se ele for o escolhido, seria a primeira derrota importante do titular da Segurança. Há dois outros obstáculos: 1º – Paiani está plenamente satisfeito com a sua atividade na Ouvidoria; 2° – O apoio que recebe de significativos segmentos das organizações policiais é para que ele, assumindo a Susepe, deixe de ter chance de chegar a secretário da Segurança Pública durante o governo de Yeda, pois, por ora, é notório o enfraquecimento de Goularte. Esta trama só poderá ser desfeita se Goularte tiver, de fato, poder de decisão.
Bonés
A tentativa de roubo de um caixa eletrônico em usina hidrelétrica de Cotiporã surpreendeu a policia da Serra gaúcha. Aliás, a polícia gaúcha, diariamente, é sacudida por surpresas. Todos os bandidos usavam luvas, toucas e bonés. Eles portavam fuzis e metralhadoras e renderam vigilante da usina 14 de Julho. O grupo não conseguiu levar o caixa eletrônico porque o cabo de aço amarrado ao equipamento e a um caminhão se rompeu. Um erro técnico dos homens de bonés.
Máquinas
Ontem, em Novo Hamburgo, nas ruas Minuano e Oiapoque, bairro Liberdade, PMs realizaram operações de combate a jogos de azar, quando foram abordados dois estabelecimentos comerciais. No total foram apreendidas seis máquinas caça-níqueis. Todo o material foi recolhido ao 3° BPM.
Gado
Uma quadrilha de abigeatários foi desarticulada, na madrugada de ontem, no Vale do Taquari. Dois homens foram flagrados, em Boa Vista do Sul, levando dez cabeças de gado furtadas no município de Estrela. Na noite anterior, a policia apreendeu 31 animais furtados em uma propriedade de Harmonia. A delegada de Bom Retiro do Sul, Flávia Frai, coordenou a in-vestigação e disse que os quadrilheiros agiam também no Vale dos Sinos e na região da Serra.
Tráfico
Seis pessoas envolvidas com tráfico de drogas foram presas, ontem, em Montenegro. Foi numa operação conjunta entre a policia civil e a Brigada Militar. O grupo era investigado há 20 dias. Houve a apreensão de mais de 100 pedras de crack, além de objetos eletrônicos e jóias.
Crime e castigo
Um PM à paisana matou a tiros assaltante e feriu outro, na noite de quinta-feira, ao ser vítima de uma tentativa de assalto na RS-118, em Cachoeirinha. O PM estava de moto com a esposa e foi abordado por dois homens que estavam em outra motocicleta. O bandido ferido fugiu.
Execuções
Paulo Volni Pereira da Cunha, de 52 anos, foi morto dentro de casa, em Esteio. Segundo a policia, um homem chegou e chamou a vitima. Quando Volni abriu a janela foi baleado. O atirador fugiu. Desde a noite de quinta-feira, quatro pessoas foram assassinadas na Região Metropolitana.
Bancos
Na manhã de ontem, dois homens assaltaram a agência do Banco do Itaú localizada no Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre, na área central da Capital. A agência do Itaú da Praça da Alfândega, no coração de Porto Alegre, também foi assaltada. Em Pelotas, quatro quadrilheiros atacaram a agência do Bradesco no centro da cidade. Eles entraram pela garagem, renderam os vigias e funcionários, que foram trancados no cofre. O grupo fugiu em um carro roubado. Apesar do aumento da violência, o Grupo de Trabalho de Segurança Bancária, coordenado pela Secretaria da Segurança Pública, integrado pela Brigada Militar, Polícia Civil, Polícia Federal, bancos, bancários e vigilantes, não se reúne desde o dia 6 de março.