A política do ferro de brasa

As estratégias da segurança pública no RS não mudam porque não é possível mudar.
Um jovem de 20 anos morreu baleado, na porta de casa, quando voltava da aula. O crime ocorreu na noite de sexta-feira na vila Safira, Zona Norte de Porto Alegre. Mailson Oliveira da Rosa levou um tiro e teve a mochila, o casaco e o celular roubados. O corpo foi encontrado pelos pais da vítima. O casal tinha ouvido ruídos pouco comuns na frente da casa cerca de duas horas antes. Estranhando a demora do filho, foram para rua e acharam o corpo.
O delegado da Polícia Federal, Ricardo Nunes, 32 anos, quarta-feira última, sofreu uma tentativa de assalto, no bairro Rio Branco e foi ferido a bala no peito. O caso deste policial, como a morte do jovem estudante Maílson, em nada vai mudar a estratégia de policiamento na Capital, na Região Metro-politana ou nas principais cidades do interior do Estado. E nisso não há culpa da organizações policiais estaduais. Tanto é assim que, antes disso, dezenas de outros atentados contra a propriedade e, principalmente, contra a vida vêm ocorrendo e nada mudou. Sigam-me.
O sopro
E nada mudou por quê? Simplesmente porque não é possível mudar. Quando uma dona de casa tem apenas um ferro de brasa para passar a rou-pa de toda a família, isso pode ser incômodo, exaustivo, perigoso para os seus músculos, para a sua saúde, para a sua vida. E se o provedor da casa não tiver condições e, muito menos, vontade de adquirir um artefato mo-derno, leve, sem fogo, sem fumaça, a dona de casa terá de continuar com seu velho ferro de brasa, a menos que resolva protestar contra isso e ir a luta pelo ferro elétrico. Essa luta é de alto risco e nela poderá valer tudo. O ilegal e o legal. Na moldura do ferro de brasa está a segurança pública do Rio Grande. A solução, por ora, é soprar, soprar e soprar.
Pacote
Polícia Civil, com o apoio da Brigada Militar, prendeu, na tarde de quin-ta-feira, no centro da cidade de Sarandi, dois estelionatários especializados no conto do “conto do bilhete premiado”. Com os criminosos foram apre-endidos um bilhete da Loteria Federal, papéis relacionados à Caixa Eco-nômica Federal, mais de R$ 2 mil em dinheiro, além de, aproximadamente, 300 dólares, dois celulares e um veículo Corsa, com placa de Curitiba, Pa-raná. A ação foi coordenada pelo delegado Édson Cezimbra.
Prisões
Realizada das 8h de quinta-feira às 8h de ontem, a chamada Operação Sensação resultou na prisão de 27 pessoas. Em todo o Estado foram empre-gados 1.732 servidores e 505 viaturas. Com absoluta raridade, a Secretaria da Segurança esclarece as circunstâncias mais graves que motivaram as prisões durante operações como essa. Pessoas podem ser presas por “n” circunstâncias e, por circunstâncias outras, podem ser libertadas no mesmo dia e, até, na mesma hora. No entanto, nas estatísticas, todas figuram como presas.
Arte
A Acadepol (Academia de Polícia Civil) abriu concurso para a criação de um logotipo (desenho e frase) para a camiseta alusiva da instituição contra as drogas. A iniciativa é destinada aos funcionários da Polícia Civil em to-do o Estado. Os trabalhos deverão ser inscritos até o dia 24 de outubro pró-ximo. Maiores informações podem ser obtidas no Museu da Acadepol, pe-lo telefone (51) 3288-9312 ou pelo e-mail acadepol-museu@pc.rs.gov.br.
Bens
Nesta terça-feira, o Iargs (Instituto dos Advogados do RS) estará promo-vendo, a partir das 12h, em sua sede (travessa Acelino de Carvalho, 21) a palestra de Rolf Madaleno sob o tema “A (in) comunicabilidade dos bens”. A entrada é franca. O envento é coordenado por Helena Ibañez, vice-presidente da entidade.
Trânsito
A conversão para a direita, na rua Riachuelo, para veículos que trafegam na Borges de Medeiros – sentido centro bairro – é proibida. Mas isso é ig-norado por centenas de motoristas e motoqueiros e, como a fiscalização do trânsito na capital é da pior qualidade, uma providência será tomada so-mente depois que um acidente de gravidade ali ocorrer.

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