DMLU Privatizado

Vereadora Sofia Cavedon *

No dia 12 de maio foi tornado público o edital que selecionará empresas para realizar, pela Prefeitura, a coleta e a destinação do lixo, a limpeza e a capina da Capital.

Esta mudança de um sistema misto – que era a característica até agora – para o sistema totalmente terceirizado significará um aumento do comprometimento do orçamento da Prefeitura que era em torno de 5% para um percentual entre 8% e 10%, como já é verificado nas cidades de Curitiba, Salvador e Brasília; sem considerar o custo dos funcionários que realizavam parte destas funções e permanecem na Prefeitura.

O governo Fogaça provocou deliberadamente a desarticulação das ações realizadas por estes funcionários que, com competência técnica única, gerenciavam o aterro sanitário de Gravataí – ampliando assim, na “redonda” (ida e volta) para 100 quilômetros o trajeto ao optar por levar o lixo diariamente coletado para Minas do Leão.

Fez o mesmo com a coleta seletiva, com a coleta especial do lixo hospitalar e para a suinocultura; a limpeza de vias, especialmente as populares, onde programas como o Bota-Fora desenvolvia com as famílias mais carentes uma relação humanizada e educativa que apostava na construção de uma nova cultura de saúde e preservação ambiental.

Retirando as horas-extras dos funcionários de carreira e deslocando técnicos altamente qualificados para outras secretarias, deixando-os ociosos, em 2005 a prefeitura provocou a queda na qualidade do serviço do DMLU, área sempre bem avaliada pela população em anos anteriores.

Deixando a cidade suja e mal-cuidada, o governo Fogaça trabalhou o conceito de “Estado obsoleto” para construir no imaginário popular a necessidade de “modernização” e terceirização. Quem participou desta decisão? Será que a cidade concorda com isto? Quem pagará esta conta? Qual área que perderá o recurso que irá para a mão de grandes empresas?

Em nossa memória está o quanto a Limpeza Urbana era elogiada pelo cuidado da cidade, pela construção de políticas corretas como a separação do lixo, os galpões de reciclagem gerando renda e ambiente sustentável, o fim dos lixões e a construção de aterros sanitários modernos, respeitosos do meio ambiente e da dignidade humana. Na memória dos funcionários municipais estão as promessas de valorização do funcionalismo, está a capacidade que só um corpo funcional próprio tem de acumular conhecimento e construir novas políticas na relação com a população para resolver os problemas de cada comunidade. Na memória da cidade estão as promessas de campanha de manter o que era bom e mudar o que não estava bem!

E é desta memória e do protagonismo popular e da criticidade da nossa classe média que virá a resistência ao desmonte das políticas públicas essenciais à nossa qualidade de vida, da renúncia a governar e da privatização – que já são marcas do Governo Fogaça!

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