P.C.DE LESTER
O “Fora Cunha” é o unico bordão que frequenta manifestações dos dois lados, contra e a favor do impeachment de Dilma.
Talvez a única unanimidade nacional neste momento tumultuado seja o mal estar que ele provoca em todos: enquanto Eduardo Cunha permanecer na presidência da Camara, não se poderá levar nada disso a sério.
Mas ele está lá, entrando para mais uma semana triunfante. É o recordista em protelações na Comissão de Ética, com quase 200 dias empurrando o processo com as mais diversas manobras.
No STF onde estão meia dúzia de inquéritos incriminando Cunha, não há sinais de julgamento. Segundo O Globo, que ouviu ministros em reserva, o Supremo não quer julgar agora no calor do impeachment.
Até porque, segundo o jornal, a tendência entre os ministros do Supremo é absolver Cunha.
Junto ao “novo presidente” Cunha está ainda em melhor situação.
Na semana passada, começou a circular nas redes sociais um vídeo em que Michel Temer aparece numa reunião de evangélicos, dizendo que “Eduardo Cunha é um homem de fé”.
Quando recebe uma missão, Cunha cumpre sem hesitação, disse Temer no vídeo gravado durante a campanha de 2014.
Cunha se elegeu, tornou-se presidente, conduziu com maestria o impeachment que abre o caminho para o poder de Temer. O que terá ele a temer?