A situação agônica em que se encontram os pequenos jornais do interior reflete o abandono a que estão entregues as comunidades por esse Brasil a fora.
Nesse Brasil profundo, a falta de informações é uma pandemia que pode ser tão letal quanto a covid.
Como reconstruir nessa terra arrasada do pós pandemia sem informações próximas, da realidade local?
O que se tem é um noticiário da corte, devidamente manipulado, servido em três refeições diárias.
O jogo bruto que o andar de baixo enfrenta para sobreviver no dia a dia ganha pinceladas impressionistas num noticiário pintado pela macro-economia.
Sem informações e com muitas mentiras através de todas as redes sociais, o que é pior! Mas estás entre aqueles que sempre fez a sua parte. Nunca te omitiste, mesmo com perseguições! Mereces o aplauso dos que lutam pela notícia, pela informação, Elmar
O problema de todas as empresas jornalísticas é que desde os anos 1990 o futuro chegou e não chegou de uma forma que tradicionais e dominantes empresas de mídia pudessem prever. Veio nebuloso e tortuoso. Sobreviver nessa nova era depende única e exclusivamente dos dirigentes dessas empresas. Cabe aos media decidir se vão ser passados para trás ou se estarão entre os sobreviventes, os que obtêm êxito diante de uma reconfiguração dos meios de comunicação. Aquela velha lógica da redação próxima às máquinas de reprodução de texto, acabou. A velha comunicação de um para todos com repórteres e âncoras de TV se portando como donos da verdade só os distanciam do público. As antigas cotas de publicidade que garantiam lucros exorbitantes morreu. As mudanças sociais e tecnológicas que vieram com o advento da era digital nem roteiristas de filmes futurísticos de Hollywood imaginaram. A miniaturização e barateamento de dispositivos tecnológicos trouxeram a informação ao cidadão comum fazendo-o afastar-se dos velhos jornais que deixavam tuas mãos sujas de tinta preta e te fazia perguntar por que não tinha em sua casa aquelas tiras de madeira que prendiam os jornais nos hotéis. As pessoas que antes eram audiência, com as mídias sociais passou a ser produtora de conteúdo. O modêlo de comunicação agora é de todos para todos. O público hoje tem à seu dispôr infinitas fontes de informação precisando para isso apenas de um celular. A antiga ideia de fidelidade hoje é muito frágil. Os que antes se portavam como donos da verdade, agora se apresentam como amigos do público. O jornalismo não é mais fixo nas redações e sim móvel, com redações convergentes povoadas por jornalistas, engenheiros, programadores, todos com conhecimento digital. Consumidores de hoje já nasceram sob a lógica do mundo com internet. Não é natural para eles que escolham empresas de mídia que pensem diferente de suas lógicas. A solução para não morrer diante desse cenário? Adaptar-se ao jornalismo pós-industrial. Adaptar-se à quarta, ou talvez quinta revolução industrial. Devem testar novas formas, estéticas, linguagens e principalmente, novas plataformas. Se quiserem se manter ou mesmo aumentar sua relevância, devem explorar novos métodos de trabalho explorando a idéia de multiplataformas para chegar ao público-alvo através das mídias que ele utiliza com conteúdo que lhe desperte interesse. Há vários exemplos de empresas que se adaptaram e estão indo bem. Vejam o caso do The New York Times, uma empresa de mídia americana que teve início em 1851 com jornal impresso e até hoje atua como uma das mais bem-sucedidas empresas do mundo no ramo. Sua versão online, no ar desde 1996, é o portal de notícias mais visitado dos EUA, com mais de 20 milhões de acessos mensais. No Brasil tem dois casos que eu acho sensacionais. O do jornal O Globo , com seu portal com design moderno e o da Rádio Jovem Pam, que de uma simples emissora de rádio hoje domina os meios digitais. Novos tempos. Adapte-se ou abra falência.