Agricultura na região sul perde R$ 2 bilhões devido à seca

?Além dos transtornos causados à população, a seca afeta a produção agrícola regional, causando prejuízos de mais de R$ 2 bilhões ao setor e contribuindo para o aumento dos preços de diversos alimentos em todo o país.
No Rio Grande do Sul, 291 cidades decretaram situação de emergência. Segundo a Defesa Civil estadual, mais de 1,6 milhões de pessoas estão sendo afetadas.
Em Santa Catarina, 80 cidades estão em situação de emergência por conta da seca. Quase 490 mil pessoas já foram prejudicadas pela falta de chuvas. Até ontem (16), a Secretaria de Agricultura do estado estimava que as perdas agropecuárias chegassem a R$ 497 milhões. De acordo com a Defesa Civil catarinense, a estiagem deve permanecer até o próximo dia 19.
No Paraná, o governador Beto Richa decretou situação de emergência em 137 cidades. A Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento do Paraná estima que a estiagem comprometa 11,5% da safra de verão, prevista em 22,13 milhões de toneladas, o que significa um prejuízo financeiro de R$ 1,52 bilhão.
Ações emergenciais
Nos últimos dias, os governos federal e dos três estados anunciaram medidas para auxiliar as localidades e agricultores afetados. No último sábado (14), o governador gaúcho, Tarso Genro, anunciou a liberação de R$ 54,42 milhões para ações emergenciais e medidas preventivas contra a estiagem.
Desse total, R$ 28 milhões são provenientes do governo federal, dos quais o estado já recebeu R$ 18 milhões. Tarso também anunciou que a Secretaria Estadual de Habitação e Saneamento irá investir R$ 5 milhões na extensão de redes de água, compra de bombas para poços artesianos e reservatórios nos municípios atingidos pela estiagem.
Em Santa Catarina, somados os recursos federais e estaduais, o socorro chega a R$ 28,6 milhões. Já no Paraná, o governador Beto Richa também prometeu aplicar R$ 21,5 milhões na instalação de 300 sistemas comunitários de fornecimento de água em várias regiões.
Outros R$ 10 milhões serão investidos junto com o Ministério da Integração Nacional na implantação de cisternas em comunidades rurais historicamente afetadas pela falta de água, iniciativa que irá atender especialmente os produtores de frangos, suínos, leite e hortaliças.

O blogueiro Mosquito é encontrado morto

O blogueiro Amilton Alexandre, o Mosquito, foi encontrado morto ontem à tarde na sua casa, na grande Florianópolis. Estava enforcado, e o caso está sendo tratado como suicídio. A notícia se explalhou rapidamente pela internet e logo a morte do blogueiro era o assunto mais citado no twitter do Brasil.
Seu blog Tijoladas do Mosquito estava proibido de ir ao ar. Ele denunciava sistematicamente casos de corrupção e outros crimes envolvendo políticos e integrantes do Judiciário de Santa Catarina. Figura polêmica, não media palavras para denunciar corruptos e poderosos omissos.
Era popular e sensacionalista, na linha dos antigos pasquins que circulavam na ilha. Enfrentava mais de 50 processos na Justiça. Sua cobertura para o caso de um estupro que envolveu um menor da familia Sirotsky, no ano passado, rendeu 200 mil acessos num dia.
A polícia abriu investigação. Quem dá detalhes é o Cangablog, do jornalista Sérgio Rubim. O sepultamento será às 15 horas, no cemitério do Itacorubi, em Florianópolis.

Preá catarinense está criticamente ameaçado de extinção

Por Juliana Dal Piva
de Florianópolis especial para o JÁ*
Roedor pequeno, herbívoro, que vive em apenas dez hectares, a Cavia intermedia – mais conhecida como preá – escolheu a maior das ilhas do arquipélago de Moleques do Sul para habitar. A 14 quilômetros da Praia da Ponta do Papagaio, em Palhoça (SC), a ilha abriga os únicos 50 indivíduos existentes no mundo da espécie, que também é chamada de Preá das Ilhas Moleques do Sul.

Sua descoberta é recente, realizada há apenas dez anos. No entanto, o alerta sobre a possível extinção só foi dado em 2006 pelo pesquisador Carlos Henrique Salvador de Oliveira. O mamífero divide com o gato-do-mato-pequeno o mesmo problema em relação ao projeto de lei Mosaicos do Tabuleiro: o aumento da urbanização nas regiões próximas pode exterminar de vez a espécie.
De acordo com Salvador, a International Union for Conservation of Nature (União Internacional para a Conservação da Natureza, IUCN) classificou a espécie como criticamente ameaçada. O pesquisador disse que o primeiro trabalho que descreveu a espécie não estudou o tamanho da população, somente a identificou como uma nova espécie entre as seis registradas até então.
“Eu sempre trabalhei com mamíferos nas ilhas da região da Grande Florianópolis e fiquei me perguntando quantos preás viviam ali. Já que era uma espécie que só existe naquele local, e a ilha é pequena, não poderia haver muitos”, explica.
A Cavia intermedia necessita primordialmente de duas coisas para viver: a grama, com a qual se alimenta e pasta durante um período do dia, e a vegetação mais densa para se abrigar. Segundo Salvador, que estudou a ecologia do animal, quem atualmente pesquisa o comportamento deste mamífero é Nina Furnari, da Universidade de São Paulo (USP).
Uso irregular e falta de proteção
Salvador afirma que pouco trabalho foi feito para proteger os preás depois que foram enviados relatórios sobre a comprovada ameaça para a Fundação de Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina (Fatma), o Ibama e o Ministério Público. À época, foram confeccionados folhetos para informar e conscientizar a população sobre a raridade destes animais.
Nenhuma outra iniciativa foi tomada, e, apesar de ser proibida a entrada de turistas no local – sob pena de reclusão, há vários indícios de que a ilha é usada regularmente por pessoas.
“O grande problema são as pessoas que vão acampar lá. O que mais ameaça os preás é a possibilidade de incêndio, pois a ilha é pequena e eles se alimentam da grama. Não há registros de incêndio na Moleques do Sul, mas na região já aconteceram vários provocados por pessoas que fazem fogueira em acampamentos”, adverte Salvador.
Projeto Mosaicos do Tabuleiro
O pesquisador também expressa preocupação com o novo projeto de lei para o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro. “A ilha onde vivem os preás continuará sendo intangível, mas aumentando a urbanização é provável que aumente o número de pessoas que visitam o local irregularmente”.
Ele levanta a hipótese de que, ao diminuírem as áreas de proteção integral, talvez haja mais fiscalização. “Desta forma, quem sabe seja possível concentrar melhor as áreas de proteção, mas acho difícil que isso ocorra realmente”, analisa.
Salvador ressalta ainda que, para o surgimento de novas espécies, o ambiente de uma ilha pequena e afastada é essencial. O Parque Estadual da Serra do Tabuleiro abriga 11 ilhas, das quais cinco (arquipélago de Três Irmãs e as outras duas ilhas de Moleques do Sul) jamais tiveram suas faunas estudadas.
* Reportagem publicada na Agência de Notícias Ambientais- Ambiente JÁ

Ambientalistas rejeitam novo Código Florestal de SC

Faixas de vegetação de cinco metros nas margens devem ser preservadas

Por Carlos Matsubara
O governador de Santa Catarina deve sancionar o novo Código Florestal do Estado. Luiz Henrique da Silveira afirmou na quarta-feira que o código é “moderno e desenvolvimentista”, e que poderá sancioná-lo no próximo dia 13.
Neste meio tempo, ongs ambientalistas, Ministério Público e Procuradoria da República ameaçam barrar o projeto na Justiça. A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) alega que o governo do Estado encaminhou um texto recheado de inconstitucionalidades para a Assembléia Legislativa, sem ter sido previamente submetido ao Conselho Estadual do Meio Ambiente, instância máxima deliberativa conforme o Sistema Estadual de Meio Ambiente.
Para a ong catarinense, não há necessidade de se estabelecer um Código Ambiental em Santa Catarina, pois já há legislações federais e estaduais eficientes nessa área. O que estaria faltando é a aplicação efetiva dessa legislação. Além disso, o teor do projeto seria inconstitucional, além de retratar a realidade da política ambiental praticada por um governo que tem travado uma verdadeira batalha contra o meio ambiente.
Pelo novo código, que recebeu amplo apoio de produtores rurais, com direito a carreatas, e muito lobby na AL, devem ser preservadas faixas de vegetação de cinco metros nas margens de córregos com cinco metros de largura. O Código Florestal Brasileiro, no entanto, determina um parâmetro maior -30 metros de preservação.
Segundo ambientalistas, essa proposta atende exclusivamente aos interesses do governador e de alguns parlamentares catarinenses que estão a serviço do lobby da especulação imobiliária e de ruralistas (médios e grandes produtores rurais), principalmente aqueles que tem passivos ambientais, e querem desmantelar a legislação que protege as APPs e as Reservas Legais, visando justamente a ampliação de ocupações em áreas de risco, sob discursos sem nenhuma consistência científica.
Leia mais no site da Ong Apremavi