Jonas Tarcísio Reis*
Neste fatídico 24 de maio, Temer convoca, via decreto, as forças militares para incendiar mais ainda o Brasil varonil. É um chefe de Estado piromaníaco. Inclusive, assina seu próprio atestado de incompetência política para dirigir o país, somado a ausência de moral. Exército na rua é o recuo total da ordem democrática. Os militares devem ter o discernimento adequado para entender que o governo predador de direitos está em putrefação avançada, e manter uma linha auxiliar ao povo trabalhador que luta contra as reformas neoliberais de destruição da Previdência e da CLT. A única saída é pelas urnas, com Eleições Gerais, já. Democracia acima de tudo.
Não há espaço para Temer não renunciar. O presidente da Câmara deve abrir imediatamente o processo de impedimento do presidente. O momento cobra postura republicana e respeito ao povo, acima de tudo. A garantia da ordem só se dará pela saída imediata do golpista do Planalto, à força ou espontaneamente. A base aliada está em debandada geral, não há chances de recompô-la. Dezenas de milhares de trabalhadores sitiaram, em 24 de maio de 2017, o Congresso e o Palácio onde Temer decreta socorro ao exército para lhe manter apodrecido no poder. As instituições se desmancham de forma ímpar. A aliança golpista foi a bancarrota. O Capital estrangeiro não deposita mais confiança nesta nação. Quem dará o tiro de misericórdia em Temer, o povo, o Congresso Nacional ou o Judiciário?
A República está por um fio. O pacto social capitalista não tem legitimidade para arrancar mais direitos do povo trabalhador. Os vampiros da nação devem ser exorcizados pela população na rua. As ruas gritam: “Fora Temer!” Não há espaço para a acefalia institucional. O Supremo Tribunal Federal deve ler bem a constituição. Aos irmãos Batista nenhum direito: algemas neles, pois são da escória humana e precisam ser punidos, seu patrimônio deve ser confiscado pelo Estado brasileiro e suas empresas estatizadas. A ordem injusta deve ser invertida. O povo tem fome. Falta emprego. São mais de 14 milhões sem fonte de renda. Falta Educação, Saúde e Segurança. Os pagadores de impostos trabalham feito formigas e nem aposentadorias querem lhes garantir. O tecido social brasileiro está esburacado. O caldeirão dos acordos ferveu e derramou o angu, mas não apagou o fogo. As chamas queimam a todo o vapor as alianças entre a mídia hegemônica, os grandes empresários e os políticos fisiológicos. A estupidez dos homens tomou conta das mentes que outrora pareciam republicanas.
Exige-se o mínimo de racionalidade aos líderes nacionais. A desordem parte de dentro do Planalto. “O governo é ilegítimo”, reitera a sociedade todos os dias. A defesa da nação está nas mãos dos trabalhadores. Ninguém mais do que aqueles que constroem esse país através de seu trabalho/suor devem ser ouvidos. Os brasileiros clamam por eleições diretas. O campo do trabalho está esclarecido: “nenhum direito a menos!” O retorno ao passado é rechaçado por todos, de forma uníssona. As autoridades estão em descrédito profundo. Não há como ficar parado. A farsa foi amplamente conhecida: tiraram Dilma para continuar roubando. Nenhum brasileiro será conivente com a dilapidação desvairada do patrimônio e da alma pública dessa República.
Todos às ruas, imediatamente, até a queda de Temer e a instalação do processo eleitoral direto. O voto popular quer ser consultado. Não há saída senão no seio da soberania popular. O “Presidente”, o “Congresso” e o Judiciário estão nus!
Ajeitem as urnas, queremos votar para Legislativo e Executivo! Democracia em primeiro lugar. Pelo futuro de nossas crianças, por uma sociedade menos injusta e pela dignidade brasileira: ELEIÇÕES GERAIS, JÁ!
* Jonas Tarcísio Reis é professor e diretor geral do Smpa (Sindicato dos Municipários de Porto Alegre)