A sessão histórica do parlamento gaúcho que autorizou a venda de três estatais de energia mereceu uma página no principal jornal do Estado. Uma foto inexpressiva do plenário e tabelas sobre as votações, ocupavam dois terços do espaço.
Sete horas e meia de debates foram resumidas numa coluna de 60 linhas de texto. Uma história de 60 anos como a da CEEE foi selada com três linhas:
“Na distribuição registra prejuízos financeiros, baixa capacidade de investimentos e concessão em risco. Na geração há passivo acima de dois bilhões, maioria trabalhista”
Quantos aos votos para obter a autorização, o jornal registra ao pé da pagina que Leite não teve dificuldades. “Parlamentares como Neri e Gaúcho da Geral que atuam em faixa própria sem tanta obediência aos partidos, receberam atenção especial do líder do governo. As nomeações publicadas no Diário Oficial também ajudaram a manter a fidelidade da base. Nos últimos dias, 88 aliados foram lotados em cargos na máquina estatal, parte deles vinculados ao MDB e PP, os dois maiores partidos do consórcio governista”.
Na voragem instanteneísta que assola o noticiário, o assunto desceu aos arquivos sem ser esclarecido.
Jornalismo muderno.