Christian Lavich Goldschmidt*
Ao comemorarmos o centenário de nascimento do poeta Mario Quintana, ensaios e artigos sobre sua vida e obra estão sendo publicados. Em julho, mês de seu aniversário, as homenagens aumentaram, ultrapassando as fronteiras das páginas dos jornais, transferindo-se para os programas de rádio e televisão. Para quem acompanha a imprensa de outros Estados brasileiros, não resta dúvidas sobre o alcance que têm hoje a obra de Mario Quintana.
Entre os gaúchos, não há quem não saiba sobre ele. Sua vida está imortalizada não somente através de suas obras, mas também naquele que é um dos centros culturais mais belos do Brasil. A Casa de Cultura Mario Quintana, situada em pleno centro de Porto Alegre, é o maior reconhecimento que a sociedade gaúcha deu ao poeta que encanta a todos de Norte a Sul do Brasil.
O simbolismo desta Casa de Cultura, acredito, ainda não seja compreensível para a maioria das pessoas. A maior parte dos que a frequentam, vão a Casa em busca de bons filmes, de bons espetáculos teatrais, ou até mesmo em busca do bom café servido no Café dos Cata-ventos. Porém, esse não é somente um centro cultural, ali estão expostas todas as formas de Quintana.
A Casa está imbuída de suas vicissitudes, de suas poesias, de seus passos, de suas mais diversas manifestações. Mas o que mais percebo quando estou nesta Casa, são os olhares de Quintana por detrás das paredes a observar atentamente os visitantes, convidando-os a um passeio pelos meandros desta Casa que em momento algum foi somente sua, e nem mesmo agora a deixam ser.
E eu, sabedor desta observação, fujo de seus olhares, pelo menos tento, nem que seja para brincar um pouco de esconde-esconde. Mas depois me dou por vencido, e entrego-me, deixo Quintana a me guiar e vou mostrando aos poucos que o que desejo é ficar o mais próximo quanto puder de sua vida. Então, o máximo que consigo, é aproximar-me de sua sabedoria e tirar dela proveito devotando-me às suas poesias.
A Casa de Cultura Mario Quintana tem hoje uma programação diversificada e de qualidade que atrai um número cada vez maior de visitantes. Essa pluralidade cultural tem um responsável, é ele Sérgio Napp. Não poderia ser diferente, Napp foi amigo de Quintana, e com responsabilidade, nos brinda com a oportunidade da continuidade de suas poesias. Sérgio Napp está para a Casa de Cultura Mario Quintana, assim como Eva Sopher está para o Teatro São Pedro.